quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Encarte 2 - 7 Plano de Manejo

1.2.2. Avifauna


1.2.2.1. Materiais e Métodos


Com o propósito de aprofundar as informações sobre a composição da avifauna da área de estudo, foi realizado o levantamento de dados secundários por meio de bibliografia disponível. Dessa forma, foram utilizados como referências para embasar o presente estudo todos os artigos e relatórios técnicos referentes à avifauna da região de entorno da APA, incluindo o Planalto e o Litoral Norte Catarinense.

Para a obtenção dos dados primários, foi realizada campanha de campo entre os dias 10 e 15 de outubro de 2010. O trabalho de campo seguiu as etapas abaixo descritas:

- análise de material cartográfico e fotos aéreas: em reunião técnica prévia aos trabalhos de campo, foram analisados mapas e imagens de satélite da APA e áreas de entorno, o que permitiu uma visualização espacial do contexto ambiental atual da área de estudo.

- definição de sítios e pontos de amostragem: seguindo a metodologia empregada em Estudos de AER, foram definidos 3 sítios ambientais com 10 pontos de amostragem. Os pontos de amostragens foram locados em diferentes locais da APA, abrangendo ambientes diferenciados contendo vegetação em melhor estado de conservação e áreas alteradas e degradadas. Em todos os pontos foram realizados registros de espécies de aves num período médio de 3 horas. Ao término de amostragem de cada ponto, as espécies foram anotadas em fichas padronizadas indicando o sítio e o ponto de amostragem.

- registro de espécies em campo: para o registro de espécies em campo nos pontos de amostragens definidos, foram utilizadas as técnicas comumente empregadas em estudos da avifauna, conforme segue:

I - Observação direta: através da visualização e identificação direta das espécies com auxílio de binóculos 7x35, sendo a identificação feita por detalhes morfológicos e comportamentais das espécies. Em certos casos, houve a necessidade de utilização de guias (livros) de campo especializados para a confirmação das espécies visualizadas, sendo esses: Naroski e Yzurieta (1987), Dunning (1987) e de La Pena e Rumboll (1998).

II - Reconhecimento auditivo: o reconhecimento auditivo ocorreu através da identificação das manifestações sonoras das espécies. Por vocalizarem constantemente, grande parte das espécies foram registradas por essa técnica.

- compilação dos dados: ao final dos trabalhos de revisão bibliográfica e campanha de campo, todos os dados obtidos (primários e secundários) foram compilados para análise e para a elaboração da listagem de espécies de maior probabilidade de ocorrência para a área.

- ordenação taxonômica: a nomenclatura científica aqui utilizada segue a Lista das Aves do Brasil do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos versão outubro de 2008 (CBRO, 2008) e a nomenclatura vernácula (nomes populares) segue Sick (1997). Para a determinação do status de espécies ameaçadas utilizou a Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de extinção (MMA, 2003).

1.2.2.2. Resultados


1.2.2.2.1. Riqueza de espécies

No que pese as interferências antrópicas ocorridas nos últimos anos na APA, as quais atingiram em maior ou menor escala (seja de forma direta ou indireta) os sítios pesquisados, as amostragens realizadas nos diferentes pontos durante os trabalhos de campo culminaram com uma listagem composta por 268 espécies de aves distribuídas em 50 famílias conforme apresentado no Anexo 5. Essa listagem, a princípio, reflete a composição de espécies mais provável de ocorrência para a área, o que significa que não deve ser vista como conclusiva, pois levantamentos mais aprofundados e de longo prazo poderão incluir outras espécies aqui não relacionadas.

