quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Programa de coleta de óleo vegetal recebe incentivos no município

06/10/2011

Programa de coleta de óleo vegetal recebe incentivos no município

Na manhã desta quarta-feira estiveram reunidos na sede da Unimed, em São Bento do Sul, representantes do Consórcio Intermunicipal Quiriri, Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de São Bento do Sul, secretaria de Educação de São Bento do Sul, Samae e da própria Unimed.

 

Na manhã desta quarta-feira estiveram reunidos na sede da Unimed, em São Bento do Sul, representantes do Consórcio Intermunicipal Quiriri, Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de São Bento do Sul, secretaria de Educação de São Bento do Sul, Samae e da própria Unimed. O objetivo da reunião foi de oficializar os incentivos por parte da Unimed ao programa de coleta de óleo vegetal do município.

Com a presença do médico Tirso Hummelgen, a Unimed oficializou que está realizando investimentos na compra de 19 bombonas de 1000 litros, adaptadas para o recolhimento de garrafa pet, a ainda na confecção de banners de divulgação. Todo material foi orçado e está em processo de elaboração. As bombonas serão distribuídas pelo município, em todos os bairros da cidade, podendo estar em diferentes locais de circulação de pessoas como: associação de moradores, terminais urbanos de passageiros, postos de saúde, praças, entre outros.

Outro assunto tratado durante a reunião foi o repasse de todo o histórico do programa de Coleta de Óleo Vegetal para o Samae. Na ocasião, o Diretor de Meio Ambiente Marcelo Hübel entregou ao representante do Samae, João Adilson, todas as informações do programa, uma vez que a partir de agora as ações do programa de coleta de óleo vegetal passam a receber um novo incentivo por parte do Samae que assumiu a gestão de resíduos do Município de São Bento do Sul.

Programa

O projeto de coleta e utilização de óleo usado de fritura foi desenvolvido pelo Consórcio Intermunicipal Quiriri, sendo implantado pela Prefeitura através do Departamento de Meio Ambiente, e atualmente está sob responsabilidade do Samae. Diversos segmentos da sociedade participam do programa voluntariamente. As escolas municipais e o colégio Bom Jesus, recolhem os óleos em bombonas de 25 litros ou garras pet, destinando o produto para a Cooperativa de Catadores do Bairro Brasília.

Também outros estabelecimentos e empreendimentos destinam o óleo para os catadores. A Cooperativa já beneficiou no ano de 2011, cerca de 2000 litros de óleo, sendo 714 litros de escolas; 188 litros de cozinhas industriais; 420 litros de lanchonetes e mercados e outros provenientes da entrega direta na sede da cooperativa ou na coleta de material reciclável de município.

“O programa oportuniza a diminuição do impacto ambiental em diferentes situações, mas observando que apenas um 1 litro de óleo contamina 10.000 litros de água, considero a proporção recolhida até o momento significativa para a preservação do meio ambiente. Mas podemos melhorar”, conclui Marcelo Hübel, Diretor de Meio Ambiente.

Quem precisa destinar o óleo para reciclagem pode disponibilizar em garrafas pet no dia da coleta seletiva ou quando o volume ser acima de 20 litros pode ligar para o SAMAE através do telefone 3634-1082, que após haver uma quantia razoável no roteiro, comunica a cooperativa para fazer a coleta.

Para o prefeito Magno Bollmann, grande defensor do meio ambiente e estudioso na área, este programa de coleta de óleo vegetal usado é de extrema importância para a preservação do nosso solo e de nossos rios. “Quando deixamos de despejar o óleo de cozinha no meio ambiente estamos contribuindo muito mais do que imaginamos com a natureza”, resumiu o prefeito.

Reciclagem

Na cooperativa o óleo é decantado e após 30 dias passa por um sistema de 5 filtros, sendo então destinado a venda ou uso do município como combustível em motores diesel.

Meio ambiente

O óleo vegetal quando jogado no ralo, causa entupimento da tubulações e eleva em 45% o gasto no tratamento de efluentes. Quando atinge os rios, apenas 1 litro de óleo contamina 10.000 litros de água. A reciclagem de óleo vegetal usado de cozinha retira do meio ambiente um passivo poluidor.
No solo o óleo vegetal causa uma barreira em película que dificulta a manutenção de micro-organismos.

O óleo pode ser utilizado para fabricação de sabão, e quando usado como combustível, reduz em 40% a emissão de poluentes em comparação aos combustíveis fósseis.
Considerando-se o custo da aquisição, os impostos e taxas incorporadas ao óleo vegetal, estamos agregando valor a este produto quando do seu uso como combustível.



