A URVE (Usina Rio Vermelho de
Energia Ltda) está localizada no Planalto Norte de Santa Catarina, no município
de São Bento do Sul na área rural de Rio Natal.
Atualmente existe uma PCH (Pequena Central
Hidrelétrica) de 2,4MW de potência e uma CGH (Central Geradora de Energia) de
0,4MW localizadas no Rio Vermelho, rio que nasce em
Campo Alegre. Nos novos projetos também sera instalada uma PCH no Rio Natal, rio
que nasce em São Bento do Sul. O Rio Vermelho juntamente com o Rio Natal e Rio
Novo, formam o Rio Itapocu cujo exutório encontra-se no Oceano Atlântico, entre
os municípios de Araquari e Barra Velha, possui área de drenagem total de 2972
Km². Sua bacia hidrográfica está inserida na bacia Atlântico Sudeste, bacia 8
sub Bacia – 82. O rio Vermelho tem forma irregular com extenção de 39,442 Km da
foz a nascente e uma área de drenagem de 133,65 Km². A área de drenagem da
bacia contribuinte da PCH Rio Vermelho é de 62,00 km², correspondendo a cerca de
2,1 % da área de drenagem da bacia do rio Itapocu. O comprimento do rio
principal entre o primeiro barramento, da PCH Rio Vermelho, e a nascente é de
27495m.
A razão do
empreendedorismo e o investimento em PCH’s pode ser facilmente justificado e
entendido, quando são analisados os ganhos ambientais, sociais e econômicos. A
demanda crescente do consumo de energia, é provocado pelo crescimento econômico
e consequente expansão de novos
empreendimentos. O crescimento populacional acompanhado do avanço tecnológico e
as opções de eletrodomésticos e outras fontes consumidoras exigem um consumo
maior de energia.
Contudo a
energia gerada por força hidráulica é a mais significativa em termos de
rendimento potencial frente ao aproveitamento adequado dos recursos naturais.
As CGH’s ou PCH’s, agregam valores importantes na manutenção do consumo
crescente de energia. Estas unidades geram baixos impactos ambientais, que ainda
são minimizados com a implantação de ações imediatas em sua construção e por
programas socioambientais, e pela implantação de projetos contínuos.
Barragem PCH Rio Vermelho - URVE |
A geração de energia por hidrelétrica, torna-se de
fundamental importância, sendo o início real do desenvolvimento sustentável
atendendo as residências, o comércio e as indústrias, fornecendo energia limpa.
A URVE ainda vai muito além de sua
responsabilidade socioambiental e apresenta um histórico de cultura e respeito
ao meio ambiente e a sociedade mesmo antes da implantação e existências do
empreendimento, e investe continuamente em projetos que melhoram visam a
preservação e o bem estar social.
Atualmente a URVE está em processo de
implantação de mais 7 PCH’s/CGH's; CCH Rio
Vermelho I - 3,00 MW; CCH Rio Vermelho II - 2,15 MW; CCH Rio Vermelho III -
2,40 MW; PCH Rabo do Macaco - 5,70 MW; CCH Rio das Pacas - 2,10 MW; PCH Escola
Rio Natal - 3,10 MW; PCH Rio Natal I – 8,25 MW.
Para estes novos projetos, já foram realizados: a avaliação expedita da
viabilidade das usinas; os levantamentos de campos: topográficos, geológicos, hidrológicos
e ambientais. Também foram concluídos o inventário simplificado, e o encaminhamento
de registro na ANEEL. O órgão ambiental estadual, definiu os termos de
referência, sendo desenvolvidos o EIA/RIMA e a Avaliação Integrada de Bacia.
Seguindo o cronograma, no dia 17 de setembro será realizada a audiência
pública, quando após cerca de 90 dias o órgão ambiental emitiu a LP
(Licença Prévia) e em alguns meses entregou a LI (Licença de Instalação), momento que são iniciadas as
obras de construção da usina.
O Complexo Hidrelétrico URVE – 7 PCHs apresenta a potência
instalada total de 26,70 MW, Considerando o consumo médio de uma residência (fonte ANEEL) de 153 kWh / mês,
o novo empreendimento vai atender aproximadamente 69.000 residências.
