SÃO BENTO DO SUL –
HISTÓRIA, CULTURA E TRADIÇÃO EM BORBOLETAS
FAMÍLIA
RANK
FRANCISCO RANK
HISTÓRIA
A
família Rank é reconhecidamente tradicional na atividade e relacionamento com
borboletas.
Francisco
Rank trabalhou na Usina Hidrelétrica Rio Vermelho construída em 1926.
Trabalhando na Usina Rio Vermelho observou as mariposas atraídas pela luz. No
ano de 1932 iniciou as atividades com as borboletas após seu colega de
trabalho, Malewschik, fomentar a idéia de comercializar as mariposas na europa.
Francisco
começou a improvisar pequenos viveiros para criar borboletas e mariposas,
colocando ramos e lagartas. O primeiro lote de borboletas foi vendido para o
Sr. Anton Maller, residente de Corupá, que comercializava as borboletas com
compradores da Alemanha, França e Estados Unidos. Aproximadamente no ano de
1914 vendiam para o Sr. Ricardo F. Direns Hofen de São Paulo, Capital. Este
visitava a família Rank mensalmente, momento que também orientava a adoção de
técnicas de coleta de insetos na Floresta, mandava cortar pequenas árvores e
fazer estaleiros onde depositavam as madeiras que com o tempo iniciavam o
apodrecimento atraindo besouros.
Os
filhos de Francisco sempre acompanhavam as atividades que envolviam as capturas
e zelos pelas borboletas.
IVO RANK
HISTÓRIA
Ivo
Rank, morador de Rio Vermelho em São Bento do Sul, apreciava as borboletas aos
4 anos e iniciou a coleta com 7 anos onde entrava na Floresta e bordas de mata
para capturar borboletas e besouros, aos 10 anos de idade já apresentava domínio
no tema e a vontade de criar as diferentes famílias de borboletas e mariposas,
muitas que nascem a noite ou antes do amanhecer e admirava o nascimento das
fêmeas. Observando o acasalamento de borboletas, como quando visualizou 30
machos voando sobre o viveiro, aumentavam a curiosidade, dedicação e paixão
pelas borboletas.
Acompanhava
seu pai na captura de mariposas. Em Rio Vermelho, aproximadamente em 1950 seu
pai construiu uma “meia água” instalou duas lâmpadas para atrair mariposas. Em
muitas situações passavam a noite acordados capturando e observando. Quando
fechava a serração vinham muitas mariposas que não venciam pegar. Utilizam uma
rede entomológica e enchiam caixas com
mariposas. No amanhecer do dia colocavam os insetos em envelopes, deitavam em
prateleiras, secando próximo do fogão de
lenha.
A
família também fazia artesanatos com as borboletas e suas asas. Também
forneciam borboletas para a Artefama que utilizava para os artefatos
decorativos.
A
história de Ivo Rank a a referência de seu trabalho também foi acompanhado da
divulgação e valorização da imprensa. No jornal A Gazeta de 21 de sembro de
1996 demostra a visita da Rede Globo e anuncia a reportagem que vinculará no
final de semana no Globo Rural. No jornal.
A
Notícia datado de 4 de janeiro de 1996 apresenta a matéria “ O Plantador de
Borboletas” matéria de Elenita Lanznaster que relata: “ Ali pode-se encontrar a
“azulona” de nome científico Prepuna delfille, um casal de borboletas que, em
50 anos de trabalho só foi vista uma vez. Famosa pela raridade,diversos
visitantes da Europa, Japão vem à casa de Rank especialmente para tentar
comprá-las por preços acima de mil dólares. De acordo com o proprietário, elas
não têm preço com as demais de sua coleção particular.”
ATUALIDADE
Em
2013 o Sr. Ivo Rank com 76 anos continua na observação e dedicação com as
borboletas. Apresenta o primeiro borboletário licenciado pelo IBAMA de Santa
Catarina, onde cada borboleta é registra e apresentada para a Associação.
Comercializa as borboletas, mas também libera fêmeas e alguns casais. Defende a
prática de criação dos Lepidópteros e argumenta o desmatamento e uso de
agrotóxicos como maiores impactos para
favorecer o declínio da população de borboletas. Complementa que a
criação de determinada espécie de borboleta pode gerar 100 ovos que irão gerar
100 indivíduos adultos, enquanto no habitat natural sobrariam menos que
10%. A criação em cativeiro oportuniza
proteção e a preservação de muitas espécies que hoje estão ameaçadas de
extinção, pelo desequilíbrio ambiental.
O
Sr. Ivo Rank domina a biologia dos lepidópteros, com os anos de estudo como
auto didata e de observador do habita e ciclo de vida das borboletas, a forma
de reprodução, o alimento associado com a vegetação correspondente a taxonomia
entre outros. Também atribui o conhecimento adquirido e compartilhado
reciprocamente com outros pesquisadores principalmente com o Dr. Luiz Soledade
Otero (in memória) do Museu Nacional da UFRJ que lhe visitou periodicamente e
entregava livros de Lepidópteras. Também trocou informações e experiências com
outros pesquisadores como o Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke do Setor de
Zoologia da UFPR (Universidade Federal
do Paraná) de Curitiba.
A
família Rank prossegue na criação de borboletas. Ivo Rank e sua esposa Olinda
dedicaram a vida na criação, preservação
e comercialização das borboletas. Mas este legado é passado para seus
descendente e seus filhos Ildo; Osni; Osiel; Otoniel; Marlene; Glaci; Noeli;
Ruth; Claudinisse; Carim; Carmem também dedicam a atenção com as borboletas, já
seus filhos Daniel; Arildo e Rosimeri apreciam as borboletas mas não
desenvolvem a atividade diretamente. O conhecimento adquirido é transmitido
para as gerações fomentando a cultura, preservação e a tradição deste grande
legado.