FONTE: Prefeitura de São Bento do SulJoberth Krause
 
Logomarca do programa de coleta de óleo de fritura


Modelo do banner para bombonas de 1000 litros


Equipamento de filtragem desenvolvido por Mauro Fernandes Bácsfalusi do Consórcio Intermunicipal Quiriri


Beneficiamento do óleo vegetal na Cooperativa de Catadores de Material Reciclável de São Bento do Sul


Banner de divulgação do programa

 


Bombonas destinadas para escolas municipais.

Bombona de 1000 litros
 
Metodologia do CIQ para todos projetos
 
 
 
 
PROJETO DE COLETA E UTILIZAÇÃO DE ÓLEO USADO DE FRITURA
COMO COMBUSTÍVEL EM VEÍCULOS A DIESEL DA FROTA DA
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO BENTO DO SUL E SUAS AUTARQUIAS.
 
PROJETO DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL QUIRIRI
Desenvolvido por Mauro Fernandes Bácsfalusi

São Bento do Sul, março de 2008.




O motor Diesel pode ser alimentado por óleos vegetais, e ajudará no desenvolvimento agrário dos países que vieram a utilizá-lo. O uso de óleos vegetais como combustível pode aparecer insignificante hoje em dia, mas com o tempo irão se tornar tão importante quanto o petróleo e o carvão.”

Rudolf Diesel, 1911



ÍNDICE

1. JUSTIFICATIVA 03
2. OBJETIVOS
2.1. GERAL 04
2.2. ESPECÍFICOS 04
3. MATERIAIS EM MÉTODOS
3.1. O MOTOR DIESEL 05
3.2. O ÓLEO VEGETAL USADO NA COZINHA VERSUS DIESEL 06
3.3. FONTES DE OVB 07
3.4. TRATAMENTO DO OVB PARA USO COMO COMBUSTÍVEL 07
3.5. DAS INSTALAÇÕES PARA O TRATAMENTO DO OVB 09
3.6. ADAPTAÇÃO DO MOTOR DIESEL PARA O USO DE OVB 10
4. MONITORAMENTO 12
5. IMPLANTAÇÃO 13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 14
7. ANEXOS 15


1. JUSTIFICATIVA

Os óleos animais passaram, já há muito tempo, como ingrediente indispensáveis nas cozinhas no mundo inteiro. Substitui com vantagens as gorduras animais, pois tem custo de produção menor, são mais saudáveis e são considerados produtos renováveis .

Entretanto, o volume deste produto descartado vem causando danos expressivos ao meio ambiente, em especial ás águas superficiais e subterrânea. Considera-se que 01 litro de óleo despejado no meio ambiente seja suficiente para contaminar cerca de 10.000 litros de água.

Como todos os bens de consumo, são úteis enquanto próprios ao consumo. Mas o descarte, ainda não normatizado em nosso país (os órgãos ambientais sugerem envasa-los em embalagens PET e destiná-los á coleta pública de lixo), aliado ao desconhecimento do poder contaminante este produto por parte da população, e mesmo pela falta de opção quanto encaminhamento deste resíduo, faz com que este seja descartado na rede de esgoto, rede pluvial e mesmo á céu aberto.

A crescente preocupação ambiental da população quanto á preservação ambiental e destinação correta dos resíduos das atividades humanas é foco constante da mídia, sem no entanto corresponde preocupações dos órgãos governamentais afetos ao assunto, salvo louváveis iniciativas pontuais.

O Consórcio Ambiental Quiriri, Instituído em setembro de 1997, vem desde então trabalhando em projetos Ambientais Participativos, ou seja, transformando os anseios da população em projetos viáveis, sempre direcionando a execução destes pela iniciativa privada, população, e/ou grupos sociais organizados, dado que projetos executados pelo poder público sofrem as influencias da política partidária, entre outras.

A PMSBS tem consumo anual de 450.000litros de óleo diesel ao custo de R$ 801.000,00, conforme costa no processo licitação de compra deste combustível ( Edital de Pregão Nº27/2008, Registro de Preços Nº 01/2008) ,ao valor de R$1,78 por litro.