Casa de Máquinas - Casa de Força - PCH Rio Vermelho - URVE |
A URVE terá os três modelos de Turbinas
existentes, sendo os modelos: Francis, Kaplan e Pelton. As turbinas
hidráulicas independente do modelo, são movidas pela força da água que atinge
um conjunto de lâminas curvas denominadas de palhetas, transformando a energia
mecânica provocada pelo fluxo da pressão da água para um rotor em altíssima
velocidade de rotação e consequente geração de energia. O rotor apresenta
palhetas ajustáveis, comandadas da sala de controle ou até mesmo de um
computador interligado, que pode ser operado a distância da casa de máquinas. Os
rotores apresentam mancais de escora e contra-escora e mancais de guia, com
fluxo contínuo de água, que sai um pouco acima do fluxo de água da turbina. A
água após passar pela turbina, chega em um duto de sucção dentro no canal do
leito do rio, tendo a extremidade do tubo com diâmetro maior que o inicial,
para reduzir a velocidade da água, provocando amortecimento e fluxo normal da
água na calha do rio.
A potência da turbina é a relação da
proporção do volume, vazão e queda disponível. A eficiência da turbina depende
da densidade da água, velocidade provocada pela gravidade e funcionalidade
estrutural da turbina com aproveitamento total da energia cinética que é
convertida em energia mecânica. As perdas de eficiência nas turbinas pela saída
da água da turbina e perdas mecânicas de atrito são muito baixas, tendo um eficiência
de até 95%.
Os modelos de
turbinas são diferenciados, por que cada qual é projetado para atender as
particularidades e características do relevo e queda líquida.
A turbina Francis,
modelo já existente na PCH Rio Vermelho de 2,4MW, apresenta um formato em
espiral cilíndrico e com palhetas curvas movimentadas pela força da água. No
final do rotor a água sai em força reduzida. O conjunto é dividido em
pré-distribuidor, formado por pás fixas, que formam o ângulo de entrada da água
com aproveitamento total do rendimento, já o distribuidor é formado por pás
móveis que controla a passagem da quantidade de água, como um regulador de
potência. Estas turbinas são ideais para quedas que variam entre 40m e 400m, ideais
para as usinas: CGH Rio Vermelho I – II – III, PCH Rabo do Macaco, CGH Rio das Pacas, PCH
Escola Rio Natal.
A Turbina Pelton,
modelo que será utilizado na PCH Rio Natal, é formada por bocais ou injetores
que funcionam em conjunto com uma agulha móvel, semelhante a uma válvula
controladora de vazão. A água é lançada em estruturas semelhantes a conchas
encaixadas em torno do rotor. A força da água proporciona uma energia cinética
que após atingir uma aceleração ideal passa a gerar energia. Estas turbinas são
ideais para quedas que variam de 350 até 1100m.
A Turbina Kaplan,
já existente na CGH Rio Vermelho, é diferenciada dos demais modelos, pelo rotor
que apresenta as pás ligadas por pistões hidráulicos. O motor é acionado e após
uma rotação de 900 rpm e passa a gerar energia. Estas turbinas são adequadas
para quedas abaixo de 60m
As PCH’s que serão
implantadas na URVE apresentam barragens Ambursem, modelo que apresenta
vantagens em relação a velocidade de construção sendo 3 vezes superior ao
processo tradicional, baixo consumo de concreto sendo
de até 5 vezes menor do que as barragens comuns e eficiência ecológica com desvio
do rio realizado no seu próprio leito entre os contrafortes. Todas as barragens
construídas terão pouco efeito de alagamento. O menor represamento é
de 0,07ha ou 700m² e o maior alagamento é de 4,02ha ou 40.200m², sendo que em
atendimento aos requisitos legais e normativos, poderíamos ter uma área de até
300ha ou 3.000.000m² por PCH instalada. Mas o modelo adotado pela URVE é de
baixo impacto, sendo aproveitado na maioria dos casos, a própria canaleta do
rio como área de represamento. As barragens são projetadas para manterem um reservatório de água elevado
para garantir uma energia maior. Na base da barragem a água entra por um duto que
apresenta inicialmente um diâmetro maior e sofre variações deste diâmetro
potencializando sua energia de passagem. Em alguns casos são utilizadas
estruturas de equilíbrio e dissipação de energia, chamado de “chaminé”,
seguindo de uma tubulação menor em relação a sua entrada. A chaminé apresenta
serventia como armazenador de água pela amortização da ação da água. Próximo da
casa de máquinas a tubulação sofre derivações de diâmetro menor, quando
finalmente cada qual atinge a turbina.
