terça-feira, 4 de junho de 2019

Soltura de aves é adiada devido à chuva


Soltura de aves é adiada devido à chuva

Estava tudo pronto para a soltura das aves no Recanto do Noti, no Rio Vermelho.
A Polícia Militar Ambiental, representada pelo Sargento Gilson Luiz da Silva, do 1º Pelotão da PMA Rio Vermelho (Florianópolis), trouxe até São Bento do Sul as 30 aves reabilitadas pela Associação R3 Animal, responsável pelo CETAS - Centro de Triagem de Animais Silvestres localizado no Parque Florestal Rio Vermelho, em Florianópolis, que com o apoio do IMA e da própria Polícia Militar Ambiental, soltariam inicialmente 15 aves, maitacas-verdes, e posteriormente mais 15 papagaios-de-peito-roxo.

Porém, a forte chuva impediu a soltura, sob risco das aves ficarem encharcadas e, com as condições de vôo debilitadas, permanecerem no solo, onde seriam presas fáceis para os predadores naturais.
O evento estava completo, alunos do 4º ano da EBM Alexandre Pfeiffer acompanhados do diretor Fabio Aguiar e da diretora de Programas e Projetos da Secretaria de Educação Celina Cieslinsky Cordeiro foram especialmente para acompanhar a soltura.
A equipe da R3 Animal se fez presente com a coordenadora Profª. Drª. Cristiane K. M. Kolesnikovas, e Amanda Barbosa, Brígida Azeredo, Elias Leal, Ingridy Moara Severino e João Vitor Campos Roeder.
Aliás, Dra Cristiane explanou um pouco sobre as ações realizadas pela R3 Animal e destacou o apoio e parceria com o município de São Bento do Sul que possui ampla área de preservação ambiental.
João Vitor também falou aos presentes e especialmente aos alunos, explicando os motivos para não soltarem as aves com aquela chuva.
"As aves chegam geralmente para nós muito frágeis, vítimas do tráfico. A recuperação ocorre em ambiente controlado, sem predadores, com comida à disposição, e por isso que a soltura deve ocorrer com cuidado. Com esta chuva as aves estarão sob sérios riscos, por isso aguardaremos as condições de tempo melhorarem. A soltura para o animal é um momento muito estressante, por isso temos que tentar diminuir ao máximo os riscos para essas aves", explicou João Vitor.
A Polícia Militar estava presente, também a secretária de Planejamento e Meio Ambiente do município de Rio Negrinho Marlete Chagas Schroeder, juntamente com a técnica ambiental Daniela Hubner de Lima, diversos convidados, e o prefeito Magno Bollmann.
Em sua mensagem o prefeito relembrou das duas solturas anteriores ocorridas na APA de São Bento do Sul, em 2017 no Parque das Aves e em 2018 na área da URVE.
Magno agradeceu o apoio da Polícia Militar Ambiental e de todos envolvidos para que as aves tivessem a oportunidade de retornar para seu habitat natural.
O prefeito destacou a importância do trabalho realizado e a dedicação para a preservação da natureza. "A soltura destas aves é de fundamental importância inclusive para se preservar as florestas, pois elas são fundamentais para a distribuição das sementes que brotarão e crescerão, reflorestando as matas", destacou Magno.
A equipe de Meio Ambiente da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município também se fez presente, estavam o secretário Alisson Hastreiter, o biólogo Marcelo Hubel, responsável pelo projeto no município, Ricardo Gonzales Frontana, Kaandra Serpa Werner e Jonas Fernando Engel. 
Marcelo inclusive repassou diversas informações aos alunos sobre as aves e sobre a trilha do papagaio-de-peito-roxo, localizada no centro da cidade e que recebe turmas para visitas monitoradas.
De acordo com Marcelo, atualmente vivendo livremente na natureza só existem aproximadamente 5 mil papagaios-de-peito-roxo, por isso a situação preocupante e o risco de extinção da espécie.
Soltura e adaptação
Toda estas aves silvestres foram apreendidas pela Polícia Militar Ambiental e reabilitadas pelo CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres), administrada pela R3 Animal.
As 15 maitacas-verdes seriam soltas durante o evento, porém, a chuva impediu. Conforme Marcelo, as aves seriam libertadas na manhã desta sexta-feira, mas a chuva ainda estava intensa. "Agora iremos monitorar o clima e assim que houver condições às libertaremos. Enquanto isso não ocorrer elas serão mantidas no viveiro e serão cuidadas", explicou.
Quanto aos papagaios, a situação é diferenciada. As 15 aves necessitarão de um período de adaptação tanto de clima como de altitude, pois estavam sendo reabilitadas na região litorânea.
Para tanto, um grande viveiro foi construído para abrigar as aves durante o período de 30 dias.
Aliás, sobre a construção do viveiro cabe ressaltar o apoio dos empresários Frank Bollmann, da URVE e SteelMast, que doou ferragens e construiu o viveiro; Orli Katzer, da Móveis Katzer, que doou a tela necessária para o viveiro. Ambos estiveram presentes durante o evento que marcaria a soltura das aves no Recanto do Noti.
Ao longo destes 30 dias as aves serão mantidas pela equipe de Meio Ambiente e pela família de José Honório Muehlmann, Noti.
E quanto à soltura das aves, cabe ainda o ressaltar o apoio da Condor, que doou os recursos necessários para realização dos exames laboratoriais para as aves, pois sem a realização dos exames as aves não poderiam ser encaminhadas para soltura.
 
Risco de extinção
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) está ameaçado de extinção pela lista vermelha da IUCN - (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais), e também é considerado vulnerável pela lista vermelha do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. Os papagaios ficarão temporariamente em cativeiro no mesmo local, para ocorrer aclimatização e posterior soltura branda. Este tratamento diferenciado é uma exigência por se tratar de um espécie ameaçada de extinção.


Joberth Krause – MTB 4280SC
Assessoria de Imprensa
Prefeitura de São Bento do Sul