segunda-feira, 20 de maio de 2013

GENEALOGIA - Pioneiros



GENEALOGIA 
O início de sua história

Imagino que o fortalecimento da humanidade contemporânea vem em parte pela contribuição, e somatório daqueles que buscam pelo passado e pelas pessoas que atualmente representamos, são pesquisadores, pessoas de bem e de respeito, preocupados em entender uma relação do antes e do agora, na compreensão da própria existência, são estas as primeiras pessoas que fogem do egocentrismo e entendem a socialização, no sentido de valor igualitário.
Resgatar a própria identidade no envolvimento da reconstituição do passado, de outras gerações é compreender, o envolvimento de outras épocas, e situações diferentes que no pensamento beira a própria filosofia do existir. A reconstituição da genealogia vem sendo uma atividade crescente nos últimos anos, desempenhada não apenas pelos historiadores, mas em grande maioria, por leigos que procuram pelas origens de suas famílias.
Ao montar a genealogia não se deve cair na tentação da valorização extrema e particular do próprio sobrenome, ao qual somos eminentemente tendenciosos. Supondo ainda que não tivéssemos este desprendimento de visão podemos fazer uma comparação: deve-se considerar que temos 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavôs, 32 tetravôs, 64 pentavôs,  e assim sucessivamente, ficando portanto evidente a ampla ascendência. Não somos um nome, não nos revelamos na importância de uma única “linhagem”, mesmo que significativa, mas somos integrantes de reações complexas, ou ainda diria, sínteses relativamente elaboradas.
Sendo importante diagnosticar que nossa formação é uma combinação de genes que perdura dos tempos mais longínquos, milhões de anos, derivando de um ancestral, e que neste regresso por gerações entendesse que a igualdade do DNA nos mostra evidentemente a similaridade entre os povos dos diferentes continentes. Numa amplitude maior imaginando a própria origem, nossa existência se justifica num único entender. Somos apenas um ser e sem distinções. Quem dera se as pessoas associassem esta situação real, e não perdurasse o racismo, este espectro degenerativo da sociedade.

No estudo da genealogia se compreende que a evolução no sentido biológico é definida como mudança, enquanto e evolução para filosofia é a definição de melhoria, mas ambas ciências se misturam, e nos direcionam a entender estes coadjuvantes freqüentemente vinculados na história.
Portanto quando se estuda a genealogia, também se envolvem outras situações que não somente de interpretação biológica, se resgata a integração com a história e a percepção de que as famílias não podem ser observadas separadamente, mas são importantes quando tratadas no somatório, na evidência de diferentes manifestações e expressões culturais, tão ricas e importantes, que são parte da formação da sociedade, pujante na formação sólida da civilização.                   Este entendimento realmente é evidente quando feita a pesquisa da genealogia, sendo um  regresso para o passado, que deve ter importância não somente na busca de figuras históricas, nobres ou de ilustres antepassados, mas também daqueles que passaram à margem da “Grande História”. São as pessoas simples, os antepassados mais humildes, que se tornam grandes personagens e de relevante importância. E repentinamente nos vem muitos questionamentos. Afinal quem eram, como viviam, o que faziam, quais suas pretensões?

A procura constante de familiares em registros guardados em casas paroquiais, arquivos históricos e cartórios nos trazem revelações surpreendentes. A empolgação cresce ainda mais ao conseguirmos resgatar uma foto e, intuitivamente, buscar naquela imagem características hereditárias, traços étnicos. E, conforme aumenta a amplitude da pesquisa, abre-se um leque ainda maior de possibilidades de investigação: a procura de pertences pessoais, casos de gêmeos, doenças cromossômicas e justificativas de falecimento.
Mas a pesquisa não envolve apenas a hereditariedade, fotos, nomes ou documentos. A cada passo ocorre um envolvimento mais familiar, direcionando a atenção em descobrir um pouco a mais da nossa história individual. É nessa oportunidade que é desvendado um mundo completamente diferente. A curiosidade da história não deve residir apenas no “onde nasceu” e “como morreu” de nossos antepassados, mas nos usos e costumes únicos de um tempo que não mais retornará.
Cada povo vive seu cotidiano com um jeito próprio de ser e interagir. Ocorrem mudanças significativas no dia a dia das pessoas. Não é possível dizer até que ponto as mudanças ocorrem para uma situação de melhoria ou de estagnação e perda de valores e conceitos. Somos coadjuvantes da transformação, respondemos por estímulos e sensações do desenvolvimento intelectual e comportamental.
Claramente diferenciamos o passado do presente, ou deveria chamar de futuro, pelo avanço da tecnologia, da ciência, da melhoria pela qualidade de vida. A busca contínua pelas condições adequadas de equilíbrio econômico, social e ambiental que geram transformações separando o atual do passado. Mas o propósito de caminhar para o melhor deve ser percorrido junto com o estudo das situações vividas anteriormente, do quanto que podemos aproveitar do passado, tanto observando seus erros como seus grandes feitos, e assim embasar o bem estar atual com atitudes coerentes.


Não é possível nos furtarmos do passado. A história é um campo vasto de conhecimento, e o somatório desse aprendizado pode influir diretamente no potencial de cada pessoa.
A principal motivação de todas as espécies é a contínua transmissão do DNA, ou seja, garantir a existência de outra geração pela continuidade da vida. Na espécie humana, mesmo quem não tem condições de ter filhos, por razões pessoais ou biológicas, intuitivamente cuida e zela pelos familiares mais próximos como forma de garantir a perpetuidade dos genes da família. Mas a raça humana diferencia-se das outras espécies por motivações outras que apenas a transmissão de sua carga genética. Ao longo de nossa história perfizemos um caminho trilhado por séculos de transformações sociais e culturais, com alterações de usos e costumes em proporções fantásticas. Seria um descaso com a história resguardar o conhecimento adquirido para satisfação pessoal. Alguns dos maiores prazeres de nossa existência estão diretamente relacionados com o gosto do redescobrimento.
Assim, deixo neste livro a representação de uma época que se inicia com os primeiros pioneiros do Planalto Norte Catarinense e Sudeste do Paraná, revelando situações pitorescas de um tempo distante e mostrando um pouco do cotidiano de pessoas que já passaram, mas que fizeram de nossa existência, hoje, testemunho de seu esforço para o progresso da terra em que escolheram viver.

FONTE: Livro "PIONEIROS". Autor Marcelo Hübel

São Bento do Sul, Rio Negrinho, Campo Alegre e Piên