sábado, 9 de novembro de 2013

Usina Rio Vermelho de Energia LTDA - URVE

          
            A URVE (Usina Rio Vermelho de Energia Ltda) está localizada no Planalto Norte de Santa Catarina, no município de São Bento do Sul na área rural de Rio Natal.
Atualmente existe uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) de 2,4MW de potência e uma CGH (Central Geradora de Energia) de 0,4MW localizadas no Rio Vermelho, rio que nasce em Campo Alegre. Nos novos projetos também sera instalada uma PCH no Rio Natal, rio que nasce em São Bento do Sul. O Rio Vermelho juntamente com o Rio Natal e Rio Novo, formam o Rio Itapocu cujo exutório encontra-se no Oceano Atlântico, entre os municípios de Araquari e Barra Velha, possui área de drenagem total de 2972 Km². Sua bacia hidrográfica está inserida na bacia Atlântico Sudeste, bacia 8 sub Bacia – 82. O rio Vermelho tem forma irregular com extenção de 39,442 Km da foz a nascente e uma área de drenagem de 133,65 Km². A área de drenagem da bacia contribuinte da PCH Rio Vermelho é de 62,00 km², correspondendo a cerca de 2,1 % da área de drenagem da bacia do rio Itapocu. O comprimento do rio principal entre o primeiro barramento, da PCH Rio Vermelho, e a nascente é de 27495m.
A razão do empreendedorismo e o investimento em PCH’s pode ser facilmente justificado e entendido, quando são analisados os ganhos ambientais, sociais e econômicos. A demanda crescente do consumo de energia, é provocado pelo crescimento econômico e consequente  expansão de novos empreendimentos. O crescimento populacional acompanhado do avanço tecnológico e as opções de eletrodomésticos e outras fontes consumidoras exigem um consumo maior de energia.
 Contudo a energia gerada por força hidráulica é a mais significativa em termos de rendimento potencial frente ao aproveitamento adequado dos recursos naturais. As CGH’s ou PCH’s, agregam valores importantes na manutenção do consumo crescente de energia. Estas unidades geram baixos impactos ambientais, que ainda são minimizados com a implantação de ações imediatas em sua construção e por programas socioambientais, e pela implantação de projetos contínuos.
Barragem PCH Rio Vermelho - URVE

A geração de energia por hidrelétrica, torna-se de fundamental importância, sendo o início real do desenvolvimento sustentável atendendo as residências, o comércio e as indústrias, fornecendo energia limpa.
A URVE ainda vai muito além de sua responsabilidade socioambiental e apresenta um histórico de cultura e respeito ao meio ambiente e a sociedade mesmo antes da implantação e existências do empreendimento, e investe continuamente em projetos que melhoram visam a preservação e o bem estar social.
Atualmente a URVE está em processo de implantação de mais 7 PCH’s/CGH's; CCH Rio Vermelho I - 3,00 MW; CCH Rio Vermelho II - 2,15 MW; CCH Rio Vermelho III - 2,40 MW; PCH Rabo do Macaco - 5,70 MW; CCH Rio das Pacas - 2,10 MW; PCH Escola Rio Natal - 3,10 MW; PCH Rio Natal I – 8,25 MW. Para estes novos projetos, já foram realizados: a avaliação expedita da viabilidade das usinas; os levantamentos de campos: topográficos, geológicos, hidrológicos e ambientais. Também foram concluídos o inventário simplificado, e o encaminhamento de registro na ANEEL. O órgão ambiental estadual, definiu os termos de referência, sendo desenvolvidos o EIA/RIMA e a Avaliação Integrada de Bacia. Seguindo o cronograma, no dia 17 de setembro será realizada a audiência pública, quando após cerca de 90 dias o órgão ambiental emitiu a LP (Licença Prévia) e em alguns meses entregou a LI (Licença de Instalação), momento que são iniciadas as obras de construção da usina.

