CASAS DE MADEIRA - MACHOWSCKI e
LUDWINSKI
O sul do
Brasil apresenta a tradição de casas de madeira, na maioria feitas de
Araucária, o conhecido “Pinheiro do Paraná”, de nome científico Araucaria angustifólia, espécies
ameaçada de extinção, devido a exploração e redução das florestas em 3% no RS,
14% SC e 0,3%PR. Mas a maior preocupação ainda fica por conta da erosão
genética e a perda da variabilidade e possível extinção. Mas o passado nos
mostra a abundância da araucária distribuída pelos planaltos e áreas de
altitude, acima de 500m do nível do mar.
Em São Bento
do Sul, estas árvores supriram a demanda de consumo por madeira para construção
de casas e fabricação de móveis. Ainda hoje é possível observar várias casas em
diferentes arquiteturas. Mas é fato que estas casas são cada vez menos
construídas, pela falta de disponibilidade da madeira, ou ainda pelo custo mais
acessível quando optado pela construção civil de tijolos.
Mas na
localidade temos um exemplo de uma casa que perdura por cerca de 100 anos. Sua
estrutura apresenta uma varanda trabalhada, característica das casas de época,
que apresentavam artefatos decorativos na cerca da varanda, no caibro da
varanda, ou ainda na renda da caixa de vento do telhado. São estrutura únicas e
de bela ornamentação.
A casa em
particular pertencia a família do patriarca Machowscki, e seus filhos Pedro e
José Machowscki, passando então para João Machowski que vendeu para João
Jancoski e atualmente pertencente a Antonio Ludwinsky.
Quando a casa
foi construída ainda não existia acesso de rua para a propriedade, como hoje
ocorre pela rua Pedro Machowscki. As tábuas da casa foram trazidas de uma
serraria da região de Mafra, nos vagões da Maria Fumaça, sendo descarregado
próximo do terreno, localizado em Rio Natal, na parte alta do morro, foram
construídas estruturas de transporte como “schlitz”, duas peças de madeira
fixadas em paralelo para colocar a carga e deslizar pelo morro abaixo. Os
caibros de sustentação foram feitos com madeira 20cm x 20cm e como as demais
vigas e caibros, foram cortados com o serra/serrote, que exigia duas pessoas
para cortar, uma puxando/empurrando de cada lado. As janelas e aberturas,
recebiam cada qual, um par de madeira quadrada de ipê para sustentação. O forro
e assoalho também eram de tabuas largas em 30cm ou mais, e cerca de 2,5cm de
espessura.
A casa
tradicional e que marcou época, continua preservada ao cuidado zeloso de Antonio,
filho de Adão e Gertrudes Ludwinsky, família tradicional do Rio Natal (São
Bento do Sul SC). Antonio aos 69 anos, aposentado, desfruta deste pequeno
paraíso por entre o vale da serra de encosta do mar, cultivando nesta chácara,
ou sítio, criando algumas cabeças de gado, e ainda os gansos, galinha de
angola, entre gatos e cachorros que ao rodear a casa trazem a valor singular a
arquitetura que forma uma paisagem em conjunto com as árvores frutíferas,
palmitos e tantas outras árvores de imponente beleza.
FAMÍLIAS MACHOWSCKI EM RIO NATAL -SÃO BENTO DO SUL - SC - Na atual Estrada Pedro Machowscki |
IMIGRANTE MACHOWSKY
Segundo Paulo Henrique Jürgensen,
São Bento do Sul teve apenas um imigrante Machowsky: Andreas Machowsky 39 anos,
lavrador de Swierchowa, Galícia, com mulher Catharina (30), filhos Josef(9),
Franz (4 ½), Johann (5 semanas), católicos, 3ª classe, receberam subvenção,
vindo pelo navio Valparaiso saída 18/09/1883 e chegada em 17/10/1883 com 119
passageiros.
IMIGRANTE LUDWINSKI
Também apenas um imigrante representando
os Ludwinski: sendo Ludwig Ludwinski; 25 anos, lavrador de Wenzin, Galícia,
solteiro, católico, 3ª classe, recebeu subvenção; p/ São Bento, pelo Navio
Corrientes saindo na data de 19/04/1883 e chegando em 20/05/1883 com 127
passageiros. Ele casou com Barbara
Dumborowska. Moradores na Estrada dos Bugres.