A administração de execução das novas
unidades é inerente a URVE. Entretanto a empresa Km 26 é responsável pela
construção das PCH’s. Seu conhecimento adquirido na fabricação da PCH Rio
Vermelho e CGH além de vasto Know-how
no beneficiamento de aço, faz de seu currículo o sucesso na implantação dos
novos projetos. A Km 26 fará a
fabricação e montagem das adutoras metálicas de baixa e alta pressão. A
tubulação será fabricada no entorno do empreendimento. O método de trabalho é
pelo processo de calandragem em espiral com solda contínua. No local um
galpão específico fará o teste hidrostático normatizado em 100% das barras.
Também serão feitas pré-montagens pelo sistema ponta e bolsa, mais um processo
inovador no setor de PCH´s. As adutoras serão produzidas num curto espaço de
tempo, e com elevado nível de segurança, favorecendo em rendimento no
cronograma de montagem e de construção civil.
As PCH’s terão condução de água por
tubos metálicos e por intermédio de túneis. Os túneis são construídos com
tecnologia alemã pela empresa Herrenknecht, fornecedora do TBM (Tunnel
Boring Machine). O uso do TBM minimiza os impactos ambientais, e apresenta um ganho energético devido ao
acabamento da superfície escavada tendo o melhor aproveitamento dos
recurso hídricos. O uso do TBM garante vantagens econômicas na construção. Com
o uso do TBM os materiais
provenientes da escavação não necessitam de rebritagem, a estrutura apresenta filtros
para retenção de poeira, as escavações são realizadas a frio e dispensam a
utilização de explosivos, não são gerados gases tóxicos, e existe ganho na minimização
da poluição sonora. A escavação não causa vibrações ou perturbações
aos moradores. Este sistema de trabalho é inovador para o Brasil, em relação a execução de PCH’s. O TBM é eficiente proporcionando um corte
circular, com integridade das rochas, e acabamento perfeito das paredes.
As PCH’s e CGH’s, da URVE apresentam elevado
aproveitamento do rio, com aproveitamento das quedas em até 100% no caso do Rio
Vermelho e de 84% em relação ao Rio Natal. Estas PCH’s também apresentam
vantagens na implantação, pois geram baixa impacto local, com áreas alagadas de
pequena magnitude.
Uma PCH pode ter área de alagamento de
até 300 hectares. Contudo a URVE em seus novos projetos, apresenta a maior área
alagada com 4,2 hectares. A maioria das
usinas aproveita o canal do rio com aproveitamento máximo do potencial de
geração de energia.
As PCH’s ganham espaço por serem fontes
renováveis de energia e com retorno superior as outras fontes como a eólica e
solar. Mas é quando comparado as fontes poluidoras e não renováveis, as
termoelétricas, as PCH’s demonstram seu maior potencial competidor. Quando
existem picos de energia o sistema busca o equilíbrio. As fontes não renováveis
são inibidas em sua produção.
O
fornecimento de energia no Estado de Santa Catarina, foi interrompido em 2001.
O blecaute causou a queda do PIB, situação evidenciada em guerra ou crise
econômica, mas não em decorrência do fornecimento de energia. O investimento em energia traz subsídios
importantes na manutenção e crescimento da economia do Brasil.
