Alguns tópicos de São Bento de 1877 a 1889 conforme Josef Zipperer
- Josef Zipperer casou com Anna
Maria Pscheidt, empregada do comércio da casa Reusing, órfã de pai e mãe, (O
pai foi imigrante de 1875 e faleceu em 1876), vindo de uma família numerosa de
treze filhos, mas Anna era única filha do primeiro casamento. A festa do
casamento foi no dia 18/04/1877 e reuniu mais de 100 pessoas sendo feita em
Oxford no salão de José, filho do cervejeiro João Linzmeyer.
- Plantavam milho, aveia, cevada,
trigo, feijão, batata e verduras. “Não existiam” carroças ou animais de tração,
e carregavam a colheita nas costas.
- É com pesar a lembrança das
extensa áreas de corte de vegetação sendo de até 60 hectares (60.000m²) por
ano, para cultivar, queimando a madeira. O fogo consumia o solo e perdiam em
produtividade nos anos seguintes. Quando na Boêmia separavam o esterco e
preparavam a terra, adubando de forma correta. Vista por Josef como perda, um
grande erro.
- Com a vinda dos filhos foi
necessário comprar uma vaca, e esta foi fruto da colheita do centeios, saiu de
São Bento no dia 5 de janeiro com um interprete e rumou para Avencal, Rio
Negro. Comprou uma vaca e bezerro de Conrado Schneider. No caminho de volta
ficou fascinado com a travessia de mais de 100 bois pelo rio Negro, com
acompanhamento de homens em canoas, o bando seguia para Curitiba. Ainda no
caminho de volta em São Lourenço, compraram mais uma vaca. Mas depois de três
horas uma deu cria, e tiveram que levar nas costas. Pousaram na casa de João
Hack (imigrante de 1829). No terceiro dia pousou na casa de Felix Stöberl em
Lençol (imigrante de 1875). Ao todo a viagem durou 8 dias, e jurou nunca mais
fazer novamente.
- 1879 Cia Colonizadora fez o
levantamento topográfico do rio Humboldt, atual rio Vermelho afluente do rio
Itapocú, de responsabilidade do Eng. Kröhne e agrimensor Guilgen. Assim
Zipperer no dia 9 de março, se juntou ao grupo de 11 homens para a empreitada,
afim de receber um dinheiro extra. No grupo tinham brasileiros responsáveis
pela caça, mas também levavam feijão, farinha e toucinho para consumo em 3
semanas sendo que no total pretendiam fazer o trabalho em 6 semanas. A caça era
escassa foram vistos jacus, papagaios e macacos, além de rastros como o de
anta. O caminho era penoso, um sacrifício. O Eng quase se afogou, e adoeceu por
sempre estar na água. Chegaram na junção do rio Humbopldt com o rio Novo no dia
1º de julho, e encontraram um morador das proximidade de Jaraguá, e passaram
por longa extensão de plantio de cana-de-açúcar do Sr. Jourdan. Seguiram para
Joinville e em Neudorf foi contratado um transporte de carro para a bagagem.
Terminaram a viagem, famigerados irreconhecíveis e jurou nunca mais querer um
dinheiro que não fosse de sua terra, seu cultivo.
- A primeira evolução social e
cultural foi a Sociedade Literária, tendo uma boa biblioteca.
- Na estrada Dona Francisca foi
formada a Sociedade de Cantores.
- Na mesma estrada foi feita uma
indústria de vidros por imigrantes da Boêmia do norte fazendo garrafas, copos
de boa qualidade, mas o transporte precário de época não fez prosperar o
cooperativismo.
- Também surgiu a Sociedade de
Atiradores e a Sociedade Beneficente Austro-Húngara que comemoraram todo ano o
dia do Imperador da Áustria, Francisco José.
- Algumas pessoas ilustres
visitaram São Bento com o Presidente da Província, Visconde de Taunay e em
outra ocasião o Conde d’Eu, genro do Imperador.
- E chegamos ao final de 1889.
CONFIRA TAMBÉM:
http://marcelohubel.blogspot.com.br/2015/11/3-ano-de-sao-bentoscbrasil-em-1876.html
http://marcelohubel.blogspot.com/2015/11/sao-bento-2-ano-em-1875-historia-do.html
http://marcelohubel.blogspot.com.br/2015/10/1-ano-de-sao-bento-historia-do.html
fonte: São Bento no Passado – Reminiscências da Época da Fundação e Povoação do Município – Conforme diários reunidos por Josef Zipperer Sem. Em 1954 Jorge Zipperer publica o livro com Prefácio da 3ª edição em alemão datado em 1935. E do prefácio da 1ª edição em português datado em 1951 por Martim Zipperer.