Doação do patrimônio histórico e
cultural de São Bento
O
Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann, recebeu do Sr. Demitry
Alexandre Weber, cinco
quadros de borboletas e uma bandeja que pertenciam ao Sr.
Rubens Zschoerper (* 23.08.1923 e + 20.09.2015) casado em
(∞11.09.1946) com Alice Zipperer (* 24.10.1925 e + 03.08.2015 ).
Estas peças ficaram com Ana Maria Zschoerper Weber. Os artefatos
foram produzidos pela Industria Artefama nos anos de 1950.
Nas palavras do doador “ Estas peças quando
expostas no museu podem
ser apreciadas por moradores e turistas, em minha casa ficariam
restritas para poucas pessoas”. Estas obras representam a história
e cultura de São Bento do Sul. O material entra para a sala de
acervo para limpeza e devem
estar expostas
na sala “Ivo Rank” junto com outros quadros já expostos e
produzidos por artistas autônomos e de empresas como da Artefama e
Zipperer, além das
coleções de borboletas distribuidos nas bancadas.
O Museu também dispõem de um painel ilustrado com a história das
empresas e sua trajetória
de sucesso.
ABAIXO
OS TEXTO
DOS PAINÉIS, ARTEFAMA E ZIPPERER, QUE ESTÃO NO MUSEU:
ARTEFAMA
ARTEFATOS
COM BORBOLETAS
HISTÓRIA
A
ARTEFAMA foi fundada em 20 de fevereiro de 1945 por: Victor Keil,
Affonso Keil, Ewaldo Jungton e Francisco Kobs.
Os
artefatos com borboletas tiveram seu início em 1945, e rapidamente
expandiu no mercado interno, tendo sucesso de vendas principalmente
nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Santos, Rio de Janeiro,
Recife e Belém.
“E assim a ARTEFAMA foi crescendo, até provocar uma revolução
industrial em torno de si mesma. A partir de 64 (Ano da Revolução
Industrial) a empresa experimentou uma fase de expansão
impressionante, fruto de uma política empresarial firmada em bases
sólidas, e por forças das circunstâncias foi aumentando o quadro
da diretoria, ficando assim constituída: Diretor Presidente: Victor
Keil; Diretores Técnicos: Ewaldo Jungton e Francisco Kobs; Diretor
Gerente: Álvaro Weiss” (Revista Catarinense, 1972)
“Em 21 de junho de 1951, a empresa foi transformada em Sociedade
Anônima,passando para denominação de INDÚSTRIAS ARTEFAMA S/A,
contando com 9 acionistas (Revista Catarinense, 1972).
Em
1974 a ARTEFAMA muda seu endereço para a fábrica nova no Bairro
Oxford
No
ano de 1980 é fechado o setor de produção dos artefatos de madeira
com borboletas.
Atualmente,
no ano de 2011, a Indústria Artefama S/A com a filosofia:
“Investindo no presente, pensando no futuro”, produz móveis em
alta tecnologia, com certificação FSC (Forest Stewardship Council),
atendendo o mercado interno e externo.
PRIMEIRA
EXPORTAÇÃO
No
ano de 1967, além da ARTEFAMA iniciar a produção de artefatos de
madeira com borboletas, também fez a primeira exportação. Partiu
do Porto de Paranaguá o navio Sunny Clipper com destino para o Texas
(USA), com os artefatos armazenados em caixas presas por cintas.
PRODUÇÃO
Lauro
Hilgenstieler, foi chefe de compras da ARTEFAMA por 12 anos, mas
também liderou cerca de 170 colaboradores, inclusive da linha de
produção em série dos artefatos com borboletas. Este setor chegou
a preencher 50 vagas de colaboradoras, dedicadas com o trabalho que
exigia habilidade.
Alguns
dos artefatos com borboleta recebiam apliques com arranjos florais.
Este serviço era terceirizado, feito por Adinho Beckert e sua equipe
de colaboradores, que entregavam o material semanalmente.