1. HISTÓRICO, AQUISIÇÃO
DE PROPRIEDADE E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES
A URVE –
Usina Rio Vermelho de Energia está localizada em uma fazenda florestal que
marcou época com a Serraria Artefama. Empresa do ramo moveleiro, fundada em
20 de fevereiro de 1945 por: Victor Keil, Affonso Keil, Ewaldo Jungton e
Francisco Kobs, e operou no
local entre a década de 40 a 90 atendendo as demandas da Indústria Artefama,
produtora de móveis e artefatos de madeiras, decorados com borboletas.
O
desdobramento de madeira para fabricação de móveis, não impactou de forma
significativa a floresta no entorno da serraria, que atualmente apresenta sua
biodiversidade preservada e árvores de imponência singular. Contudo a
preocupação com a renovação das florestas fez surgir a floresta de Pinus taeda implantadas no Planalto
Norte na década de 60.
Parte da fazenda, pelo menos 104 hectares,
foram destinados para o plantio e manejo das florestas plantadas de Pinus sp. Na mesma propriedade, e
próximo da serraria foi instalado na década de 70, o primeiro borboletário do
Brasil, com acompanhamento e responsabilidade técnica do Engenheiro Agrônomo Magno
Bollmann. O borboletário iniciou com Otto Hübner e passou a ser mantido pelo Sr.
József
Bajcsik Bácsfalusi.
Contudo no ano de 1990, a serraria, florestas
e áreas preservadas foram adquiridas pelo Grupo TUPER, como uma forma de
investimento, muito diferenciado de sua linha de produção, tendo como objetivo
maior, a preservação dos recursos naturais. A TUPER atuante no ramo
metalúrgico, foi fundada em 1971 e consta atualmente com 4 plantas somando 116.500 m2 de
área industrial, 2.500 funcionários, que processam mais de 274.000 t de aço. A
empresa é a 5ª maior processadora de aço no Brasil (1º semestre 2012 - INDA). A
maior fabricante de Tubos de Aço com solda longitudinal até 7 polegadas do
Brasil (ABITAM). Uma das líderes em Sistemas para Coberturas Metálicas do País
(ABCEM), contribuindo com 38% de participação de mercado - Escapamentos e
Acessórios de Reposição (SINDIPEÇAS).
Uma das maiores produtoras de Sistemas de Exaustão para OEM de veículos
comerciais no Brasil (MAN, Iveco, Scania, Mercedes-Benz, John Deere, MWM, Ford)
e 7,2% de participação em veículos de passeio no ano de 2011. (Renault e GM).
No ano de 1993 o empresário Presidente & CEO da Tuper S/A Frank
Bollmann comprou a fazenda com intuito de preservar e desfrutar de um refúgio
de laser. Entretanto a serraria denominada Km 26 continuou suas atividades serrando
Pinus taeda e Pinus elliotti, fornecendo atualmente matéria prima para a
indústria moveleira além de caixas e suportes para os produtos do Grupo TUPER.
Em 2004 o empresário deslumbrou o potencial
das águas correntes do Rio Vermelho, observando os desníveis e quedas que
proporcionam a força hidráulica própria para geração de energia. Um
empreendimento sustentável para as características da região.
As primeiras saídas de campo foram realizadas em outubro de 2004
por Frank Bollmann, seus filhos Gustavo Bollmann, Alexandre Bollmann e por
Demitry A. Weber, atual Gerente Geral da URVE.
Nas saídas de campo foram realizadas as
primeiras medições de vazão e potencial de geração de energia, com metodologia
no formato “artesanal” mas que premeditou o avanço do empreendimento.
Outras áreas de vegetação nativa foram compradas e atualmente
compreendem 741,6 ha ou o equivalente a 7.416.000 m² de metros quadrados, sendo
88.1% destinados para preservação.
Vários estudos geológicos,
hidrológicos e da fauna e flora foram realizados. Após os registros na ANEEL,
obtenção do licenciamento ambiental da FATMA, foi desenvolvido o projeto
executivo de construção da usina, acompanhado de programas ambientais. Quando
no dia 20 de fevereiro de 2009 é inaugurada a PCH Rio Vermelho com potencial de
2,4 MW, com a presença de Sergio Rodrigues Alves - Presidente da CELESC
Distribuidora, Luiz Henrique da Silveira- Governador do Estado de Santa Catarina
e Magno Bollmann - Prefeito de São Bento do Sul e dezenas de convidados.
