segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Denominação de Origem


Denominação de Origem no Brasil

Em vários países é possível comprar vinhos com mais segurança pela garantia de sua procedência e fidelidade de produto, identificados por DO, registro de Denominação de Origem. Mas recentemente o Brasil conquistou do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o aval de produtor com DO destinado para o Rio Grande do Sul.  Até o momento foram reconhecidos 26 rótulos de 15 marcas sendo:  três espumantes, quatro brancos e oito tintos. As garrafas são identificadas pela Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV).  O consumidor final ganha obtendo um produto confiável, que atende rígidos regramentos, considerando vários aspectos na produção vitícola, que entre outros concede a condução das videiras em espaldeira e a colheita manual. Também são considerados os produtos autorizados com envelhecimento definido em pelo menos 12 meses e proporção mínima de 85% Merlot e no assemblage pelo menos 60% de Merlot. Os varietais brancos e espumantes também apresentam suas definições em proporções. Os benefícios pela padronização também inibem o uso de lascas de carvalho no vinho, devendo realmente passar pelos barris.
Vinícolas que aderiram ao DOVV: Miolo, Pizzato, Don Laurindo, Casa Valduga, Peguliare, Terragnolo.


Glossário:
Assemblage é a mistura de diferentes tipos de uva no processo de produção de um vinho.
Espaldeira é a estrutura que sustenta as parreiras de uva em linhas paralelas.

Vitis Vinifira MERLOT

Originária da França. Cor tinta com aroma principal de ameixa, frutas vermelhas, groselha e pimenta. Muito utilizada em cortes com a outra variedade de uva, a Cabernet Sauvignon. Na degustação apresenta uma evolução no paladar sendo macio, mas intenso.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

DEPOIMENTO de Paulo Roberto Schuhmacher


DEPOIMENTO de  Paulo Roberto Schuhmacher


Livro: MAIS QUE UMA GOTA - 2012
Autor Magno Bollmann
Colaboração Marcelo Hübel

Planejamento Ambiental participativo em Micro-bacias Hidrográficas. Onde? Em micro-bacias hidrográficas. Muito bem,  a partir disso veio a necessidade de se conhecer o espaço físico ou o espaço territorial no qual ocorreria este programa, ou seja, as micro-bacias hidrográficas. Imediatamente vem ao pensamento de quem está articulando as idéias para fazer nascer algo de tamanha envergadura a necessidade de se dispor de um mapeamento da região de abrangência do programa, sempre com vistas à integração harmônica entre o Homem, a Natureza e a Sociedade.

A partir disso é que fomos consultados pelo idealizador do atual Consórcio Intermunicipal Quiriri, Engenheiro Agrônomo Magno Bollmann, então Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente da Administração Municipal de São Bento do Sul.

Incumbiu-nos, ou melhor, convenceu-nos, e mais do que isso, contagiou-nos Magno, a nós e a equipe da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo, com o entusiasmo e a euforia  com o qual nos apresentou suas idéias e, naturalmente, com aval do então Secretário Engenheiro Vilson Altivo Torres Fenner, assim como do Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal Engenheiro Frank Bollmann, a pesquisarmos elementos para elaboração de um mapeamento da região, que num primeiro momento, seria objeto de um curso relacionado ao tema.

O curso a que nos referimos, e que certamente é ou será objeto de maior detalhamento ao se descrever a trajetória histórica do Consórcio Quiriri, visou capacitar servidores públicos municipais e demais interessados no tema e para tanto necessitava contar com o mapeamento da região de estudo, para justamente ilustrar a aspecto geográfico e territorial do programa.

Pois bem, de posse dos recursos cartográficos existentes na época, assim como na Administração Municipal, promovemos a digitalização das cartas topográficas do mapeamento sistemático do IBGE, disponível ao público, ainda que de forma analógica, em escala 1:50.000. Cabe aí citar o trabalho exaustivo e minucioso dos então desenhistas e servidores municipais Fúlvio Joel Batista Fragoso e Gerson André Schloegl, que, sob nossa supervisão, redesenharam e em seguida, sobre mesa digitalizadora georreferenciada, percorreram e armazenaram eletronicamente a maioria dos elementos planimétricos das referidas cartas, umas mais atualizadas, outras menos, mas nem por isso menos importantes, afinal o conteúdo, a abrangência e a precisão deste mapeamento pouco deixaram a desejar para a finalidade do trabalho.