Das 268 espécies consideradas como de potencial ocorrência para a área do parque, 204 espécies distribuídas em 20 ordens e em 45 famílias foram registradas durante os trabalhos de campo. As espécies com maior freqüência (registradas em maior número de pontos de amostragem) foram Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) em oito pontos, Carpornis cucullatus (corocoxó) em cinco pontos e Pionus maximiliani (baitaca), Trogon surucura (surucuá-de-barriga-vermelha), Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde), Sittasomus griseicapillus (arapaçu-verde), Basileuterus leucoblepharus (pula-pula-assobiador), Saltator similis (trinca-ferro) em três pontos. Essas oito espécies representam apenas 3,92% das espécies registradas em campo. Do restante, 25 espécies, (12,25 %) apresentaram registros em dois pontos, sendo exemplos, dentre outras espécies, as seguintes: Crypturellus parvirostris (nhambu-chororó), Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta), Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Piaya cayana (alma-de-gato), Trogon rufus (surucuá-de-barriga-amarela), Lochmias nematura (joão-porca), Cyanocorax caeruleus (gralha-azul) e Cyclarhys gujanensis (pitiguari). Um total de 161 espécies (79,43%) teve registro apenas em um dos pontos de amostragens, enquanto que 9 espécies (4,40%) foram registradas em outros locais não definidos como pontos de amostragens.

As espécies constatadas durante os trabalhos de campo, a ordem e a família a que pertencem, bem como os sítios e pontos em que foram registradas estão sumariadas no Anexo 6.

Na relação de aves elaborada, destacam-se dentre outras, espécies ameaçadas (algumas em situação bastante crítica), raras, vulneráveis e pouco comuns, além de migratórias e endêmicas do macrobioma Floresta Atlântica. A heterogeneidade de ambientes presenciada em toda a área é um dos fatores que condiciona tal riqueza, propiciando a colonização de uma avifauna bastante variada no que se refere a preferência ambiental das espécies.

1.2.2.2.2. Associação da avifauna com os ambientes da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold

Os limites da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold e seu entorno apresentam formações florestais em diferentes estágios de sucessão que, juntamente com áreas abertas compostas por estepes alteradas e campos antrópicos propiciam habitats diferenciados para a ocupação da avifauna. A heterogeneidade ambiental verificada para a área da APA propiciou a colonização de uma gama de espécies com diferentes níveis de especificidade, em face à capacidade adaptativa das espécies em relação a ambientes em diferentes estados de conservação.

Segundo Gonzaga (1982), a avifauna ocupa ambientes distintos de acordo com a valência ecológica adquirida por cada espécie, ou seja, enquanto algumas espécies apresentam ampla plasticidade em ocupar diferentes ambientes (definidas como generalistas), outras são restritas a apenas uma tipologia (especialistas) considerando-se aqui principalmente habitantes de ambiente florestal (algumas dependentes de ambientes mais conservados) e de sistemas aquáticos e semi-aquáticos. Para o segundo caso, a presença dessas espécies depende de determinados atributos dos ambientes em que vivem, os quais constituem-se em fatores cruciais para o fornecimento do alimento, abrigo e local de reprodução, atributos estes essenciais para a sobrevivência das mesmas.

De acordo com a preferência de ocupação ambiental, as aves foram classificadas em categorias distintas sendo essas:

  1. Espécies Florestais (FLO): registradas somente no interior de florestas, evitando habitar locais desmatados e abertos;
  2. Espécies campestres (CAM): espécie que em sua maioria apresentam hábitos sinantrópicos ou são naturalmente habitantes de áreas desflorestadas;
  3. Espécies florestais/campestres (FLO/CAM): espécies generalistas observadas principalmente na borda, mas também, no interior da mata;
  4. Espécies campestres/florestais (CAM/FLO), espécies generalistas observadas na borda da mata e em locais com árvores esparsas;
  5. Espécies aquáticas e semi-aquáticas (ASA), habitantes exclusivas de sistemas hídricos (lagos, rios) ou com certa dependência de locais que contenham água.

Dentre as espécies estritamente florestais (FLO) destacam-se insetívoras especializadas em procurar alimento em cascas de árvores ou plantas epífitas (lianas e bromélias) tais como espécies da família Dendrocolaptidae, citando Xiphocolaptes albicollis (arapaçu-de-garganta-branca), Denfrocolaptes platyrostris (arapaçu-de-bico-preto) e Lepidocolaptes falcinellus (arapaçu-escamoso). Também espécies nectarivoras, em especial, espécies da família trochiliidae, dentre outras, Florisuga fusca (beija-flor-preto-e-branco), Phaetornis pretrei (rabo-branco-de-sobre-amarelo) e Thalurania glaucopis (beija-flor-de-fronte-violeta). Dentre espécies onívoras Gralaria varia (tovacuçu-malhado), Trogon rufus (surucuá-de-barriga-amarela) e Dysithamnus mentalis (choquinha-lisa) e dentre os rapineiros (carnívoros), Micrastur semitorquatus (gavião-relógio) e Leucopternis lacernulata (gavião-pombo-pequeno).