A adição de 5% de OVB a este combustível proporciona economia de R$ 22.500,00, enquanto a adição de 10%, 20% e 35% proporcionaram economia de, respectivamente, R$ 45.000,00 ,R$ 90.000,00 e 157.000,00 aos cofres públicos municipais.
2. OBJETIVOS:


2.1. GERAL:


  • Adaptar os veículos movidos á óleo diesel da Prefeitura de São Bento do Sul (PMSBS) e de suas autarquias para uso de óleo vegetal usado (OVB- óleo vegetal bruto) associado ao óleo diesel (biodiesel) na proporção de 5% a 35%.



2.2. ESPECÍFICOS:

  • Destinar de forma correta e útil como OBV ou biodiesel o óleo vegetal gerado nas residencias e comércio de refeições do município através de campanha contínua de coleta ou entrega voluntária coordenada pelo Consórcio Ambiental Quiriri em parceria com secretaria de Municipal de Meio Ambienta e Cooperativa dos Catadores de Material Reciclável de São Bento do Sul;

  • Associar ao processo de entrega voluntária / coleta a educação ambiental continuada abordando os demais aspectos relacionados ;

  • Diminuir o uso de combustível fóssil derivado do petróleo nos veículos gerando economia financeira á municipalidade;
  • Tornar a Prefeitura Municipal de São Bento do Sul e o Município, através deste projeto , ainda mais conhecida por sua ações de ordem ambiental pela iniciativa de dar destino econômico/ ecológico do óleo vegetal de cozinha usado .

 

3. MATERIAIS E MÉTODOS:

3.1. O MOTOR DIESEL:

Rudolf Christian Karl Diesel (30 de setembro de 1913- 18 de março de 1858) foi um engenheiro mecânico alemão, inventor do motor diesel .

Diesel idealizou um dos mais importantes sistemas mecânicos da história da humanidade. Rudolf Diesel elaborou um motor a combustão interna de pistões que explorava os efeitos de uma ração química . Um fenômeno natural que acontece, quando o óleo é injetado num recipiente com oxigênio ao misturar-se causa uma explosão. Para conseguir controlar reação e movimentasse uma máquina, foi preciso uma infinidade de outros inventos como bombas injetoras sincronizadas e elaborar sistemas de múltiplas engrenagens e outros acessórios controladores para que a pressão de liberação atuasse precisamente na passagem do embolo do pistão no ângulo de máxima compressão. A criação do primeiro modelo motor a diesel que funcionou de forma eficiente data do dia 10 de agosto de 1893.Foi criado por Rudolf Diesel, em Augsburg, Alemanhã, por isso recebeu este nome. Alguns anos depois, o motor foi apresentado oficialmente na feira mundial de Paris, França, em 1898. O Combustível então utilizado era de amendoim (grifo nosso), um tipo de biocombustìvel obtido pelo processo de transesterificação.
Rudolf Diesel registrou a patente de seu motor-reator em 23 de fevereiro de 1897 desenvolvido para trabalhar com óleo de origem vegetal (grifo nosso), entretanto em sua homenagem foi dado ao produto oleoso mais abundante obtido na primeira fase de refino do petróleo bruto o nome diesel, mas isso não quer dizer que todas os motores a injeção sejam obrigados a funcionar com óleo diesel, desde que regulem a pressão no sistema de injeção pode voltar a funcionar como Óleo de amendoim ou qualquer tipo de óleo que tanto podem ser vegetais ou animal como é o caso da gordura de porco e de peixe .

Face a sua simplicidade e a enorme aplicação, o motor de pistões movidos a reação óleo-oxigênio rapidamente penetrou nos lugares mais longínquos do planeta, revolucionando o mundo industrial e substituindo os dispendiosos sistemas mecânicos a vapor que até então movimentavam as locomotivas e os transportes marítimos por unidades geradoras diesel – elétrica.
Após negociar o seu invento durante uma travessia do Canal da Mancha, o inventor morre em circunstâncias estranhas estranhas que jamais foram esclarecidas.
3.2. O ÓLEO VEGETAL USADO NA COZINHA VERSUS DIESEL:

