Da união de história e biologia
vieram os livros
Marcelo Hübel tem entre tantas
paixões, a literatura e já lançou duas obras.
Reportagem de Bianca Riet
Villanova. Jornal A gazeta 03/06/2012.
Aves do Quiriri |
Biólogo por formação e
historiador por interesse Próprio, Marcelo Hubel tem na escrita um de seus
dites. Humilde, ele não atribui a si toda a importância das obras. Ainda assim,
publicou dois livros no ano passado, além de ter participado de um terceiro, e
também um blog desde 2010. Com temas bastante diferentes, suas obras refletem,
sobretudo, o desejo de perpetuar conhecimento.
Seu Primeiro livro publicado é o
Aves do Quiriri, elaborado em coautoria com Thiago Alex Dreveck. “Eu tinha
imagens de aves que fiz desde 1999”, conta ele. Em um projeto que durou dois anos
e meio, ele acampava nas matas da região fotografando as aves silvestres. “A
ideia era acompanhar o que ocorre com elas nos pontos de reflorestamento”,
explica. Quatro sítios foram pesquisados, em diferentes épocas.
Tempos depois, encontrou Thiago,
que possuía imagens complementares às suas. Uniram seus acervos, reuniram
material sobre as espécies e buscaram apoio de empresas da região para levar o
projeto adiante. O nome foi uma homenagem ao Consórcio Quiriri, apontado, junto
às suas cinco Áreas de Proteção Ambiental (APA), como um dos responsáveis pela
preservação das espécies catalogadas. A obra serve como um guia de
identificação das aves e também conta com informações sobre a observação dos
animais.
IMPULSO
Pioneiros - Marcelo Hübel |
A publicação de Aves do Quiriri
foi o impulso que Marcelo necessitava para reativar um antigo projeto. Há cerca
de 20 anos, ele encontrou um antigo manuscrito no sótão da casa de seus pais. O
documento foi escrito por Zeferina Maria König, sua bisavó, na década de 1930.
“Ela estava doente e de cama, por isso começou a escrever”, conta.
Ricos em detalhes, os escritos
narram a vida da família Fragoso para a região do Planalto Norte. “Quando se
fala no começo da povoação, sempre se lembra dos primeiros 70 alemães que
chegaram aqui, porém já existiam pessoas morando na região”, conta o autor.
Nas páginas, Zeferina conta sobre
a chegada à região, descreve a natureza e o clima, explica rituais, culturas e
hábitos da época. Casamentos, alimentação e o medo dos índios Xokleng são itens
que chamaram atenção de Marcelo. “Essa é uma história escrita que não havia
sidi escrita neste nível de detalhes”, explica ele. Durante o curso
universitário de Biologia, na Universidade Federal do Paraná, Marcelo
dedicou-se ao estudo do manuscrito. Redigiu boa parte do documento,
selecionando dados importantes e interessantes, deixando um arquivo pronto para
ser utilizado em forma de livro.
O Aves do Quiriri foi para a
gráfica e Marcelo percebeu que a publicação de um livro não era tão complexa
quanto supunha. Fez outras pesquisas que complementaram informações do
manuscrito e buscou novamente o apoio do empresariado local. Com um pouco de
investimento pessoal, o projeto que começou duas décadas atrás finalmente foi
para o papel. O livro Pioneiros foi publicado poucos meses após Aves do
Quiriri.
MAIS QUE UMA GOTA |
“Traz muita satisfação ter a
história publicada”, sorri ele. “É bom saber que ela será eternizada”,
completa. Seja biologia ou história, os dados devem servir àqueles que buscam
compreender um espaço e um tempo.
Além das duas obras assinadas por
ele, Marcelo ainda atuou como parceiro no livro de Magno Bollmann, Mais que uma
Gota, também publicado em 2012. Desde 2010 ele também mantém um blog. É lá que
Marcelo atualiza dados sobre biologia, história e vinhos, outra de suas
paixões. Chegando aos 30 mil acessos oriundos de diversos países, o blog é o
local de pequenas divulgações.
Marcelo não descarta a publicação
de uma nova obra, possivelmente abordando novamente as aves da região. Mas esse
é um plano para o futuro. Por enquanto, ele segue com o blog.