sábado, 9 de novembro de 2013

SÃO BENTO DO SUL – HISTÓRIA, CULTURA E TRADIÇÃO EM BORBOLETAS - FAMÍLIA RANK


SÃO BENTO DO SUL – HISTÓRIA, CULTURA E TRADIÇÃO EM BORBOLETAS

FAMÍLIA

RANK

FRANCISCO RANK

HISTÓRIA

            A família Rank é reconhecidamente tradicional na atividade e relacionamento com borboletas.

            Francisco Rank trabalhou na Usina Hidrelétrica Rio Vermelho construída em 1926. Trabalhando na Usina Rio Vermelho observou as mariposas atraídas pela luz. No ano de 1932 iniciou as atividades com as borboletas após seu colega de trabalho, Malewschik, fomentar a idéia de comercializar as mariposas na europa.
            Francisco começou a improvisar pequenos viveiros para criar borboletas e mariposas, colocando ramos e lagartas. O primeiro lote de borboletas foi vendido para o Sr. Anton Maller, residente de Corupá, que comercializava as borboletas com compradores da Alemanha, França e Estados Unidos. Aproximadamente no ano de 1914 vendiam para o Sr. Ricardo F. Direns Hofen de São Paulo, Capital. Este visitava a família Rank mensalmente, momento que também orientava a adoção de técnicas de coleta de insetos na Floresta, mandava cortar pequenas árvores e fazer estaleiros onde depositavam as madeiras que com o tempo iniciavam o apodrecimento atraindo besouros.
            Os filhos de Francisco sempre acompanhavam as atividades que envolviam as capturas e zelos pelas borboletas.      

IVO RANK

HISTÓRIA

            Ivo Rank, morador de Rio Vermelho em São Bento do Sul, apreciava as borboletas aos 4 anos e iniciou a coleta com 7 anos onde entrava na Floresta e bordas de mata para capturar borboletas e besouros, aos 10 anos de idade já apresentava domínio no tema e a vontade de criar as diferentes famílias de borboletas e mariposas, muitas que nascem a noite ou antes do amanhecer e admirava o nascimento das fêmeas. Observando o acasalamento de borboletas, como quando visualizou 30 machos voando sobre o viveiro, aumentavam a curiosidade, dedicação e paixão pelas borboletas.  

            Acompanhava seu pai na captura de mariposas. Em Rio Vermelho, aproximadamente em 1950 seu pai construiu uma “meia água” instalou duas lâmpadas para atrair mariposas. Em muitas situações passavam a noite acordados capturando e observando. Quando fechava a serração vinham muitas mariposas que não venciam pegar. Utilizam uma rede entomológica  e enchiam caixas com mariposas. No amanhecer do dia colocavam os insetos em envelopes, deitavam em prateleiras,  secando próximo do fogão de lenha.
            A família também fazia artesanatos com as borboletas e suas asas. Também forneciam borboletas para a Artefama que utilizava para os artefatos decorativos.
            A história de Ivo Rank a a referência de seu trabalho também foi acompanhado da divulgação e valorização da imprensa. No jornal A Gazeta de 21 de sembro de 1996 demostra a visita da Rede Globo e anuncia a reportagem que vinculará no final de semana no Globo Rural. No jornal.

            A Notícia datado de 4 de janeiro de 1996 apresenta a matéria “ O Plantador de Borboletas” matéria de Elenita Lanznaster que relata: “ Ali pode-se encontrar a “azulona” de nome científico Prepuna delfille, um casal de borboletas que, em 50 anos de trabalho só foi vista uma vez. Famosa pela raridade,diversos visitantes da Europa, Japão vem à casa de Rank especialmente para tentar comprá-las por preços acima de mil dólares. De acordo com o proprietário, elas não têm preço com as demais de sua coleção particular.”
           
ATUALIDADE        

            Em 2013 o Sr. Ivo Rank com 76 anos continua na observação e dedicação com as borboletas. Apresenta o primeiro borboletário licenciado pelo IBAMA de Santa Catarina, onde cada borboleta é registra e apresentada para a Associação. Comercializa as borboletas, mas também libera fêmeas e alguns casais. Defende a prática de criação dos Lepidópteros e argumenta o desmatamento e uso de agrotóxicos como maiores impactos para  favorecer o declínio da população de borboletas. Complementa que a criação de determinada espécie de borboleta pode gerar 100 ovos que irão gerar 100 indivíduos adultos, enquanto no habitat natural sobrariam menos que 10%.  A criação em cativeiro oportuniza proteção e a preservação de muitas espécies que hoje estão ameaçadas de extinção, pelo desequilíbrio ambiental. 

            O Sr. Ivo Rank domina a biologia dos lepidópteros, com os anos de estudo como auto didata e de observador do habita e ciclo de vida das borboletas, a forma de reprodução, o alimento associado com a vegetação correspondente a taxonomia entre outros. Também atribui o conhecimento adquirido e compartilhado reciprocamente com outros pesquisadores principalmente com o Dr. Luiz Soledade Otero (in memória) do Museu Nacional da UFRJ que lhe visitou periodicamente e entregava livros de Lepidópteras. Também trocou informações e experiências com outros pesquisadores como o Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke do Setor de Zoologia da UFPR  (Universidade Federal do Paraná) de Curitiba.
            A família Rank prossegue na criação de borboletas. Ivo Rank e sua esposa Olinda dedicaram  a vida na criação, preservação e comercialização das borboletas. Mas este legado é passado para seus descendente e seus filhos Ildo; Osni; Osiel; Otoniel; Marlene; Glaci; Noeli; Ruth; Claudinisse; Carim; Carmem também dedicam a atenção com as borboletas, já seus filhos Daniel; Arildo e Rosimeri apreciam as borboletas mas não desenvolvem a atividade diretamente. O conhecimento adquirido é transmitido para as gerações fomentando a cultura, preservação e a tradição deste grande legado.