O Complexo Hidrelétrico URVE – 7 PCHs apresenta a potência instalada total de 26,70 MW,  Considerando o consumo médio de uma residência (fonte ANEEL) de 153 kWh / mês, o novo empreendimento vai atender aproximadamente 69.000 residências.
Casa de Máquinas - Casa de Força - PCH Rio Vermelho - URVE

A URVE terá os três modelos de Turbinas existentes, sendo os modelos: Francis, Kaplan e Pelton. As turbinas hidráulicas independente do modelo, são movidas pela força da água que atinge um conjunto de lâminas curvas denominadas de palhetas, transformando a energia mecânica provocada pelo fluxo da pressão da água para um rotor em altíssima velocidade de rotação e consequente geração de energia. O rotor apresenta palhetas ajustáveis, comandadas da sala de controle ou até mesmo de um computador interligado, que pode ser operado a distância da casa de máquinas. Os rotores apresentam mancais de escora e contra-escora e mancais de guia, com fluxo contínuo de água, que sai um pouco acima do fluxo de água da turbina. A água após passar pela turbina, chega em um duto de sucção dentro no canal do leito do rio, tendo a extremidade do tubo com diâmetro maior que o inicial, para reduzir a velocidade da água, provocando amortecimento e fluxo normal da água na calha do rio.
A potência da turbina é a relação da proporção do volume, vazão e queda disponível. A eficiência da turbina depende da densidade da água, velocidade provocada pela gravidade e funcionalidade estrutural da turbina com aproveitamento total da energia cinética que é convertida em energia mecânica. As perdas de eficiência nas turbinas pela saída da água da turbina e perdas mecânicas de atrito são muito baixas, tendo um eficiência de até 95%.
Os modelos de turbinas são diferenciados, por que cada qual é projetado para atender as particularidades e características do relevo e queda líquida.
A turbina Francis, modelo já existente na PCH Rio Vermelho de 2,4MW, apresenta um formato em espiral cilíndrico e com palhetas curvas movimentadas pela força da água. No final do rotor a água sai em força reduzida. O conjunto é dividido em pré-distribuidor, formado por pás fixas, que formam o ângulo de entrada da água com aproveitamento total do rendimento, já o distribuidor é formado por pás móveis que controla a passagem da quantidade de água, como um regulador de potência. Estas turbinas são ideais para quedas que variam entre 40m e 400m, ideais para as usinas: CGH Rio Vermelho I – II – III, PCH Rabo do Macaco, CGH Rio das Pacas, PCH Escola Rio Natal.
A Turbina Pelton, modelo que será utilizado na PCH Rio Natal, é formada por bocais ou injetores que funcionam em conjunto com uma agulha móvel, semelhante a uma válvula controladora de vazão. A água é lançada em estruturas semelhantes a conchas encaixadas em torno do rotor. A força da água proporciona uma energia cinética que após atingir uma aceleração ideal passa a gerar energia. Estas turbinas são ideais para quedas que variam de 350 até 1100m.
A Turbina Kaplan, já existente na CGH Rio Vermelho, é diferenciada dos demais modelos, pelo rotor que apresenta as pás ligadas por pistões hidráulicos. O motor é acionado e após uma rotação de 900 rpm e passa a gerar energia. Estas turbinas são adequadas para quedas abaixo de 60m
As PCH’s que serão implantadas na URVE apresentam barragens Ambursem, modelo que apresenta vantagens em relação a velocidade de construção sendo 3 vezes superior ao processo tradicional, baixo consumo de concreto sendo de até 5 vezes menor do que as barragens comuns e eficiência ecológica com desvio do rio realizado no seu próprio leito entre os contrafortes. Todas as barragens construídas terão pouco efeito de alagamento. O menor represamento é de 0,07ha ou 700m² e o maior alagamento é de 4,02ha ou 40.200m², sendo que em atendimento aos requisitos legais e normativos, poderíamos ter uma área de até 300ha ou 3.000.000m² por PCH instalada. Mas o modelo adotado pela URVE é de baixo impacto, sendo aproveitado na maioria dos casos, a própria canaleta do rio como área de represamento. As barragens são projetadas para manterem um reservatório de água elevado para garantir uma energia maior. Na base da barragem a água entra por um duto que apresenta inicialmente um diâmetro maior e sofre variações deste diâmetro potencializando sua energia de passagem. Em alguns casos são utilizadas estruturas de equilíbrio e dissipação de energia, chamado de “chaminé”, seguindo de uma tubulação menor em relação a sua entrada. A chaminé apresenta serventia como armazenador de água pela amortização da ação da água. Próximo da casa de máquinas a tubulação sofre derivações de diâmetro menor, quando finalmente cada qual atinge a turbina.

