quarta-feira, 24 de maio de 2017

BORBOLETAS DE IVO RANK NA 15 SEMANA DE MUSEUS


IVO RANK

HISTÓRIA
Ivo Rank, filho de Francisco, morador de Rio Vermelho em São Bento do Sul, já apreciava as borboletas aos 4 anos. Iniciou a coleta com 7 anos quando entrava na floresta e bordas de mata para capturar borboletas e besouros. Com 10 anos de idade apresentava domínio do ciclo de vida das borboletas e suas inter relações, e a dedicou a vontade em criar as diferentes famílias de borboletas e mariposas. Observava a natureza das borboletas, como as que nascem a noite ou antes do amanhecer e admirava o nascimento das fêmeas, ou ainda, o acasalamento como quando visualizou 30 machos voando sobre o viveiro. Foram anos de convivência com os Lepidópteros que aumentavam a curiosidade, dedicação e paixão pelas borboletas.
Acompanhava seu pai na captura de mariposas. Em Rio Vermelho, aproximadamente em 1950 seu pai construiu uma “meia água” instalou duas lâmpadas para atrair mariposas. Em muitas situações passavam a noite acordados capturando e observando. Quando fechava a serração vinham muitas mariposas que não venciam pegar. Utilizavam uma rede entomológica e enchiam várias caixas com mariposas. No amanhecer do dia colocavam os insetos em envelopes, que deitavam em prateleiras, secando próximo do fogão de lenha.
A família também fazia artesanatos com as borboletas e suas asas. Forneciam borboletas para a Artefama que utilizava para os artefatos decorativos.
A história de Ivo Rank a a referência de seu trabalho também foi acompanhado da divulgação e valorização da imprensa, como no jornal A Gazeta de 21 de sembro de 1996 relata a visita da Rede Globo e anuncia a reportagem realizada pelo Globo Rural, ou ainda no jornal, A Notícia datado de 4 de janeiro de 1996, que apresenta a matéria “ O Plantador de Borboletas” de Elenita Lanznaster, que relata: “ Ali pode-se encontrar a “azulona” de nome científicoPrepona delfille, um casal de borboletas que, em 50 anos de trabalho só foi vista uma vez. Famosa pela raridade,diversos visitantes da Europa, Japão vem à casa de Rank especialmente para tentar comprá-las por preços acima de mil dólares. De acordo com o proprietário, elas não têm preço com as demais de sua coleção particular.”
ATUALIDADE
Em 2017 o Sr. Ivo Rank completa 80 anos e continua na observação e dedicação com as borboletas. Apresenta o primeiro borboletário licenciado pelo IBAMA de Santa Catarina, onde cada borboleta é registra na ABRAL (Associação Brasileira Pro-Lepidóptero). Comercializa as borboletas, mas também libera fêmeas e alguns casais. Defende a prática de criação dos Lepidópteros, e argumenta o desmatamento e uso de agrotóxicos como maiores impactos para favorecer o declínio da população de borboletas. Complementa que a criação de determinada espécie de borboleta pode gerar 100 ovos que irão gerar 100 indivíduos adultos, enquanto no habitat natural sobrariam menos que 10%. A criação em cativeiro oportuniza proteção e a preservação de muitas espécies que hoje estão ameaçadas de extinção, pelo desequilíbrio ambiental.
O Sr. Ivo Rank é auto didata e domina a biologia dos lepidópteros, é observador do habita e ciclo de vida das borboletas, a forma de reprodução, o alimento associativo com a vegetação, a taxonomia entre outros. Também atribui o conhecimento adquirido e compartilhado reciprocamente com outros pesquisadores principalmente com o Dr. Luiz Soledade Otero (in memória) do Museu Nacional da UFRJ que lhe visitou periodicamente e entregava livros de Lepidópteras. Também trocou informações e experiências com outros pesquisadores como o Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke do Setor de Zoologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) de Curitiba.
A família Rank prossegue na criação de borboletas. Ivo Rank e sua esposa Olinda dedicaram a vida na criação, preservação e comercialização das borboletas. Mas este legado é passado para seus descendente e seus filhos Ildo; Osni; Osiel; Otoniel; Marlene; Glaci; Noeli; Ruth; Claudinisse; Carim; Carmem também dedicam a atenção com as borboletas, já seus filhos Daniel; Arildo e Rosimeri apreciam as borboletas mas não desenvolvem a atividade diretamente. O conhecimento adquirido é transmitido para as gerações fomentando a cultura, preservação e a tradição deste grande legado.


A exposição foi prolongada até o final do mês de maio.