terça-feira, 3 de janeiro de 2012

ENCARTE 1 - Plano de Manejo APA Rio Vermelho/Humbold





ENCARTE 1




LISTA DE TABELAS

Tabela 1 -Situação da Saúde nos municípios do entorno da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 45
Tabela 2 -Infraestrutura de Saneamento 46
Tabela 3 -Abastecimento de Água 47
Tabela 4 -Evolução do PIB 49
Tabela 5 -Produção Agrícola Permanente 50
Tabela 6 -Produção Agrícola Temporária 50
Tabela 7 -Produção Pecuária 51

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 -Localização da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 14
Figura 2 -Geomorfologia da Região da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 18
Figura 3 -Sistemas independentes de drenagem de Santa Catarina 19
Figura 4 - A APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold em relação às bacias hidrográficas de Santa Catarina 20
Figura 5 -Geologia da Região da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 22
Figura 6 -Municípios do entorno da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 33
Figura 7 -Evolução da População 43
Figura 8 -Evolução IDH-M 44
Figura 9 -Nascidos Vivos 45
Figura 10 -Destinação do esgoto gerado nos municípios do contexto regional 46
Figura 11 -Evolução no número de matriculas no período entre 2003 a 2009 48
Figura 12 -Composição do PIB 49

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 6
1.1. Histórico de Criação 8
1.2. Ficha Resumo da Unidade de Conservação APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold 11
2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA 12
3. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DA REGIÃO DA UC 15
3.1. Meio Físico 15
3.2. Meio Biótico 25
3.2.1. Flora 25
3.2.2. Avifauna 30
3.2.3. Mastofauna 31
3.3. Meio Socioeconômico 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53







LISTA DE SIGLAS

AER - Avaliação Ecológica Rápida
APA - Área de Proteção Ambiental
ANA – Agência Nacional das Águas
CEPA - Centro de Educação Ambiental e Pesquisa
EUA – Estados Unidos da América
EXPOAMA – Exposição Agropecuária e do Meio Ambiente
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IGH-M – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
MEC – Ministério da Educação
PIB – Produto Interno Bruto
PM - Plano de Manejo
PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PTRS – Tratamento Participativo de Resíduos Sólidos
RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação
TMCA – Taxa Média de Crescimento Anual
UC - Unidade de Conservação
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina




1. INTRODUÇÃO

As florestas tropicais constituem um patrimônio natural único, expresso em um conjunto de variadas formações vegetacionais que abriga inúmeras formas de vida (COSTA JUNIOR et al., 2008), provavelmente concentrando a maior riqueza de espécies por metro quadrado. O Brasil é um dos países com maior área de florestas tropicais (BORÉM; OLIVEIRA-FILHO, 2002; CERVI et al., 2007), graças a sua grande extensão territorial, variedade de climas e solos (LEITÃO-FILHO, 1987).

Entre as florestas tropicais que ocorrem no Brasil, destaca-se a Mata Atlântica, que originalmente se estendia continuamente ao longo da costa brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina. Porém, como resultado do processo de colonização e ocupação do território brasileiro, concentrados inicialmente nas regiões próximas do litoral, esta formação sofreu transformações drásticas, com acentuada perda de ambientes, de modo que, atualmente, mais de 80% dos fragmentos remanescentes apresenta menos de 50 ha, a maioria dos quais já alterados e sob diferentes estágios sucessionais. Estima-se que os remanescentes de Mata Atlântica ocupem cerca de 7% da área original do bioma (LEITÃO-FILHO, 1987; MORELLATO e HADDAD, 2000; RIBEIRO et al., 2009; TABARELLI et al., 2005).

A Mata Atlântica é um dos biomas brasileiros com elevada prioridade para o estabelecimento de unidades de conservação, abrangendo o complexo conjunto de ecossistemas associados. O bioma abriga extraordinária diversidade de espécies endêmicas e uma parcela significativa de biodiversidade (RODERJAN et al., 2002; SOS MATA ATLÂNTICA e INPE, 2008), sendo considerado um hotspot para a conservação (MYERS et al., 2000), ou seja, uma formação reconhecida mundialmente pelo grau de ameaça acentuado e pela urgência por medidas conservacionistas.

Vários autores atribuem a elevada biodiversidade do bioma à grande amplitude latitudinal e altitudinal que caracteriza a área de ocorrência da Mata Atlântica, o que, associado a outros fatores ambientais (variação de solos e distância do mar, por exemplo), resulta em ambientes distintos (CAMPANILI; PROCHNOW, 2006; MANTOVANI, 2003). Nesta formação há várias fitofisionomias, que geralmente assumem feições específicas desde as terras baixas até as cotas mais elevadas, como Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, além de formações pioneiras sujeitas a condições ambientais particulares, como restingas, manguezais e lagoas (RODERJAN et al., 2002).

O estabelecimento de unidades de conservação é, em todo o mundo, a principal estratégia para conservar a variedade de formas de vida, ou biodiversidade. Hoje, essas áreas são uma garantia para o futuro da humanidade, os refúgios em que ainda contamos com vários bens e serviços ambientais oferecidos apenas pela natureza. Atualmente, cerca de 10% do território nacional é ocupado por alguma unidade de conservação federal instituída por ato do Poder Público.

A Lei Federal n° 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), enquadra a Área de Proteção Ambiental (APA) como uma unidade de conservação de uso sustentável, que admite atividades humanas, desde que orientadas e reguladas para evitar danos ambientais e buscando um uso sustentável dos recursos naturais existentes.

Assim, as APA geralmente são áreas extensas, com ocupação humana já existente e atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e ao bem-estar de populações humanas. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, amostras de ambientes naturais e, ao mesmo tempo, disciplinar o processo de ocupação e buscar a sustentabilidade no uso de recursos locais.

A fim de conservar os recursos naturais da região do planalto norte catarinense, nos municípios de São Bento do Sul, Campo Alegre, Rio Negrinho e Corupá foi criado o Consórcio Intermunicipal da Bacia Hidrográfica do Alto Rio Negro, ou apenas “Consórcio Quiriri”. Entre os projetos associados a esse consórcio, destaca-se o Projeto de Áreas de Proteção Ambiental, do Programa de Unidades de Conservação. Por meio desse programa, cinco APA’s foram criadas (BOLLMANN, 2005; TEIXEIRA, 2004).

A APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold é uma dessas unidades, cuja criação, assim como as demais áreas do Consórcio Quiriri, se baseou em projeto de lei assinado em conjunto por vereadores das Câmaras Municipais de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul (Parlamento do Consórcio) (BOLLMANN, 2005; TEIXEIRA, 2004).
O planejamento é um processo consolidado para auxiliar na implementação de unidades de conservação. Como um produto central do planejamento, o plano deverá amparar as decisões na APA, para que elas considerem o contexto e as necessidades de manejo, definindo condições de uso, prioridades e rumos específicos.


1.1. Histórico de Criação


Em 1990 houve um primeiro sinal de preocupação socioambiental que hoje resulta no Consórcio Quiriri e na existência da APA objeto deste estudo, quando a Lei Orgânica Municipal de São Bento do Sul incluiu um capítulo específico sobre o cuidado e a preocupação com o ambiente e os recursos naturais (BOLLMANN, 2005).

Em 1995, como fruto de um curso de planejamento ambiental participativo por bacia hidrográfica, a idéia de um “consórcio intermunicipal” para o tratamento de várias matérias, incluindo questões ambientais, foi levada aos três prefeitos à época dos municípios de Rio Negrinho, São Bento do Sul e Campo Alegre. Assim se iniciou o processo de organização dos municípios de forma integrada, por meio da criação de um Consórcio e, no ano 2000, o município de Corupá, mesmo sendo de outra bacia hidrográfica, mas limítrofe a municípios do Consórcio, ingressou no Consórcio Quiriri (BOLLMANN, 2005).

No artigo 241 da Emenda Constitucional 19, de 4 de junho de 1998, consta que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”.

Portanto, a formação de consórcios é uma forma de organizar a regionalização de forma ascendente, por ser formado a partir dos municípios, de suas características locais e suas dificuldades, para discutir ações regionais, sem que os municípios percam a autonomia. É uma “parceria” baseada em uma relação de igualdade jurídica, na qual todos os participantes – municípios – têm a mesma importância. Conclui-se, assim, que esses consórcios possibilitam uma territorialização dos problemas (TEIXEIRA, 2004). Estima-se que já existe algo como 10 outras iniciativas similares em Santa Catarina, incidindo sobre 30% dos municípios do estado (BOLLMANN, 2005).

O processo de organização dos municípios citados se baseou na constatação de vários problemas socioambientais, como destinação inadequada de resíduos, destinação de esgoto, lixões municipais inadequados, iniciativas locais de reciclagem, etc. Ainda segundo Bollmann (2005), houve incontáveis averiguações de irregularidades. Portanto, a criação do Consórcio é uma reação a um contexto de degradação do meio ambiente que incide não apenas sobre um determinado município isoladamente, mas por toda uma região, o que reforçou a necessidade de integração intermunicipal (TEIXEIRA, 2004).

Além de levar essas informações aos prefeitos, no processo também houve todo um esforço para mobilização, articulação e participação de outros representantes da sociedade. Cerca de 20% da população dos municípios foi envolvida, de forma direta e indireta, nesse processo de disseminação de informações e conhecimentos, totalizando 20.000 pessoas, por meio de reuniões, palestras, seminários, treinamentos e veiculações em rádio, jornais e na televisão (TEIXEIRA, 2004).

Como resultado desse trabalho, no maior evento regional à época, a 5º Exposição Agropecuária e do Meio Ambiente (EXPOAMA), realizada em 28 de setembro de 1997, com a presença de mais de 10.000 pessoas, houve a assinatura da ata de constituição do “Consórcio Quiriri”, com a presença de prefeitos, vereadores, deputados estaduais, secretários de estado e um representante do governador de Santa Catarina. O comprometimento público, respaldado pela presença de autoridades e do público em geral, marcou então um ato público irreversível (BOLLMANN, 2005).

A partir de então, o Poder Público Municipal se ocupou de preparar uma sustentação jurídica para o Consórcio Quiriri, expressa em mais de 20 leis municipais sancionadas nos seus primeiros três anos de existência. Essas leis tratam da participação dos municípios no Consórcio, de normas aos municípios caso haja desvinculação do Consórcio, declara o Consórcio Quiriri como de utilidade pública, autoriza o Poder Executivo a conceder contribuição financeira ao Consórcio, além de previsões para despesas com manutenção e despesas com serviços de consultoria. Também, essa base legal propiciou a cooperação entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Consórcio Quiriri, embasou medidas relacionadas com limpeza pública, incinerações de resíduos infectantes, sem contar as leis que criaram cinco APA’s vinculadas aos propósitos do Consórcio (BOLLMANN, 2005).