A administração de execução das novas unidades é inerente a URVE. Entretanto a empresa Km 26 é responsável pela construção das PCH’s. Seu conhecimento adquirido na fabricação da PCH Rio Vermelho e CGH além de vasto Know-how no beneficiamento de aço, faz de seu currículo o sucesso na implantação dos novos projetos. A Km 26 fará a fabricação e montagem das adutoras metálicas de baixa e alta pressão. A tubulação será fabricada no entorno do empreendimento. O método de trabalho é pelo processo de calandragem em espiral com solda contínua. No local um galpão específico fará o teste hidrostático normatizado em 100% das barras. Também serão feitas pré-montagens pelo sistema ponta e bolsa, mais um processo inovador no setor de PCH´s. As adutoras serão produzidas num curto espaço de tempo, e com elevado nível de segurança, favorecendo em rendimento no cronograma de montagem e de construção civil.

As PCH’s terão condução de água por tubos metálicos e por intermédio de túneis. Os túneis são construídos com tecnologia alemã pela empresa Herrenknecht, fornecedora do TBM (Tunnel Boring Machine). O uso do TBM minimiza os impactos ambientais, e apresenta um ganho energético devido ao acabamento da superfície escavada tendo o melhor aproveitamento dos recurso hídricos. O uso do TBM garante vantagens econômicas na construção. Com o uso do TBM os materiais provenientes da escavação não necessitam de rebritagem, a estrutura apresenta filtros para retenção de poeira, as escavações são realizadas a frio e dispensam a utilização de explosivos, não são gerados gases tóxicos, e existe ganho na minimização da poluição sonora. A escavação não causa vibrações ou perturbações aos moradores. Este sistema de trabalho é inovador para o Brasil, em relação a execução de PCH’s.  O TBM é eficiente proporcionando um corte circular, com integridade das rochas, e acabamento perfeito das paredes.
  
As PCH’s e CGH’s, da URVE apresentam elevado aproveitamento do rio, com aproveitamento das quedas em até 100% no caso do Rio Vermelho e de 84% em relação ao Rio Natal. Estas PCH’s também apresentam vantagens na implantação, pois geram baixa impacto local, com áreas alagadas de pequena magnitude.

Uma PCH pode ter área de alagamento de até 300 hectares. Contudo a URVE em seus novos projetos, apresenta a maior área alagada com  4,2 hectares. A maioria das usinas aproveita o canal do rio com aproveitamento máximo do potencial de geração de energia.
As PCH’s ganham espaço por serem fontes renováveis de energia e com retorno superior as outras fontes como a eólica e solar. Mas é quando comparado as fontes poluidoras e não renováveis, as termoelétricas, as PCH’s demonstram seu maior potencial competidor. Quando existem picos de energia o sistema busca o equilíbrio. As fontes não renováveis são inibidas em sua produção.
 O fornecimento de energia no Estado de Santa Catarina, foi interrompido em 2001. O blecaute causou a queda do PIB, situação evidenciada em guerra ou crise econômica, mas não em decorrência do fornecimento de energia.  O investimento em energia traz subsídios importantes na manutenção e crescimento da economia do Brasil.

