segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Morro da Igreja em São Bento do Sul - SC

O Morro da Igreja, localizado em São Bento do Sul - Santa Catarina - APA Rio Vermelho Humboldt, apresenta 842 m de altitude, é visitado para escaladas, fáceis e médias e também para a prática de rapel, costumeiramente de 245 m. 

O aceso até o pé do morro pode ser feito por São Bento do Sul, passando pelo bairro Rio Vermelho Estação, seguindo pela rua Emilio Engel, passando pelo Portal de Rio Natal, seguindo pela estrada Rio Natal ou ainda na bifurcação no CEPA - Rugendas pegando a Rua Quinze seguindo pela Estrada Floresta, opção que também apresenta o Restaurante Ruda, com comida típica Polonesa ou ainda o Parque Natural das Aves com pousada e diversas opções de núcleos de visitação. Também apresenta completo serviço de bar e cozinha, especializado em peixes. A rota também é parte do cicloturismo.

É tradicional a existência de uma cruz de madeira no topo do morro, e recentemente recebeu uma cruz em metal (foto abaixo).














terça-feira, 4 de novembro de 2014

PIONEIROS São Bento do Sul - SC namoro e casamento em 1889

O AMOR NÃO TEM IDADE

Do primeiro casamento Virgínio Soares Fragoso teve dois filhos, Marcolino e Joaquina, mas ele ficou viúvo quando os filhos ainda eram crianças. Casou então pela segunda vez com Anna dos Santos, e não teve filhos. Mas ficou viúvo novamente.
O tempo passou e deixou Virgínio de cabelos brancos. Mas a idade não o impedia das viagens até Morretes, contudo agora ele tinha a companhia de seus netos, Augusto José Fragoso filho de Marcolino, e mais outros dois netos filhos de Joaquina.
Seus netos viajavam na frente da tropa como madrinheiros batendo o sincero montado na mula com queijeira no pescoço.
Seu Virgínio apresentava muita popularidade, sendo querido em muitos lugares por onde passava, recebendo pouso em algumas casas do caminho que levava até Morretes. Dentre estas casas, uma ele tinha preferência em pernoitar. Tratava-se da casa de Pedro de Paula Gomes e Idalina Gomes, residentes na localidade de Omborá conhecido também como Alto do São João.
Este casal não tinha filhos e adotaram a sobrinha chamada Francisca Pereira de Oliveira, natural de São José dos Pinhais, Paraná, filha legitima de Manoel Pereira de Oliveira e Maria Gertrudes. Mas o pai biológico de Francisca faleceu três meses antes do nascimento da filha, já a mãe de Francisca faleceu catorze dias após o parto. Mas Francisca teve todos os cuidados desde berço, foi para a escola, e em casa, aprendia com Dona Idalina Gomes os ofícios da casa como: corte e costura, crochê, bordado, além da fabricação de arranjos de flores artificiais e fabricação de chapéus trançados com folhas de butiá, usados para o trabalho na roça.
Nas contínuas visitas, Virgínio presenciou o crescimento da linda menina e a admirava muito.

