PRIMEIRO
COMÉRCIO, EMPRESAS E INDÚSTRIAS DE SÃO BENTO DO SUL
Além da primeira indústria na forma de cooperativa, na fabricação de
vidros, feitos pelos Boêmios do Norte na Estrada Dona Francisca (postagem
anterior), também se destacam comércios, empresas e indústrias que apresentamos
aqui do primeiro ano até o cinquentenário de São Bento.
O primeiro ponto comercial em São Bento foi em 1873, na própria casa de
recepção, casa do imigrante, localizada no mesmo local da atual Praça Getúlio
Vargas, onde brasileiros, tropeiros vendiam e trocavam seus produtos. Não
existe uma data pontual mas por volta de 1874, surgiu o comércio do Sr.
Henrique Reusing, localizado a poucos metros da casa do imigrante, na atual
Praça Getúlio Vargas, exatamente onde atualmente se encontra a Secretaria de
Turismo, mas em outra construção muito mais modesta. Este vendia e trocava de
tudo um pouco, muitas vezes vendendo fiado por semanas ou meses. As tropas de
Augusto Kirten e Rudolfo Klaumann traziam de Joinville mantimentos como arroz,
feijão, tecidos, carne seca entre outros.
Propaganda São Bento 50 anos em 1923
Cidade colonizada pela maioria do Böhmerwald ou do Reichenberg,
atual República Tcheca, e também de Bávaros, atual Bayerische Wald entre outros.
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Por volta do ano de 1876 já existia um engenho de arroz do Sr. Hasse
que emprestou o Sr. Antonio Sinke de Joinville afim de adequar o engenho para
exploração da erva-mate, existente em todas as propriedades.
“1884
A primeira serraria a vapor de São Bento foi aberta em janeiro pelo Sr. Augusto
Henning em Oxford” (AMMON, 1923). No início cervejarias, ervateiras e
cerrarias, salões de dança e escolas surgiam em Oxford e Lençol, sendo a Estrada
da Serra com maior movimento em relação ao centro da cidade que apresentava
apenas 57 terrenos (ano de 1886) e movimento significativo apenas durante eleições,
festas e danças. “No ano de 1888 ficou pronto o moinho dos irmãos Heyse que
moía centeio, e mais tarde também o trigo” (AMMON, 1923). São Bento também
produzia vinhos, tendo recebido premiações do vinho tinto e branco em Paris
como “diploma de honra”, citado por AMMON como publicação de I. Fischer,
considerando a cronologia do livro este reconhecimento deve ter ocorrido em
1889.
Wolfgang Ammon em suas sucessivas identificações de São Bento com 25
anos faz lembrar. “A recordação dos dias passados nos chega quando fazemos
reviver os nomes que no velho S. Bento todos conheciam como os hotéis de Goll,
Richter, Linke, Lutz, Zipeerer, os salões de dança do Goll e Sepp, no velho
Linke, no Steenbock, no Knoop, etc. As cervejarias de Altrock, Krause,
Zschoerper, Ryssel, Linzmeyer, Opiz, Käsemodel, Hoffmann, etc”. Já em relação a
geração de impostos o registro apresentado de 1899, quando São Bento estava com
26 anos de existência apresentava: “4 açougues, 7 alfaiatarias, 7 oficinas de
barriqueiros, 14 botequins, 10 carpinteiros de carros, 49 casas de negócio, 1
confeitaria, 4 curtumes, 3 engenhos de erva-mate, 6 ditos de serrar madeira, 8
cervejarias, 2 chapelarias, 2 fabricas de gasosa, 2 fabricas de vinagre, 16
ferrarias, 3 funilarias, 3 hotéis, 3 engenhos de picar palhiço, 12 marcenarias,
7 moinhos, 8 olarias, 4 padarias, 1 relojoaria, 19 sapatarias, 6 selarias, 2
tamancarias, 2 tanoarias. Veículos: 94 carroções de carga e frete, 300 carroças
de aluguel ou uso particular da lavoura, 3 carros de aluguel, 19 carros de uso
particular (AMMON,1923).
Chegamos ao ano de 1920 com 7.285 habitantes, em 1923 próximo de 9000
habitantes. Tendo 650 carruagens; 430 arados; 5270 cabeças de gado;2233
cavalos; 155 mulas; 215 cabras; 329 carneiros e 6576 porcos. São Bento
praticava a saída de seus produtos pelos trilhos tendo 5 estações: Rio Natal,
Rio Vermelho; São Bento; Rio Negrinho e Rio Preto, por onde passavam sacos de
batatas, madeira entre outros. São Bento chega aos cinquenta anos tendo como
indústria e comércio: “7 hotéis e albergues; 9 açougues; 2 agencias de banco; 3
agencias comerciais; 11 alfaiatarias; 4 barbearias; 5 olarias; 6 botequins; 4
carpintarias; 9 carpintarias de carros; 1 charutaria; 2 oficinas de carruagem;
3 curtumes; 1 drogaria; 3 cervejarias; 1 fábrica de licores; 1 de vinagre; 1 de
sabão; 1 de grude; 3 fábricas de gasosa; 1 moinho de café; 3 fábricas de
móveis; 1 fábrica de móveis de vime; 3 chapelarias; 14 forjas; 5 funilarias; 2
livrarias; 5 marcenarias; 5 engenhos de palhiço; 9 moinhos; 2 oficinas
mecânicas; 5 padarias; 1 farmácia; 2 fotográficas; 1 relojoaria; 2 papelarias;
7 sapatarias; 2 tamancarias; 8 selarias; 1 tipográfica; 3 dentistas; 2 médicos;
2 agrimensores; 2 pintores; 4 mercadores; 5 alugadores de carros” (AMMON,
1923).
BIBLIOGRAFIA:
Chonica do Município
de São Bento desde a sua fundação 1873 até 1923 Wolfgang Ammon
São Bento no Passado – Reminiscências
da Época da Fundação e Povoação do Município – Conforme diários reunidos por
Josef Zipperer Sem. Em 1954 Jorge Zipperer publica o livro com Prefácio da 3ª
edição em alemão datado em 1935. E do prefácio da 1ª edição em português datado
em 1951 por Martim Zipperer.