sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Imigrante Zipperer e a História de São Bento - 1877 a 1889


Alguns tópicos de São Bento de 1877 a 1889 conforme Josef Zipperer


- Josef Zipperer casou com Anna Maria Pscheidt, empregada do comércio da casa Reusing, órfã de pai e mãe, (O pai foi imigrante de 1875 e faleceu em 1876), vindo de uma família numerosa de treze filhos, mas Anna era única filha do primeiro casamento. A festa do casamento foi no dia 18/04/1877 e reuniu mais de 100 pessoas sendo feita em Oxford no salão de José, filho do cervejeiro João Linzmeyer.

- Plantavam milho, aveia, cevada, trigo, feijão, batata e verduras. “Não existiam” carroças ou animais de tração, e carregavam a colheita nas costas.

- É com pesar a lembrança das extensa áreas de corte de vegetação sendo de até 60 hectares (60.000m²) por ano, para cultivar, queimando a madeira. O fogo consumia o solo e perdiam em produtividade nos anos seguintes. Quando na Boêmia separavam o esterco e preparavam a terra, adubando de forma correta. Vista por Josef como perda, um grande erro.

- Com a vinda dos filhos foi necessário comprar uma vaca, e esta foi fruto da colheita do centeios, saiu de São Bento no dia 5 de janeiro com um interprete e rumou para Avencal, Rio Negro. Comprou uma vaca e bezerro de Conrado Schneider. No caminho de volta ficou fascinado com a travessia de mais de 100 bois pelo rio Negro, com acompanhamento de homens em canoas, o bando seguia para Curitiba. Ainda no caminho de volta em São Lourenço, compraram mais uma vaca. Mas depois de três horas uma deu cria, e tiveram que levar nas costas. Pousaram na casa de João Hack (imigrante de 1829). No terceiro dia pousou na casa de Felix Stöberl em Lençol (imigrante de 1875). Ao todo a viagem durou 8 dias, e jurou nunca mais fazer novamente.

- 1879 Cia Colonizadora fez o levantamento topográfico do rio Humboldt, atual rio Vermelho afluente do rio Itapocú, de responsabilidade do Eng. Kröhne e agrimensor Guilgen. Assim Zipperer no dia 9 de março, se juntou ao grupo de 11 homens para a empreitada, afim de receber um dinheiro extra. No grupo tinham brasileiros responsáveis pela caça, mas também levavam feijão, farinha e toucinho para consumo em 3 semanas sendo que no total pretendiam fazer o trabalho em 6 semanas. A caça era escassa foram vistos jacus, papagaios e macacos, além de rastros como o de anta. O caminho era penoso, um sacrifício. O Eng quase se afogou, e adoeceu por sempre estar na água. Chegaram na junção do rio Humbopldt com o rio Novo no dia 1º de julho, e encontraram um morador das proximidade de Jaraguá, e passaram por longa extensão de plantio de cana-de-açúcar do Sr. Jourdan. Seguiram para Joinville e em Neudorf foi contratado um transporte de carro para a bagagem. Terminaram a viagem, famigerados irreconhecíveis e jurou nunca mais querer um dinheiro que não fosse de sua terra, seu cultivo.

- A primeira evolução social e cultural foi a Sociedade Literária, tendo uma boa biblioteca.

- Na estrada Dona Francisca foi formada a Sociedade de Cantores.

- Na mesma estrada foi feita uma indústria de vidros por imigrantes da Boêmia do norte fazendo garrafas, copos de boa qualidade, mas o transporte precário de época não fez prosperar o cooperativismo.

- Também surgiu a Sociedade de Atiradores e a Sociedade Beneficente Austro-Húngara que comemoraram todo ano o dia do Imperador da Áustria, Francisco José.

- Algumas pessoas ilustres visitaram São Bento com o Presidente da Província, Visconde de Taunay e em outra ocasião o Conde d’Eu, genro do Imperador.

- E chegamos ao final de 1889.

CONFIRA TAMBÉM:

http://marcelohubel.blogspot.com.br/2015/11/3-ano-de-sao-bentoscbrasil-em-1876.html

http://marcelohubel.blogspot.com/2015/11/sao-bento-2-ano-em-1875-historia-do.html

http://marcelohubel.blogspot.com.br/2015/10/1-ano-de-sao-bento-historia-do.html

 fonte: São Bento no Passado – Reminiscências da Época da Fundação e Povoação do Município – Conforme diários reunidos por Josef Zipperer Sem. Em 1954 Jorge Zipperer publica o livro com Prefácio da 3ª edição em alemão datado em 1935. E do prefácio da 1ª edição em português datado em 1951 por Martim Zipperer.