Ação ambiental da
Usina Rio Vermelho de Energia garante a conservação do palmito juçara
Quatro toneladas
de sementes da espécie serão espalhadas na APA Rio Vermelho/Humboldt, em
São Bento do Sul, durante o mês de maio
São Bento do Sul, maio de 2014 – A Usina Rio Vermelho de Energia Ltda (URVE), em parceria com a Polícia Militar Ambiental e a Polícia Militar de Joinville, iniciou nesta semana uma nova etapa do trabalho de semeadura de palmito juçara (Euterpe edulis), que consta na lista de espécies ameaçadas de extinção. A URVE já plantou e semeou 3 milhões de palmitos nos últimos anos e nesta fase do projeto, agora com o uso do helicóptero, pretende espalhar mais 4 toneladas de sementes.
“Temos de forma muito presente a
responsabilidade socioambiental em nossa área de influência. É uma filosofia de
vida que trazemos de casa”, comenta Frank Bollmann, proprietário da URVE e
Presidente & CEO da Tuper. A semeadura feita de maneira voluntária melhora
a condição ambiental da região de São Bento do Sul, que forma um corredor
ecológico com outros municípios.
Agora, o projeto de repovoamento
prevê a distribuição de mais 3 milhões de sementes. No primeiro dia de
atividade (quinta-feira, dia 8 de maio), sob o comando do major Márcio Leandro
Reisdorfer, foi possível lançar cerca de 1 milhão de sementes. O trabalho deve
ser concluído até o final deste mês. De acordo com o biólogo da URVE,
Marcelo Hübel, a semeadura com helicóptero permite a distribuição de sementes
em locais de difícil acesso terrestre, nas inclinações de morros e nos vales do
rio, atingindo preferencialmente as áreas de baixa quantidade de
palmitos.
Os frutos são fonte de alimento
para diversas espécies da fauna como tucano-de-bico-verde, sabiás, tirivas,
aracuãs, jacus, antas, veados, cutias, ratos, pacas, entre outros. Estes, além
de se beneficiarem da polpa da fruta, fazem a distribuição das sementes na
encosta atlântica, pelas fezes ou regurgitação.
A ação realizada pela URVE não
atende somente a conservação do palmito, mas beneficiará futuramente a
manutenção da fauna na região. “Falando de forma mais conservadora, caso
tenhamos o sucesso de germinação em 30% do total previsto no projeto, ainda
assim garantimos cerca de 900 mil palmitos, o que é extraordinário”, comenta o
engenheiro agrônomo Magno Bollmann, entusiasta
e idealista do evento.
As sementes adquiridas são de
diferentes procedências, com coletas nos limites geográficos de Garuva até
Blumenau. Este diferencial, explica Marcelo Hübel, favorece a variabilidade
genética do palmito, enriquecendo o povoamento na APA Rio Vermelho/Humboldt,
criada pelo Consórcio Intermunicipal Quiriri, e que abrange as localidades de
Rio Natal, Ano Bom e Estrada dos Bugres, em São Bento do Sul. A área é
protegida pelo posto avançado da Polícia Militar Ambiental para coibir o corte
ilegal dos palmitos e garantir a preservação da espécie.
As futuras árvores produzirão
frutos atraindo aves e mamíferos, que irão colaborar na distribuição das
sementes por toda a serra. “Atualmente o palmito é observado em pequenos grupos
fragmentados e com vistas da erosão genética. Com a vinda deste novo material,
além da ampliação de distribuição, também garantimos a melhoria da qualidade
genética e a perpetuação da espécie”, finaliza o biólogo.