quarta-feira, 19 de abril de 2017

Bugio é Salvo em São Bento do Sul


Bugio é salvo por família


A pressão sobre a fauna silvestre ocorre de diferentes maneiras, seja pela caça esportiva, atropelamentos ou redução do habitat. Contudo um bugio foi salvo por uma família moradora da Rua Alberto Torres. 
O bando estava comendo caquis, próximos das residências. O macho dominante do grupo desceu da árvore e foi cercado por cães domésticos que molestaram o macaco com mordidas que causaram ferimentos ocorrendo muito sangramento, e também suspeita de fratura em uma das patas. 

A família sensibilizada manteve vigília no Bugio ferido, na esperança que este voltasse para o grupo, mas o animal estava debilitado, em plena exaustão, e não conseguia mais subir na árvore. 
Este foi acolhido na residência com frutas e água. A Vigilância Sanitária foi acionada para a primeira observação, visto que o Bugio pode ser hospedeiro da febre amarela, sendo muito sensível ao vírus e morre com facilidade, diferente do ser humano. Este é a melhor relação de convivência homem e animal, pois caso seja encontrado algum bugio com febre amarela, a população do entorno é vacinada. Algumas pessoas podem estar infectadas e não perceberem e o monitoramento da fauna é um eficiente método de controle. Contudo após a chegada da Vigilância Sanitária foi constatado que o animal estava vivo e neste caso o sangue ou vísceras não são coletados para verificação da existência do vírus. 
Neste caso o Departamento de Meio Ambiente foi acionado para a vistoria, que imediatamente entrou em contato com a Polícia Militar Ambiental de Joinville para o resgate. Em Joinville o Bugio foi encaminhado para um veterinário atender aos primeiros cuidados, e neste processo a Vigilância Epidemiológica foi informada e caso ocorra o falecimento, será feita a coleta de material para laboratório, mas do contrário, seguirá para o CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres), em Florianópolis, para ficar em quarentena e caso tenha condições de reabilitação poderá ser solto no mesmo local da captura.
A ação dos moradores foi muito positiva. O vírus da febre amarela é transmitido pela fêmea do pernilongo podendo ser pelo mosquito silvestre Haemagogus ou Sabethes, já na área urbana a transmissão é pelo Aedes aegypti, o mesmo transmissor da dengue, chikungunya ou zika. 
É importante a população entender que o Bugio não é transmissor da doença, é apenas um hospedeiro como o ser humano, o mosquito sim é o transmissor. 
Todo trabalho de prevenção e eliminação de água parada de possíveis focos do inseto são de extrema importância. Apenas o mosquito fêmea se alimenta de sangue, para gerar seus ovos, momento que transmite a doença de pessoa para pessoa. Até o momento, São Bento do Sul e região não apresentam evidências de animais silvestres com febre amarela. Entretanto ao encontrar um macaco morto este não deve ser tocado, nem enterrado e os técnicos da saúde devem ser comunicados devendo chegar no local em no máximo 8 horas após o falecimento do macaco, para assim aproveitar o material biológico. 
Como forma preventiva as pessoas devem procurar pela vacinação que apresenta duração de até 10 anos. Crianças acima de 9 meses já podem ser vacinadas, principalmente se estiverem ou viajarem para áreas de risco.
Assessoria de Imprensa
Prefeitura de São Bento do Sul