PRIMEIRA
INDÚSTRIA COOPERATIVA DO VIDRO
DO
NORTE
DA BOÊMIA PARA SÃO BENTO/SC/BRASIL
Falar sobre a origem e cultura de são Bento do Sul, é remetermos a
imagem instantânea da Alemanha. Mas é fato que em relação aos imigrantes que
aqui chegaram a grande maioria é de origem alemã do Reino da Boêmia, mas no
momento da imigração este Reino pertencia ao Império Austro-Húngaro (1867 E 1918), mas observando em
relação a um contexto maior da história ainda podemos considerar como sendo
vinculados ao Reino da Áustria porque o Reino da Boêmia existiu como monarquia
hereditária do ano 1212 até o ano de 1918, mas do ano de 1620 até 1918 a Boêmia
esteve anexado ao Reino da Áustria.
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Brasão/Escudo Armas de Reichenberg |
Mas a maioria dos imigrantes que chegaram
em São Bento apresentam cultura e raízes alemãs da Boêmia vindos de duas
regiões, sendo do Böhmerwald e Reichenberg. Muitos inclusive circulavam por
estas regiões. Os do Böhmerwald estavam mais restritos a agricultura e
subsistência em áreas de “nobres”, já o Reichenberg além dos latifundiários de
terras, apresentava mais indústrias.
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Brasão do Império no Brasil |
Muitos de nossos imigrantes foram
registrados como agricultores, quando na verdade eram exímios dominadores da
arte de fazer vidros. Ainda hoje a região que pertencia ao Reichenberg, atual
República Tcheca e região do Liberec, domina esta arte e produção. E aqui está
a razão de interpretar a história e origens, para então entender a existência
da primeira cooperativa em São Bento, destinada para a fabricação de vidros. Sinal
evidente que não apenas de um ou dois imigrantes dominavam o trabalho de
fabricação de vidros/cristais. Evidências da cooperativa são descritas em alguns livros como escrito por Josef
Zipperer,
“Montou-se, ainda na mesma estrada (Dona Francisca), uma indústria de
vidro, organizada por imigrantes do norte da Boêmia, sob forma cooperativista,
a qual chegou a funcionar, produzindo garrafas e copos de boa qualidade. Mas o
pouco consumo, exclusivamente local, dados os péssimos meios de transporte para
outros mercados, fez com que fosse de pouca duração o empreendimento”.
Entretanto Wolfgang Ammon comenta que a fábrica fechou depois de um ano por
falta de capital, que pela sequência cronológica do livro teria ocorrido em
1889, e descreve: “Alguns antigos vidraceiros teutos-bohemios uniram-se para
uma companhia e organizaram uma pequena fábrica de vidro.
A respeito desta
escreveu o Kol. Ztg... de Agosto de 1888:
"De São Bento recebemos um produto da
vidraçaria ali criada a pouco tempo. É um cântaro de 18cm de altura de uma cor
esverdeada e serviço quase perfeito.” E no livro de escrito por Josef Blau,
Baiern in Brasilien 1958 também é mencionado os produtores de vidro que
fecharam sua fábrica por falta de capital e complementa, que estes não eram
acostumados ao esforço braçal do campo e alguns deles acabaram vendendo suas
terras tentando nova sorte em Curitiba ou Joinville, onde já se falava o
alemão. Mas é fato que muitos anda ficaram em Sâo Bento.
Contudo temos aqui a o registro importante da primeira cooperativa de São
Bento do Sul, que figura entre o trabalho tradicional que representa uma grande
leva de imigrantes Boêmios. Um registro de uma identidade cultural e
de trabalho destes alemães da Áustria, Boêmia.