O óleo vegetal é um produto obtido através da extração por prensagem ou aquecimento de principalmente sementes e ou frutos de plantas chamadas “oleaginosas”. Tem vasta utilização na indústria química como lubrificante, base para tintas, na indústria Farmacêutica, na de cosméticos e na indústria alimentícia.
De um modo geral, biodiesel foi definido pela “Natioanal Biodiesel Board” dos Estados Unidos como derivado mono-alquil éster de ácidos graxos de cadeia longa, proveniente de fontes renováveis como óleos vegetais ou gordura animal, cuja utilização esta associada á substituição de combustíveis fósseis em motores de ignição por compressão (motores do ciclo Diesel). Enquanto produto, pode-se dizer que o biodiesel tem as seguintes características: (a) é virtualmente livre de enxôfre a aromáticos; (b) em alto número de cetano, (c) possui teor médio de oxigênio em torno de 11%; (d) possui maior viscosidade e maior ponto de fulgor que o diesel convencional; (e) possui nicho de mercado específico, diretamente associado a atividades agrícolas; (f) no caso do biodiesel
de óleo de fritura, se caracteriza por um grande apelo ambiental; e, finalmente (g) tem preço de mercado relativamente superior ao diesel comercial. Entretanto, se o processo de recuperação e aproveitamento dos subprodutos (glicerina e catalizador) for otimizado, a produção de biodiesel pode ser obtida a um custo competitivo com o preço comercial do óleo diesel, ou seja, aquele verificado nas bombas dos postos de abastecimento.
Segundo relatórios do Programa Nacional de óleos Vegetais, testes desenvolvidos em território nacional com vário tipos de óleos vegetais transesterificados, puros ou misturados ao óleo convencional na proporção de 30%, demonstraram bons resultados quando utilizados por caminhões, ônibus e tratores. Nesses testes, foram percorridos mais de um milhão de quilômetros e os principais problemas apresentados foram associados a um pequeno acúmulo de material nos bicos injetores e um leve decréscimo na viscosidade do óleo lubrificante. Testes de desempenho de curta duração foram também realizados em bancada dinamométrica em plena carga, com motores de injeção indireta do tipo x8/29 previamente otimizados para a queima de óleo diesel puro.


Comparativamente ao óleo Diesel, seu uso traz diversas vantagens:

  • Petróleo é um bem finito, um bem não renovável;
  • Petróleo e derivados, quando queimados, liberam gases altamente poluentes (CO2, Nox, dióxido de enxofre);
  • A queima de OVB (Óleo Vegetal Bruto) apenas devolve ao ambiente o CO2 que as plantas sequestraram do Meio Ambiente para o seu crescimento através do fotossintese e quimiosíntese e será reaproveitado por elas. Ao contrário, a queima do petróleo libera CO2 retido e inerte no solo. Portanto, a queima de diesel auxilia no efeito estufa;
  • O uso de óleo vegetal usado de cozinha retira do meio ambiente um passivo poluidor;
  • Considerando-se o custo da aquisição, os impostos e taxas incorporadas ao óleo vegetal, estamos agregando valor a este quando do seu uso como combustível. Fecha-se o ciclo do óleo vegetal;
  • O custo de coleta, adaptação do motor e tratamento do óleo de cozinha usado é menor do que o custo do diesel puro;
  • O custo ambiental do uso do diesel e do descarte inadequado do óleo vegetal usado no Meio Ambiente é incomensurável.
  • Enquadramento da empresa na lei nº 14.330 de 18/01/2008 que constitui o programa Estadual de Tratamento de Reciclagem de óleos e gorduras de Origem Vegetal , Animal e de Uso Culinário.




3.3. FONTES DE OVB:

O OVB a ser utilizado neste projeto será oriundo do projeto de coleta / entrega voluntária junto á população de São Bento do Sul, do comércio local usuário deste insumo, tais como restaurantes, pizarias, pastelarias, lanchonetes, e outros, através de projeto de coleta de purificação deste material pela parceria entre Consórcio Ambiental Quiriri, Secretária Municipal de Meio Ambiente e Cooperativa dos Catadores de Material de Reciclável de São Bento do Sul.

3.4. TRATAMENTO DO OVB PAR USO COMO COMBÚSTIVEL:

Para utilização de OVB como combustível, tem -se duas possibilidades : adaptar o combustível ao motor ao combustível.

De acordo com engenheiro mecânico Thomas Fendel , de Rio Negro – PR, proprietário da FENDEL TECNOLOGIA,empresa pioneira na região na utilização de OVB em automóveis e comerciante de Kits adaptadores para OVB , óleo vegetal, por ser mais de 10% de álcool combustível par o uso do Kit.
Conforme pesquisa de experiencias de sucesso na utilização do OVB como combustível, o processo de tratamento deste produto consiste em :

  1. DECANTAÇÃO: O Óleo recebido é transferido para tambores de boca larga com peneira que retem as impurezas maiores. Ali o óleo fica em descanso por cerca de 48 horas, sendo que asa impurezas e a água se acumulam no fundo. Este recipiente deverá contar um registro do tipo de esfera de grosso calibre de (50mm) no fundo para facilitar a retirada do decanto. O sobrenadante é do óleo parcialmente tratado e será transferido par outro galão via sucção com mangueira, bombeamento ou por desnível enter galões. O resíduo resultante deste processo poderá ser descartado no lixo comum, desde que embalado corretamente, ou seja, em recipiente plástico, tal qual preconizado para o descarte do óleo vegetal usado.

