21/09/2009
Mais de 50 mil árvores já plantadas
Desde janeiro, a Prefeitura de São Bento do Sul, através do Departamento de Meio Ambiente, já fez o plantio de mais de 50 mil árvores no município. Nesta segunda-feira, dia 21, para marcar o Dia Mundial da Árvore, outras mil mudas foram distribuídas à população, priorizando espécies nativas ou que produzam frutos.
Para marcar o Dia da Árvore, uma muda de erva-mate foi plantada pelo prefeito Magno Bollmann em frente à Escola de Música. No ato solene, participaram ainda o vice-prefeito Flávio Schuhmacher e diversos secretários municipais. A escola pela planta deve-se ao fator histórico que ela representou ao desenvolvimento histórico, social e cultural aos municípios do Planalto Norte catarinense.
Durante o ato, o prefeito destacou a importância do gesto de se plantar árvores. “Este é um ato que deveria se repetir diariamente, e não apenas em ocasiões especiais”, frisou. Defensor ferrenho do Meio Ambiente, Magno também falou dos projetos que vem sendo desenvolvidos na Prefeitura de São Bento do Sul em relação ao tema, com especial destaque ao programa de Educação Ambiental Econsciência, que procura despertar o interesse ambiental nas crianças das escolas da Rede Municipal de Ensino.
Além da erva-mate plantada no Centro, outras 44 mudas foram entregues a cada unidade escolar são-bentense, juntamente com um material informativo de seis páginas que fala da importância da erva-mate para a região. Durante o dia, profissionais do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de São Bento do Sul distribuíram mudas de cinco espécies diferentes. “As árvores distribuídas, além de serem importantes por serem sequestrantes de carbono, apresentam importância ornamental pela geração de flores, como o ipê amarelo ou a caroba, ou ainda são importantes pela produção de frutos como o araticum, araçá, guabiroba e pitanga, que são comestíveis e muito apreciadas pelo homem, e visitados pela avifauna e alguns casos pela mastofauna. Portanto, plantar árvores nos jardins das casas é uma forma de minimizar a poluição e ao mesmo tempo traz o meio ambiente para perto da pessoa”, diz o diretor de Meio Ambiente, Marcelo Hübel.
Somente neste ano, a Prefeitura plantou e distribuiu mais de 50.000 árvores de diferentes espécies nativas e exóticas, importantes como fonte de alimento para avifauna, mastofauna e sequestro de carbono, além de serem ornamentais. Também algumas apresentam importância econômica e de forma sustentável.
Dia da Árvore
Em 10 de abril de 1872, no estado de Nebraska, EUA, foi celebrado o primeiro Dia da Árvore. O seu criador foi Julius S. Morton, jornalista e político que incentivou a plantação de árvores naquele estado. Em homenagem ao idealizador nos EUA o dia da árvore é comemorado em 22 de abril, data de nascimento de Julius. Mas no Brasil comemoramos a data no dia 21 de setembro data precursora da primavera.
Erva-mate contexto histórico e econômico
A erva-mate foi o primeiro dinheiro que circulou em nossa região. Os ervateiros, principalmente os primeiros, nunca aceitavam dinheiro, mas sempre produtos em troca da erva mate. Ela foi também o primeiro produto de exportação que enriqueceu a nossa região. Como exemplo podemos citar Joinville e Curitiba. Nesta última surgiu a primeira universidade do Brasil que, pelo Dr.Rui Waschovicz, foi chamada a Universidade do Mate.
A erva mate valia tanto que quando se comprava um terreno, o único valor que dele se considerava era se ele possuía, ou não, muitos pés de erva mate. O município de Canoinhas chamava-se Ouro Verde por causa do valor da erva mate. Ela realmente era um valor monetário que enriqueceu nossa região. Foi o primeiro dinheiro que os imigrantes de São Bento e região ganharam. Ai deles se a erva mate no existisse e, na época, não tivesse bom preço de exportação..
A Imperial Estrada Dona Francisca, uma das primeiras do Brasil e da América do Sul foi construída para melhor poder explorar a erva mate da região. A questão do Contestado entre Santa Catarina e o Paraná foi principalmente ervateira. O mesmo se pode dizer da Guerra do Paraguai. Igualmente assim podemos falar dos trinta e três povos das missões jesuíticas. A erva mate fez Historia e tem histórias a contar.
Ela é uma planta nativa desta grande região dos rios Uruguai, Iguaçu, Paraná e seus afluentes. É o único lugar do mundo onde ela existe e onde ela se desenvolve. Em nenhuma outra parte do mundo a conseguiram fazer medrar os pés dessa erva, mesmo que seja nas mesmas latitudes e altitudes. O grande dono de ervais nativos era e ainda é o Brasil, embora a Argentina é hoje a senhora dos ervais plantados. Seu nome científico é Ilex Paraguariensis e foi assim designada pelo naturalista francês Auguste de Saint’Hilaire em 1823.
Falando de erva mate duas coisas logo vem à mente: chimarrão e chá. É verdade. São produtos da ervamate, mas não é só isso. Da erva mate se podem produzir muitos produtos, como: cerveja, refrigerantes, dentifrícios, cosméticos, tintas, alimentos sólidos, remédios, estimulantes, etc.
Alguém poderia perguntar, por que a erva mate sendo tão boa, é tão pouco conhecida a nível mundial e mesmo nacional em se falando de Brasil? E mais, até falam mal dela dizendo que dá câncer e outras coisas mais de muito nocivas. Quem pensa assim e pergunta, é porque sabe pensar bem e é muito inteligente, sem dúvida. Mas vamos à resposta que interessa.
A erva mate começou a ter vez no comércio internacional no fim do Brasil Império e no começo do Brasil República. Era a República Oligárquica dos reis do café de São Paulo e dos criadores de gado de Minas Gerais. Era a Política do Café com Leite que dominava o governo brasileiro e esses não tinham interesse em ver um concorrente, a erva mate brasileira. Mas também a Inglaterra, com forte domínio dos mercados internacionais, não queria ver um concorrente ao chá inglês que possuía forte aceitação mundial. Estados Unidos não queria que seus refrigerantes tivessem um sucedâneo melhor na erva mate do Brasil com tantos ervais nativos.
Quanto as calúnias que se assacam contra a erva mate, são todas infundadas: Como: tomar demais, faz mal; ora, tudo o que é demais faz mal; vale aí a Lei o Equilíbrio.
* Texto de José Kormann, defendeu tese de doutorado em León, Espanha, sobre a História da Erva Mate e Sua Região o MERCOSUL e foi laureado com distinção.
Prefeitura de São Bento do Sul – Fabiano Kutach - DRT/SC 02844 - JP
47 3631-6132 - imprensa@saobentodosul.sc.gov.br
