Cultura da Cerveja em São Bento
do Sul
Porque gostamos tanto de cerveja
Pilsen?
A cidade “germânica” de São Bento
do Sul é uma “referência” no consumo de cerveja, diga-se de passagem, atribuída
a nossa descendência! Será? A cerveja na realidade data dos sumérios,
babilônios e egípcios, mas estes produziam com uma qualidade horrível, terrível,
longe de qualquer possível elogio. Nem mesmo loiras e morenas “usadas” em
marketing poderiam fazer o sucesso desta cerveja. Na Idade Média a cerveja
tomou corpo e prazer em degustar, pois entrou mais um componente na fabricação,
a flor de lúpulo. Então a cerveja foi congratulada pela fama alemã. E se
olharmos na atualidade, sem tirar o “mérito” de São Bento do Sul, os países com
maiores consumidores de cerveja são: República Tcheca (148,6 Litros/ano per
capita); Áustria (107,8 Litros/ano per capita) e Alemanha (106,1 Litros/ano per
capita). Mas estes países da atualidade são o berço dos primeiros imigrantes de
São Bento. Temos descendentes da Alemanha vindos em maior número da Baviera,
mas atenção a maior proporção dos primeiros imigrantes é originária da Áustria-Hungria/Boêmia
do Böhmerwald e Reichenberg, atualmente República Tcheca, embora seja verdade “todos”
de origem germânica. Mas foi na Baviera de 1516 que foi intitulada a “Lei da Pureza” para a cerveja que levava
lúpulo, malte, água e cevada, que em particular tinha em seu processo o grão
com presença de calor e umidade passando para a fermentação. Mas não existia
nada de brilhante nesta lei, que na verdade não passava de uma garantia para os
moinhos deterem o trigo e assim não aumentar o preço do pão. Contudo ainda
assim a cerveja alemã tornou-se referência para outros países e a “Lei da Pureza” ainda é marketing. Outra
atribuição a Baviera é a cerveja tipo langer.
A cerveja era fermentada em cavernas no frio subsolo nas baixas temperaturas
que geravam uma seleção natural das leveduras, existiam fungos que predominavam
com a temperatura mais baixas e fungos que foram perdidos pois predominam em
temperaturas mais altas. Já a cerveja de trigo “weizenbier”, ou cerveja branca “weissbier”,
depende de temperaturas mais altas e traz mais aroma. Mas nesta história da
evolução da cerveja é preciso dar créditos para a Inglaterra que no século 17
fez a secagem indireta do malte com uso de um derivado do carvão mineral que em
combustão fazia a cerveja mais clara. É claro que o sucesso desta nova cerveja
atraiu a atenção dos alemães que “precisavam supera-la”, e então passaram a
usar maltes mais claros e de quebra uma filtragem transparente, um verdadeiro
estouro em 1842. Mas este mérito é dos alemães da Boêmia, da terra da maioria
de nossos imigrantes. Esta cerveja nasceu na cidade de Pilsen na atual
República Tcheca. A região também era conhecida pela fabricação de cristais,
que valorizavam ainda mais a bebida, sendo um grande sucesso em seus copos
transparentes. Aqui lembramos também que a primeira cooperativa de São Bento
foi de fabricação de cristais, e das primeiras empresas também tínhamos as de
cerveja, que somente foram se perdendo devido a invasão das grandes marcas de
cerveja que não permitiam a concorrência. Hoje os apreciadores de cerveja já
não procuram somente o preço, mas a variedade e a diversidade de sabores, aromas
e origens. E assim também no Brasil a cerveja atualmente mais consumida é a
pilsen “american standart lager” uma
consequência da cerveja clara dos cristais da Boêmia.
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