O Consórcio Quiriri se sustenta em certos princípios, que devem ser respeitados por todos os membros, como o não-partidarismo, o uso de bacia hidrográfica como unidade de planejamento ambiental, a integração do estado com a sociedade civil, inclusive com organizações não-governamentais, buscando tratar os recursos naturais como limites a serem respeitados, como se eles fossem as divisas político–administrativas (BOLLMANN, 2005).

Através do Consórcio, houve um processo de investigação sobre questões socioambientais em todos os níveis e segmentos dos grupos sociais abrangidos pelos quatro municípios vinculados à iniciativa. Esse trabalho caracterizou a situação socioambiental de cada segmento e definiu então prioridades para ações específicas, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Como resultado, foram definidos quatro grandes programas de ação: Tratamento Participativo de Resíduos Sólidos (PTRS), Unidades de Conservação, Educação Ambiental, Turismo Rural e Recursos Naturais (TEIXEIRA, 2004).

No diagnóstico participativo, notou-se que o lixo era um dos problemas centrais a ser enfrentado. As próprias comunidades sugeriram a implementação de programas de coleta seletiva e reciclagem e a aplicação de algum tipo de punição às pessoas que despejassem lixo em terrenos baldios ou em cursos d’água (TEIXEIRA, 2004). Mais de 80% dos participantes do diagnóstico participativo em São Bento do Sul e 70% em Rio Negrinho destacaram a gravidade do quadro de poluição dos rios em decorrência do despejo de lixo. Através do Programa de Tratamento Participativo de Resíduos Sólidos (PTRS) do Consórcio Quiriri, houve uma das transformações mais significativas em âmbito local. Antes, os resíduos gerados nos municípios tinham destinos variados, muitas vezes eram misturados resíduos domiciliares e industriais, inclusive substâncias perigosas, infectantes e até subprodutos de petróleo (solventes, tintas, vernizes) (TEIXEIRA e JACOBI, 2000).

Como resultado do PTRS, o município de São Bento do Sul, por exemplo, passou a reciclar metade do resíduo gerado, totalizando cerca de 2.000 toneladas/mês. Os resíduos industriais também passaram a ter destino adequado. Cinco anos após a criação do Consórcio, um conjunto de medidas aplicadas já revelou resultados visíveis, inclusive com geração de renda (TEIXEIRA, 2004).

Vinculadas ao Programa de Unidades de Conservação do Consórcio Quiriri, foram criadas cinco unidades, totalizando 47.085 ha (24% da área dos quatro municípios). O Programa de Unidades de Conservação, onde se insere o Projeto de Áreas de Proteção Ambiental - APAs, resultou na aprovação de leis municipais durante uma reunião conjunta de vereadores das câmaras municipais de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul (Parlamento do Consórcio) no ano de 1998 (TEIXEIRA, 2004).

Assim, buscou-se definir legalmente as áreas onde há ambientes naturais a serem protegidos ou utilizados com mais cautela, com a finalidade de assegurar a qualidade de vida da população local, inclusive no sentido de garantir a potabilidade da água em lugares considerados como reserva de abastecimento público (BOLLMANN, 2005; TEIXEIRA, 2004).

1.2. Ficha Resumo da Unidade de Conservação APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold



DENOMINAÇÃO

Área de Proteção Ambiental Rio Vermelho/Humbold
Nome dos Proprietários

Prefeitura Municipal de São Bento do Sul - SC

Nome do Representante

Marcelo Hubel

Contato

Secretaria Municipal de Meio Ambiente

Endereço
Prefeitura Municipal de São Bento do Sul
Rua Jorge Lacerda, 75 Centro - São Bento do Sul - SC
CEP: 89.280-902

Telefone/Fax/e-mail/site
Fone: (47) 3631-6000
Site: www.saobentodosul.sc.gov.br

Área da APA (em ha)

Área da APA 23.000 ha

Principal município de acesso à APA
Município de São Bento do Sul, no estado de Santa Catarina.

Município e estado abrangido
Município de São Bento do Sul, no estado de Santa Catarina.

Coordenadas (geográficas ou UTM)
A APA se localiza entre as coordenadas
7095000 – 7080000 N e 660000 – 680000 E.

Data e número ato legal da criação

Lei Municipal n° 246, de 14 de agosto de 1998

Marcos e referências importantes nos limites e confrontantes


Estação Ferroviária Rio Vermelho

Biomas e/ou ecossistemas

Mata Atlântica

Distância dos centros urbanos mais próximos

Aproximadamente 6 km da sede do município São Bento do Sul - SC

Principal meio de chegada á APA

Automóvel



2. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A APA Municipal do Rio Vermelho, criada através da Lei Municipal n° 246, de 14 de agosto de 1998, localiza-se na região norte-nordeste de Santa Catarina, no município de São Bento do Sul, em uma área de cerca de 23.000 ha (Figura 1).

Esta região é situada em elevações que vão de cerca de 200 a 1200 m de altitude, tendo sua composição vegetal composta desde Floresta Ombrófila Densa Sub-Montana, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Mista e campos de altitude, em diferentes níveis de regeneração, inclusive formações primárias.

Está situada a 237 km do município de Florianópolis, capital do estado, com acesso pela BR-101 e SC-413.



        1. Localização da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold
3. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DA REGIÃO DA UC

Foi criado, através da Lei Municipal nº 2.754, de 28 de março de 2011, no município de São Bento do Sul o Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann, com o objetivo de registrar, documentar e preservar o material provindo de pesquisas de campo, sendo uma fonte constante de pesquisa, visando a transmissão e o acesso do cidadão ao conhecimento e a construção ou desenvolvimento da cultura, está instituído para o desenvolvimento de pesquisa de caráter científico, educativo e de exposição, de indivíduos representantes da fauna, flora e recursos naturais.

3.1. Meio Físico


De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região sul brasileira é do tipo Cf, subtropical e sempre úmido, sujeito a influência de massas de ar.

A caracterização geomorfológica da região onde está inserido o município de São Bento do Sul constitui basicamente três unidades geomorfológicas morfoestruturais (Figura 2):
- Serras do Leste Catarinense;
- Planalto de São Bento do Sul;
- Patamar de Mafra.

As Serras do Leste Catarinense
São caracterizadas pela seqüência de serras dispostas de forma subparalela. Dispõem-se na direção predominante NE-SW. Começam nas proximidades de Joinville e se estendem para o sudoeste. A caracterização geomorfológica é feita pela seqüência de serras dispostas de forma subparalela.

Em termos altimétricos, apresentam-se gradativamente mais baixas em direção ao litoral, atingindo, próximo à linha da costa, altitudes inferiores a 110 m, onde terminam através de pontas, penínsulas e ilhas. Na região da APA Municipal do Rio Vermelho, ocorrem as maiores altitudes da unidade, ultrapassando os 900 m em sua porção SE.

No Vale do Rio Itapocu ocorrem relevos de topos convexos, configurando morros em forma de meia laranja, correspondendo a um modelado de dissecação homogênea.

Na região da APA Municipal do Rio Vermelho o relevo é enérgico, com vales profundos em forma de V, controlados estruturalmente e separados por cristas. Os rios desta unidade ocorrem no sentido NE.

A geomorfologia na região da APA é caracterizada por vales profundos com encostas íngremes e sulcadas, separadas por cristas bem marcadas na paisagem, esta característica favorece a atuação dos processos erosivos, principalmente nas encostas desmatadas, podendo inclusive ocorrer movimentos de massa, uma vez que o manto do material fino resultante da alteração da rocha é espesso, podendo atingir até 20 m. Em muitas vertentes encontram-se anfiteatros de erosão ocasionados por movimentos de massa, na maioria das vezes subatuais. Uma característica geral é dada pela intensa dissecação, que basicamente, encontra-se controlada estruturalmente, resultando num modelado de dissecação diferencial (SANTA CATARINA, 1986).

Planalto de São Bento do Sul
Esta Unidade situa-se em toda a porção norte da APA. O aspecto geral do relevo pode ser descrito por formas colinosas que se desenvolvem sobre patamares estruturais e localmente apresentam certa concordância topográfica e parecem corresponder a restos de uma superfície de aplainamento. Altimetricamente este planalto possui uma altitude média situada entre 850 e 950 m, mas podemos encontrar altitudes maiores chegando a 1.120 m no ponto culminante localizado na APA em sua porção NE.

Patamar de Mafra
Segundo Rosa e Herrmann (1986), as formações constituídas por rochas sedimentares muito friáveis deram origem a um relevo colinoso, com pequena amplitude altimétrica que, é resultado de um modelado de dissecação fluvial homogênea, denominado Unidade Geomorfológica Patamar de Mafra, encontrado no extremo oeste da área da APA.

O relevo nesta porção pode ser caracterizado como regular, quase plano, que no conjunto pode ser individualizado como um patamar intermediário, predominantemente constituído por uma superfície colinosa.
        1. Geomorfologia da Região da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold
A rede hidrográfica do estado de Santa Catarina é representada por dois sistemas independentes de drenagem – o Sistema Integrado da Vertente do Interior, comandado pela bacia Paraná-Uruguai e o Sistema da Vertente Atlântica, formado por um conjunto de bacias isoladas (Figura 3).

A Vertente do Interior abrange uma área equivalente a 63% (cerca de 60.123 km2) da área do estado, enquanto a Vertente Atlântica, com uma área de 35.298 km2, ocupa o equivalente a 37%. É nesta vertente que se encontra a maior bacia hidrográfica exclusivamente catarinense, a bacia do rio Itajaí com cerca de 15.000 km2, que conta com 3 grandes tributários: rios Itajaí do Norte, Itajaí do Oeste e Itajaí do sul.




        1. Sistemas independentes de drenagem de Santa Catarina

A Serra Geral é o grande divisor das águas que drenam para o rio Uruguai e as que se dirigem para leste, desaguando diretamente no Oceano Atlântico. Mais ao norte, a Serra do Mar serve como divisor entre a Bacia do Iguaçu e as bacias da vertente atlântica que drenam para o litoral norte.

Ainda com relação às bacias hidrográficas do estado de Santa Catarina, estas podem ainda ser enquadradas em três grandes grupos: Bacias do Iguaçu, Bacias do Uruguai e Bacias do Sudeste, pertencendo respectivamente às regiões hidrográficas do Paraná, Uruguai e Atlântico Sul (AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS, 2010). A região centro-norte catarinense é composta basicamente por três bacias hidrográficas do grupo de bacias do sudeste, associadas aos rios Itajaí-Açu, Itapocú e Tijucas, drenando diretamente para o Atlântico Sul. A região da APA Municipal do Rio Vermelho insere-se na bacia do rio Itapocú, em seu curso superior (Figura 4).
        1. A APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold em relação às bacias hidrográficas de Santa Catarina


A geologia da região da APA Municipal do Rio Vermelho é delineada basicamente pela Área do Escudo Atlântico, do Supergrupo Tubarão, além de Sedimentos Quaternários (Figura 5).

