Vistoria na galeria do rio São Bento não apresenta sinais que comprometam fluxo da água
O dia 22 de março é marcado pela comemoração ao dia da água. Data que também foi realizada uma vistoria na galeria do rio São Bento.
A Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e SAMAE, entraram na galeria ao fundo do Corpo de Bombeiros percorrendo uma extensão de 1,5km. O objetivo principal da ação foi de observar as condições da galeria frente a possíveis bloqueios da passagem de água pelo acúmulo de árvores, galhadas ou ainda lixo de grande porte como colchão, parte de móveis, componentes de eletrodomésticos, entre outros.
As enchentes neste período do ano ocorrem em função da precipitação acumulada em curto espaço de tempo, mas a quantia de materiais inservíveis no rio reduz a velocidade e estrangula a passagem da água favorecendo assim as enchentes.
Na entrada da galeria foi percebido um acúmulo de material vegetal, no pilar de sustentação, mas nada tão alarmante e preocupante, já no trajeto o Vice-Prefeito Márcio Dreveck fez perceber o acúmulo de teias antigas no teto, sendo sugestivo que a galeria não foi totalmente ocupada, esgotada pela água, pelo menos nos últimos tempos.
Entre os materiais encontrados foram registrados algumas sacolas plásticas, manta de tecido, cano de plástico, arco de metal, mas até em proporção pequena quando comparada a quantidade de material já encontrada em outras fases de limpeza de rio, realizadas no passado (2009/2012) em rios como rio Negrinho II, rio Banhados e até mesmo o rio Vermelho. Portanto estes materiais, na proporção que foram encontrados, não são indícios de enchente.
Mas a ação de conscientização das pessoas ainda é o maior marco de responsabilidade que deve-se considerar. Muitos jogam o lixo em terrenos baldios ou até mesmo nas estradas, e este material é levado pelas chuvas para a área de drenagem, atingindo finalmente os rios. Ainda assim muitos jogam o lixo, no pensamento que a água leva embora. Mas não somente os resíduos sólidos são despejados nos rios, também o esgoto ainda predomina nos canais que deságuam pelos vales. Mas este é um problema que deve ser resolvido gradativamente pelo poder público, principalmente pelos investimentos que estão sendo direcionados para a canalização e tratamento do esgoto.
Entretanto o rio ainda demonstra vida, não existia apenas a poluição sólida ou líquida, mas também foram observados peixes, cágado (dedos com membranas), insetos, aracnídeos e ao sair da galeria foram observados algumas aves como o bem-te-vi, joão-de-barro, pula-pula, trica-ferro, sabiá-laranjeira, sanhaço, e o inhambu, que se ocupavam das margens do rio.
Na primeira saída da galeria, frente a um intervalo de canal aberto até a próxima entrada na continuidade da galeria, foi observado na margem a inclinação íngreme da encosta, que pode causar transtornos no caso de deslizamentos. No entanto a base é sólida e revela um afloramento rochoso que confere estabilidade a encosta, e a parte superior apresenta vegetação de proteção, tanto contra as intempéries de proteção ao solo, bem como pela fixação das raízes. Embora predominem as espécies exóticas invasoras, estas garantem a proteção e estabilidade desta encosta.