FAUNA DE SÃO BENTO DO SUL - SC
IRARA
Eira barbara
CLASSIFICAÇÃO
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Ordem: Carnivora;
Família: Mustelidae;
Gênero: Eira;
Espécie: E. barbara
Estado de Conservação
IUNC (União Internacional para Conservação da Natureza).
Pouco preocupante
DISTRIBUIÇÃO: Todo Brasil e do sul do México até a Argentina,
exceto para Chile e Uruguai.
CARACTERÍSTICAS: Comprimento de até 92cm a 1,17m pesando de
3Kg a 7Kgr. Pelagem com cabeça e nuca acinzentado e corpo em tom de marro,
tendo cauda e pontas dos membros mais escuros. Por baixo do pescoço apresenta
uma mancha quase branca. Mas em São Bento do Sul foi registrado um indivíduo
branco amarelado, mas não é albino, uma coloração rara com apenas 3 registros
científicos de ocorrência. Inicia a reprodução com 2 anos e após a gestação de
63 a 68 dias tem 2 a 4 filhotes.
ALIMENTAÇÃO: pequenos mamíferos como roedores, aves,
invertebrados, ovos, frutas e mel.
Curiosidades: Vive sozinho, em par ou em pequenos grupos. Seu
nome deriva do tupi e significa devido
seu habito de comer mel, utilizando seu focinho prolongado e garras fortes,
para chegar nos favos. Pode subir em árvores e se deslocar em ter as copadas,
chegando a dar saltos ente os galhos. Como forma de defesa exala um cheiro
forte de um glândula.
CURIOSIDADES
IRARA DE PELAGEM RARA É REGISTRADA EM SÃO BENTO DO SUL.
EXISTEM APENAS QUATRO REGISTROS CIENTÍFICOS.
A irara apresenta o nome científico de Eira barbara,
para o Planalto Norte é comum observar esta espécie pelas áreas de floresta
sendo facilmente identificada com seu longo corpo, cauda mas de pernas curtas,
coberto com pelos marrom escuro mudando a tonalidade para cinza próximo da nuca
cobrindo a cabeça e a parte ventral, no pescoço, apresenta uma grande mancha
amarelada.
Mas no dia 09 de junho de 2015 a irara de coloração
esbranquiçada amarelada foi registrada na fazenda da URVE (Usina Rio Vermelho
de Energia Ltda) em São Bento do Sul SC, com a ajuda das armadilhas
fotográficas. A fazenda com 741 há apresenta pouco mais que 88% de área
preservada, sendo suficiente para abrigar vários indivíduos da espécie. A
imagem num rápido momento nos faz pensar que o indivíduo é albino, o corpo todo
é coberto por uma pelagem branco amarelada, totalmente diferente do padrão
marrom escuro, nuca e cabeça acinzentada. Mas o padrão do albino completo está
associado a coloração rosada dos olhos e pele. Embora albinismos de padrões
menos severos demostram outras colorações de olhos. O albinismo é uma variação
transmitida geneticamente sendo evidente como um defeito na produção da
melanina.
O estudo e publicação do artigo em 23/09/2007 denominado
“Variações na coloração de iraras (Eira barbaraLinnaeus, 1758 -
Carnivora, Mustelidae) da Reserva Biológica Estadual do Sassafrás, Santa
Catarina, sul do Brasil” realizado pelos pesquisadores Fernando Rodrigo Tortato e Sérgio Luiz Althoff revelam:
“Indivíduos com
padrões de pelagem apresentando coloração branco-amarelada já foram descritos
por alguns autores (Cabrera & Yepes 1960, Emmons 1997, Presley 2000).
Presley (2000) menciona que nas Guianas ocorre tanto a forma de pelagem amarela
como a escura. Tarifa et al. (2001) relatam à presença de indivíduos
amarelo-claros no Parque Nacional Madidi, Bolívia. No Brasil, foram publicados
somente dois estudos mencionando a ocorrência dessa pelagem em iraras, sendo um
referente a um indivíduo de pelagem branco-amarelada registrado com armadilha
fotográfica na região do Rio Jauaperí, no estado do Amazonas (Trolle 2003), e
outro na Fazenda Monte Alegre, no estado do Paraná, onde foram visualizados
esporadicamente indivíduos de coloração quase branca, mas que não foram
considerados albinos (Reis et al. 2005).”
Os pesquisadores Fernando Rodrigo Tortato e Sérgio Luiz
Althoff, também fizeram um novo registro de pelagem clara na Reserva Biológica
Estadual do Sassafrás em Santa Catarina.
E agora temos este novo registro interessante sendo portanto
o quarto registro da irara branca levemente amarelada para o Brasil: Amazônia,
Paraná, Santa Catarina e agora em São Bento do Sul/SC no vale do Rio Vermelho a
cerca de 700m de altitude.
A coloração mais clara e diferenciada da Irara em questão é
um fator negativo ao indivíduo pois fica mais exposto, mais evidente, sendo
portanto mais fácil de ser predado, pelo puma ou outro mamífero carnívoro de
grande porte.
Existe uma irara branco amarelada taxidermizada em Ipswich no
Museum Ipswich Suffolk na Inglaterra.
DISTRIBUIÇÃO