  

1.      HISTÓRICO, AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES
A URVE – Usina Rio Vermelho de Energia está localizada em uma fazenda florestal que marcou época com a Serraria Artefama. Empresa do ramo moveleiro, fundada em 20 de fevereiro de 1945 por: Victor Keil, Affonso Keil, Ewaldo Jungton e Francisco Kobs, e operou no local entre a década de 40 a 90 atendendo as demandas da Indústria Artefama, produtora de móveis e artefatos de madeiras, decorados com borboletas.
O desdobramento de madeira para fabricação de móveis, não impactou de forma significativa a floresta no entorno da serraria, que atualmente apresenta sua biodiversidade preservada e árvores de imponência singular. Contudo a preocupação com a renovação das florestas fez surgir a floresta de Pinus taeda implantadas no Planalto Norte na década de 60.
Parte da fazenda, pelo menos 104 hectares, foram destinados para o plantio e manejo das florestas plantadas de Pinus sp. Na mesma propriedade, e próximo da serraria foi instalado na década de 70, o primeiro borboletário do Brasil, com acompanhamento e responsabilidade técnica do Engenheiro Agrônomo Magno Bollmann. O borboletário iniciou com Otto Hübner e passou a ser mantido pelo Sr. József Bajcsik Bácsfalusi.  
Contudo no ano de 1990, a serraria, florestas e áreas preservadas foram adquiridas pelo Grupo TUPER, como uma forma de investimento, muito diferenciado de sua linha de produção, tendo como objetivo maior, a preservação dos recursos naturais. A TUPER atuante no ramo metalúrgico, foi fundada em 1971 e consta atualmente com 4 plantas somando 116.500 m2 de área industrial, 2.500 funcionários, que processam mais de 274.000 t de aço. A empresa é a 5ª maior processadora de aço no Brasil (1º semestre 2012 - INDA). A maior fabricante de Tubos de Aço com solda longitudinal até 7 polegadas do Brasil (ABITAM). Uma das líderes em Sistemas para Coberturas Metálicas do País (ABCEM), contribuindo com 38% de participação de mercado - Escapamentos e Acessórios de Reposição (SINDIPEÇAS).  Uma das maiores produtoras de Sistemas de Exaustão para OEM de veículos comerciais no Brasil (MAN, Iveco, Scania, Mercedes-Benz, John Deere, MWM, Ford) e 7,2% de participação em veículos de passeio no ano de 2011. (Renault e GM).
No ano de 1993 o empresário Presidente & CEO da Tuper S/A Frank Bollmann comprou a fazenda com intuito de preservar e desfrutar de um refúgio de laser. Entretanto a serraria denominada Km 26 continuou suas atividades serrando Pinus taeda e Pinus elliotti, fornecendo atualmente matéria prima para a indústria moveleira além de caixas e suportes para os produtos do Grupo TUPER.
Em 2004 o empresário deslumbrou o potencial das águas correntes do Rio Vermelho, observando os desníveis e quedas que proporcionam a força hidráulica própria para geração de energia. Um empreendimento sustentável para as características da região.
As primeiras saídas de campo foram realizadas em outubro de 2004 por Frank Bollmann, seus filhos Gustavo Bollmann, Alexandre Bollmann e por Demitry A. Weber, atual Gerente Geral da URVE.
Nas saídas de campo foram realizadas as primeiras medições de vazão e potencial de geração de energia, com metodologia no formato “artesanal” mas que premeditou o avanço do empreendimento.
Outras áreas de vegetação nativa foram compradas e atualmente compreendem 741,6 ha ou o equivalente a 7.416.000 m² de metros quadrados, sendo 88.1% destinados para preservação.
            Vários estudos geológicos, hidrológicos e da fauna e flora foram realizados. Após os registros na ANEEL, obtenção do licenciamento ambiental da FATMA, foi desenvolvido o projeto executivo de construção da usina, acompanhado de programas ambientais. Quando no dia 20 de fevereiro de 2009 é inaugurada a PCH Rio Vermelho com potencial de 2,4 MW, com a presença de Sergio Rodrigues Alves - Presidente da CELESC Distribuidora, Luiz Henrique da Silveira- Governador do Estado de Santa Catarina e Magno Bollmann - Prefeito de São Bento do Sul e dezenas de convidados.  
 Atualmente a URVE está prestes a implantar mais 7 usinas e seu potencial deve chegar próximo de 27 MW, estando no vale do Rio Vermelho as PCH’s: CGH Rio Vermelho I, CGH Rio Vermelho II, CGH Rio Vermelho III, PCH Rabo do Macaco, CH das Pacas e PCH Escola Rio Natal e ainda no vale do Rio Natal a PCH Rio Natal.