Atualmente a
URVE está prestes a implantar mais 7 usinas e seu potencial deve chegar próximo de 27
MW, estando no vale do Rio Vermelho as PCH’s: CGH Rio Vermelho I, CGH Rio
Vermelho II, CGH Rio Vermelho III, PCH Rabo do Macaco, CH das Pacas e PCH Escola
Rio Natal e ainda no vale do Rio Natal a PCH Rio Natal.
2. RESPONSABILIDAE
SOCIOAMBIENTAL
O desempenho social e ambiental da URVE
vai além dos requisitos legais e normativos aplicáveis. Seu histórico de
atuação demonstra a valoração e princípios, com uma conduta de ética e
responsabilidade. A preocupação com seus colaboradores diretos, terceirizados,
prestadores de serviço, comunidade de entorno, moradores da cidade e meio ambiente,
visam o crescimento econômico, mas numa sociedade de êxito. A URVE atua de
forma Socialmente Justa, Ambientalmente Correta e Economicamente Viável. Nestas
premissas muitas ações já foram consolidadas, e destacamos, os resultados de
maior conotação.
As ações de responsabilidade social não
são requisitos que surgiram com a construção da primeira PCH, mas são
decorrentes de muitos anos de dedicação. Proporcionar o desenvolvimento
econômico alicerçado em uma sociedade de êxito e com o meio ambiente preservado
são atribuições inseridas culturalmente. As ações são desenvolvidas conforme
surgem as demandas de maior representatividade. Na listagem constam apoios
financeiros e criação de projetos e programas, que excedem até mesmo as
obrigações de licenciamento, e seu histórico demonstra de forma clara a
preocupação pelo tema. Nesta apresentação são demostradas as atividades focadas
no empreendimento e seu entorno, mesmo que muitas outras ações de maior área de
influência, já tenham sido praticados.
2.1.
Consórcio Quiriri
O primeiro Consórcio ambiental de Santa Catarina teve origem
na Administração do Prefeito Frank Bollmann (1993/1996) que teve entre suas
atribuições a atenção e preocupação em relação as Bacias Hidrográficas. Ainda antes de findar o ano de 1995 criava-se
o primeiro Curso de Planejamento Ambiental Participativo em Bacias
Hidrográficas, ministrado pelo professor Pedro Hidalgo, envolvendo São Bento do
Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre ação precursora da criação do Consórcio
Quiriri. Os participantes eram cidadãos vocacionados e sensíveis à questão
ambiental, além de serem formadores de opinião no meio em que atuavam. Eram 30
monitores preparados para disseminar e irradiar a ideia do Consorciamento
Intermunicipal. “O 1º Curso de Capacitação Metodológica de Planejamento
Ambiental Participativo em Bacias Hidrográficas, organizado pelo Secretário
Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São Bento do Sul Sr. Magno
Bollmann, com apoio do Engenheiro-Agrônomo Sr. Marcus Vinícius Carrasqueira,
foi ministrado pelo Professor e ex-ministro da Agricultura do Chile, Sr. Pedro
Hidalgo. O referido curso foi realizado durante os dias 11 a 15 de dezembro de
1995, e contou com a presença de representantes das instituições públicas
municipais e estaduais, da sociedade civil organizada e do setor empresarial
dos municípios de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul. Vale lembrar a
importante participação do Prefeito Municipal de São Bento do Sul na época, Sr.
Frank Bollmann, decisiva no sucesso do evento.” (Informativo nº 1 Consórcio
Quiriri 12/2007).
2.2.