Área de Sedimentos Quaternários
Este domínio corresponde ao dos depósitos sedimentares inconsolidados, formados em ambiente marinho, fluvial, durante o Holoceno. Estes depósitos consistem em areias, argilas, cascalhos, seixos e sedimentos síltico-argilosos. Na região da APA ocorrem apenas os depósitos aluvionares e coluviais.

Os depósitos aluvionares tratam-se de sedimentos fluviais que devido ao relevo local da APA formam, pequenas planícies, ao longo do curso dos rios. São constituídos por
        1. Geologia da Região da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold
areias, argilas, cascalhos e material síltico-argiloso; os sedimentos mais grosseiros localizam-se preferencialmente nas regiões perto das nascentes dos cursos d água, enquanto os mais finos predominam nas áreas de menor energia hídrica. Os Depósitos Coluviais tratam-se de acumulação da base de encostas, identificados no sopé das serras e na base das encostas de elevações. Os depósitos são inconsolidados e mal classificados, sendo constituídos por cascalhos, seixos, areias e argilas.

Supergrupo Tubarão
Muhlmann et al. (1974), citados por Bortoluzzi et al. (1987), promoveram o Grupo Tubarão à categoria de supergrupo e os subgrupos Itararé e Guatá à categoria de grupo. Ao mesmo tempo propuseram a subdivisão do Grupo Itarare em quatro formações.

GRUPO IATARE
Compreende na Bacia do Paraná, todo o pacote de sedimentos de origem glacial e periglacial relacionado ao Carbonífero Superior e Permiano Inferior.

Formação Mafra
Forma a parte intermediária do Grupo Itararé, sendo constituída por arenitos brancos e amarelo-avermelhados, mal selecionados, com diamictitos, conglomerados e argilitos subordinados. Sua deposição deu-se em condições ambientais marinhas e continentais, com influência glacial.

Área do Escudo Atlântico
Nesta região, localiza-se o Craton de Luís Alves, elemento tectônico setentrional, a grosso modo retangular, cujos limites aproximados norte-sul estão entre os paralelos 26º00’ e 26º45’, portanto quase todo compreendido no contexto da região. Sua extremidade meridional, já fora da APA, está oculta sob os sedimentos da Bacia Periférica Camaquã-Itajaí.

No âmbito da região da APA, os tratos rochosos são constituídos pelo Complexo Luís Alves, assembléia petrotectônica de rochas metamórficas principalmente da fácies granulito, composição básica-intermediária gerada no Arqueano e Proterozóico Inferior.

As rochas metamórficas da fácies granulito se expressam por gnaisses noríticos, gnaisses enderbíticos, gnaisses cálcico-silicáticos, gnaisses kinzigíticos, anortositos, quartzos e ultramafitos. As rochas pertencentes às outras fácies-anfibolito, epídoto-anfibolito e xistos verdes são as seguintes: biotita-gnaisses, metatonalitos, metadioritos, metagabros, anfibolitos, diatexitos, metatexitos, serpentinitos, xistos magnesianos e rochas cataclásticas (SANTA CATARINA, 1986).

Margeando a APA em sua porção SE, encontra-se a Suíte Intrusiva Serra do Mar, compreendendo um conjunto de seis corpos intrusivos que transpassam as rochas do Complexo Luís Alves, os quais são conhecidos pela toponímia de Subida, Corupá, Piraí, Dona Francisca, Serra Alta e Morro Redondo, intrusão esta que se estende para o Paraná e que se apresenta como stocks e corpos alongados. Determinações petrográficas apontam a presença de biotita-granitos, alaskitos, hornblenda-granitos, biotita-macrogranitos, granitos catacláticos, sienitos, quartzo-sienito sódico, riebeckita-granitos e riebeckita-aegerina-granitos, tipos litológicos que revelam quimismo alcalino a peralcalino. Trata-se de um plutonismo anorogênico (interplaca) análogo aos granitos tipo A, e com ligação genética com os Grupos Itajaí e Campo Alegre, podendo ser interpretado, assim, como produto de um episódio distensional da crosta terrestre ocorrida por volta de 550 milhões de anos.

Na sua maior parte, os stocks e corpos alongados acima referidos destacam-se sobremaneira na topografia, edificando morros ou pequenas serras, que são paisagens geomorfológicas do grande acidente geográfico do sul/sudeste do Brasil conhecido como Serra do Mar.

No noroeste da área de estudo encontra-se o Planalto de São Bento do Sul, o qual situa-se entre 850 e 950 m de altitude. O substrato pertence ao Grupo Campo Alegre onde se localizam as principais nascentes do rio Vermelho. O Grupo Campo Alegre é constituído por rochas efusivas e piroclásticas, além de rochas sedimentares como arenitos e conglomerados (SANTA CATARINA, 1986). Kaul (1997, apud CITRONI, 1998) identificou essa porção como “uma margem regenerada do Cráton Luiz Alves”, já Hasui et al. (1975, apud CITRONI, 1998) considerou-a um maciço. Tais denominações devem-se ao longo período de estabilidade em que essa bacia permaneceu. Contudo, a parte norte dessa bacia, margeando o domínio Curitiba, teria sido ativada durante a colagem tectônica do Neoproterozóico, entre os domínios Luiz Alves e Curitiba (SIGA, 1995).

Segundo Figueiredo et al. (1991), o Complexo Luiz Alves, também denominado por Hartman e Silva (1979) de Complexo Granulítico de Santa Catarina, é constituído por ortogranulitos, derivados de suíte ígnea básica intermediária-ácida, de composição tonato-granodiorítica com diferenciado básicos subordinados. O complexo granulítico limita-se ao norte com o Domínio Curitiba, ao oeste a Bacia do Paraná, ao sul com o Cinturão Dom Feliciano e a calha sedimentar do Grupo Itajaí, e a leste como Domínio Paranaguá. A Unidade Geomorfológica Serra do Mar isola o planalto do litoral e “apresenta-se como um conjunto de cristas e picos, separados por vales profundos em ´V` e com encostas íngremes” (CARUSO, 2001 p. 42).

3.2. Meio Biótico


3.2.1. Flora


A vegetação florestal predominante na APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold pertence à Floresta Ombrófila Densa. Esta floresta está situada na parte leste de Santa Catarina entre o planalto e o oceano, onde as precipitações são abundantes e regularmente distribuídas durante o ano, não obstante, um período mais intenso no verão. A umidade relativa é muito elevada (84-86%) nas proximidades da costa, diminuindo em sentido a oeste. Trata-se, portanto, de um clima sazonal tropical úmido, sem período seco e com medias térmicas nunca inferiores a 15°C (SANTA CATARINA, 1986).

As condições ambientais dessa região favorecem o desenvolvimento de uma multiplicidade de subformas de vida. Ao longo da encosta atlântica e planícies quaternárias encontra-se a floresta mais exuberante e complexa, com um grande número de espécies arbóreas com 20-30 m de altura e copas largas que densificam o estrato superior. Dentre as espécies que se destacavam pode-se citar a Ocotea catharinesis (canela-preta), Ocotea odorifera (canela-sassafras), Cryptocarya aschersoniana (canela-fogo), Nectandra oppositifolia (canela-garuva) entre as Lauraceae, Sloanea guianensis (laranjeira-do-mato) das Elaeocarpaceae, Alchornea triplinervia e Alchornea sidifolia (tanheiro) entre as Euphorbiaceae, Guapira opposita (maria-mole) das Nyctaginaceae, Chrysophyllum viride (aguaí) das Sapotaceae, Brosimum lactescens (leiteiro) das Moraceae, Virola bicuhyba (bicuíva) das Myristicaceae, Matayba intermedia (camboatá) das Sapindaceae, Buchenavia kleinii (garajuva) das Combretaceae, Cabralea canjerana (canjerana) e Cedrela fissilis (cedro) entre as Meliaceae.

O estrato médio era constituído principalmente por Euterpe edulis (palmiteiro) das Arecaceae que domina em algumas regiões, além de Calyptranthes lucida (guamirim-ferro) das Myrtaceae, Esenbeckia grandiflora (pau-cotia) das Rutaceae, Sorocea bonplandii (cincho) das Moraceae, Ocotea teleiandra (canela-pimenta) das Lauraceae, Garcinia gardneriana (bacopari) das Clusiaceae, Bathysa australis (macuqueiro), Faramea marginata (pimenteira-selvagem) entre as Rubiaceae, Gymnanthes concolor (laranjeira-do-mato) e Pausandra morisiana (almécega-vermelha) entre as Euphorbiaceae.

No estrato arbustivo predominavam Psychotria nuda e Psychotria suterella (grandiuva-de-anta), Rudgea jasminoides (pimenteira-das-folhas-largas) entre as Rubiaceae, Geonoma schottiana e Geonoma gamiova (guaricana) entre as Arecaceae, Mollinedia schottiana e Mollinedia clavigera (pimenteiras) entre as Monimiaceae, Ouratea parviflora (canela-veado) das Ochnaceae e Ardisia guianensis (baga-de-pomba) das Primulaceae. Eram ainda bastante frequentes espécies de xaxins arborescentes tais como Alsophila setosa, Cyathea phalerata, Cyathea corcovadensis e Cyathea delgadii. O estrato herbáceo era constituído principalmente por representantes das famílias Heliconiaceae, Marantaceae e Poaceae, além de Pteridófitas (SANTA CATARINA, 1986; KLEIN, 1978).

Além das supramencionadas sinúsias essa floresta apresentava uma densidade extraordinária de epífitas, onde se destacavam os representantes das famílias Bromeliaceae, Orchidaceae, Araceae, Piperaceae, Gesneriaceae, Cactaceae e diversas famílias de Pteridófitas e um grande número de lianas lenhosas onde sobressaem as espécies da família Bignoniaceae, Hipocrateaceae e Sapindaceae (KLEIN, 1978).

A Floresta Ombrófila Densa bem como todo o bioma ao qual se encontra inserida passou por uma longa história de uso intensivo e exaustivo de seus recursos, incluindo todos os principais ciclos econômicos desde a exploração do pau-brasil, da mineração, da cana-de-açúcar, do café, do cacau, da exploração da madeira e da pecuária. A região ao menos no início foi a primeira a ser explorada, quando da colonização e ocupação do país, devido à sua localização ao longo da costa brasileira (LEITÃO-FILHO, 1987).