Vista panorâmica da URVE 741 hectares de preservação

2.      RESPONSABILIDAE SOCIOAMBIENTAL
O desempenho social e ambiental da URVE vai além dos requisitos legais e normativos aplicáveis. Seu histórico de atuação demonstra a valoração e princípios, com uma conduta de ética e responsabilidade. A preocupação com seus colaboradores diretos, terceirizados, prestadores de serviço, comunidade de entorno, moradores da cidade e meio ambiente, visam o crescimento econômico, mas numa sociedade de êxito. A URVE atua de forma Socialmente Justa, Ambientalmente Correta e Economicamente Viável. Nestas premissas muitas ações já foram consolidadas, e destacamos, os resultados de maior conotação.   
As ações de responsabilidade social não são requisitos que surgiram com a construção da primeira PCH, mas são decorrentes de muitos anos de dedicação. Proporcionar o desenvolvimento econômico alicerçado em uma sociedade de êxito e com o meio ambiente preservado são atribuições inseridas culturalmente. As ações são desenvolvidas conforme surgem as demandas de maior representatividade. Na listagem constam apoios financeiros e criação de projetos e programas, que excedem até mesmo as obrigações de licenciamento, e seu histórico demonstra de forma clara a preocupação pelo tema. Nesta apresentação são demostradas as atividades focadas no empreendimento e seu entorno, mesmo que muitas outras ações de maior área de influência, já tenham sido praticados.

2.1.            Consórcio Quiriri
O primeiro Consórcio ambiental de Santa Catarina teve origem na Administração do Prefeito Frank Bollmann (1993/1996) que teve entre suas atribuições a atenção e preocupação em relação as Bacias Hidrográficas.  Ainda antes de findar o ano de 1995 criava-se o primeiro Curso de Planejamento Ambiental Participativo em Bacias Hidrográficas, ministrado pelo professor Pedro Hidalgo, envolvendo São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre ação precursora da criação do Consórcio Quiriri. Os participantes eram cidadãos vocacionados e sensíveis à questão ambiental, além de serem formadores de opinião no meio em que atuavam. Eram 30 monitores preparados para disseminar e irradiar a ideia do Consorciamento Intermunicipal. “O 1º Curso de Capacitação Metodológica de Planejamento Ambiental Participativo em Bacias Hidrográficas, organizado pelo Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São Bento do Sul Sr. Magno Bollmann, com apoio do Engenheiro-Agrônomo Sr. Marcus Vinícius Carrasqueira, foi ministrado pelo Professor e ex-ministro da Agricultura do Chile, Sr. Pedro Hidalgo. O referido curso foi realizado durante os dias 11 a 15 de dezembro de 1995, e contou com a presença de representantes das instituições públicas municipais e estaduais, da sociedade civil organizada e do setor empresarial dos municípios de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul. Vale lembrar a importante participação do Prefeito Municipal de São Bento do Sul na época, Sr. Frank Bollmann, decisiva no sucesso do evento.” (Informativo nº 1 Consórcio Quiriri 12/2007).