  1. RETIRADA DO SAL E AÇÚCAR: o sal que porventura possa ser estar presente pode danificar asa peças metálicas do motor diesel, não obstante este tipo de motor contar com proteção contra corrosão devido aos compostos sulfurosos produzidos durante a queima do diesel. O açúcar ao ser aquecido tende a solicitar, o que causaria ao obstruções nos ductos e carbonização na camara de explosão. A mistura de água ao óleo com agitação sequestrará estes dois contaminantes .


  1. RETIRADA DA ÁGUA RESIDUAL E ADICIONADA: deixar o óleo em repouso fará com que água decante. O sobrenadante constituirá o óleo óleo vegetal praticamente limpo. Entretanto, há a possibilidade de haver água residual incorporada. Para retirá-la, basta aquecer este óleo entre 120º a 150º C por alguns minutos, pois como a água tem seu ponte de fervura a 100ºC, bem menor que o ponto de fervura do óleo, esta deverá evaporar.

Outro processo que pode complementar esta consequência é a microfiltragem com filtros de 1 micron, de fácil aquisição de no mercado. Os próprios filtros de linha de combustível para motores diesel se prestam ao serviço. Este filtro poderá ser instalado na própria linha de alimentação da bomba injetora, o que é recomendável para maior segurança na qualidade do combustível.

Para este processo necessita-se de:

  • Área apropriada onde será instalada a mini-usina de tratamento de OVB;
  • licenciamento Ambiental junto á Fatma para o empreendimento;
  • 01 galão ou mais galões par recepção o OBV a ser recolhido (a capacidade destes galões deverá ser definida conforme a demanda de recolhimento). O reaproveitamento de galões, metais ou plásticos, de insumos da própria empresa é aconselhável e desejável.;
  • 01 galão ou mais galões para a adição de água para diluição e remoção do sal, açúcar de mais a impurezas. Este galão deverá ter conjunto agitador de motor elétrico e hélice agitadora para maximizar a incorporação dos elementos a serem removidos com a água;
  • 01 galão ou mais galões de boca larga, preferencialmente metálico, para o aquecimento da mistura visando a eliminação da água incorporada e adicionada. Este ou estes galões deverão ser de volume menor aos anteriores e perfeitamente, fixos, pois devido ao aquecimento de seu conteúdo a 120º a 150º C, todas as medidas de segurança devem ser tomadas visando evitar-se acidentes (conforme informações obtidas em pesquisa, um tambor de 80 litros atinge 150ºC em aproximadamente 3 a 4 horas).
  • O aquecimento poderá ser feito através de chama direta ou através de aquecedor elétrico, do tipo serpentina, comumente usada em sistemas de aquecimento de água e nas fritadeiras;
  • Este último processo, para diminuir riscos de acidente e garantir melhor qualidade do OVB, deverá ser feito periodicamente e na quantidade suficiente para suprir a demanda de consumo do motor no período menor possível, mas que não demande excessiva mão de obra no processo (alguns dias, 01 semana , etc).


3.5. DAS INSTALAÇÃO PARA O TRATAMENTO DO OVB:

Para o processo de tratamento do óleo de cozinha bruto recolhido são necessários , prevendo -se a coleta de 1000 litros por mês:
  • Área coberta com área de aproximadamente 20 m² e altura de 2,5 m;
  • Piso de cimento ou com revestimento liso, lavável, impermeável resistente e com declive de 1°;
  • A inclinação do piso deverá conduzir a canaletas destinadas ao recolhimento do possíveis vazamentos que serão coletados em tanque especial abaixo do nível do piso;
  • Não são necessárias paredes, exceto na parte posterior. As laterais poderão ser fechadas com paredes e a frente poderá ou não ter portão de acesso. Neste caso prever abertura deste o suficiente para que não afete a carga, descarga e procedimentos;
  • Á área deverá ser bem ventilada e iluminada, dando-se preferência à iluminação e ventilação naturais;
  • A área destinada deverá prever ampliação horizontal ou vertical para possível aumento da demanda.