O crescimento populacional tem contribuído para a destruição da floresta, tendo em vista a expansão urbana descontrolada. Além disso, a extensa rede de ferrovias ao longo da região facilitou a abertura de novas áreas de cultivo, exploração desordenada de madeira e a expansão de núcleos urbanos (GALINDO-LEAL e CÂMARA, 2005), bem como a abertura de rodovias como, por exemplo, a BR-101 na década 1970 e outras rodovias estaduais (CAMPANILI e PROCHNOW, 2006). Nas regiões litorâneas a expansão da infra-estrutura turística teve um impacto negativo significativo nos ambientes costeiros (GALINDO-LEAL e CÂMARA, 2005).

Segundo Galindo-Leal e Câmara (2005) as causas mais recentes da perda de floresta incluem formas intensivas de cultura agrícola como, por exemplo, a soja, subsidiadas pelo governo, e a expansão dos reflorestamentos com Pinus e Eucalyptus. Pois, com a rápida expansão da indústria de celulose e papel, grandes áreas de florestas foram suprimidas e substituídas por plantações homogêneas de pinheiros exóticos e eucaliptos.

Além disso, a construção de represas para a produção de energia hidrelétrica contribuiu substancialmente para a perda de habitats e para mudanças ecológicas na região. Apesar da devastação ecológica e social provocada pela construção de represas, amplamente reconhecida, vários projetos hidroelétricos continuam sendo implementados (GALINDO-LEAL e CÂMARA, 2005; CAMPANILI e PROCHNOW, 2006).

Desta forma, desde a colonização sua cobertura original foi sendo substituída por extensas monoculturas, áreas urbanas, agrícolas e de pecuária, tanto que atualmente grande parte da Floresta Ombrófila Densa encontra-se intensamente explorada.

Na região do planalto catarinense em altitudes acima de 500 m e climas sem período seco com ocorrência de 4 a 6 meses frios (Tm 15°C) e até 6 meses quentes (Tm 20°C) durante o ano (SANTA CATARINA, 1986), a Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) imprime um caráter fisionômico à Floresta Ombrófila Mista. Segundo Klein (1978) a Araucaria angustifolia nessa região ocupava o estrato emergente como macrofanerófita (árvore com altura entre 30 e 50 m). Nas bacias e afluentes do rio Negro e rio Iguaçu no Planalto Norte do estado predominavam na sinúsia de mesofanerófita, a Ocotea porosa (imbuia), Sloanea lasiocoma (sacopema) e Ilex paraguariensis (erva-mate). Além das espécies citadas eram frequentes as seguintes árvores: Ocotea odorifera (sassafrás), Ocotea puberula (canela-guaicá), Persea major, Cryptocarya aschersoniana (canela-fogo), Nectandra lanceolata (canela-amarela) entre as Lauraceae, a Eugenia involucrata (cereja), Eugenia pyriformis (uvaia), Myrcianthes pungens (guabiju), Myrcianthes gigantea (araçazeiro) e Myrcia obtecta (guamirim) entre as Myrtaceae, Matayba elaeagnoides (camboatá) e Cupania vernalis (miguel-pintado) entre as Sapindaceae, a Mimosa scabrella (bracatinga) entre as Fabaceae, as Meliaceae Cedrela fissilis (cedro) e Cabralea canjerana (canjerana), Cinnamodendron dinisii (pimenteira) das Canellaceae, Lamanonia ternata (guaraperê) das Cunoniaceae, Prunus myrtifolia (pessegueiro) das Rosaceae e as caúnas (Ilex dumosa, I. brevicuspis, I. microdonta) e Ilex theezans (congonha) entre as Aquifoliaceae.

A sinúsia das arvoretas era formada principalmente pela própria Ilex paraguariensis associada com Casearia decandra (guaçatunga) Salicaceae, Sebastiania brasiliensis (leiteiro) e Sebastiania commersoniana (branquilho) Euphorbiaceae, Drymis brasiliensis (casca-de-anta) Winteraceae entremeados muitas vezes por densas touceiras de Merostachys multiramea (taquara) Poaceae (KLEIN, 1978) e em alguns locais por Dicksonia sellowiana (xaxim) Dicksoniaceae.

A Floresta Ombrófila Mista teve significativa importância no histórico de ocupação da região sul, não somente pela extensão territorial que ocupava, mas principalmente pelo valor econômico que representou durante quase um século (KLEIN,1985).

A partir de meados do século XIX, consolidou-se um processo gradativo de ocupação das terras no interior do sul do Brasil (KOCH e CORRÊA, 2002), provocando uma dramática redução das áreas com florestas originais na região (MEDEIROS, 2005). Entretanto, no início do século XX a Floresta Ombrófila Mista ainda dominava as paisagens do sul do Brasil cobrindo 30% do território catarinense, porém, com o avanço da colonização interior adentro muitas derrubadas florestais foram proporcionadas para a formação dos núcleos urbanos e surgimento de lavouras, quase sempre de subsistência. Além das derrubadas para instalação urbana e ampliação das fronteiras agrícolas, com a construção das ferrovias cresceu muito o número de serrarias, sendo muitas destas estrategicamente alocadas ao longo das ferrovias e, assim, permitindo que a exploração dessa floresta logo se tornasse a principal atividade econômica no sul do País (KOCH e CORRÊA, 2002).

Em Santa Catarina a indústria madeireira cresceu de forma impressionante, também por conta de sua exuberante floresta. De acordo com dados de 1937 haviam 381 serrarias catarinenses cadastradas à Rede de Viação Paraná Santa Catarina e já em 1948 dados do Instituto Nacional do Pinho revelavam 910 serrarias no estado (KOCH e CORRÊA, 2002), muitas das quais o produto principal provinha da Floresta Ombrófila Mista.

Segundo Koch e Corrêa (2002) dados históricos datados de 1940 revelam que Santa Catarina era o maior exportador de madeira, sendo responsável por mais da metade das exportações brasileiras. Somente em 1968 exportou-se mais de um bilhão de metros cúbicos de madeira do Brasil (HUECK, 1972), onde 45% do total da produção eram provenientes de Santa Catarina (KOCH e CORRÊA, 2002).

Na região do planalto norte catarinense, que abrange os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho, Canoinhas, Mafra, Três Barras e Porto União, a exploração dos recursos florestais foi uma prática muito constante. Essa região é considerada o pólo moveleiro e madeireiro do Brasil, além de ser o mais expressivo da América Latina. A exploração madeireira nessa região foi exercida de maneira predatória sob o ponto de vista ecológico, social e econômico, pois até pouco tempo não havia leis para proteger a sustentabilidade florestal e pouco se conhecia sobre conservação florestal. Diversas espécies foram exaustivamente exploradas na região, mas principalmente a Araucaria angustifolia que na década de 70 correspondia a 90% da madeira remetida para fora do País (SEITZ, 1986), além de Ocotea odorifera, Ocotea porosa, Dicksonia sellowiana e Ilex paraguariensis que são espécies características da Floresta Ombrófila Mista.

A Floresta Ombrófila Mista do ponto de vista da exploração madeireira é a mais expressiva dentre as florestas, devido à homogeneidade e densidade de sua população arbórea, principalmente por espécies como a Ocotea porosa e a Araucaria angustifolia (REITZ et al., 1978).

Hoje, estima-se que os remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, nos estágios primários ou mesmo avançados, não perfazem mais de 0,7% da área original (MMA, 2002), o que a coloca entre as fitofisionomias mais ameaçadas do Bioma Mata Atlântica. As indicações mais otimistas registram entre 1 a 2% de áreas originais cobertas por esta floresta nos três estados do sul (KOCH e CORRÊA, 2002). Em Santa Catarina restam apenas alguns relictos remanescentes com uma área de aproximadamente 2% da original, que perfazem 4.000 km2 distribuídos em fragmentos dispersos (MEDEIROS, 2000).

Outro aspecto que ressalta a criticidade da Floresta Ombrófila Mista é a carência de espaços legalmente protegidos, sob a forma de unidades de conservação, na sua área de ocorrência original (MEDEIROS, 2005).

Devido ao intenso processo de degradação e fragmentação florestal constatado, a implantação de UC de proteção integral se insurge como estratégia inadiável.

3.2.2. Avifauna


A descrição dos habitats de ocupação da avifauna brasileira feita por Sick (1997) insere a APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold na seção ecológica denominada de Floresta Pluvial Atlântica.

Essa seção ecológica é uma das mais ricas do mundo em biodiversidade, sendo considerada um Hot Spot de diversidade de vida em todo o mundo. Apesar de ser uma das florestas mais ricas em espécies de aves do Brasil, a Floresta Atlântica também é uma das mais ameaçadas, sendo assim fundamental a realização de esforços para a manutenção desse patrimônio natural.

As aves são os vertebrados terrestres mais conspícuos nas paisagens naturais ou artificiais, sendo possível observar grande variedade de espécies. Por causa dessa característica e da convivência próxima e quase sempre harmoniosa com o ser humano, as aves são as mais admiradas e protegidas de todas as formas de vida terrestre (GONZAGA, 1982).

Essa classe de vertebrados apresenta um grande número de espécies que habitam diferentes ambientes, tendo importante papel ecológico nos ecossistemas. Além do mais estudado e conseqüentemente conhecido, o grupo das aves se destaca, sendo bastante utilizado como ferramenta para avaliação ambiental (FAVRETO et al., 2008). Por responderem de forma eficiente às alterações ambientais, sendo, portanto, consideradas como ótimas indicadoras de qualidade ambiental, as aves sempre são contempladas em estudos que visem o manejo e monitoramento ambiental de uma determinada área (ALMEIDA, 1986; ANDRADE, 1993 e SICK, 1997).

Embora apresente todas as vantagens mencionadas, a falta de inventários avifaunísticos em muitas regiões do país nem sempre permite a utilização deste grupo de uma forma mais eficiente para subsidiar adoções de medidas de manejo para a conservação de ambientes naturais, em especial, para a elaboração e implantação de PM em UC.

Para o território de Santa Catarina, embora as pesquisas ornitológicas tenham progredido nos últimos anos, muitas regiões consideradas importantes para a conservação dos recursos naturais, ainda carecem desses estudos (ROSÁRIO, 1996). Na região onde se insere a APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold, com exceção de alguns trabalhos pontuais, não existem estudos mais aprofundados com a avifauna local, o que infelizmente não permite a determinação mais conclusiva da real composição desse grupo animal para a referida UC.

Os resultados apresentados no diagnóstico avifaunístico deverão orientar as ações necessárias para promover o zoneamento e a conservação ambiental da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold, de forma a garantir a manutenção do maior número possível de espécies de aves.