Em relação às espécies florestais/campestres (FLO/CAM) são destacadas, Leucochloris albicollis (beija-flor-de-papo-branco), Turdus amaurochalinus (sabiá-poca) e Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira).

Quanto às espécies campestres/florestais (CAM/FLO) são destacadas, Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Leptotila verreauxi (juriti-pupu) e Patagioenas picazurro (asa-branca).

Em relação às espécies estritamente campestres (CAM) são citadas dentre outras registradas na área da APA as seguintes: Buteo albicaudatus (gavião-de-cauda-branca), Syrigma sibilatrix (maria-faceira), Falco sparverius (quiri-quiri), Speotyto cunicularia (coruja buraqueira), Colaptes campestris (pica-pau-do-campo), Furnarius rufus (joão-de-barro) e Sicalis flaveola (canário-da-terra).

Espécies de hábitos aquáticos e semi-aquáticos são poucas que habitam a APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold, destacando-se Jacana jacana (jaçanã), Butorides striatus (socozinho), Aramides saracura (saracura-do-mato).

Com base nas distintas tipologias vegetais da área de estudo, assim como, de ambientes que não tem relação direta com as paisagens botânicas, caso dos sistemas aquáticos e campos antrópicos, é apresentado a seguir a caracterização ambiental da área e a avifauna associada.

1.2.2.2.3. Florestas primárias alteradas

Florestas primárias alteradas somente são encontradas em poucos locais na área da APA, geralmente em encostas mais íngremes onde a ação antrópica foi limitada pela dificuldade de acesso às mesmas. Essas áreas ainda apresentam árvores de grande porte com alta densidade de plantas epífitas, constituindo-se de ambientes únicos que são habitados por espécies com dependência da vegetação epífita para encontrar alimento, devido às adaptações morfológicas e especialidade de dieta alimentar.

São exemplos de espécies de aves que habitam preferencialmente as florestas primárias alteradas na área as seguintes: Geranospiza caerulescens (gavião-pernilongo), Spizaetus tyranus (gavião-pega-macaco), Micrastur semitorquatus (gavião-relógio), Pionus maximiliani (baitaca), Glaucidium brasilianum (caburé-ferrugem), Trogon viridis (surucuá-de-peito-amarelo), Campephilus robustus (pica-pau-rei), Gralaria varia (tovacuçu-malhado), Xiphocolaptes albicollis (arapaçu-de-garganta-branca), Carpornis cucullatus (corocoxó) e Turdus albicollis (sabiá-coleira).

1.2.2.2.4. Sucessão secundária de floresta em estágio avançado

Esse estágio de sucessão florestal denominado de “capoeirão” é caracterizado fitofisionomicamente por vegetação de porte avançado com altura de até 15 m e muitas vezes, contendo já diversas espécies vegetais da floresta clímax. Blocos de vegetação de capoeirão se fazem presentes em diferentes locais dentro dos limites da APA, sendo a avifauna que os habitam composta por espécies generalistas, ou seja, que tem capacidade de ocupar diferentes ambientes e espécies especialistas de florestas avançadas, dependendo as espécies do segundo caso, da estrutura da vegetação e de outros fatores ecológicos para a ocorrência de maior ou menor número de espécies.

Para a área de estudo, foram registradas nos pontos que continham cobertura vegetal de capoeirões, as presenças de espécies que habitam preferencialmente locais de vegetação em melhores condições de conservação, tais como Micrastur ruficollis (gavião-caburé), Penelope obscura (jacu-guaçu), Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde), Dendrocolaptes platyrostris (arapaçu-grande), Tityra cayana (anambezinho-de-cara-vermelha) e Procnias nudicollis (araponga).

