sexta-feira, 13 de novembro de 2015

PRIMEIRA INDÚSTRIA FORMADA POR COOPERATIVA - DO NORTE DA BOÊMIA PARA SÃO BENTO

PRIMEIRA INDÚSTRIA COOPERATIVA DO VIDRO
DO
NORTE DA BOÊMIA PARA SÃO BENTO/SC/BRASIL


Falar sobre a origem e cultura de são Bento do Sul, é remetermos a imagem instantânea da Alemanha. Mas é fato que em relação aos imigrantes que aqui chegaram a grande maioria é de origem alemã do Reino da Boêmia, mas no momento da imigração este Reino pertencia ao Império Austro-Húngaro (1867 E 1918), mas observando em relação a um contexto maior da história ainda podemos considerar como sendo vinculados ao Reino da Áustria porque o Reino da Boêmia existiu como monarquia hereditária do ano 1212 até o ano de 1918, mas do ano de 1620 até 1918 a Boêmia esteve anexado ao Reino da Áustria. 
Brasão/Escudo Armas de Reichenberg
Mas a maioria dos imigrantes que chegaram em São Bento apresentam cultura e raízes alemãs da Boêmia vindos de duas regiões, sendo do Böhmerwald e Reichenberg. Muitos inclusive circulavam por estas regiões. Os do Böhmerwald estavam mais restritos a agricultura e subsistência em áreas de “nobres”, já o Reichenberg além dos latifundiários de terras, apresentava mais indústrias. 
Brasão do Império no Brasil
Muitos de nossos imigrantes foram registrados como agricultores, quando na verdade eram exímios dominadores da arte de fazer vidros. Ainda hoje a região que pertencia ao Reichenberg, atual República Tcheca e região do Liberec, domina esta arte e produção. E aqui está a razão de interpretar a história e origens, para então entender a existência da primeira cooperativa em São Bento, destinada para a fabricação de vidros. Sinal evidente que não apenas de um ou dois imigrantes dominavam o trabalho de fabricação de vidros/cristais.  Evidências da cooperativa são descritas em alguns livros como escrito por Josef Zipperer, “Montou-se, ainda na mesma estrada (Dona Francisca), uma indústria de vidro, organizada por imigrantes do norte da Boêmia, sob forma cooperativista, a qual chegou a funcionar, produzindo garrafas e copos de boa qualidade. Mas o pouco consumo, exclusivamente local, dados os péssimos meios de transporte para outros mercados, fez com que fosse de pouca duração o empreendimento”. Entretanto Wolfgang Ammon comenta que a fábrica fechou depois de um ano por falta de capital, que pela sequência cronológica do livro teria ocorrido em 1889, e descreve: “Alguns antigos vidraceiros teutos-bohemios uniram-se para uma companhia e organizaram uma pequena fábrica de vidro. 
A respeito desta escreveu o Kol. Ztg... de Agosto de 1888: "De São Bento recebemos um produto da vidraçaria ali criada a pouco tempo. É um cântaro de 18cm de altura de uma cor esverdeada e serviço quase perfeito.” E no livro de escrito por Josef Blau, Baiern in Brasilien 1958 também é mencionado os produtores de vidro que fecharam sua fábrica por falta de capital e complementa, que estes não eram acostumados ao esforço braçal do campo e alguns deles acabaram vendendo suas terras tentando nova sorte em Curitiba ou Joinville, onde já se falava o alemão. Mas é fato que muitos anda ficaram em Sâo Bento.
Contudo temos aqui a o registro importante da primeira cooperativa de São Bento do Sul, que figura entre o trabalho tradicional que representa uma grande leva de imigrantes Boêmios. Um registro de uma identidade cultural e de trabalho destes alemães da Áustria, Boêmia.