2.2.            CEPA Rugendas
Conforme descrito no livro “Mais que uma Gota”. Ainda no ano de 2000 é construído o CEPA – Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais na APA Rio Vermelho/Humbold, em área doada pelo empresário Frank Bollmann. O local ficou definido como prioritário para a pesquisa e desenvolvimento de práticas ambientais, sendo um “laboratório” para pesquisas para estudantes das universidades nacionais, estrangeiras e para a preservação e desenvolvimento sustentável regional. “A obra conta com a parceria da UNIVILLE, Instituto Rugendas da Bavária e o Consórcio Quiriri, e está sendo edificada pela construtora Mayer & Miers Construções e Engenharia Ltda.” (Informativo Consórcio Quiriri nº 08 – 07/2000). A definição de nome do CEPA é originária de Johann Moritz Rugendas, alemão que esteve no Brasil entre 1821 e 1825 retratando as paisagens encontradas em pinturas que foram adquiridas pelo governo alemão. A criação do Instituto Rugendas ocorreu pela Sociedade Brasil – Alemanha de Ecologia, Cultura e Ciência, que provoca o intercâmbio entre os países em atividades de planejamento e desenvolvimento de projetos com efeito multiplicador.
O apoio a pesquisa e preservação foram méritos reconhecidos e posicionados na forma de agradecimento a Frank Bollmann na comemoração de 30 anos da Univille. Momento que registrou a Declaração de Frank Bollmann Presidente & CEO da Tuper S/A  e Proprietário da Usina Rio Vermelho de Energia.

“O incentivo à educação e à pesquisa sempre esteve em nossa filosofia de trabalho. Ao contribuir com a doação de área em nossa bela Mata Atlântica, estávamos viabilizando a implantação de um moderno centro de estudos e pesquisas ambientais. E é com satisfação que vemos a Univille utilizando aquele ambiente para realizar os avanços necessários para o desenvolvimento sustentável da sociedade, bem como para colaborar no auxílio da fiscalização e monitoramento dos recursos naturais, contribuindo contra as agressões ao meio ambiente por parte de caçadores, pescadores, degradadores, dentre outros. Destacamos também a importância da conscientização dos estudantes através da informação e da formação, despertando o interesse nos jovens a fim de promover o contato com a fauna e a flora, para que venham a auxiliar na proteção do meio ambiente, deixando essa responsabilidade também para as futuras gerações.” (Frank Bollmann, 2013).


2.3.            Caça proibida
No ano de 2007 foram encontrados dois veados mortos com tiros provocados por caçadores. Também foi encontrado um veado mateiro (fêmea) com sinais de tiro, caído no rio, tendo perdido a cria, mas foi resgatado, recuperado e libertado. Após poucos meses o veado foi encontrado com filhote.
A caça foi proibida, e coibida com cercas, placas, vigilância e maior aproximação com a Polícia Militar Ambiental, para ajudar no controle das investidas de caçadores. Após 6 anos o cenário atual demostra uma região rica de espécies, como do puma, também chamado de onça-parda (Puma concolor) espécie que está na lista de espécies ameaçadas. Também já foi observada a anta, espécie rara e protegida no refúgio.

2.4.            Combate a incêndio florestal
A URVE já realizou combate e controle de Incêndio em vegetação nativa em 15/09/2006 e em 04/10/2006, localizado próximo de estradas públicas e ferrovia. A vegetação seca e o calor são fatores propícios para um princípio de incêndio, bastando apenas a ignição. A URVE está sempre atenta para fazer o combate do fogo.

2.5.            Apiário
Para efetivação do represamento da usina foi necessário a autorização de supressão de vegetação nativa, emitido pelo órgão ambiental. Algumas espécies de árvores apresentavam em seus ocos, colmeias de Apis mellifera e de Meliponídeos, as abelhas nativas. A região já registrava em anos anteriores cursos de capacitação para os moradores locais produzirem mel de abelhas nativas. O curso foi desenvolvido no “Parque Natural das Aves”. Na intenção da preservação das espécies, como potenciais matrizes multiplicadoras de outras colmeias e garantir a produção de mel, foram estabelecidos três apiários. A Associação APINECTAR-SUL, produtora de mel, retirou os enxames, das árvores suprimidas, e condicionou estes em caixas apropriadas.