3.2.3. Mastofauna


Os mamíferos representam um dos grupos animais mais diversos e complexos, apresentando várias formas e adaptações que os possibilitam ocupar uma ampla variedade de ambientes aquáticos e terrestres (EISENBERG; REDFORD, 1999).

Os mamíferos terrestres desempenham importante papel na manutenção da diversidade dos ambientes naturais, agindo como dispersores e predadores de sementes e plântulas, removedores de carcaças e detritos, servindo de presa, ou como predadores e reguladores de populações de outras espécies (PARDINI, et al., 2004).

Atualmente são conhecidas cerca de 5.418 espécies de mamíferos no mundo (WILSON; REEDER, 2005), e o Brasil contabiliza 652 espécies, com mais 6 espécies exóticas que voltaram ao estado selvagem no território nacional (REIS, et al., 2006).

O estado de Santa Catarina tem em sua mastofauna terrestre, (excluindo-se as espécies marinhas) cerca de 120 espécies nativas, (CHEREM et al., 2004) dentro de 9 ordens: Didelphimorphia (cuícas e gambás, 12 espécies), Xenarthra (tatus e tamanduás, 06 espécies), Chiroptera (morcegos, 40 espécies) Primates (macacos, 03 espécies), Lagomorpha (coelho-do-mato, 01 espécie), Carnívora (cachorro-do-mato, quati, gatos-do-mato, lontra, 15 espécies), Perissodactyla (anta, 01 espécie), Artiodactyla (porcos-do-mato, veados, 05 espécies), e Rodentia (ratos-do-mato, esquilo, ouriço, cutia, capivara, preá, 35 espécies), e dentro deste total, 33 se encontram em algum grau de ameaça segundo à recém criada lista das espécies ameaçadas do estado de Santa Catarina (IGNIS, 2010).

São diversas as causas do declínio populacional destas espécies, e entre eles os principais e mais comuns são alterações do habitat causadas pelo homem, como o desflorestamento, construção de rodovias, hidrelétricas ou empreendimentos imobiliários e industriais, caça, poluição e a introdução de espécies exóticas. Estas condições unidas à falta de adaptabilidade de algumas espécies, podem ocasionar extinções locais, ao passo que outras espécies mais generalistas, podem aumentar seus níveis populacionais originando um declínio da biodiversidade local (QUADROS; CÁCERES, 2001).

Uma das soluções mais efetivas e utilizadas no mundo para a manutenção da biodiversidade, é a criação de UCs, que podem ter a conservação de espécies como seu principal alvo, ou com outros fins, como a manutenção de recursos hídricos, patrimônio histórico, ou de locais paisagísticos, que também podem ajudar a garantir a manutenção de áreas naturais, restringindo e ordenando os usos dentro destas áreas a partir da criação e implantação de PM.

3.3. Meio Socioeconômico


O estudo socioeconômico definiu como contexto regional o município de São Bento do Sul, onde a APA está inserida e os municípios que são vizinhos a esta, que são: Campo Alegre, Corupá, Jaraguá do Sul e Rio Negrinho (Figura 6).

O estudo não incluiu o município de Piên no Paraná, tendo em vista que, mesmo estando localizado a norte do município de São Bento do Sul, não tem nenhuma ligação com a APA, que se encontra na região sul do mesmo município.

        1. Municípios do entorno da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold
Fonte: Prefeitura de São Bento Sul (2010)

Histórico

Campo Alegre
Contam os cronistas que o primeiro homem branco que passou pelo município de Campo Alegre foi Alvar Nunes Cabeza de Vaca, explorador espanhol que acompanhou a expedição da Harvaes a Florida (EUA) em 1527, naufragou nas costas do atual estado do Texas, foi nomeado administrador da Colônia Rio da Prata (Uruguai e Argentina) que se estendia também ao Paraguai.

Em luta com os índios guaranis, onde hoje se situa Assunção no Paraguai, os espanhóis estavam cercados. Cabeza de Vaca recebeu pedido de auxilio e, com suas tropas, dirigiu-se a Assunção, mas tentando alcançá-la por terra. Desembarcou seus homens, armas e cavalos em local perto de São Francisco do Sul, subindo a Serra do Mar em local ainda duvidoso, mas suas descrições dos campos da região da “Floresta” não deixam dúvidas quanto a sua passagem por aqueles campos. Daqui dirigiu-se direção ao norte, saindo nos campos próximos de Curitiba, isto no ano de 1542. De Curitiba dirigiu-se para o oeste, passando pelos campos de Ponta Grossa e alcançando Assunção, onde auxiliaram os espanhóis a derrotar os índios. Conta a história que ao desembarcar no litoral catarinense, Cabeza de Vaca, além de homens, trazia cavalos para o transporte de cargas, mas que ao passarem pelos campos de Campo Alegre, poucos animais restavam.

Campo Alegre, no início do século XIX em 1807 não passava de um pequeno povoado. Seu comércio era representado por um estabelecimento comercial de propriedade de Francisco Bueno Franco, o povoado contava com um pequeno número de habitantes. A este juntaram-se Olimpio de Oliveira, Augusto Schroeder e outros. Nesta época o município tornou-se mais importante. O comércio teve grande atividade e dentro da vila já se contavam doze casas comerciais. Todo o movimento comercial do norte do estado, assim como do sul e interior do vizinho estado do Paraná, obrigatoriamente passava por essa cidade, em trânsito pela estrada Dona Francisca. Com a abertura de novas vias de comunicação entre Santa Catarina e Paraná, que desviavam quase que totalmente o comércio de Campo Alegre, o município foi decaindo. Os postos fiscais, ao longo do rio Negro, faziam cobrança de impostos de exportação e importação, o que igualmente ajudou a desviar o comércio. Anos após, grande parte da população do município, constituindo famílias inteiras, debandou em busca de novos núcleos de colonização, especialmente para Ouro Verde, hoje Canoinhas, e para Rio Negrinho.

No período de 1853 a 1857, engenheiros fizeram diversas explorações para uma melhor e mais fácil subida da serra, encontrando a melhor maneira pelo Vale do Rio Seco. Em 1858 por solicitação da Cia. Colonizadora, o governo imperial aprova a construção da estrada, que ligaria Joinville - São Miguel - Tijucas do Sul - Curitiba.

Quando a construção da estrada chegou onde hoje é a cidade de Campo Alegre, já existiam alguns moradores, localizados ao lado do Salto Branco. No dia 23 de agosto de 1827, o governo imperial começou a medição dos lotes coloniais e construiu o primeiro rancho de Campo Alegre, na hoje localidade de São Miguel, distante apenas 5 km do centro da cidade. A cidade foi nomeada de Froeliches Feld, que traduzido significa “Campo Alegre”, nome recebido devido às belas paisagens naturais que existiam.

Foi muito discutido a questão dos limites deste município com o Paraná. Os povoadores de Campo Alegre, em sua maior parte filhos do Paraná, pugnavam para que o lado (pra cá do rio) fosse catarinense. Nesse ponto, foram pelo trajeto apresentado pelo doutor Joaquim Augusto do Livramento, que fixava a linha de demarcação pelo rio Sai-guassu, rio Negro e Iguassu. Em 1851, as divisas das Províncias do Paraná e Santa Catarina ainda eram desconhecidas, o que causava muitas brigas e confusões. O Paraná considerava a divisa pelo rio Negro, com sua nascente localizada no Quiriri, as mesmas divisas doadas à princesa Dona Francisca por seu irmão Dom Pedro II quando ela se casou com o príncipe de Joinville. Com a fundação da Colônia Da. Francisca criou-se a Cia. Colonizadora de 1849 pelas mãos do então Senador Alemão, Sr. Schroeder, a qual contratou com o governo imperial a colonização das terras da princesa por europeus.

Assim, a imposição pela divisa da Serra do Mar provocou descontentamento geral entre os habitantes, pois seu território ficava enquadrado dentro do estado do Paraná. Mas pelo que demonstram os fatos, Santa Catarina nunca deixou de considerar Campo Alegre como seu, incluindo, respectivamente, nas comarcas de Joinville e Serra Alta. O mesmo acontecia no estado do Paraná.

No km 53 da Estrada Dona Francisca, havia um posto fiscal (barreira) que era divisa natural do município entre os dois estados.

Entre os primeiros povoadores destacam-se Francisco dos Reis Carneiro, Amâncio Alvez Correa, Joaquim Machado dos Santos, Manuel Soares, Jose Soares e Anastácio Preto de Chaves.

Em 1876, novos colonos juntaram-se aos primeiros colonizadores, adquirindo lotes de terras, que faziam parte do território do Contestado “Estado do Paraná”. Em 1888 o povoado tornou-se distrito de São Bento do Sul e, em 18 de março de 1897, conquistou sua emancipação política e administrativa.

A Serra Dona Francisca acabou transformando a povoação na rota obrigatória entre Santa Catarina e Paraná. Além da localização privilegiada, Campo Alegre ainda contava com a fartura da erva-mate. O brilho das décadas de ouro começou a desaparecer com a abertura de novas rotas e a decadência do plantio e exportação da erva (PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO ALEGRE, 2010).

Corupá
A história de Corupá remonta ao ano de 1541 quando a expedição de Don Alvar Nuñes Cabeza de Vaca percorreu o célebre Peabiru: caminho indígena pré-cabraliano que ligava os Andes ao Oceano Atlântico. O Peabiru iniciava na desembocadura do rio Itapocu, em Barra Velha, subindo por ele até a confluência dos rios Novo e Humbold e dali pela atual Avenida Getúlio Vargas subia a Serra do Mar, pelo traçado da atual estrada de ferro até as nascentes do rio Banhados e seguindo o rio Negrinho, o rio Negro, o rio Iguaçu e o rio Paraná até o Paraguai, além disso, também interligava trilhas indígenas menores. Este caminho foi muito usado até 1850, quando ele foi retalhado pela construção de rodovias e a ferrovia, mas ainda é possível percorrer o traçado geral.

Em 1849, foi criada a Sociedade Colonizadora Hamburguesa, mais tarde substituída pela Companhia Hanseática de Colonização que englobou os bens da anterior, com o objetivo de povoar as terras dos príncipes Dona Francisca, François de Orleans e do Conde d’Eu, esposo da princesa Dona Isabel. Em 1895 a Cia Hanseática, por seu diretor Karl Fabri, adquiriu por compra, mais de 635.000 ha de terra, dos quais, 35.000 ficavam no alto vale do rio Itapocu e deram origem a Corupá, e por contrato, as terras deveriam ser colonizadas num prazo de vinte anos por imigrantes europeus.