3.6. ADAPTAÇÃO DO MOTOR DIESEL PARA O USO DE OVB:

Os equipamentos disponíveis na PMSBS e que serão alvo de deste projeto compõem-se, numa primeira etapa, de um trator, um caminhão e uma camionete leve, equipamentos estes a serem definidos pela Secretaria de Obras. Posteriormente, conforme o volume de OVB coletado, serão incorporados ao projeto os demais veículos movidos à Diesel da PMSBS e suas autarquias.

Para o uso do biocombustível deve-se adaptar o motor para a sua utilização ou então adaptar-se o combustível ao motor.

O óleo vegetal é mais viscoso que o óleo diesel, e para que possa ser usado como combustível deve ter a sua viscosidade diminuída, caso contrário sua passagem pelos ductos e pela bomba injetora será comprometida, inclusive dificultando sua queima. Para isso tem-se algumas alternativas:
  • Misturá-lo ao próprio óleo diesel em proporções que variam em até 50%;
  • Adicionar álcool combustível na proporção de 10%;
  • Aquecer o óleo vegetal a temperatura de aproximadamente 80°C, o que o torna mais fluido.

A primeira opção será usada no projeto em questão, baseado nos seguintes motivos:



4. MONITORAMENTO:

Por tratar-se de uma inovação, embora já largamente testada e aprovada, inclusive em outros países, convém monitorar alguns itens como consumo em cada um dos tipos de combustível (óleo diesel puro e misturado com OVB), rendimento, perda ou não de potência, falhas no funcionamento, intercorrências que possam vir a ocorrer, temperatura de funcionamento, consumo ou contaminação do óleo lubrificante, emissão de odores ou gases desagradáveis ou prejudiciais pelo sistema de escapamento, e outros que possam surgir.

Todos esses parâmetros, por tratar-se de um projeto pioneiro na empresa e como fonte de dados para a replicação do processo em outros setores da sociedade ou outras empresas, deverão ser disponibilizados para o Consórcio Ambiental Quiriri e demais interesses em aderir ao processo de uso do OVB.

 
5. IMPLANTAÇÃO

A implantação do projeto se dará a partir do momento em que tenha-se coletado e tratado quantidade suficiente de OVB para a adição nas quantidades pretendidas ao díesel combustível, variável nas proporções de 5 a 35% do volume total de combustível a ser utilizado.






























6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Lei nº 14.330, de 18 de janeiro de 2008. Institui Programa Estadual de Tratamento e Reciclagem de Óleos e Gorduras de Origem Vegetal e de Uso Culinário. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]. Brasília, DF, 15 jan. 2008.

SÃO BENTO DO SUL. Consórcio Ambiental Quiriri. Projeto de Coleta e Utilização de Óleo usado de Fritura como Combustível em Conjunto Moto-Gerador a Diesel na Empresa Condor S.A.: São Bento do Sul, 2008. 9f.

HOMOLOGADO O PRIMEIRO CARRO MOVIDO A ÓLEO DE COZINHA. Capturado em 25 de fevereiro de 2008. Diário Online. Disponível na Internet http://www.fendel.com.br/homologacao.htm

STORTO, Graziela. UFSC Transforma Óleo de Cozinha em Combustíveis. Clicrbs, Florianópolis, 4 mar. 2008. Capturado em 4 mar. 2008.. Online. Disponível na Internet: http://www.clicrbs.com.br/especiais.html

Degradação Térmica de Óleos Comestíveis. Capturado em 25 fev. 2008. Online. Disponível na internet na http://www.biodieselecooleo.com.br.html

MOHN, Claudia. 100 Mil Movidas a Óleo Vegetal. O Globo online, Rio de Janeiro, 11 mar. 2008. Capturado em 11 mar. 2008. Online. Disponível na Internet: http://www.globoonline.com.br/icox.html

TEIXEIRA, Karência Martins. Afinal, Q o é o Biodiesel?. São Paulo-SP, 5p.

BRASIL. Agência Nacional do Petróleo. Portaria nº 240, de 25 de agosto de 2003. Regulamenta a utilização de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos não especificados no País. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil]. Brasília, DF, 27 ago. 2003.

GOMES, Pablo. Biocombustível. A Noticia, Florianópolis, março 2008. Caderno Economia, p. 10.

JUNIOR, Theodozio Stachera. Biocombustíveis. Revista CREA PR, Curitiba, 13, nº48, pg. 08, Nov/dez 2007.