domingo, 5 de julho de 2015

KOBUS e HÜTTL em RIO NATAL



Família KOBUS e HÜTTL em RIO NATAL - SÃO BENTO DO SUL SC – e seus ascendentes os imigrantes da Prússia; Boêmia (em Tcheco České království em Alemão Königreich Böhmendo Império Austro Húngaro 

Percorrer as estradas tortuosas da Localidade de Rio Natal em São Bento do Sul, é ter o prazer de desfrutar de ampla cobertura florestal característica da encosta de mata atlântica, da Floresta Ombrófila Densa. Mas a formação florestal de dossel, clímax, e suas raras árvores de grande porte em DAP, são uma raridade, evidência que não esconde o passado. A região foi explorada comercialmente pelas serrarias e pelos moradores que colonizaram a região. O Rio Natal também apresenta lotes da colonização onde suas faixas estreitas de frente para a rua são perpendiculares a vasta extenção cobrindo morros, grotas e abrangendo rios. No passado esta área, hoje APA Rio Vermelho Humboldt, era coberta pela intensa produção agrícola diversificada.
Este passado não muito distante demostrava uma localidade coberta pela agricultura familiar, hectares e mais hectares de plantio de batata, milho, trigo e arroz. Este é um tema lembrado por Adolar Kobus 61 anos.
Igreja de Rio Natal - São Bento do Sul  - SC
Seu avô foi João Kobus, moravam na localidade de Rio Vermelho, mas as terras promissoras do Rio Natal fez a família, com filhos pequenos, mudar de local e fizeram a mudança para próximo da atual Igreja de Rio Natal. João Kobus teve 8 filhos sendo 3 homens e 5 mulheres. Embora tenha muitos filhos, conforme informa Adolar Kobus, o João Kobus morreu muito novo. A família Kobus também mantinha um comércio de secos e molhados na estrada principal de Rio Natal, na entrada para a estrada de acesso ao terminal ferroviário. Local que hoje se encontra a “Lanchonete Sininho” a cerca de 11Km do portal de Rio Natal.
Um dos filhos de João, Paulo Kobus, adquiriu um terreno de 369.600,00m² aos fundos da atual Igreja de Rio Natal, com terras que iniciavam na estrada principal, então denominada de Humboldt e terminava aos fundos com o rio Vermelho, confrontando de um lado com Adão Ludwisky anterior herdeiros de Verônica  Ludwisky e de outro lado confrontando com José Janckowsky anterior Anastacio Janckowsky.  Fazia parte desta faixa de terreno o local que hoje está a Igreja de Rio Natal e o cemitério, mas esta área foi doada antes do Paulo adquirir o terreno.
Em 1960 foi construída a casa de Paulo Kobus e Regina Kobus (filha de Antonio e Julia Hüttl), com 24.000 tijolos, vindos da olaria Engel de Rio Vermelho Estação (O local desta olaria antes foi Serraria Engel, depois, Fábrica de Móveis Polska e atualmente Móveis Seiva). A madeira do telhado foi comprada em Rio Negrinho na localidade de São Pedro, da serraria dos Hübner. As paredes foram revestidas com areia chapiscada. No total a casa custou na época 800.000,00 cruzeiros. A casa foi construída pelos irmãos Kruger de São Bento do Sul, que também foram responsáveis pelo desenho/arquitetura. O porão, inicialmente era destinado a produção de queijo, também usam para pendurar cachos de banana. Tanto o tijolo como a madeira foram transportados por trem, pela “Maria Fumaça”, descarregando o material na estação de Rio Natal, e o transporte seguia por carroça. Nas mesmas cargas também vinham o material de construção da Igreja de Rio Natal, que portanto também iniciou sua construção em 1960.
O uso da ferrovia era constante, sendo também utilizada para transportar a produção do Paulo Kobus que retirava 1 ½ vagão de batatinha, transportada então pela “Maria Fumaça”. Na época os plantios eram feitos com ajuda comunitária, no formato conhecido como “pixirum”, ou seja, os moradores se reunião em mutirões em famílias e ajudavam no cultivo, plantando e limpando as áreas. Para cada safra eram feitos 3 “pixiruns”. Mas a colheita era feita pela família, proprietária da terra. Paulo teve três filhos sendo: Adolar; Donaldo e Ivone.
Em Rio Natal ainda é possível observar a casa que pertencia a família Kobus.

Casa de 1960 de Paulo Kobus em Rio Natal - São Bento do Sul - SC

 
Casa de 1960 de Paulo Kobus em Rio Natal - São Bento do Sul - SC

IMIGRANTES KOBUS E HÜTTL

Temos apenas um registro de imigrante Kobus para São Bento do Sul

Encontramos um único Kobus, imigrante. Conforme descrito por Paulo Henrique Jürgensen: João (Johann) Kobus casado com Juliana Lerke imigrou aso 40 anos, lavrador, de Karszyn, Prússia Ocidental, com mulher Julie (44) filhos Anna (22), Leo (12), Johann (9), Josef (7), Vincent (5), Catharina (2), católicos, pelo Navio Valparaiso com saída em 20/04/1881 e chegada em 22/05/1881 com 162 passageiros. Ele faleceu em 23/07/1887 aos 48 anos de “necrosa” no seu domicílio na estrada Humboldt, ele tinha sido batizado em Bechelbrom. Neste registro informa que atua esposa era Juliana Narloch.

O Navio Valparaiso realmente aportou em São Francisco em 22 de maio de 1881, trazendo 162 imigrantes pelo registro do navio. Mas nas notícias locais de “Kolonie Zeitung, 28/05/1881 informa: “O vapor alemão Valparaiso, vindo do Rio aportou na quinta-feira, dia 19, em São Francisco. Ele trouxe para nossa colônia 150 imigrantes. Após o desembarque de carga e bagagens, o vapor seguiu ainda na mesma manhã para seu destino, Santos. Alguns colonos chegaram a Joinville na noite do dia 19, a bordo do Babitonga, outros em botes no dia seguinte. Um forte vento sul reteve os veleiros em São Francisco.”

Também temos apenas um registro de imigrante Hüttl para São Bento do Sul

Imigrante José Hüttl (filho de Jorge Hüttl e Margarida) casado com Catharina Mareck. Na lista de Navio encontramos Hütl, Josef: 24 anos, lavrador, Heudorf, Boêmia, com mulher Katharina (24), filhos Michael (1/2), católicos, 3ª classe, pelo Navio Montevideo com saída em 18/07/1879  e chegada em 18/08/1879 com 120 passageiros.

Consta como notícias locais de Kolonie Zeitung 23/08/1879: O vapor Montevideu, capitão Kier, pertencente à linha de vapores Hamburgo-América do Sul, chegou, via Bahia e Rio, na segunda-feira, dia 19 do corrente, ao porto de São Francisco, trazendo para nossa colônia 120 imigrantes. Essa já é a quarta expedição que a Sociedade Colonizadora de Hamburgo enviou neste ano diretamente para cá; segundo soubemos, devem ser expedidos ainda dois vapores com imigrantes para Joinville. Desse modo, a população de nossa colônia cresce a olhos vistos; pelo visto, na Alemanha não se dá mais crédito aos ridículos boatos até então em vaga sobre a escravatura e as condições miseráveis dos nossos colonos em Dona Francisca.