CEPA Rugendas
Conforme descrito no livro “Mais que uma Gota”. Ainda no ano
de 2000 é construído o CEPA – Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais na APA
Rio Vermelho/Humbold, em área doada pelo empresário Frank Bollmann. O local
ficou definido como prioritário para a pesquisa e desenvolvimento de práticas
ambientais, sendo um “laboratório” para pesquisas para estudantes das
universidades nacionais, estrangeiras e para a preservação e desenvolvimento
sustentável regional. “A obra conta com a parceria da UNIVILLE, Instituto
Rugendas da Bavária e o Consórcio Quiriri, e está sendo edificada pela
construtora Mayer & Miers Construções e Engenharia Ltda.” (Informativo
Consórcio Quiriri nº 08 – 07/2000). A definição de nome do CEPA é originária de
Johann Moritz Rugendas, alemão que esteve no Brasil entre 1821 e 1825
retratando as paisagens encontradas em pinturas que foram adquiridas pelo
governo alemão. A criação do Instituto Rugendas ocorreu pela Sociedade Brasil –
Alemanha de Ecologia, Cultura e Ciência, que provoca o intercâmbio entre os
países em atividades de planejamento e desenvolvimento de projetos com efeito
multiplicador.
O apoio a
pesquisa e preservação foram méritos reconhecidos e posicionados na forma de
agradecimento a Frank Bollmann na comemoração de 30 anos da Univille. Momento
que registrou a Declaração
de Frank Bollmann Presidente & CEO da Tuper S/A e Proprietário da Usina Rio Vermelho de Energia.
“O incentivo à educação e à pesquisa
sempre esteve em nossa filosofia de trabalho. Ao contribuir com a doação de
área em nossa bela Mata Atlântica, estávamos viabilizando a implantação de um
moderno centro de estudos e pesquisas ambientais. E é com satisfação que vemos
a Univille utilizando aquele ambiente para realizar os avanços necessários para
o desenvolvimento sustentável da sociedade, bem como para colaborar no auxílio
da fiscalização e monitoramento dos recursos naturais, contribuindo contra as
agressões ao meio ambiente por parte de caçadores, pescadores, degradadores,
dentre outros. Destacamos também a importância da conscientização dos
estudantes através da informação e da formação, despertando o interesse nos
jovens a fim de promover o contato com a fauna e a flora, para que venham a
auxiliar na proteção do meio ambiente, deixando essa responsabilidade também
para as futuras gerações.” (Frank Bollmann, 2013).
2.3.
Caça proibida
No ano de 2007 foram encontrados dois
veados mortos com tiros provocados por caçadores. Também foi encontrado um
veado mateiro (fêmea) com sinais de tiro, caído no rio, tendo perdido a cria,
mas foi resgatado, recuperado e libertado. Após poucos meses o veado foi
encontrado com filhote.
A caça foi proibida, e coibida com cercas, placas,
vigilância e maior aproximação com a Polícia Militar Ambiental, para ajudar no
controle das investidas de caçadores. Após 6 anos o cenário atual demostra uma
região rica de espécies, como do puma, também chamado de onça-parda (Puma concolor) espécie que está na lista
de espécies ameaçadas. Também já foi observada a anta, espécie rara e protegida
no refúgio.
2.4.
Combate a incêndio florestal
A URVE já realizou combate e controle de
Incêndio em vegetação nativa em 15/09/2006 e em
04/10/2006, localizado próximo de estradas públicas e ferrovia. A vegetação seca e o calor são fatores propícios para um
princípio de incêndio, bastando apenas a ignição. A URVE está sempre atenta
para fazer o combate do fogo.
2.5.
Apiário
Para efetivação do represamento da usina foi
necessário a autorização de supressão de vegetação nativa, emitido pelo órgão
ambiental. Algumas espécies de árvores apresentavam em seus ocos, colmeias de Apis
mellifera e de Meliponídeos, as abelhas nativas. A região já registrava em
anos anteriores cursos de capacitação para os moradores locais produzirem mel
de abelhas nativas. O curso foi desenvolvido no “Parque Natural das Aves”. Na
intenção da preservação das espécies, como potenciais matrizes multiplicadoras
de outras colmeias e garantir a produção de mel, foram estabelecidos três
apiários. A Associação APINECTAR-SUL, produtora de mel, retirou os enxames, das
árvores suprimidas, e condicionou estes em caixas apropriadas.
2.6.