O primeiro nome de Corupá foi Hansa Humboldt, em homenagem ao naturalista alemão Alexandre von Humboldt. A data de fundação refere-se ao dia em que Otto Hillbrecht e seu filho e Wilhelm Ehrhardt compraram os primeiros lotes coloniais, respectivamente os de número 6, 7 e 1. Estes pioneiros, vindos da Alemanha, desembarcaram em São Francisco do Sul em 30 de junho de 1897 e em 07 de julho de 1897 chegaram a Hansa Humboldt vindos de barco pelo rio Itapocu, sendo este o único caminho de acesso até 1900. Desembarcaram na confluência dos rios Humboldt e Novo, seguiram por um picadão, hoje a Avenida Getúlio Vargas, até o galpão dos imigrantes onde foram recebidos pelo agrimensor Eduard Krisch. O galpão não passava de um rancho feito de troncos tendo cobertura de folhas de palmito.

Os três primeiros focos irradiadores da civilização catarinense foram São Francisco do Sul (1658), Desterro, atual Florianópolis (1666) e Laguna (1676). Corupá estava integrada à administração de São Francisco do Sul à qual se ligavam Joinville, Jaraguá do Sul e todas circunvizinhanças. Com a criação do Distrito de Joinville, Corupá foi anexada a administração de Joinville via Jaraguá do Sul; mais tarde criou-se o Distrito de Jaraguá do Sul e, finalmente, em 11 de maio de 1908 foi criado o Distrito de Hansa Humboldt, sendo o primeiro intendente o Sr. Ernesto Rückert. Em virtude do Decreto Lei Estadual do Governador Nereu Ramos de n° 941, de 31 de dezembro de 1943, a partir de 01 de janeiro de 1944 Hansa Humboldt passou a chamar-se Corupá. Pelo Decreto Lei Estadual n° 348, de 21 de junho de 1958, foi criado o município de Corupá e sua instalação ocorreu no dia 25 de julho de 1958.

Antes mesmo da fundação oficial de Hansa Humboldt já eram conhecidos os acidentes geográficos de Corupá, tais como as serras e principalmente as fortes e altas quedas de água que do planalto despencam à planície. Em 1879 foi organizada uma expedição, liderada por Albert Kröhne, com a incumbência de encontrar um futuro caminho entre Hansa Humboldt e São Bento do Sul e que desse também ligação a Curitiba. Nesta expedição foram denominados o rio Ano Bom, o rio Humboldt e a Estrada Bomplandt. Bomplandt era companheiro de viagens de Alexandre von Humboldt. Já pelo lado contrário, havia o caminho aberto por Emílio Carlos Jourdain, seguindo o Vale do Rio Novo. Nesta época também foram denominados o afluente do rio Novo, o rio Isabel, em homenagem à princesa, e o afluente deste, o rio Paulo. Todas estas denominações são utilizadas até hoje.

A partir de dezembro de 1897 o número de imigrantes foi aumentando. Em novembro de 1899 foi fundada a comunidade evangélica. Também em 1899 foi fundado o primeiro hotel, pelo casal Wilhelm e Maria Pieper, e chamava-se Hotel Pieper. Em 1902, 26 lotes tinham casas edificadas e outros 16 haviam sido vendidos. Em 1906 iniciou o Orquidário Catarinense, com Roberto Seidel que até hoje, comercializa e exporta orquídeas e bromélias. Em 1909 foi construída a capela católica. Em 1910, chegou o primeiro trem vindo de São Francisco do Sul e em 2 anos, os trilhos avançaram até São Bento do Sul. Cada chegada e partida era uma festa, um encontro social, cultural e econômico. A estação ficava apinhada. Em 1915 foi construído o primeiro salão de Hansa, o Salão Estrela.

Em janeiro de 1920 foi inaugurada a Firma Luz e Força Hansa que forneceu energia elétrica até 1958, quando o dique da represa se rompeu e destruiu a usina. Em 1923 chegou a Hansa, Carlos Rutzen que comprou uma propriedade que continha casa de gêneros alimentícios, fazendas, ferragens, açougue, salão com palco para festividades como casamentos, teatros, ginástica, reuniões sociais, eleições, festas, bailes e domingueiras. A ação social e econômica de Carlos Rutzen foi tão grande que a Vila Isabel passou a ser chamada, popularmente, de Vila Rutzen. Em 1927 o Dr. Adolfo Konder visitou Hansa Humboldt e a definiu como “Califórnia do Brasil” devido à paisagem e à abundância de laranjas que aqui se encontravam. Em 1928 foi fundado o Jornal de Hansa, pelo Sr. José Maffezzolli, prático em tipografia vindo de Brusque.

De 1914 a 1918 desenrolou-se a Primeira Guerra Mundial. Até aquela data, só existiam em Hansa Humboldt escolas particulares alemãs. Estas e outras sociedades foram fechadas neste período, pelo inspetor Oreste Guimarães. Terminada a guerra, estas escolas e sociedades foram reabertas e veio então, a primeira escola estadual ou brasileira, como se dizia. Em grande parte isso foi motivado pelo espírito de nacionalismo que varreu o Brasil por causa da guerra e a estrada de ferro, que funcionava plenamente e trouxe muitos brasileiros, quer dizer, não de origem alemã (KORMANN, 1992).

Jaraguá do Sul
Patrimônio dotal da princesa Isabel casada em 1864 com o Conde D'Eu: terras devolutas a serem demarcadas em Santa Catarina – Grão-Pará (Orleans) e em Joinville.

No ano de 1875, Emílio Carlos Jourdan, engenheiro e coronel honorário do Exército Brasileiro, foi convidado para fazer a medição e tombamento de 25 léguas quadradas no Vale do Itapocu e rio Negro, assinando contrato em 21 de janeiro de 1876. Na mesma época  assinou instrumento particular de arrendamento de 430 ha das terras com a princesa Isabel. Após sua chegada a Joinville, parte para São Bento em 29 de fevereiro de 1876 e 49 dias depois retorna a Joinville, em 17 de abril de 1876, encerrando a demarcação. Passa a colonizar os lotes e com auxilio de 60 trabalhadores, inclusive escravos, que cultivam a cana-de-açúcar, constituindo-se ali um engenho de cana, serraria, olaria, engenho de fubá e mandioca. O Estabelecimento Jaraguá, em tupi-guarani Senhor do Vale, ficava entre os rios Itapocu e Jaraguá e a região pertencia ao município de Paraty (Araquari). Em 17 de abril de 1883 foi anexada por Joinville. Diante da impossibilidade de reverter a situação Jourdan em 1888 desiste deste empreendimento, que foi depredado em 1893.

Com a Proclamação da República em 1889, as terras dotais passaram para o domínio da  União, e em 1893 para a jurisdição dos estados.  As terras devolutas na região, à margem direita do rio Jaraguá,  passam a ser colonizadas pelo estado através do Departamento de Terras e Colonização, sediado em Blumenau, a partir de 1891, na região de Garibaldi e Jaraguá Alto, com imigrantes húngaros e na região do rio da Luz e rio Cerro com colonizadores alemães e neste último também com italianos.

No ano de 1895, Joinville institui Jaraguá como o 2º Distrito, nomeando para Intendente, Maximiliano (Max) Schubert e em 22 de agosto é criado o Distrito de Paz. Mas, em 1896 a região volta a pertencer a Paraty. Houve ainda a possibilidade de formar com Barra Velha um município com o nome de Glória. Foram realizadas consultas populares em 1897: Georg Czerniewicz e Roberto Buhler lideravam o grupo que defendia a emancipação; Rosemberg, Butschardt e Koch eram do grupo que queriam ser anexados a Joinville. Venceu o segundo grupo e Jaraguá passou efetivamente  a ser o 2º Distrito de Joinville.

Após alguns anos, de um simples povoado, Jaraguá se tornou uma vila economicamente ativa, principalmente após a construção da ferrovia, inaugurada em 1910. A cidade cresceu ao seu redor e neste burburinho chegavam as notícias, os produtos, os visitantes e, escoava-se a produção local.

Assim, por volta de 1930, o movimento pró-emancipação se formou e pelo Decreto Estadual nº 565 de 26 de março de 1934, o Interventor Federal Aristiliano Ramos, desmembrou Jaraguá de Joinville, tornando-o município e nomeando para prefeito, o então Intendente José Bauer. No dia 8 de abril de 1934 ocorre a solenidade de instalação do município na sede da Intendência de Jaraguá, perante inúmeras autoridades e a comunidade, que muito prestigiou o evento.

Em 1943, pelo Decreto n° 941, o município passa a ser Jaraguá do Sul. Por sua vez, o Distrito de Hansa também busca sua emancipação, efetivando-se através da Lei n° 348, de 21 de junho de 1958.

Jaraguá cresceu e constitui hoje um parque industrial forte e diversificado, dispondo de indústrias de malharias e confecções, metal-mecânica,  parapentes e produtos alimentícios. Jaraguá do Sul do Morro da Boa vista,  da industrialização, do trabalho e da cultura identificada nas atividades das etnias formadoras de seu povo, negros, alemães, italianos, húngaros e poloneses (PREFEITURA MUNICIPAL DE JARAGUÁ DO SUL, 2010).

Rio Negrinho
Os terrenos a oeste da divisa da Colônia de São Bento, da Companhia Colonizadora Hanseática, pertenciam à importante família "Franco", de Curitiba, que em diversos pontos localizou capatazes com a finalidade de vigiarem a terra.

Foi assim que em 1875 se estabeleceram no local as famílias Ferreira de Lima, Simões de Oliveira e Gravi, todas oriundas de São José dos Pinhais, no estado do Paraná.

Com a construção em 1880, da Estrada de Rodagem Dona Francisca, trecho de São Bento a Rio Negro, via Rio Negrinho, várias famílias alemãs da Colônia de São Bento, se transferiram para Rio Negrinho, mencionando-se entre elas, as de José Brey, Luiz Scholz, e a de Carlos Hantschel, que deixaram numerosa descendência.

Em 1910 com a construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, ramal São Francisco - Porto União, a localidade tomou grande impulso, e novas famílias vieram juntar-se às já existentes. Dentre elas, menciona-se as de José Grossi, Victor Soares, Capitão Alfredo Pinto de Oliveira, Bernardo Olsen, Paulo Wehmut, Jacob Decher, Otto Baunmer, Henrique Kwitschal, Henrique Hatschbach, formando, assim, uma aldeia entre a ponte do rio Negrinho e o Quilômetro 103, que foi, na realidade, o início da futura cidade de Rio Negrinho. Foi nesta ocasião, que se iniciou a exportação da erva-mate e madeira em toras, produtos estes que por largos anos construíram o principal ramo de comércio da localidade.