Em todas as viagens que fazia para Morretes, Virgínio providenciava uma lembrança, para no regresso, presentear a família Gomes.
Este presente não simbolizava apenas a gratidão de sua amizade ou o agradecimento do pouso que sempre era oferecido pelo casal amigo. Mas Virgínio se apaixonou pela jovem morena que lhe cativou o coração, de tal forma que os 13 anos de idade da jovem mocinha pareciam não ter diferença frente aos 57 anos de idade de Virgínio. No percurso de viajem era possível pousar em muitos lugares, mas Virgínio intensificou o pouso na casa de Francisca, e costumeiramente presenteava os pais da menina ao regressar de Morretes. O casal Gomes repletos de satisfação, e avaliando o espírito cordial que mantinha, instigou a atenção de ser um bom pretendente a casamento para Francisca. Situação já aspirada por Virgínio.
Nesta época eram os pais que escolhiam o homem para casar com sua filha. Tendo a responsabilidade de escolher o melhor pretendente. E a moça ficava apenas avisada do namorado prometido, mas o namoro ficava restrito apenas aos olhares. Porem no caso de Virgínio o namoro foi um pouco diferente, pois a moça não sabia que ele era seu namorado.
O namoro ficava restrito apenas ao olhar do noivo. Quando este fazia a visita ficava acompanhado pelos pais e somente observava sua futura esposa quando esta entrava na sala para entregar o chimarrão ou ainda servir o cafezinho, e já retornava para a cozinha. Retornava para a sala apenas quando o futuro marido pedia licença para se despedir. O namoro seguiu este ritmo por algumas semanas, quando finalmente Pedro de Paula Gomes e Idalina Gomes ofereceram a mão de sua filha em casamento. A princípio o casal Gomes ficou um pouco preocupado e aflito pela resposta do noivo, mas tudo ocorreu bem, Virgínio, aceitou com toda satisfação.
Virgínio Soares Fragoso detinha as qualidades ideais de um bom genro. Apesar da idade avançada, Francisca Pereira de Oliveira estava bem encaminhada, pois Virgínio era muito simpático e atencioso para com a menina e também acumulava grande virtude, sabedoria e experiência. Além de usufruir muito conforto e riqueza como: terrenos, ouro, prata e uma tropa de mulas.
Apesar do noivado ter sido concretizado e o casamento ter sido marcado, a jovem Francisca agora com 16 anos, ainda não sabia quem era seu tão almejado noivo tão pouco sabia que o casamento estava tão próximo. Os pais apoiavam o matrimônio e simpatizavam com o noivo, mas a noiva poderia resistir ao casamento. Portanto seu futuro seria desvendado apenas no dia do casamento.

O CASAMENTO 1889

Faltavam oito dias para o casamento ser realizado, Francisca tem a revelação que o casamento seria em São Bento, mas ainda sem saber com quem casaria. Em Omborá Dona Idalina Gomes preparava a noiva. Mas a alegria da nova vida ficava escondida na tristeza da separação da família. Mesmo assim os pais de Francisca tentavam esconder a aflição. Idalina Gomes consolava sua filha com palavras de conforto e coragem, mas por mais explicações que surgissem, parecia impossível sucumbirem as lágrimas que desciam a face da pequena Francisca. Seu estado ficou ainda pior quando ficou sabendo que apenas seu pai e seu tio Francisco Xavier iriam lhe acompanhar até São Bento. Mas não tinha outro jeito, não haviam possibilidades de outros convidados acompanharem a viagem, de Omborá até São Bento, pois além da dificuldade do caminho a distância era muito grande, quatro dias de viajem.
Chegou o dia da partida e os três viajantes seguiram o rumo para a terra do noivo. Durante a noite os cavalos foram presos no piquete. Amanheceu, e todos ajudaram a encilhar os cavalos e arrumar as mulas com cangalhas para transportar as malas do enxoval.
Eles chegaram em São Bento do Sul um dia antes do casamento. E foram recepcionados por Dona Francisca Soares Fragoso. Todos ficaram hospedados na residência do Dr. Wolff um grande amigo de Virgínio.



Residência, farmácia e clínica do Dr. Felippe Maria Wolff. Atualmente Museu Municipal Felippe Maria Wolff. (AHSBS)