Resgate de flora
Em consequência da área alagada, muitas espécies da
flora seriam atingidas. Contudo com a supressão da vegetação, foram coletadas
várias epífitas de diferentes espécies, de bromélias e orquídeas, também foram
retirados os xaxins da espécie Dicksonia sellowiana, ameaçado de extinção, pela lista do IBAMA. Todas as
espécies foram acomodadas em um jardim, localizado as margens do Rio Vermelho
em condições de solo, temperatura e ambiente que estas espécies ocupavam
anteriormente. Tendo condições ideais de crescimento, reprodução e dispersão de
novos indivíduos, garantindo a manutenção da espécie.
2.7.
Adensamento de palmito
O Palmito, palmeira característica de Mata Pluvial
Atlântica, muitas vezes dominante e no segundo extrato, está presente nas áreas
de floresta nativa da URVE, distribuídos nos 741,6ha da fazenda. O Euterpe
edulis (palmito Jussara), foi maciçamente introduzido por diferentes
técnicas, seja por semeadura a lanço ou o plantio direto. Atualmente muitas
destas árvores, frutificam e os jacus, pacas, cotias, veados, antas,
periquitos, morcegos e tucanos colaboram na dispersão de sementes. No total
foram semeados mais de 2.000.000 de sementes. Já em relação ao plantio direto pode-se
dividir em distintos períodos sendo de 500.000 mudas com projeto protocolado no
IBAMA sob o nº 02026 1991/1996. Mas também ocorreu plantio de 21.000 mudas nos
anos de 2007/2008. Considerando até agosto de 2013 foram semeados manualmente e
plantados o equivale a 3.021.500
unidades de palmito
2.8.
Plantio de espécies nativas
Com a
autorização de supressão de vegetação AUC nº 009-P/2006 emitido pelo órgão
ambiental do estado FATMA, também foi cobrado na forma de condicionante o
plantio de cerca de 18.334 mudas. Mas até julho de 2013 foram plantadas mais de
49.795 mudas de diversas
espécies nativas sendo: Aleluia, Angico,
Araçá, Araucária, Aroeira, Canela-guaicá, Carova, Cedro-rosa, Erva-mate,
Jaboticaba, Tarumã, Pitanga, Pessegueiro, Guaramirim, Ingá, Ariticum, Congonha,
Jarandá, Laranja macaco, Cuvatã, Capororoca, Marmeleiro, Pinho bravo, Estopeiro
entre outras doadas pelo Lions Club e ONG Geoambiente.
Muitas
espécies nativas frutíferas, foram plantadas no entorno do lago sendo atração
da fauna, mastofauna e avifauna, que são potenciais dispersores de sementes, levando
e trazendo sementes de distintos locais, aproveitando assim o enriquecimento de
material genético do próprio local, favorecendo em muito as áreas de
recuperação.
2.9.
Aquisições de áreas
Ao
passo que surgem oportunidades de compra de novas áreas, estas são feitas para
agregarem a valoração ambiental na URVE. Até julho de 2013 a área total da
propriedade é de 741,6 ha (7.416.000 m²) sendo 84 hectares com floresta
plantada de Pinus taeda, fonte
renovável para abastecimento na serraria. Mas 88,13% da área de 741,6 ha é
destinada para a preservação da fauna, flora e recursos renováveis, sendo
também destinados para estudos ambientais.
2.10.
Aves aquáticas
A
formação do lago e a condição de proteção, criou um refúgio para as aves de
ambiente aquático, sendo destaque: garças, maria-faceira, marrequinhos, frango
d’água entre outros que procuram alimento e condições de nidificação.
2.11.
Fauna
Em 2008
foi instalada a primeira “armadilha fotográfica” com sensor de presença para
capturar imagens da fauna, no formato de vídeos ou fotos. Atualmente existem
centenas de imagens com registros importantes da fauna local como: puma,
jaguatirica, cachorro-do-mato, mão-pelada, cotia, macaco-prego, irara, gambá,
quati, tatu entre outros. No ano de 2013 foi feita a aquisição de outras 3
câmeras para serem utilizadas em estudos de caracterização da fauna, por
ambiente, trabalho desenvolvido por biólogo contratado pela URVE.
2.12.