Os
artefatos em madeira com os apliques com borboletas eram feitos em :
quadros com moldura de madeira, quadros com moldura de alumínio,
cinzeiros, abajures, bandejas, capas de álbum de fotos..
AQUISIÇÃO
DE BORBOLETAS
A
produção dos artefatos com borboletas exigia uma quantia de consumo
da matéria prima que proviam de diferentes origens.
Em
São Bento do Sul as borboletas eram compradas diariamente dos
sãobentenses, de crianças e adultos, que capturavam os insetos com
as redes entomológicas, chamadas de “netz”. Com o aumento no
fornecimento de borboletas a empresa adotou um dia da semana para
fazer a compra. As pessoas eram organizadas em fila enquanto cinco
colaboradores da ARTEFAMA compravam os insetos conforme a
classificação definida em três categorias distintas, pagando
conforme o estado de conservação. Neste formato de entrega
compravam em um mês cerca de 18.000 borboletas.
Lauro
Hilgenstieler e József
Bajcsik
Bácsfalusi,
responsáveis pelo fornecimento de matéria prima, também viajavam
de 15 em 15 dias, para fara fazer a compra de borboletas de outras
cidades como: Ibirama (SC) da reserva indígena Xokleng, Santa
Terezinha (SC)
As
compras também eram feitas no Paraguai. As borboletas sempre foram
compradas de atravessadores e eram transportadas em envelopes. A
quantidade de borboletas apresentava variações de entregas, mas
somavam por viagem cerca de 300.000 borboletas.
Durante
um ano de produção eram consumidas cerca de 3 milhões de
borboletas.
PRIMEIRO
BORBOLETÁRIO DO BRASIL
O
primeiro borboletário do Brasil, apresentava cerca de 2.000 m² e 8
m de altura máxima, foi construído no Km 26 local onde atualmente
está a PCH (Pequena Central Hidrelétrica) de Frank Bollmann,
localizada na APA (Área de Proteção Ambiental) Rio
Vermelho/Humboldt.
A
documentação de adequação e responsabilidade técnica do
borboletário da ARTEFAMA, foi de autoria do Engenheiro Agrônomo
Magno Bollmann.
A
responsabilidade das atividades diárias de manutenção e
desenvolvimento reprodutivo das borboletas iniciou com Otto Hübner,
que também criava borboletas em sua residência. Na continuidade as
atribuições do borboletário foram somadas com o conhecimento e
atividade de József
Bajcsik
Bácsfalusi.
ARTEFATOS
COM BORBOLETAS
O
ano de 1923 e o então funcionário de uma marcenaria em São Bento
do Sul (SC), Carlos Zipperer Sobrinho, já acalentava o sonho de ter
seu próprio negócio. O sonho do jovem descendente de austríacos
começou a se concretizar quando recebeu como acerto de contas suas
economias numa pequena fábrica que deu origem à Indústrias
Zipperer S.A. (Revista Zipperer, 2003)
Tudo
começou com os artefatos. No Início, a empresa fabricava delicadas
peças com matérias-primas surpreendentes, como as enfeitadas com
asas de borboletas. (Revista
Zipperer, 2003)
Um
dos diferenciais da Zipperer, quando o assunto é exportação, é o
cuidado com a ecologia. Para atestar isso a empresa certifica alguns
dos seus produtos. Mas mais do que um diferencial, o FSC (sigla em
inglês para Forest Stewardship Council, que significa Conselho de
Manejo Florestal) é, muitas vezes, condição sine qua non para quem
quer exportar ara a Europa. De maneira geral, os países do Velho
Mundo dão prioridade (em alguns casos até exigem) produtos oriundos
de florestas de manejo. (Revista
Zipperer, 2003)
PRIMEIRA
EXPORTAÇÃO
A
exportação de móveis teve início na década de 70 e, já em 1976
a Zipperer carregou seu primeiro container. (Revista Comemorativa,
2003)