Contávamos então com o mapeamento digital dos territórios dos três municípios inicialmente envolvidos, quais sejam, Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul. Mais tarde foi também adicionado ao trabalho o mapeamento do município de Corupá.

Além das finalidades habituais e corriqueiras de um mapeamento, tivemos o cuidado de destacar a importância dos elementos geográficos naturais que se manifestam no território sem observar as delimitações impostas pelo homem, sejam elas físicas ou políticas. A cooperação intermunicipal em forma de Consórcio possibilitou a quebra dessas delimitações artificiais, onde as questões políticas e ideológicas ficaram em segundo plano, em beneficio das questões naturais. Como elemento geográfico natural para definição de micro-bacias e de grande importância na percepção e na visualização da qualidade ambiental, até mesmo sob olhos leigos, citamos a HIDROGRAFIA. Rios e Riachos foram criteriosamente inseridos no mapeamento, pois se constituem de um dos elementos naturais que mais ratifica e que mais se encaixa ao caráter intermunicipal do Consórcio Quiriri, uma vez que drenam o território sem conhecer quaisquer delimitações artificiais que possa o homem ter implantado.

Destacamos ainda que o mapeamento colaborou ainda na própria denominação do Consórcio, pois o principal rio da região, o Rio Negro, que drena o território dos três primeiros municípios, tem sua nascente na região conhecida como Campos do Quiriri.

A apresentação deste mapeamento no citado curso contribuiu, assim como outros aspectos e técnicas desenvolvidas pelos ministrantes Pedro Hidalgo e Marcos Vinícius, sempre acompanhados do entusiasta e idealizador já comentado, para gerar o clima e instalar o espírito de “planejamento participativo” dentre os presentes, foco principal de metodologia apresentada.

Como tivemos a felicidade de sermos convidados e de participarmos do curso, inicialmente visando prestar todo suporte cartográfico necessário, também fomos contagiados pelo tema e, no “embalo dos mapas”, seguimos como membro da equipe de trabalho da administração municipal de São Bento do Sul, que juntamente com as equipes de Campo Alegre e de Rio Negrinho, foi responsável pelos trabalhos de implatanção do programa propriamente dito, já ao longo do ano de 1997 e sob anuência do Excelentíssimo Prefeito Municipal de São Bento do Sul Senhor Sílvio Dreveck.

Neste momento o desprendimento e a dedicação foram excepcionais por parte de toda a equipe, no sentido multiplicar a idéia do planejamento ambiental participativo, de diagnosticar as condições ambientais de cada local e de ouvir sugestões relativas ao tema, sempre com envolvimento de toda a comunidade mediante participação intensa e direta da sociedade civil e da administração municipal. Escolas e Clubes de Serviço foram referência na interação com a sociedade civil.

Extrapolando a esfera local e com objetivo de fortalecer ainda mais a iniciativa, dedicou-se também a equipe à divulgação do programa, da metodologia e dos primeiros resultados no âmbito estadual e regional, mediante apresentações junto à Universidade Federal de Santa Catarina, à Assembléia Legislativa e à Epagri, para então, em Setembro de 1997, instituir legal e oficialmente o Consórcio Intermunicipal Quiriri.

A metodologia empregada e anuciada, participativa e composta das sete etapas denominadas de Promoção, Identificação, Proposição, Projetos, Execução, Avaliação e Sustentação, também foi fundamental para o sucesso do programa.

Para finalizar gostaríamos de manifestar nosso reconhecimento a pessoa do Engenheiro Agrônomo Magno Bollmann pela sua iniciativa e pelo seu entusiasmo para com o tema e para com o programa, assim como às Administrações Municipais e aos Prefeitos Municipais de Campo Alegre, São Bento do Sul e Rio Negrinho, das gestões 1992-1996 e 1997-2000, e de Corupá da gestão 1997-2000, pelo desafio a que se submeteram e pela confiança no sucesso, desde o curso até a implantação legal e oficial do Consórcio.

Engenheiro Cartógrafo Paulo Roberto Schuhmacher, na época já servidor efetivo da administração municipal, atual Diretor do Departamento de Urbanismo da Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo da Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.