2.6.            Resgate de flora
Em consequência da área alagada, muitas espécies da flora seriam atingidas. Contudo com a supressão da vegetação, foram coletadas várias epífitas de diferentes espécies, de bromélias e orquídeas, também foram retirados os xaxins da espécie Dicksonia sellowiana, ameaçado de extinção, pela lista do IBAMA. Todas as espécies foram acomodadas em um jardim, localizado as margens do Rio Vermelho em condições de solo, temperatura e ambiente que estas espécies ocupavam anteriormente. Tendo condições ideais de crescimento, reprodução e dispersão de novos indivíduos, garantindo a manutenção da espécie.


2.7.            Adensamento de palmito
O Palmito, palmeira característica de Mata Pluvial Atlântica, muitas vezes dominante e no segundo extrato, está presente nas áreas de floresta nativa da URVE, distribuídos nos 741,6ha da fazenda. O Euterpe edulis (palmito Jussara), foi maciçamente introduzido por diferentes técnicas, seja por semeadura a lanço ou o plantio direto. Atualmente muitas destas árvores, frutificam e os jacus, pacas, cotias, veados, antas, periquitos, morcegos e tucanos colaboram na dispersão de sementes. No total foram semeados mais de 2.000.000 de sementes. Já em relação ao plantio direto pode-se dividir em distintos períodos sendo de 500.000 mudas com projeto protocolado no IBAMA sob o nº 02026 1991/1996. Mas também ocorreu plantio de 21.000 mudas nos anos de 2007/2008. Considerando até agosto de 2013 foram semeados manualmente e plantados o equivale a 3.021.500 unidades de palmito

2.8.            Plantio de espécies nativas
Com a autorização de supressão de vegetação AUC nº 009-P/2006 emitido pelo órgão ambiental do estado FATMA, também foi cobrado na forma de condicionante o plantio de cerca de 18.334 mudas. Mas até julho de 2013 foram plantadas mais de 49.795 mudas de diversas espécies nativas sendo: Aleluia,      Angico, Araçá, Araucária, Aroeira, Canela-guaicá, Carova, Cedro-rosa, Erva-mate, Jaboticaba, Tarumã, Pitanga, Pessegueiro, Guaramirim, Ingá, Ariticum, Congonha, Jarandá, Laranja macaco, Cuvatã, Capororoca, Marmeleiro, Pinho bravo, Estopeiro entre outras doadas pelo Lions Club e ONG Geoambiente.
Muitas espécies nativas frutíferas, foram plantadas no entorno do lago sendo atração da fauna, mastofauna e avifauna, que são potenciais dispersores de sementes, levando e trazendo sementes de distintos locais, aproveitando assim o enriquecimento de material genético do próprio local, favorecendo em muito as áreas de recuperação.
      

2.9.            Aquisições de áreas
Ao passo que surgem oportunidades de compra de novas áreas, estas são feitas para agregarem a valoração ambiental na URVE. Até julho de 2013 a área total da propriedade é de 741,6 ha (7.416.000 m²) sendo 84 hectares com floresta plantada de Pinus taeda, fonte renovável para abastecimento na serraria. Mas 88,13% da área de 741,6 ha é destinada para a preservação da fauna, flora e recursos renováveis, sendo também destinados para estudos ambientais.

2.10.        Aves aquáticas
A formação do lago e a condição de proteção, criou um refúgio para as aves de ambiente aquático, sendo destaque: garças, maria-faceira, marrequinhos, frango d’água entre outros que procuram alimento e condições de nidificação.

2.11.        Fauna
Em 2008 foi instalada a primeira “armadilha fotográfica” com sensor de presença para capturar imagens da fauna, no formato de vídeos ou fotos. Atualmente existem centenas de imagens com registros importantes da fauna local como: puma, jaguatirica, cachorro-do-mato, mão-pelada, cotia, macaco-prego, irara, gambá, quati, tatu entre outros. No ano de 2013 foi feita a aquisição de outras 3 câmeras para serem utilizadas em estudos de caracterização da fauna, por ambiente, trabalho desenvolvido por biólogo contratado pela URVE.
                                                      
