GENEALOGIA
O início de sua história
Imagino que o
fortalecimento da humanidade contemporânea vem em parte pela contribuição, e
somatório daqueles que buscam pelo passado e pelas pessoas que atualmente
representamos, são pesquisadores, pessoas de bem e de respeito, preocupados em
entender uma relação do antes e do agora, na compreensão da própria existência,
são estas as primeiras pessoas que fogem do egocentrismo e entendem a
socialização, no sentido de valor igualitário.
Resgatar a própria
identidade no envolvimento da reconstituição do passado, de outras gerações é
compreender, o envolvimento de outras épocas, e situações diferentes que no
pensamento beira a própria filosofia do existir. A reconstituição da genealogia
vem sendo uma atividade crescente nos últimos anos, desempenhada não apenas
pelos historiadores, mas em grande maioria, por leigos que procuram pelas
origens de suas famílias.
Ao montar a genealogia
não se deve cair na tentação da valorização extrema e particular do próprio
sobrenome, ao qual somos eminentemente tendenciosos. Supondo ainda que não
tivéssemos este desprendimento de visão podemos fazer uma comparação: deve-se
considerar que temos 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavôs, 32 tetravôs, 64
pentavôs, e assim sucessivamente,
ficando portanto evidente a ampla ascendência. Não somos um nome, não nos
revelamos na importância de uma única “linhagem”, mesmo que significativa, mas
somos integrantes de reações complexas, ou ainda diria, sínteses relativamente
elaboradas.
Sendo importante
diagnosticar que nossa formação é uma combinação de genes que perdura dos
tempos mais longínquos, milhões de anos, derivando de um ancestral, e que neste
regresso por gerações entendesse que a igualdade do DNA nos mostra
evidentemente a similaridade entre os povos dos diferentes continentes. Numa
amplitude maior imaginando a própria origem, nossa existência se justifica num
único entender. Somos apenas um ser e sem distinções. Quem dera se as pessoas
associassem esta situação real, e não perdurasse o racismo, este espectro
degenerativo da sociedade.
No estudo da genealogia
se compreende que a evolução no sentido biológico é definida como mudança,
enquanto e evolução para filosofia é a definição de melhoria, mas ambas
ciências se misturam, e nos direcionam a entender estes coadjuvantes
freqüentemente vinculados na história.
Portanto quando se
estuda a genealogia, também se envolvem outras situações que não somente de
interpretação biológica, se resgata a integração com a história e a percepção
de que as famílias não podem ser observadas separadamente, mas são importantes
quando tratadas no somatório, na evidência de diferentes manifestações e
expressões culturais, tão ricas e importantes, que são parte da formação da
sociedade, pujante na formação sólida da civilização. Este entendimento realmente é evidente quando
feita a pesquisa da genealogia, sendo um
regresso para o passado, que deve ter importância não somente na busca
de figuras históricas, nobres ou de ilustres antepassados, mas também daqueles
que passaram à margem da “Grande História”. São as pessoas simples, os
antepassados mais humildes, que se tornam grandes personagens e de relevante
importância. E repentinamente nos vem muitos questionamentos. Afinal quem eram,
como viviam, o que faziam, quais suas pretensões?
A procura constante de
familiares em registros guardados em casas paroquiais, arquivos históricos e
cartórios nos trazem revelações surpreendentes. A empolgação cresce ainda mais
ao conseguirmos resgatar uma foto e, intuitivamente, buscar naquela imagem
características hereditárias, traços étnicos. E, conforme aumenta a amplitude
da pesquisa, abre-se um leque ainda maior de possibilidades de investigação: a
procura de pertences pessoais, casos de gêmeos, doenças cromossômicas e
justificativas de falecimento.
Mas a pesquisa não envolve apenas a
hereditariedade, fotos, nomes ou documentos. A cada passo ocorre um
envolvimento mais familiar, direcionando a atenção em descobrir um pouco a mais
da nossa história individual. É nessa oportunidade que é desvendado um mundo
completamente diferente. A curiosidade da história não deve residir apenas no
“onde nasceu” e “como morreu” de nossos antepassados, mas nos usos e costumes
únicos de um tempo que não mais retornará.
Cada povo vive seu cotidiano com um jeito
próprio de ser e interagir. Ocorrem mudanças significativas no dia a dia das
pessoas. Não é possível dizer até que ponto as mudanças ocorrem para uma
situação de melhoria ou de estagnação e perda de valores e conceitos. Somos
coadjuvantes da transformação, respondemos por estímulos e sensações do
desenvolvimento intelectual e comportamental.
Claramente diferenciamos o passado do
presente, ou deveria chamar de futuro, pelo avanço da tecnologia, da ciência,
da melhoria pela qualidade de vida. A busca contínua pelas condições adequadas
de equilíbrio econômico, social e ambiental que geram transformações separando
o atual do passado. Mas o propósito de caminhar para o melhor deve ser
percorrido junto com o estudo das situações vividas anteriormente, do quanto
que podemos aproveitar do passado, tanto observando seus erros como seus
grandes feitos, e assim embasar o bem estar atual com atitudes coerentes.
Não é possível nos furtarmos do passado. A história é um campo vasto de
conhecimento, e o somatório desse aprendizado pode influir diretamente no
potencial de cada pessoa.
A principal motivação de todas as espécies é a contínua transmissão do
DNA, ou seja, garantir a existência de outra geração pela continuidade da vida.
Na espécie humana, mesmo quem não tem condições de ter filhos, por razões
pessoais ou biológicas, intuitivamente cuida e zela pelos familiares mais
próximos como forma de garantir a perpetuidade dos genes da família. Mas a raça
humana diferencia-se das outras espécies por motivações outras que apenas a
transmissão de sua carga genética. Ao longo de nossa história perfizemos um
caminho trilhado por séculos de transformações sociais e culturais, com
alterações de usos e costumes em proporções fantásticas. Seria um descaso com a história resguardar o
conhecimento adquirido para satisfação pessoal. Alguns dos maiores
prazeres de nossa existência estão diretamente relacionados com o gosto do
redescobrimento.
Assim, deixo neste livro a representação de uma época que se inicia com
os primeiros pioneiros do Planalto Norte Catarinense e Sudeste do Paraná,
revelando situações pitorescas de um tempo distante e mostrando um pouco do
cotidiano de pessoas que já passaram, mas que fizeram de nossa existência,
hoje, testemunho de seu esforço para o progresso da terra em que escolheram
viver.
FONTE: Livro "PIONEIROS". Autor Marcelo Hübel
São Bento do Sul, Rio Negrinho, Campo Alegre e Piên
FONTE: Livro "PIONEIROS". Autor Marcelo Hübel
São Bento do Sul, Rio Negrinho, Campo Alegre e Piên