Dentre as espécies generalistas são exemplos: Tachyphonus coronatus (tiê-preto), Thamnophilus caerulescens (choca-da-mata), Trichothraupis melanops (tiê-de-topete) e Pyriglena leucoptera (papa-taoca).

1.2.2.2.5. Sucessão secundária de floresta em estágio médio

O estágio médio de sucessão florestal secundária denominado de capoeira é relativamente comum em diferentes locais da APA. Composto de vegetação de troncos finos e com altura média de 6 a 8 metros pôde-se observar que em muitas situações, a vegetação de capoeira apresenta importante função ao fazerem a ligação (corredores) entre fragmentos de estágio sucessionais mais avançados e remanescentes mais conservados. Nas capoeiras foram registradas várias espécies de aves, em sua maioria, de hábitos generalistas. Nesse estágio vegetacional, também se fazem presentes espécies sinantrópicas de áreas abertas que muitas vezes apenas se deslocam para essa vegetação para pouso. De um modo em geral, as espécies de aves das capoeiras não se caracterizam como habitantes exclusivas desta fase de sucessão vegetacional, mas sim, como ocupantes oportunistas, as quais podem apresentar como ambiente preferencial tanto as florestas, como áreas abertas e de estágios de sucessão.

Dentre as várias espécies típicas habitantes de capoeiras, são exemplos daquelas registradas em pontos de amostragens com esse tipo de vegetação as citadas a seguir: Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Piaya cayana (alma-de-gato), Veniliornis spilogaster (pica-pau-carijó), Lathrotricus euleri (enferujadinho), Leptotila verreauxi, (juriti), Saltator similis (trinca-ferro-verdadeiro), Schiffornis virescens (flautim), Picumnus cirrhatus (pica-pau-anão-barrado), Veniliornis spilogaster (pica-pau-verde-barrado), Mackenziaena leachii (borralhara-assobiadora), Conopophaga lineata (chupa-dente), Camptostoma obsoletum (risadinha), Cyclarhys gujanensis (pitiguari), Thraupis sayaca (sanhaço) e Nyctidromus albicollis (curiango).

1.2.2.2.6. Sucessão secundária de floresta em estágio inicial

Conhecido por “capoeirinha” esse estágio de sucessão de floresta caracteriza-se pela vegetação de pequeno porte com arbustos e arvoretas menores que 3 metros de altura. Na área da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold é encontrada em locais onde há pouco tempo o solo era destinado a plantações e que no momento não está sendo utilizado para atividades produtivas.

Nos pontos onde esse tipo de vegetação secundária se fez presente foram registradas dentre outras espécies de aves as seguintes: Milvago Chimachima (carrapaterio), Columbina talpacoti (rolinha-paruru), Stephanoxis lalandi (beija-flor-de-topete), Synallaxis spixi, (bentererê), S. ruficapilla (joão-tenenem), Drymophila malura (choquinha-da-tranqueira), Serpophaga subcristata (alegrinho), Geothlypis aequinoctialis (pia-cobra), Zonotrichia capensis (tico-tico), Lurocalis semitorquatus (tuju), Guira guira (anu-branco) e Crotophaga ani (anu-preto).

Áreas abertas
As áreas abertas da APA constituem-se de estepes alteradas e campos antrópicos. Apresentam cobertura vegetal composta por gramíneas rasteiras ou de baixa altura, bem como, arbustos e indivíduos arbóreos isolados. Nesse ambiente foram registradas espécies típicas de áreas abertas, dentre outras, as seguintes: Vanellus chilensis (quero-quero), Polyborus plancus (carcará), Falco sparverius (quiri-quiri), Speotyto cunicularia (coruja burraqueira), Furnarius rufus (joão-de-barro), Pitangus sulphuratus (bem-te-vi), Turdus rufiventris (sabiá-laranjeira) Sicalis flaveola (canário-da-terra), Volatinia jacarina (tiziu) e Sporophila caerulescens (coleirinha).