    
2.12.        CEPHARV

Centro de Estudos e Pesquisas Hidrológicos e Ambientais Rio Vermelho Ltda – CEPHARV, foi construído especialmente para ser uma entidade de utilidade pública, instituída com o objetivo de promover ações de planejamento  e gestão de recursos hídricos e monitorar a qualidade da água e clima, junto ao SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água  e Esgoto de São Bento do Sul. Bem como, ações que visem a preservação da Fauna e Flora e Educação Ambiental para estudantes do ensino fundamental, que são recebidos semanalmente, e monitorados pelo Biólogo da URVE. As visitas são exploradas em diferentes núcleos de ensino aprendizagem, por técnicas pedagógicas de interação de corpo e mente, com palestras, dinâmicas, trilha ecológica e visita nas estruturas da usina. A funcionalidade do CEPHARV está vinculado ao Decreto Municipal n° 1243 06/12/05 que Declara o Rio Vermelho de utilidade pública, e sobre tudo ao Decreto Municipal n° 1341 12/12/12, que declara o CEPAHRV de utilidade pública. Com os decretos definidos foi elaborado o Termo de Parceria, assinado pelo município na data de 23/04/2013, com a Prefeitura Municipal de São Bento do Sul e o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – SAMAE.

2.13.        Combate a poluição
Na data de 19/07/2012 o Planalto Norte Catarinense, presenciou o maior acidente da ALL (América Latina Logística) de toda a história da ferrovia, e que poderia ter consequências desastrosas com relação a proporção de impacto e dano ambiental.  O acidente que ocorreu próximo a usina teve o descarrilamento de 27 vagões e 8 locomotivas, que contaminou o Rio Vermelho com óleo. O vazamento foi retido pela barragem da URVE e caso não fosse contido e removido, comprometeria o abastecimento público de Jaraguá do Sul, que capta sua água do Rio Itapocu, a jusante do Rio Vermelho. A URVE não mediu esforços e colaborou com apoio logístico. No total foram retirados 6 caminhões com óleo, além de material contaminado, como galhos de árvores. Também foram envolvidos a Prefeitura de São Bento do Sul pelo Departamento de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar Ambiental, que realizavam visitas sucessivas na área para inspeção dos danos direcionamento e acompanhamento de ações mitigadoras, desenvolvidas pelas equipes especializas de atendimento a emergências.        
                       
2.14.        Limpeza do rio

A URVE está localizada após a concentração de moradores dos Bairros Rio Vermelho Estação e Rio Vermelho Povoado. Os resíduos sólidos jogados, ocasionalmente no rio ou ainda jogados no solo e levados pela água da chuva, que drena para o Rio Vermelho, são retirados periodicamente nas represas da PCH e CGH. Entre os matérias retirados são encontrados produtos e embalagens de: margarina, óleo, desinfetante, álcool, detergente, desodorante, isqueiro, manicure, garrafas pet, lâmpadas, lanterna, chinelos, parte de carro, tubos entre outros.
 Também foram feitos apoios financeiros no “Programa S.O.S Rio Limpo” promovido pela Prefeitura de São Bento do Sul no período de 2009 a 2012, que também recolhia os matérias sólidos de diferentes sub-bacias.

2.15.        Pagamento mensal
Mesmo tendo o direito de utilizar o rio como bem público, e poder implantar as PCH’s com a construção de obras necessárias para o fornecimento de energia, a URVE entende que a interferência nas propriedades, por qualquer ação ou obra civil, deve ser retribuída com valores mensais e perpétuos para os proprietários como forma de aluguel do espaço. O pagamento já é realizado a dois anos, mesmo sem existirem as PCH’s. Os valores são pagos mensalmente e vinculados por contrato. Atualmente o apoio financeiro atende 16 famílias e ainda outras 6 famílias devem ser contempladas. Os valores pagos, serão dobrados após o início da geração de energia.

2.16.        Cicloturismo

Apoio financeiro na implantação e  desenvolvimento do turismo rural e ecológico nos municípios de São Bento do Sul, Corupá, Rio Negrinho e Campo Alegre, que integram o Consórcio Intermunicipal Quiriri.