quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Doação do patrimônio histórico e cultural de São Bento para o Museu Natural


Doação do patrimônio histórico e cultural de São Bento

O Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann, recebeu do Sr. Demitry Alexandre Weber, cinco quadros de borboletas e uma bandeja que pertenciam ao Sr. Rubens Zschoerper (* 23.08.1923 e + 20.09.2015) casado em (∞11.09.1946) com Alice Zipperer (* 24.10.1925 e + 03.08.2015 ). Estas peças ficaram com Ana Maria Zschoerper Weber. Os artefatos foram produzidos pela Industria Artefama nos anos de 1950. Nas palavras do doador “ Estas peças quando expostas no museu podem ser apreciadas por moradores e turistas, em minha casa ficariam restritas para poucas pessoas”. Estas obras representam a história e cultura de São Bento do Sul. O material entra para a sala de acervo para limpeza e devem estar expostas na sala “Ivo Rank” junto com outros quadros já expostos e produzidos por artistas autônomos e de empresas como da Artefama e Zipperer, além das coleções de borboletas distribuidos nas bancadas. O Museu também dispõem de um painel ilustrado com a história das empresas e sua trajetória de sucesso.



ABAIXO OS TEXTO DOS PAINÉIS, ARTEFAMA E ZIPPERER, QUE ESTÃO NO MUSEU:


ARTEFAMA

ARTEFATOS COM BORBOLETAS


HISTÓRIA

A ARTEFAMA foi fundada em 20 de fevereiro de 1945 por: Victor Keil, Affonso Keil, Ewaldo Jungton e Francisco Kobs.
Os artefatos com borboletas tiveram seu início em 1945, e rapidamente expandiu no mercado interno, tendo sucesso de vendas principalmente nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro, Recife e Belém.
“E assim a ARTEFAMA foi crescendo, até provocar uma revolução industrial em torno de si mesma. A partir de 64 (Ano da Revolução Industrial) a empresa experimentou uma fase de expansão impressionante, fruto de uma política empresarial firmada em bases sólidas, e por forças das circunstâncias foi aumentando o quadro da diretoria, ficando assim constituída: Diretor Presidente: Victor Keil; Diretores Técnicos: Ewaldo Jungton e Francisco Kobs; Diretor Gerente: Álvaro Weiss” (Revista Catarinense, 1972)
“Em 21 de junho de 1951, a empresa foi transformada em Sociedade Anônima,passando para denominação de INDÚSTRIAS ARTEFAMA S/A, contando com 9 acionistas (Revista Catarinense, 1972).
Em 1974 a ARTEFAMA muda seu endereço para a fábrica nova no Bairro Oxford
No ano de 1980 é fechado o setor de produção dos artefatos de madeira com borboletas.
Atualmente, no ano de 2011, a Indústria Artefama S/A com a filosofia: “Investindo no presente, pensando no futuro”, produz móveis em alta tecnologia, com certificação FSC (Forest Stewardship Council), atendendo o mercado interno e externo.

PRIMEIRA EXPORTAÇÃO

No ano de 1967, além da ARTEFAMA iniciar a produção de artefatos de madeira com borboletas, também fez a primeira exportação. Partiu do Porto de Paranaguá o navio Sunny Clipper com destino para o Texas (USA), com os artefatos armazenados em caixas presas por cintas.

PRODUÇÃO

Lauro Hilgenstieler, foi chefe de compras da ARTEFAMA por 12 anos, mas também liderou cerca de 170 colaboradores, inclusive da linha de produção em série dos artefatos com borboletas. Este setor chegou a preencher 50 vagas de colaboradoras, dedicadas com o trabalho que exigia habilidade.
Alguns dos artefatos com borboleta recebiam apliques com arranjos florais. Este serviço era terceirizado, feito por Adinho Beckert e sua equipe de colaboradores, que entregavam o material semanalmente.
Os artefatos em madeira com os apliques com borboletas eram feitos em : quadros com moldura de madeira, quadros com moldura de alumínio, cinzeiros, abajures, bandejas, capas de álbum de fotos..
AQUISIÇÃO DE BORBOLETAS

A produção dos artefatos com borboletas exigia uma quantia de consumo da matéria prima que proviam de diferentes origens.
Em São Bento do Sul as borboletas eram compradas diariamente dos sãobentenses, de crianças e adultos, que capturavam os insetos com as redes entomológicas, chamadas de “netz”. Com o aumento no fornecimento de borboletas a empresa adotou um dia da semana para fazer a compra. As pessoas eram organizadas em fila enquanto cinco colaboradores da ARTEFAMA compravam os insetos conforme a classificação definida em três categorias distintas, pagando conforme o estado de conservação. Neste formato de entrega compravam em um mês cerca de 18.000 borboletas.
Lauro Hilgenstieler e József Bajcsik Bácsfalusi, responsáveis pelo fornecimento de matéria prima, também viajavam de 15 em 15 dias, para fara fazer a compra de borboletas de outras cidades como: Ibirama (SC) da reserva indígena Xokleng, Santa Terezinha (SC)
As compras também eram feitas no Paraguai. As borboletas sempre foram compradas de atravessadores e eram transportadas em envelopes. A quantidade de borboletas apresentava variações de entregas, mas somavam por viagem cerca de 300.000 borboletas.
Durante um ano de produção eram consumidas cerca de 3 milhões de borboletas.
PRIMEIRO BORBOLETÁRIO DO BRASIL

O primeiro borboletário do Brasil, apresentava cerca de 2.000 m² e 8 m de altura máxima, foi construído no Km 26 local onde atualmente está a PCH (Pequena Central Hidrelétrica) de Frank Bollmann, localizada na APA (Área de Proteção Ambiental) Rio Vermelho/Humboldt.
A documentação de adequação e responsabilidade técnica do borboletário da ARTEFAMA, foi de autoria do Engenheiro Agrônomo Magno Bollmann.
A responsabilidade das atividades diárias de manutenção e desenvolvimento reprodutivo das borboletas iniciou com Otto Hübner, que também criava borboletas em sua residência. Na continuidade as atribuições do borboletário foram somadas com o conhecimento e atividade de József Bajcsik Bácsfalusi.

ARTEFATOS COM BORBOLETAS




O ano de 1923 e o então funcionário de uma marcenaria em São Bento do Sul (SC), Carlos Zipperer Sobrinho, já acalentava o sonho de ter seu próprio negócio. O sonho do jovem descendente de austríacos começou a se concretizar quando recebeu como acerto de contas suas economias numa pequena fábrica que deu origem à Indústrias Zipperer S.A. (Revista Zipperer, 2003)
Tudo começou com os artefatos. No Início, a empresa fabricava delicadas peças com matérias-primas surpreendentes, como as enfeitadas com asas de borboletas. (Revista Zipperer, 2003)
Um dos diferenciais da Zipperer, quando o assunto é exportação, é o cuidado com a ecologia. Para atestar isso a empresa certifica alguns dos seus produtos. Mas mais do que um diferencial, o FSC (sigla em inglês para Forest Stewardship Council, que significa Conselho de Manejo Florestal) é, muitas vezes, condição sine qua non para quem quer exportar ara a Europa. De maneira geral, os países do Velho Mundo dão prioridade (em alguns casos até exigem) produtos oriundos de florestas de manejo. (Revista Zipperer, 2003)


PRIMEIRA EXPORTAÇÃO


A exportação de móveis teve início na década de 70 e, já em 1976 a Zipperer carregou seu primeiro container. (Revista Comemorativa, 2003)