Povoamentos de pinus
Áreas cobertas com povoamentos florestais exóticos (pinus) pertencentes às industrias madeireiras da região são relativamente comuns nas partes mais altas da APA (Sítio Planalto). A vegetação de pinus constitui-se de um ambiente para qual a grande parte das espécies de aves não está adaptada, levando-se em conta que esses plantios reduzem sensivelmente atributos ecológicos básicos para a sobrevivência da avifauna. Poucas são as espécies que se deslocam para os plantios de pinus, quando muito, para pouso, espreita de presas (gaviões) ou busca de insetos (aves insetívoras). Comparada às áreas cobertas com vegetação nativa, os povoamentos de pinus se configuram como prejudiciais à avifauna regional pelo fato de não oferecer suporte de sobrevivência à maioria das espécies.

Embora nenhum ponto de amostragem tenha sido realizado nessa vegetação, dentre as poucas espécies que buscam o pinus para pernoite, pouso ou mesmo alimentação são exemplos: Rupornis magnirostris (gavião-carijó), Milvago chimachima (gavião-pinhé), Tyranus melancholicus (siriri) e Pyrrhura frontalis (tiriva).

Ambiente Aquático
Os sistemas aquáticos presentes na área da APA são representados por:

a) Sistema ribeirinho: compreende as superfícies líquidas dentro de um sistema com regime essencialmente lótico e a vegetação da margem. Para a área da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold são representados principalmente pelos rios Vermelho e Natal. Entre as espécies de aves que habitam os sistemas ribeirinhos destacam-se: Megaceryle torquata (martim-pescador-grande), Chloroceryle amazona (martim-pescador-médio) e C. americana. (martim-pescador-pequeno). No interior de áreas florestadas, às margens de córregos de pequeno tamanho, Lochmias nematura (joão-porca), teve registro constante.

b) Sistema lacustre: formado por lâminas de água sem presença de vegetação, podendo quando muito conter vegetação tipicamente aquática associada a um regime essencialmente lótico. Ambiente inexpressivo na área da APA, sendo representado por açudes, sendo o principal, a represa de captação de água do Rio Vermelho para abastecimento de São Bento do Sul. Dentre as espécies registradas nesse ambiente destaque para Amazonetta brasiliensis (marreca-ananaí), Cairina moschata (pato-do-mato), Jacana jacana (jaçanã), Egreta thula (garça-branca-pequena), Egreta alba (graça-branca-grande), Butorides striatus (socozinho), Aramides saracura (saracura-do-mato) e Gallinula Chloropus (frango d´água).

Ambiente Aéreo
Não se constitui de um ambiente propriamente dito, mas sim, de um espaço utilizado por longos períodos de tempo por determinadas espécies de aves com urubus, andorinhas e andorinhões, os quais passam boa parte do tempo em vôo para forrageamento. Espécies típicas do ambiente aéreo são: Coragyps atratus (urubu-de-cabeça-preta), Cathartes aura (urubu-de-cabeça-vermelha) e Streptoprocne zonaris (andorinhão-de-coleira-branca).

4.2.2.2.7. Caracterização ambiental e da avifauna dos sítios de amostragens

Através do diagnóstico realizado na APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold através dos dez pontos de amostragens, contatou-se que em praticamente toda ela a ação antrópica se fez presente, sendo, no entanto, de formas distintas, ou seja, enquanto que em determinados espaços ocorreu de forma bastante intensa, e em outros, foi de forma mediana a pouca intensidade.

A intensidade foi maior nas áreas mais planas (Sítio Planície), onde em muitos locais houve a supressão total da vegetação arbórea para pastagens, plantios de bananas e agricultura. Já na área do planalto (Sítio Planalto), as alterações também foram relativamente intensas, principalmente em áreas recobertas por estepes que atualmente estão cobertas por plantios de pinus. Áreas em melhor estado de conservação se fazem presentes em encostas mais íngremes, onde o acesso é dificultado devido ao relevo dos terrenos. A ação antrópica em toda a área da APA culminou em impactos à avifauna, certamente gerando diminuições de determinadas espécies, em especial, de grandes rapineiros (gaviões) dependentes de áreas florestais extensas.

A seguir, é feita a caracterização da avifauna nos três sítios de amostragem, de acordo com as condicionantes ambientais que determinam a ocupação ou não de diferentes espécies de aves registradas para a área da APA Municipal do Rio Vermelho/Humbold.