Com a instalação, em junho de 1918, da firma Jung & Cia., e consequente loteamento de terras, novas famílias vieram juntar-se ao núcleo existente. Foi assim que fixaram residência em Rio Negrinho, os Senhores Willi Beckert, Gustavo Schulz, Pedro Simões, Max Jantsch, Ignácio Kohlbeck, Bernardo Wolff e muitos operários.

O município de Rio Negrinho é um nascedouro de rios, daí o nome. Pela Lei Estadual n° 133, de 30 de dezembro de 1953, Rio Negrinho foi elevado à categoria de município (PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO NEGRINHO, 2010).

São Bento do Sul
Em 14 de junho de 1873, partiu do Velho Mundo mais um navio lotado de imigrantes, com destino ao Brasil. Era o veleiro "Zanzibar", que transportava 141 passageiros procedentes da Boêmia, Prússia Ocidental, Áustria, Polônia Oriental, Saxônia e de outros países.

No dia 5 de setembro daquele ano, a embarcação ancorou nas proximidades de uma ilha ao largo do porto de São Francisco, em Santa Catarina. Dois dias depois, quando a nação que os acolhia completava seu 51° aniversário de independência, os viajantes pisaram pela primeira vez o solo brasileiro. Algumas famílias foram para São Bento.

Contratados pela Sociedade Colonizadora de 1849 de Hamburgo, esses autênticos bandeirantes destinaram-se a civilizar um planalto cujas florestas muito se pareciam, em pujança, com aquelas que os viram nascer na velha Europa Central.

A 20 de setembro de 1873, a direção da Colônia Dona Francisca enviou serra acima os primeiros 70 colonos. Localizando-se, à margem de um arroio, em um grande barracão de pau-a-pique esses imigrantes austro-bávaros (do Bohmenwaldt), pomeranos, boêmios do norte (Nordböhmen) e poloneses (Deutsch polen) lançaram os alicerces da Colônia Agrícola de São Bento no dia 23 de setembro de 1873.

Em 1876, no curto espaço de 3 dias, foi erguida por 10 homens uma capela na Colônia. Depois de benzê-la, o Padre Carlos Boegershausen, vigário da paróquia de Joinville, celebrou, no dia 8 de março, a primeira missa em meio ao grande júbilo popular.

No mesmo ano, graças aos esforços de seus desbravadores e de outros colonos de variadas procedências que posteriormente lhes foram somados, pôde a colônia receber a visita do Dr. Alfredo D'Escragnolle Taunay, então Presidente da Província de Santa Catarina. No ano seguinte, lá chegou, instalando-se definitivamente, o primeiro médico Dr. Phillip Maria Wolff.

Tal como nos primeiros dias de sua vida, quando da medição das terras, volta São Bento, no ano de 1880, a envolver-se com os paranaenses em questão de limites. Em 1881, foi organizada a primeira agência de correio e no mesmo ano construída a cadeia. Pertencente a Augusto Henning, data de 1884, a primeira serraria, e em 1885, mais uma vez o município recebe a visita honrosa do presidente da província, nessa época o Dr. José Lustosa da Cunha Paranaguá.

Eram transcorridos 20 anos e a pequena colônia já cogitava de organizar a sua parte urbana quando em 1893, o Brasil foi sacudido pela Revolução Federalista. Essa revolta que em pouco tempo tomou caráter nacional, teve também como palco de lutas, a povoação de São Bento, declarada inclusive "Capital Provisória do estado", quando o general Argolo, a 10 de novembro, proclamou, do palacete Wolff (residência Kahlhofer) o "Governo Legal de Santa Catarina". E com isso São Bento sofreu as conseqüências da guerra civil.

Em 1896 as questões referentes aos limites de Santa Catarina com o Paraná agravaram-se, só terminando em 1904, com a decisão favorável, ao primeiro, do Supremo Tribunal Federal. Ainda em 1896 foi inaugurada a nova linha telegráfica e em 1906 a primeira rede de iluminação elétrica, e vieram: a seca, em 1924, com enormes prejuízos; a enchente, em 1929, quando a água atingiu o centro da cidade; a geada, em 1937, com os termômetros marcando 10°C abaixo de zero.

Em relação à sua formação administrativa, o Distrito foi criado pela Lei Provincial n° 801, de 6 de abril de 1876, e o município o foi, com território desmembrado do de Joinville, por força da Lei Provincial nº 1.030, de 21 de maio de 1883, instalando-se a 30 de janeiro do ano seguinte.

Em 1911, o município era formado por um só distrito, o de igual designação, já em 1933, aparece constituído pelo distrito-sede e pelo de Rio Negrinho. Por força do Decreto-Lei Estadual n° 941, de 31 de dezembro de 1943, o município e seu distrito-sede passaram a denominar-se Serra Alta.

Em virtude da Lei estadual n° 247, de 30 de dezembro de 1948, o município de Serra Alta e seu distrito-sede sofreram alterações toponímicas, recebendo o nome de São Bento do Sul. A composição distrital, entretanto, permaneceu a mesma: São Bento do Sul (sede) e Rio Negrinho (PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BENTO DO SUL, 2010).

Hoje São Bento ocupa lugar de relevante importância entre os municípios de maior expressão no estado.

Demografia
Os cinco municípios pertencentes ao contexto regional, de acordo com o IBGE, somavam em 1970 uma população de 75.470 habitantes, apresentando atualmente, segundo o Censo de 2010 uma população de 282.688 habitantes (Figura 7). Assim, a taxa média de crescimento anual (TMCA) foi de 3,36% ao ano, sendo que 50,3% desta população pertence a Jaraguá do Sul, 26,5% a São Bento do Sul, 14,1% a Rio Negrinho, 4,9% a Corupá e 4,2% para Campo Alegre.

Segundo os dados do IBGE de 2000, a divisão da população regional era de 19,49% rural e 74,51% urbana, sendo que 50,73% da população era do sexo masculino e 49,36% era feminina.

A densidade demográfica regional, dados de 2009, segundo IBGE, é de 99,6 hab/km², muito superior a densidade demográfica do estado de Santa Catarina que é de 64,8 hab/km², o município de Jaraguá do Sul apresenta a maior densidade dos municípios com 266,8 hab/km², seguido de São Bento do Sul com 151,3 hab/km², Rio Negrinho com 43,87 hab/km², Corupá com 34,2 hab/km² e Campo Alegre com 23,67 hab/km².

Dos cinco municípios, o que apresenta o maior território é de Rio Negrinho com 908 km², seguido de Jaraguá do Sul com 533 km², São Bento do Sul com 496 km² e Campo Alegre e Corupá com a mesma área de 405 km/².

        1. Evolução da População
Fonte: Modificado IBGE, 2010

Indicadores Sociais
Segundo dados do PNUD (1991 e 2000), o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IGH-M), o município de Jaraguá do Sul apresentava o melhor índice, situando-se em 30º lugar, no ranking nacional e em 9º lugar no ranking catarinense, seguido de São Bento do Sul que estava em 81º lugar nacional e 21º lugar estadual, enquanto que Campo Alegre foi o município que apresentou os piores índices dentre os cinco, ficando em 1.264º lugar em nível nacional e 210º lugar em nível estadual, entretanto foi o município que apresentou maior desenvolvimento estadual, com uma evolução de 11,40% (Figura 8).
        1. Evolução IDH-M
Fonte: Modificado IBGE (2010)

Saúde
Segundo dados do Ministério da Saúde, no ano de 2009 (com exceção do município de Corupá que não apresenta dados), os municípios do contexto regional apresentaram um total de 786 óbitos, destes 58,78% eram homens e 41,22% eram mulheres. Doenças do aparelho respiratório somadas representaram 37,53% das causas de óbitos, no município de Jaraguá do Sul, 20,6% dos óbitos estão relacionados a Neoplasia e Tumores. Em Campo Alegre 31,6% dos óbitos estão relacionados a doenças endócrinas nutricionais e metabólicas.

Para os nascimentos, segundo dados do IBGE (2010), foram registrados um total de 4.361 nascidos vivos, o que representa uma taxa de natalidade bruta de 1,54%. O município que apresenta o maior número de nascimentos é Jaraguá do Sul, com 52%, e o que possui o menor número é Campo Alegre, com 3% (Figura 9).
        1. Nascidos Vivos
Fonte: IBGE (2010)

Os estabelecimentos de saúde estão concentrados em grande parte nos municípios de Jaraguá do Sul, contando com 47% do total e São Bento do Sul, com 27%, onde também estão a maior parte dos leitos para internação. Corupá, conforme dados o IBGE (2006), não apresentava nenhum equipamento de diagnóstico, conforme mostra a Tabela 1.

  1. Situação da Saúde nos municípios do entorno da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
São Bento do Sul
Total
Estabelecimento de Saúde
9
8
90
32
52
191
Leitos para Internação
34
0
211
84
100
429
Mamógrafo com comando simples
0
0
4
0
1
5
Mamógrafo com estéreo-taxia
0
0
0
0
1
1
Raio X para densitometria óssea
0
0
4
0
0
4
Tomógrafo
0
0
3
0
2
5
Ressonância magnética
0
0
1
0
0
1
Ultrassom doppler colorido
0
0
8
0
6
14
Eletrocardiógrafo
1
0
13
4
7
25
Eletroencefalógrafo
0
0
3
1
0
4
Equipamento de hemodiálise
0
0
9
0
15
24
Raio X até 100mA
1
0
4
1
2
8
Raio X de 100 a 500mA
1
0
5
1
3
10
Raio X mais de 500mA
0
0
3
0
3
6

Fonte: Modificado IBGE (2010)

Saneamento e Abastecimento de Água
Para o saneamento os municípios apresentavam, conforme dados do IBGE (2000), em grande parte, o tratamento do esgoto através de fossa séptica, ou seja, 77,18% dos moradores, e apenas 10,98% dos moradores contavam com a rede geral de esgoto ou pluvial, o restante dos efluentes têm outros destinos, conforme ilustrado na Figura 10. Em Corupá a utilização de fossa séptica é de 87,6% dos moradores, São Bento do Sul apresenta a maior utilização de rede geral de esgoto ou pluvial, com 15,8%.

