IVO
RANK
HISTÓRIA
Ivo
Rank, filho de Francisco, morador de Rio Vermelho em São Bento do
Sul, já apreciava as borboletas aos 4 anos. Iniciou a coleta com 7
anos quando entrava na floresta e bordas de mata para capturar
borboletas e besouros. Com 10 anos de idade apresentava domínio do
ciclo de vida das borboletas e suas inter relações, e a dedicou a
vontade em criar as diferentes famílias de borboletas e mariposas.
Observava a natureza das borboletas, como as que nascem a noite ou
antes do amanhecer e admirava o nascimento das fêmeas, ou ainda, o
acasalamento como quando visualizou 30 machos voando sobre o viveiro.
Foram anos de convivência com os Lepidópteros que aumentavam a
curiosidade, dedicação e paixão pelas borboletas.
Acompanhava
seu pai na captura de mariposas. Em Rio Vermelho, aproximadamente em
1950 seu pai construiu uma “meia água” instalou duas lâmpadas
para atrair mariposas. Em muitas situações passavam a noite
acordados capturando e observando. Quando fechava a serração vinham
muitas mariposas que não venciam pegar. Utilizavam uma rede
entomológica e enchiam várias caixas com mariposas. No amanhecer do
dia colocavam os insetos em envelopes, que deitavam em prateleiras,
secando próximo do fogão de lenha.
A
família também fazia artesanatos com as borboletas e suas asas.
Forneciam borboletas para a Artefama que utilizava para os artefatos
decorativos.
A
história de Ivo Rank a a referência de seu trabalho também foi
acompanhado da divulgação e valorização da imprensa, como no
jornal A Gazeta de 21 de sembro de 1996 relata a visita da Rede Globo
e anuncia a reportagem realizada pelo Globo Rural, ou ainda no
jornal, A Notícia datado de 4 de janeiro de 1996, que apresenta a
matéria “ O Plantador de Borboletas” de Elenita Lanznaster, que
relata: “ Ali pode-se encontrar a “azulona” de nome
científicoPrepona
delfille,
um casal de borboletas que, em 50 anos de trabalho só foi vista uma
vez. Famosa pela raridade,diversos visitantes da Europa, Japão vem à
casa de Rank especialmente para tentar comprá-las por preços acima
de mil dólares. De acordo com o proprietário, elas não têm preço
com as demais de sua coleção particular.”
ATUALIDADE
Em
2017 o Sr. Ivo Rank completa 80 anos e continua
na observação e dedicação com as borboletas. Apresenta o primeiro
borboletário licenciado pelo IBAMA de Santa Catarina, onde cada
borboleta é registra na ABRAL (Associação Brasileira
Pro-Lepidóptero). Comercializa as borboletas, mas também libera
fêmeas e alguns casais. Defende a prática de criação dos
Lepidópteros, e argumenta o desmatamento e uso de agrotóxicos como
maiores impactos para favorecer o declínio da população de
borboletas. Complementa que a criação de determinada espécie de
borboleta pode gerar 100 ovos que irão gerar 100 indivíduos
adultos, enquanto no habitat natural sobrariam menos que 10%. A
criação em cativeiro oportuniza proteção e a preservação de
muitas espécies que hoje estão ameaçadas de extinção, pelo
desequilíbrio ambiental.
O
Sr. Ivo Rank é auto didata e domina a biologia dos lepidópteros, é
observador do habita e ciclo de vida das borboletas, a forma de
reprodução, o alimento associativo com a vegetação, a taxonomia
entre outros. Também atribui o conhecimento adquirido e
compartilhado reciprocamente com outros pesquisadores principalmente
com o Dr. Luiz Soledade Otero (in memória) do Museu Nacional da UFRJ
que lhe visitou periodicamente e entregava livros de Lepidópteras.
Também trocou informações e experiências com outros pesquisadores
como o Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke do Setor de Zoologia da UFPR
(Universidade Federal do Paraná) de Curitiba.
A
família Rank prossegue na criação de borboletas. Ivo Rank e sua
esposa Olinda dedicaram a vida na criação, preservação e
comercialização das borboletas. Mas este legado é passado para
seus descendente e seus filhos Ildo; Osni; Osiel; Otoniel; Marlene;
Glaci; Noeli; Ruth; Claudinisse; Carim; Carmem também dedicam a
atenção com as borboletas, já seus filhos Daniel; Arildo e
Rosimeri apreciam as borboletas mas não desenvolvem a atividade
diretamente. O conhecimento adquirido é transmitido para as gerações
fomentando a cultura, preservação e a tradição deste grande
legado.
A exposição foi prolongada até o final do mês de maio.