sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Programa de Educação Ambiental Usina Rio Vermelho de Energia - URVE - CEPHARV -


Usina abre as portas para novo projeto educacional

Por: Mariana Honesko - A Gazeta

Empreendimento inicia capacitação de professores da rede municipal


O caminho é sinuoso, mas o aspecto cênico compensa a curta viagem. Morros, mirantes e uma vegetação que não se vê em qualquer cidade, compõe o convite para uma visita à Usina Rio Vermelho de Energia (URVE), na pacata Rio Natal. A comunidade, que fica a cerca de 20 minutos do Centro da cidade, foi escolhida para sediar a construção de duas barragens hidrelétricas. No entanto, mais do que divulgar o funcionamento e a potência da usina, a direção do empreendimento iniciou nesta semana a capacitação dos professores da rede municipal. Participaram da proposta inicial os docentes que lecionam nas disciplinas de História e Geografia. Ontem, foi a vez dos professores de ciências participarem do treinamento.

Programa de Educação Ambiental - URVE - Marcelo Hübel

A proposta é tão recente quanto ao novo espaço: trata-se do Centro de Estudos e Pesquisas Hidrológicas e Ambientais Rio Vermelho (CEPHARV), um ambiente que lembra uma sala de aula, mas cuja dinâmica vai muito além. “A partir dos professores, vamos receber também os alunos”, explica o gerente da URVE, Demitry Weber. O projeto conta com a parceria da Secretaria de Educação. A visitação dos estudantes deve começar nas próximas semana, após a capacitação dos professores convidados. No dia 20, professores de história e geografia estarão na URVE. “Além do conteúdo no centro de estudo, temos também dinâmicas, caminhada na trilha e uma visita à barragem”, explica o biólogo e monitor do projeto, Marcelo Hübel.
Na usina, os professores têm acesso ao material fotográfico que registram a fauna e flora dos oito milhões de metros quadrados da área preservada. Weber, que não esconde sua paixão pelo assunto, tem em seu banco de imagens cerca de dez mil fotografias. Neste aspecto, os recursos tecnológicos são favoráveis à pesquisa. Câmeras importadas, que funcionam com sensores de movimento, registram cenas únicas, capazes de tirar o fôlego até dos professores.

PUMA
Um dos maiores destaques é a imagem de um Puma, animal popularmente chamado de “leãozinho” e que está ameaçado de extinção no Brasil. “Se ele existe aqui, quer dizer que toda a cadeia alimentar também existe”, comenta Weber. Jaguatirica, cachorro-do-mato e veado, também já foram flagrados. “E não apenas um único exemplar, mas sim vários deles”, comenta Hübel. A nova aquisição de máquinas fotográficas vai permitir mais e melhores registros. Elas são acionadas por um sensor quando o animal está a até 21 metros de distância do equipamento. As que são usadas hoje exigem uma aproximação maior.






FAUNA E FLORA PODEM SER EXPLORADAS EM SALA DE AULA.

Para os professores a certeza da existência de uma fauna rica foi um dos capítulos que causou maior entusiasmo. “Nós trabalhamos ecossistemas e procuramos focar no que temos em nossa região. Para os alunos, é mais fácil falar do leão da África, por exemplo, porque eles não sabiam oque temos aqui”, comentou o professor Russsiel Rodrigues, que leciona na Escola Municipal Antônio Treml.
A informação, para o professor, Renato Quoste, foi uma descoberta. Para seus alunos, acredita que ela se torne uma ferramenta para pesquisa. “Fiquei realmente surpreso com o que eu encontrei por aqui. Já consigo até imaginar os alunos trabalhando neste centro de estudos, descobrindo tudo isso”, sorri o profissional, que atua nas Escolas Emílio Engel e Dalmir Pedro Cubas.
Energia renovável é o capítulo abordado na capacitação. “Mostramos também como funciona a usina e como a energia pode ser aproveitada”, detalha o monitor da proposta. Para a professora, Lilian Guzatto Pedrozo, que leciona nas escolas, Lúcia Tschoeke e Denise Harms, é justamente esse aspecto o que faltava para tornar o assunto em sala de aula mais atraente. “Esse conhecimento e as visitas aqui são ferramentas par o aprendizado das crianças. Não sá a questão ambiental, mas das diferentes energias”, comenta a professora. Nos estabelecimentos de ensino em que leciona o assunto é abordado ente o sexto e nono ano.
O projeto do CEPHARV garante aso professores a memorização do que é ensinado em sala de aula. Para casa, os docentes levam um  “manual”. Nele há mapas, endereços, uma breve análise da região aonde a usina está instalada e as condições de monitoramento de água. “Temos uma parceria com o SAMAE, que garante a análise da água periodicamente, lembra o gerente da URVE.

PRODUÇÃO DE ENERGIA E SUSTENTABILDIADE

A URVE existe deste 2004 e fica em uma propriedade particular do empresário Frank Bollmann. Desde 2009 ela gera energia. “A energia é jogada no sistema nacional e a vendemos para as empresas que tenham interesse desde que sejam consumidores livres”, explica Weber. O espaço reúne duas usinas: uma Central Geradora Hidrelétrica (CGH), cuja geração é de 0,4 megawatts e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), com potência de 2,4 megawatts. A previsão é de que outras sete barragens sejam construídas no início do ano que vem. Juntos, a geração total de energia pode chegar a 27 megawatts, suficiente área abastecer 180 mil habitantes.
A CGH e a PCH estão inseridas na bacia do Rio Vermelho. Pensando na preservação do espaço onde elas estão. Frank Bollmann assumiu os 741 hectares. Boa parte da área é de preservação permanente. “Mas mesmo assim, era uma região que sofria ameaça dos caçadores. Nós já encontramos animais mortos. Hoje, isso não acontece mais”, explica Weber. A natureza ganhou uma ajuda extra do empresário e do projeto liderado por ele.
Além de preservar o que já existe, houve um incremento no número de espécies. Alevinos foram depositados em lagos e algumas variedades de árvores, plantadas. “Plantamos muitos pés de palmito e cuidamos da preservação da flora também”, lembra o gerente da URVE.

Um passeio pela trilha
O caminho que leva à PCH revela o potencial da área de preservação. Ontem, com exceção de um pequeno trecho cheio de lama, que testou a habilidade de um dos motoristas da TUPER, o circuito foi facilmente percorrido pelos professores. A trilha ecológica foi outra surpresa para os visitantes. O espaço é longo e estreito, mas sinalizado com placas informativas sobre os animais, fauna típica da região. O material é baseado nos registros fotográficos feitos ao longo da criação da usina. Em alguns casos, até as pegadas do animal está registrada. Logo, a PCH pode ser observada. É possível caminhar sobre a construção e ter noções do funcionamento da usina.

PCH Rio Vermelho 2,4MW - Marcelo Hübel

CGH Rio Vermelho 0,4MW - Marcelo Hübel



Biólogo Marcelo Hübel - Diretora Daniela Garcia Pscheidt - Secretária Alcione T. Hinke.
Parceria em Educação Ambiental

Biólogo Marcelo Hübel -Presidente do SAMAE Osmar Telma.
URVE e SAMAE na mesma bacia hidrográfica