Tópicos de algumas ocorrências de São Bento no 2º ano de existência em 1875
São Bento no Passado –
Reminiscências da Época da Fundação e Povoação do Município – Conforme diários
reunidos por Josef Zipperer Sem. Em 1954 Jorge Zipperer publica o livro com
Prefácio da 3ª edição em alemão datado em 1935. E do prefácio da 1ª edição em
português datado em 1951 por Martim Zipperer.
- Em 1875 chegaram mais
imigrantes como os Fendrich, Schadeck, Tschöke, Knittel e outros.
- As primeiras mercadorias,
mantimentos eram buscados de Joinville, mas os moradores vizinhos de Avencal
também vendiam os produtos ou trocavam. Sendo os brasileiros de nomes longos.
Também compravam porcos, patos e galinhas, transportados em cestos de bambu
sobre o lombo das mulas.
- Entre São Bento e “Campo
Alegre” continuavam a construção e estradas vicinais, mas os valores ganhos
pelo serviço sempre chegavam com atraso de 2 a 3 meses.
- Após a colheita do centeio em
1875 iniciaram os moinhos manuais. Mas também assim se adaptaram ao fubá de
milho, que não conheciam.
- Os primeiros pães formam
produzidos nos primitivos fornos, e depois de abençoados, foram cortados. Foi
naquele momento a maior fartura que seu trabalho poderia ter proporcionado.
- São Bento não apresentava
problemas em relação ao índios, mas numa picada coordenada pelo Eng Alberto
Kröhne, rumo a Lençol, rumo sul, formado as divisas da Cia Colonizadora, foram
encontrados 16 abrigos de índios ainda com brasas quentes, arcos e pontas de
flecha. Oque mais chamou a atenção foi um trançado de taquara em forma de
balde, revestido com cera de abelha.
- A construção temporária dos
índios. Escolhiam 4 pequenas árvores, desgalhavam e puxavam suas copas, unindo
mais fortemente com taquara e cobriam de vegetação, como a Papanduva.
- Os índios nunca causaram danos
aos imigrantes, exceto em Itainópolis onde vários imigrantes se mudaram.
Famílias inteiras forma massacradas.
- João Mühlbauer morava na
estrada Rio Negro, seu filho com aproximadamente dois anos era levado junto
para a roça. Acredita-se que a criança dormiu, saiu andando, até ser encontrada
pelos tropeiros. Após muito tempo em Lençol no comércio do Francisco Kamiensky que comercializava erva-mate
com os tropeiros, observou que existia um menino madrinheiro da tropa.
Indagando sobre o menino foi confirmado que a cerca de 12 anos este teria sido
encontrado abandonado. O menino retornou ao lar de seus pais, mas sem
entenderam uma só palavra, pois este falava a língua portuguesa.
- Na Áustria sempre comemoravam,
com música e canto, o terceiro domingo do mês de outubro, que celebravam a
colheita, e festejam como ação de graças. No Brasil em 1874 também festejaram a
mesma data, embora era primavera e início do plantio. Sem ter um galpão
utilizaram uma parte alta da casa do vizinho Bail, com o céu estrelado, com
fogueiras e dois tocadores de gaita de boca, cantavam e dançavam, e bebiam o
“Grog” uma bebida feita de cachaça/água/açúcar e ovos que ferviam em um tacho.
- No ano seguinte começaram a
construir as casas de madeira “Blockhaus” e também o salão de baile.
- O antigo terreiro da festa
ficou para bater o centeio.
- Existiam poucas mulheres, e com
os brasileiros tinham pouco relacionamento devido a distância e principalmente
pela dificuldade de comunicação devido a língua ser diferente. E os solteiros
iam até o porto de São Francisco ver se conseguiam uma esposa, em caso positivo
passavam por Joinville para encontrar o padre, e subiam a serra já casados.
- Francisco Rohrbacher imigrante
de 1875, por intermédio da Cia Colonizadora, retornou para a Boêmia para trazer
mais imigrantes, e assim foi feito com ocupações na Estrada Rio Negro, Lençol e
Estrada Dona Francisca, em troca recebeu um lote na Estrada dos Banhados e um
determinado valor em dinheiro por cada imigrante.
- As terras da Cia. Colonizadora
apresentavam falhas de medições e surgiram problemas como as terras
confrontantes com Maneco Franco. Um agrimensor de nome Ochs, (Ox) acampou na
margem do rio São Bento com a Estrada Dona Francisca, tendo alguns ranchos,
para medir os terrenos com problemas de divisas. Depois levantou acampamento e
foi embora. Assim surgiu no município a localidade de Oxford, pois após a
retirada do agrimensor os moradores falavam “ Der Ox ist fort”, com definição
de onde ficavam os ranchos, e ficou como referência “O Ox foi embora”. E assim
ficou denominado o local como Oxford, sem ter nenhuma relação com a universidade.
- No ano de 1875 os ranchos do
“Ox” foram desmontados e levados por 4 quilômetros para o centro, e serviram de
construção da escola, tendo como professor Frederico Fendrich. Na parte da
manhã lecionava para 30 crianças e a tarde exercia a profissão de sapateiro.
Recebia o salário por criança da Cia. Colonizadora.
- Frederico Fendrich nasceu em
Viena, em São Bento ensina em alemão, mas tinha um sotaque diferente, de origem checa. E as dificuldades de comunicação se entendiam entre os próprios alunos seja de origem alemã, austríaca, polonesa, dinamarquesa. Até mesmo os austríacos não entendiam
totalmente os pomeranos, mesmo ambos falarem alemão.
FOTOS HISTÓRICAS DE SÃO BENTO DO SUL - SÃO BENTO NO PASSADO