CEPHARV
Centro de Estudos e Pesquisas Hidrológicos e Ambientais Rio Vermelho Ltda – CEPHARV, foi construído especialmente para ser uma entidade de utilidade pública, instituída com o objetivo de promover ações de planejamento e gestão de recursos hídricos e monitorar a qualidade da água e clima, junto ao SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de São Bento do Sul. Bem como, ações que visem a preservação da Fauna e Flora e Educação Ambiental para estudantes do ensino fundamental, que são recebidos semanalmente, e monitorados pelo Biólogo da URVE. As visitas são exploradas em diferentes núcleos de ensino aprendizagem, por técnicas pedagógicas de interação de corpo e mente, com palestras, dinâmicas, trilha ecológica e visita nas estruturas da usina. A funcionalidade do CEPHARV está vinculado ao Decreto Municipal n° 1243 06/12/05 que Declara o Rio Vermelho de utilidade pública, e sobre tudo ao Decreto Municipal n° 1341 12/12/12, que declara o CEPAHRV de utilidade pública. Com os decretos definidos foi elaborado o Termo de Parceria, assinado pelo município na data de 23/04/2013, com a Prefeitura Municipal de São Bento do Sul e o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – SAMAE.
2.13.
Combate a poluição
Na data de 19/07/2012 o Planalto Norte Catarinense,
presenciou o maior acidente da ALL (América Latina Logística) de toda a
história da ferrovia, e que poderia ter consequências desastrosas com relação a
proporção de impacto e dano ambiental. O
acidente que ocorreu próximo a usina teve o descarrilamento de 27 vagões e 8
locomotivas, que contaminou o Rio Vermelho com óleo. O vazamento foi retido
pela barragem da URVE e caso não fosse contido e removido, comprometeria o
abastecimento público de Jaraguá do Sul, que capta sua água do Rio Itapocu, a
jusante do Rio Vermelho. A URVE não mediu esforços e colaborou com apoio logístico.
No total foram retirados 6 caminhões com óleo, além de material contaminado,
como galhos de árvores. Também foram envolvidos a Prefeitura de São Bento do
Sul pelo Departamento de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e
Polícia Militar Ambiental, que realizavam visitas sucessivas na área para
inspeção dos danos direcionamento e acompanhamento de ações mitigadoras,
desenvolvidas pelas equipes especializas de atendimento a emergências.
2.14.
Limpeza do rio
A URVE está localizada após a concentração de moradores dos Bairros Rio Vermelho Estação e Rio Vermelho Povoado. Os resíduos sólidos jogados, ocasionalmente no rio ou ainda jogados no solo e levados pela água da chuva, que drena para o Rio Vermelho, são retirados periodicamente nas represas da PCH e CGH. Entre os matérias retirados são encontrados produtos e embalagens de: margarina, óleo, desinfetante, álcool, detergente, desodorante, isqueiro, manicure, garrafas pet, lâmpadas, lanterna, chinelos, parte de carro, tubos entre outros.
Também
foram feitos apoios financeiros no “Programa S.O.S Rio Limpo” promovido pela
Prefeitura de São Bento do Sul no período de 2009 a 2012, que também recolhia
os matérias sólidos de diferentes sub-bacias.
2.15.
Pagamento mensal
Mesmo tendo o direito de utilizar o rio como bem
público, e poder implantar as PCH’s com a construção de obras necessárias para
o fornecimento de energia, a URVE entende que a interferência nas propriedades,
por qualquer ação ou obra civil, deve ser retribuída com valores mensais e
perpétuos para os proprietários como forma de aluguel do espaço. O pagamento já
é realizado a dois anos, mesmo sem existirem as PCH’s. Os valores são pagos
mensalmente e vinculados por contrato. Atualmente o apoio financeiro atende 16
famílias e ainda outras 6 famílias devem ser contempladas. Os valores pagos,
serão dobrados após o início da geração de energia.
2.16.
Cicloturismo
Apoio financeiro na implantação e desenvolvimento do turismo rural e ecológico
nos municípios de São Bento do Sul, Corupá, Rio Negrinho e Campo Alegre, que
integram o Consórcio Intermunicipal Quiriri.