sábado, 28 de março de 2020

Onça pintada Panthera onca FAUNA DE SÃO BENTO DO SUL - SC


FAUNA DE SÃO BENTO DO SUL  - SC

Onça pintada 

Panthera onca

CLASSIFICAÇÃO
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Ordem: Carnivora;
Família: Felidae;
Gênero: Panthera;
Espécie: P. onca

PEGADA - RASTRO
Pata anterior: 10 a 12 cm de
comprimento total e 10 a 13 cm de largura.
Pata posterior: 9,5 a 11 cm de
comprimento total e 9 a 10,5 cm de largura.

Estado de Conservação
IUNC (União Internacional para Conservação da Natureza). Quase ameaçado
DISTRIBUIÇÃO: Todo Brasil e do México até Argentina, extinta no Uruguai e Chile. No mapa, em vermelho a atual ocorrência em vermelho claro área onde foi extinta.

CARACTERÍSTICAS: Comprimento aproximado de 1,54m a 2,70m, pesando de 31kg até 158kg. Coloração da pelagem amarelada com manchas pretas e pretas, no ventre é de pelagem branco amarelado. As manchas se estendem pela cauda que termina em anéis. Gestação  aproximada de 4 meses, tendo até 4 filhotes que mamam por 6 meses mas assim como no caso do puma, os filhotes acompanham a mãe até 2 anos de idade.

ALIMENTAÇÃO: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos de diferente portes, do rato até a anta.
Curiosidades: Exigente quanto ao território que precisa de 22km² até 142km², o tamanho da área está relacionada a disposição de alimento. No Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann existem duas onças, caçadas na década de 70 em Cerro Azul, Rio Negrinho pelo Sr. Rückl e Castilho, e outra caçada em São Beto do Sul. Relatos de entrevista constam que na década de 90 uma onça foi morta em Campo Alegre. Moradores e trabalhadores do Rio Natal afirma que ainda existe a onça pintada e a preta (pantera).

Na imagem a onça caçada na década de 70 pelo Sr. Rückl e Sr. Castilho. A onça capturou um cavalo que foi arrastado para a floreta em Cerro Azul em Rio Negrinho. Sabendo que a onça retornaria para comer o resto de sua presa, os caçadores armaram uma armadilha, colocando a espingarda para ser disparada assim que o cavalo fosse mexido. Com a morte da onça a “fera” foi colocada no capo de um veículo, sendo desfilada pelas ruas de Rio Negrinho/SC. Depois foi exposta com cobrança de ingresso para vê-la. Atualmente está em exposição no Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann, protegida em cuba de vidro, com naftalina, controle de temperatura e luminosidade, tendo observação constante e zelo de profissional habilitado para garantir a preservação da taxidermia.



Onça caçada  no ano de 1973 em Cerro Azul - Rio Negrinho SC

Onça caçada em São Bento do Sul - SC - Década de 1970


Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann

PRESSÕES E AMEAÇAS SOBRE A FAUNA

1 – Caça
A caça já foi uma das práticas mais frequentes nas décadas de 70 e 80, momento que a encosta de mata atlântica, na atual APA Rio Vermelho Humboldt, ecoavam tiros de diferentes pontos do vale.  Existem várias estratégias de caça com cães ou armadilhas. Alguns justificam que a caça é uma tradição trazida pelos imigrantes. Mas considerando as primeiras 500 famílias que vieram para São Bento mais de 75% eram austríacas da Boêmia, do Reichemberg ou Bömerwald, e moravam por gerações em propriedades onde seus senhores não permitiam a caça, e por consequente culturalmente não apresentavam a prática nem habilidade para a caça, restrita apenas ao proprietário.

2 – Atropelamento
Muitos animais são mortos atropelados, seja pela imprudência do condutor, falta de atenção ou ao acaso, e neste último caso geralmente ocorrido pela falta de opção de passadores de subsolo ou aéreos. Os animais quando submetidos a luz dos carros geralmente ficam estáticos e confusos, momento que são atropelados.

3 - Tráfico de animais
O tráfico de animais é mais comum para aves, que são resgatadas ainda filhotes e vendidas, mas espécies de mamíferos também são vítimas desta prática. A retirada de um indivíduos da natureza representa a perda de dezenas de indivíduos, pois este deixa de estar reproduzindo e gerando descendentes.

4 - Animais domésticos soltos
Quando o gado ou equinos são soltos sem restrições, entram na floresta e estragam a vegetação de subbosque, comprometendo o habitat das espécies. Já cães e gatos soltos, podem perseguir e matar diferentes representantes da fauna adultos e filhotes.

5 – Incêndio
A queima da vegetação não é tão evidente nas formações florestais devido a condição de umidade, mas ainda assim pode surtir problemas, em especial pela eliminação do habitat.

6 - Corte de vegetação
A supressão de vegetação, diminui o habitat e elimina potenciais tocas, refúgios, abrigo e reduz a disponibilidade de alimento, alterando o espaço de território e consequentemente condição de reprodução e manutenção da população.

7 - Alteração de habitat
As diferentes formas de alteração do habitat, e não somente da floresta, mas de banhados, campos naturais e outras formações, comprometem a estabilidade das populações, prejudicando as mais especialistas, sensíveis as alterações do ambiente.

8 – Poluição
A dispersão de resíduos sólidos e líquidos, contaminantes ou não, são potenciais registros da perda da biodiversidade que direta ou indiretamente ingerem estes produtos, comprometendo a saúde e condição de vida.

9 - Perturbação em período de reprodução
Atividades que interferem na reprodução impactam diretamente a população. Uma espécie ou população apenas consegue se manter se tiver condições de “abrigo, alimento e reprodução”. Qualquer ato que interfira no equilíbrio reprodutivo, prejudica o equilíbrio da população.