        1. Destinação do esgoto gerado nos municípios do contexto regional
Fonte: Dados trabalhados a partir de IBGE (2000)

  1. Infraestrutura de Saneamento



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
São Bento do Sul
Total
Total
11.553
11.733
107.941
37.517
65.223
233.967
Rede geral de esgoto ou pluvial
248
496
10.238
3.417
10.302
25.701
Fossa séptica
6.308
10.281
85.771
27.834
50.389
180.583
Fossa rudimentar
2.897
469
5.856
4.485
2.848
16.555
Vala 
252
282
4.012
647
600
5.793
Rio, lago ou mar
158
105
1.551
147
497
2.458
Outro escoadouro
305
30
197
352
84
968
Não tinham banheiro nem sanitário
385
70
316
635
503
1.909

Fonte: Modificado CNM (2010)


Em relação ao abastecimento de água, 81,5% das propriedades dos municípios do entorno da APA, segundo dados do IBGE (2000), contavam com rede geral de abastecimento, sendo que nos municípios de Jaraguá do Sul, Rio Negrinho e São Bento do Sul essa forma de abastecimento ultrapassa 80% das residências. O abastecimento através de poço ou nascente estava presente em quase 18% das residências, sendo que em Campo Alegre era um pouco mais da metade. Outras formas de abastecimento não chegavam a 1% (Tabela 3).

  1. Abastecimento de Água



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
São Bento do Sul
Total
Rede geral
5.580
7407
86.945
33.453
57.450
190.835
Rede geral - canalizada em pelo menos um cômodo      
5.508
7375
86.347
33.067
57.112
189.409
Rede geral - canalizada propriedade ou terreno      
72
32
598
386
338
1.426
Poço ou nascente (na propriedade)
5.861
4292
20.442
3665
7.662
41.922
Poço ou nascente canal. pelo menos um cômodo      
4.945
4.085
19.430
2.933
6.959
38.352
Poço ou nascente canal. só na propr. ou terreno      
284
116
610
362
223
1.595
Poço ou nascente não canalizada
632
91
402
370
480
1.975
Outra forma
112
34
554
399
111
1.210
Outra forma canal.em pelo menos um cômodo      
69
26
509
224
41
869
Outra forma canal.na propri/terreno
3
--
24
48
2
77
Outra forma - não canalizada 
40
8
21
127
68
264
Total
11.553
11.733
107.941
37.517
65.223
233.967

Fonte: Modificado CNM (2010)

Educação
No período de 2003 a 2009, segundo dados do INEP/MEC, o número de matrículas apresentou uma taxa média de decréscimo de -0,45% ao ano, principalmente para o município de Jaraguá do Sul que apresentou o maior decréscimo, com um percentual de -1,60% ao ano, seguido do município de Campo Alegre com -0,91%, em contrapartida Rio Negrinho que apresentou uma taxa de crescimento de 1,76% ao ano no período analisado (Figura 11).
        1. Evolução no número de matriculas no período entre 2003 a 2009
Fonte: Modificado IBGE (2010)

O corpo docente dos municípios somados para o ano de 2009 era de 2.928, assim distribuídos: 62,5% no ensino fundamental, 20,9% no ensino médio e 16,6% do ensino pré-escolar. Das 292 escolas somadas da região, 42,5% contavam com ensino fundamental, 12,3% com ensino médio e 45,2% com ensino pré-escolar.

O analfabetismo da região apresentou significativa redução no período de 1991 a 2000, segundo dados do INEP/MEC, havendo, em média, uma redução de 41,9%, sendo que o município de Corupá apresentou a maior redução dentre os municípios, com um percentual de 46,2% e Rio Negrinho a menor redução com 34,9%.

Aspectos Econômicos

PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios somados representam 6,07% do PIB do estado de Santa Catarina, segundo dados do IBGE (2007). A maior participação era de Jaraguá do Sul, com 66,1% e menor participação Campo Alegre, com 2,02%. A taxa média de crescimento anual da soma dos PIB’s dos municípios no período de 2003 a 2007 foi de 8,98%, pouco inferior a TMCA do estado de Santa Catarina para o mesmo período, que obteve 11,85% (Tabela 4).

  1. Evolução do PIB



Município
2003
2004
2005
2006
2007
TMCA
Campo Alegre
107.158
125.152
120.414
124.131
128.486
4,64%
Corupá
103.357
136.101
149.764
149.424
167.580
12,84%
Jaraguá do Sul
2.563.642
3.145.668
3.423.699
2.978.318
4.199.229
13,13%
Rio Negrinho
377.830
456.838
462.699
452.365
495.703
7,02%
São Bento do Sul
1.023.350
1.239.689
1.217.873
1.248.718
1.355.570
7,28%
Santa Catarina
66.848.534
77.392.991
85.316.275
93.173.498
104.623.000
11,85%

Fonte: Modificado IBGE (2010)

Quanto à composição do PIB, o setor de serviços e indústria representavam, juntos, 86,9% do valor do PIB (IBGE, 2007), e a agropecuária representava apenas 1,9% do valor dos PIB’s somados. Nos municípios de Campo Alegre, Corupá e Rio Negrinho predominou o setor de serviços, com 37,7%, 43,6% e 45,2%, respectivamente; enquanto que Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, a indústria se destacou, com 46,4% e 47,8%, respectivamente (Figura 12).

A Indústria de madeira e móveis é bem forte na região, principalmente no município de São Bento do Sul, enquanto que em Jaraguá do Sul, a indústria têxtil se destaca.
        1. Composição do PIB
Fonte: Modificado IBGE (2010)
O PIB Per Capita, segundo dados do IBGE (2007), da região é em média de R$ 17.428,00 /habitante, pouco inferior ao de Santa Catarina que foi de R$ 17.834,00 /habitante, sendo que Jaraguá do Sul apresentou o mais elevado PIB Per Capita da Região com R$ 32.308,00 /habitante, seguido de São Bento do Sul com R$ 18.685,00 /habitante, Corupá com R$ 13.135,00 /habitante, Rio Negrinho com R$ 11.736,00 /habitante e Campo Alegre com R$ 11.280,00.

Produção Agropecuária
Na produção agrícola permanente o produto de maior importância, segundo dados do IBGE (2008) é a banana, com uma produção total de 162.962 toneladas, distribuídas nos municípios na seguinte proporção: 72,6% em Corupá, 23,9% em Jaraguá do Sul e 3,5% em São Bento do Sul. Já nos municípios de Campo Alegre e Rio Negrinho se destacaram pela produção de erva-mate (Tabela 5).

  1. Produção Agrícola Permanente



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
Sao Bento do Sul
Unidade
Banana (cacho)
-
118.342
38.900
-
5.720
Tonelada
Banana (cacho)
-
32.426
10.581
-
1.144
Mil Reais
Erva-mate (folha verde)
225
-
-
160
200
Tonelada
Erva-mate (folha verde)
86
-
-
61
100
Mil Reais
Palmito
-
97
126
-
-
Tonelada
Palmito
-
198
665
-
-
Mil Reais
Pêssego
7
-
-
-
-
Tonelada
Pêssego
4
-
-
-
-
Mil Reais
Uva
17
-
28
-
-
Tonelada
Uva
34
-
25
-
-
Mil Reais

Fonte: Modificado IBGE (2010)

Na produção agrícola temporária, conforme dados do IBGE (2008), o milho teve a maior relevância, com uma produção total de 45.680 toneladas, gerando uma receita bruta de R$ 14.532 mil reais, onde o município de Campo Alegre produz cerca de 42% do total de milho (Tabela 6).




  1. Produção Agrícola Temporária



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
São Bento do Sul
Unidade
Arroz (em casca)
-
320
6.980
60
88
Tonelada
Arroz (em casca)
-
179
3.909
36
40
Mil Reais
Batata - inglesa
1.275
-
-
135
1.120
Tonelada
Batata - inglesa
1.275
-
-
56
475
Mil Reais
Cana-de-açúcar
-
1.600
4.080
-
-
Tonelada
Cana-de-açúcar
-
112
306
-
-
Mil Reais
Cebola
195
-
-
-
-
Tonelada
Cebola
218
-
-
-
-
Mil Reais
Feijão (em grão)
1.047
-
-
2.244
377
Tonelada
Feijão (em grão)
872
-
-
3.927
817
Mil Reais
Fumo (em folha)
655
-
-
626
175
Tonelada
Fumo (em folha)
4.100
-
-
3.919
975
Mil Reais
Mandioca
-
1.170
2.880
375
720
Tonelada
Mandioca
-
878
2.160
49
108
Mil Reais
Milho (em grão)
19.200
150
720
13.970
11.640
Tonelada
Milho (em grão)
5.434
50
240
3.954
4.854
Mil Reais
Soja (em grão)
840
-
-
8.505
125
Tonelada
Soja (em grão)
630
-
-
7.484
92
Mil Reais
Tomate
80
-
-
-
240
Tonelada
Tomate
63
-
-
-
240
Mil Reais
Trigo (em grão)
90
-
-
1.224
60
Tonelada
Trigo (em grão)
41
-
-
591
29
Mil Reais

Fonte: Modificado IBGE (2010)

Na pecuária, a produção de galos, frangas, frangos e pintos apresenta uma total de 4.366.900 cabeças, onde o município de São Bento do Sul destacou-se com uma proporção de 32,2% do total produzido (Tabela 7).
  1. Produção Pecuária



Descrição
Campo Alegre
Corupá
Jaraguá do Sul
Rio Negrinho
São Bento do Sul
Unidade
Bovinos
14.998
3.069
13.356
12.187
7.909
cabeças
Eqüinos
1.536
220
730
1.410
810
cabeças
Bubalinos
-
65
69
23
71
cabeças
Asininos
-
-
12
7
4
cabeças
Muares
20
9
35
18
8
cabeças
Suínos
4.700
2.395
7.990
4.054
3.220
cabeças
Caprinos
176
150
220
397
176
cabeças
Ovinos
5.536
148
450
2.738
1.490
cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos
531.749
230.600
1.050.300
1.149.339
1.404.912
cabeças
Galinhas
29.400
17.200
34.500
25.930
25.120
cabeças
Codornas
490
450
900
520
830
cabeças
Coelhos
540
145
1.100
830
810
cabeças
Vacas ordenhadas
1.050
1.200
4.675
1.106
1.380
cabeças
Ovinos tosquiados
2.120
44
170
570
557
cabeças
Leite de vaca - produção
1.934
1.470
11.579
1.585
2.013
Mil litros
Ovos de galinha - produção
103
81
236
122
168
Mil dúzias
Ovos codorna - produção
6
4
16
4
3
Mil dúzias
Mel de abelha - produção
9.500
3.380
2.380
21.100
17.120
Kg
Lã - produção
4.234
58
225
968
868
Kg

Fonte: IBGE (2010)

Os municípios em estudo ainda apresentaram como produtos de extração vegetal a erva-mate cacheada, pinhão e carvão vegetal (IBGE, 2009).

A extração de madeira como finalidade de lenha, tora, celulose e outras finalidades, tiveram grande representatividade para a economia local, com uma extração total de mais de 2.500.000 m³, no período de 2009, gerando uma receita bruta de mais de 275.000 mil reais.

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