Família KOBUS e HÜTTL em RIO NATAL - SÃO
BENTO DO SUL SC – e seus ascendentes os imigrantes da Prússia; Boêmia (em Tcheco České království em Alemão Königreich Böhmen) do
Império Austro Húngaro
Percorrer as estradas tortuosas da
Localidade de Rio Natal em São Bento do Sul, é ter o prazer de desfrutar de
ampla cobertura florestal característica da encosta de mata atlântica, da
Floresta Ombrófila Densa. Mas a formação florestal de dossel, clímax, e suas
raras árvores de grande porte em DAP, são uma raridade, evidência que não
esconde o passado. A região foi explorada comercialmente pelas serrarias e
pelos moradores que colonizaram a região. O Rio Natal também apresenta lotes da
colonização onde suas faixas estreitas de frente para a rua são perpendiculares
a vasta extenção cobrindo morros, grotas e abrangendo rios. No passado esta
área, hoje APA Rio Vermelho Humboldt, era coberta pela intensa produção agrícola
diversificada.
Este passado não muito distante
demostrava uma localidade coberta pela agricultura familiar, hectares e mais
hectares de plantio de batata, milho, trigo e arroz. Este é um tema lembrado por
Adolar Kobus 61 anos.
Igreja de Rio Natal - São Bento do Sul - SC |
Seu avô foi João Kobus, moravam na
localidade de Rio Vermelho, mas as terras promissoras do Rio Natal fez a
família, com filhos pequenos, mudar de local e fizeram a mudança para próximo
da atual Igreja de Rio Natal. João Kobus teve 8 filhos sendo 3 homens e 5
mulheres. Embora tenha muitos filhos, conforme informa Adolar Kobus, o João
Kobus morreu muito novo. A família Kobus também mantinha um comércio de secos e
molhados na estrada principal de Rio Natal, na entrada para a estrada de acesso
ao terminal ferroviário. Local que hoje se encontra a “Lanchonete Sininho” a
cerca de 11Km do portal de Rio Natal.
Um dos filhos de João, Paulo Kobus,
adquiriu um terreno de 369.600,00m² aos fundos da atual Igreja de Rio Natal,
com terras que iniciavam na estrada principal, então denominada de Humboldt e
terminava aos fundos com o rio Vermelho, confrontando de um lado com Adão
Ludwisky anterior herdeiros de Verônica
Ludwisky e de outro lado confrontando com José Janckowsky anterior
Anastacio Janckowsky. Fazia parte desta
faixa de terreno o local que hoje está a Igreja de Rio Natal e o cemitério, mas
esta área foi doada antes do Paulo adquirir o terreno.
Em 1960 foi construída a casa de
Paulo Kobus e Regina Kobus (filha de Antonio e Julia Hüttl), com 24.000
tijolos, vindos da olaria Engel de Rio Vermelho Estação (O local desta olaria
antes foi Serraria Engel, depois, Fábrica de Móveis Polska e atualmente Móveis
Seiva). A madeira do telhado foi comprada em Rio Negrinho na localidade de São
Pedro, da serraria dos Hübner. As paredes foram revestidas com areia chapiscada.
No total a casa custou na época 800.000,00 cruzeiros. A casa foi construída pelos
irmãos Kruger de São Bento do Sul, que também foram responsáveis pelo
desenho/arquitetura. O porão, inicialmente era destinado a produção de queijo,
também usam para pendurar cachos de banana. Tanto o tijolo como a madeira foram
transportados por trem, pela “Maria Fumaça”, descarregando o material na estação
de Rio Natal, e o transporte seguia por carroça. Nas mesmas cargas também
vinham o material de construção da Igreja de Rio Natal, que portanto também iniciou
sua construção em 1960.
O uso da ferrovia era constante,
sendo também utilizada para transportar a produção do Paulo Kobus que retirava
1 ½ vagão de batatinha, transportada então pela “Maria Fumaça”. Na época os
plantios eram feitos com ajuda comunitária, no formato conhecido como “pixirum”,
ou seja, os moradores se reunião em mutirões em famílias e ajudavam no cultivo,
plantando e limpando as áreas. Para cada safra eram feitos 3 “pixiruns”. Mas a
colheita era feita pela família, proprietária da terra. Paulo teve três filhos
sendo: Adolar; Donaldo e Ivone.
Em Rio Natal ainda é possível
observar a casa que pertencia a família Kobus.
Casa de 1960 de Paulo Kobus em Rio Natal - São Bento do Sul - SC |
IMIGRANTES KOBUS E HÜTTL
Temos apenas um registro de imigrante
Kobus para São Bento do Sul
Encontramos um único Kobus,
imigrante. Conforme descrito por Paulo Henrique Jürgensen: João (Johann) Kobus
casado com Juliana Lerke imigrou aso 40 anos, lavrador, de Karszyn, Prússia
Ocidental, com mulher Julie (44) filhos Anna (22), Leo (12), Johann (9), Josef
(7), Vincent (5), Catharina (2), católicos, pelo Navio Valparaiso com saída em
20/04/1881 e chegada em 22/05/1881 com 162 passageiros. Ele faleceu em
23/07/1887 aos 48 anos de “necrosa” no seu domicílio na estrada Humboldt, ele
tinha sido batizado em Bechelbrom. Neste registro informa que atua esposa era
Juliana Narloch.
O Navio Valparaiso realmente aportou
em São Francisco em 22 de maio de 1881, trazendo 162 imigrantes pelo registro
do navio. Mas nas notícias locais de “Kolonie Zeitung, 28/05/1881 informa: “O
vapor alemão Valparaiso, vindo do Rio aportou na quinta-feira, dia 19, em São
Francisco. Ele trouxe para nossa colônia 150 imigrantes. Após o desembarque de
carga e bagagens, o vapor seguiu ainda na mesma manhã para seu destino, Santos.
Alguns colonos chegaram a Joinville na noite do dia 19, a bordo do Babitonga,
outros em botes no dia seguinte. Um forte vento sul reteve os veleiros em São
Francisco.”
Também temos apenas um registro de
imigrante Hüttl para São Bento do Sul
Imigrante José Hüttl (filho de Jorge
Hüttl e Margarida) casado com Catharina Mareck. Na lista de Navio encontramos
Hütl, Josef: 24 anos, lavrador, Heudorf, Boêmia, com mulher Katharina (24),
filhos Michael (1/2), católicos, 3ª classe, pelo Navio Montevideo com saída em 18/07/1879 e chegada em 18/08/1879 com 120 passageiros.
Consta como notícias locais de Kolonie
Zeitung 23/08/1879: O vapor Montevideu, capitão Kier, pertencente à linha de
vapores Hamburgo-América do Sul, chegou, via Bahia e Rio, na segunda-feira, dia
19 do corrente, ao porto de São Francisco, trazendo para nossa colônia 120
imigrantes. Essa já é a quarta expedição que a Sociedade Colonizadora de
Hamburgo enviou neste ano diretamente para cá; segundo soubemos, devem ser
expedidos ainda dois vapores com imigrantes para Joinville. Desse modo, a
população de nossa colônia cresce a olhos vistos; pelo visto, na Alemanha não
se dá mais crédito aos ridículos boatos até então em vaga sobre a escravatura e
as condições miseráveis dos nossos colonos em Dona Francisca.