No outro dia às nove horas a noiva vai até a sacada para finalmente conhecer seu noivo. Pois ele haveria de entrar na cidade e passar próximo da casa. Mesmo que de muito longe já era possível avistar uma movimentação na estrada, estreita e semicoberta pelas copadas de árvores, quando chegavam no alto de algum morro eram vistos com facilidade. Enfim o noivo e os padrinhos se aproximavam em cavalgada, soltando “fogos”.
Francisca Pereira de Oliveira impaciente em conhecer o noivo pediu para sua cunhada (também chamada de mana, atribuição entre irmãos (as) e cunhados(as)) para apontar na direção de seu futuro marido. Mas nem um gesto nem uma palavra foram pronunciados, imperava apenas o silêncio.
Os cavalheiros se aproximavam cada vez mais, no entanto não tinha como saber qual era o noivo, pois como de costume o noivo deveria entrar na cidade na frente de outros cavaleiros "fazendo gauchada", o que não ocorria. (“O termo “gauchada” é usado por Zeferina em seus manuscritos. Interpreto como sendo uma exibição que consiste do posicionamento do noivo com seu cavalo, mais a frente, sendo então  o  cavalo estimulado a vários movimentos, entre eles o trote rápido, paradas bruscas e puxadas de freio mais ousadas deixando o cavalo em duas patas. Entretanto deixo em aberto outras interpretações, imaginações e opiniões”).
Francisca Pereira de Oliveira irrequieta insistia em saber qual era seu noivo. Mas Francisca Soares Fragoso com dó da menina apenas comentou que seu noivo estava com dor de dente e vinha com um pano branco preso no queixo.
Alberto Malschitzky (AHSBS)
Passou pouco tempo e a noiva avistou seu futuro marido que se aproximava com o cavalo todo enfeitado com panos e metais prateados no peitoral, com belo estribo, rabicho... Mas a pobre menina ficou triste com o sofrimento das dores que o noivo deveria estar sentindo com a dor de dente. A inocência de Francisca Pereira de Oliveira não percebeu que o pano branco amarrado no queixo, na verdade era a longa barba branca de Virgínio, enquanto o chapéu escondia seus cabelos brancos como a neve, marcas de seus 60 anos.
O noivo entrou na vila e foi se hospedar no hotel do Sr. Lutz. Enquanto isso a noiva e sua cunhada foram se aprontar para o casamento.
Não demorou muito e ouviu-se o barulho dos foguetes anunciando que o noivo já estava pronto e se encaminhava para pegar a noiva.
Entre os convidados estavam presentes no casamento João Figueira de Camargo e Sr. Alberto Malschitzky, amigos de Virgínio.

Francisca Pereira de Oliveira toda de branco e com a mão sobre o braço de seu pai adotivo e também padrinho, saiu pela porta, e viu apenas homens que aparentavam muita idade. Não acreditava que seu noivo estivesse entre aqueles senhores. Até porque nenhum tinha lenço no queixo e muito menos aparentando ter dores de dente.
Passado aqueles instantes todos se dirigiram a Superintendência Municipal onde se realizaria o casamento.

Da esquerda para direita, primeiro a casa que recebia os primeiros imigrantes,
 em segundo a superintendência. 
Localidade atual da Praça Getúlio Vargas. (AHSBS)
Entraram numa sala grande onde havia uma mesa ao centro, com toalha branca e seis cadeiras. Primeiramente sentou Francisca Pereira de Oliveira, em seguida seu padrinho, sentou ao seu lado, e em sua frente sentou o velho Virgínio, acompanhado de João Filgueiras de Camargo 37 anos e José Soares Fragoso 58 anos.
Começaram a cerimônia lendo e escrevendo, e Francisca apreensiva ficava imaginando quem seria seu futuro noivo. Em instantes Virgínio Soares Fragoso levantou-se dizendo fazer gosto em receber Francisca Pereira de Oliveira como sua legitima esposa. A pobre Francisca parecia entrar em choque e vários pensamentos passaram pela sua cabeça, ao mesmo tempo corria um arrepio, um frio e uma vontade de chorar. E logo fizeram a pergunta para a jovem menina. Se ela realmente queria selar o casamento. Não tendo como recusar um desejo de seus pais ela aceitou Virgínio como seu legitimo marido. Mas manteve-se perplexa e sem acreditar em tudo o que estava acontecendo. E no livro de casamento se fez constar, “Declararam mais que o casamento foi feito seguindo os costumes do Império, e que não houve impedimento algum”.
Todos ficaram muito felizes e parabenizavam o casal, os cumprimentos se estendiam entre as duas famílias.
Saindo da superintendência todos foram para o Hotel do Sr. Lutz para pegar os cavalos e voltar para Fragosos. Os cavalos dos noivos esbanjavam beleza com detalhes em prata, sendo do noivo o mais bonito, embora os outros dois cavalos também eram sadios e marchadores, fazendo encanto com o barulho dos metais. E seguiram para Fragosos. Como de costume nas festas de casamento os noivos e convidados foram parando pelo caminho em todo comércio que se encontrava aberto, para tomar um vinho, cerveja, ou como diziam: "um mata-bicho".
Nesta época a cerveja de garrafa simples custava duzentos reis e a garrafa dupla trezentos reis o mesmo preço da cachaça, sendo um preço justo e de alcance para todos. Mas apenas os homens podiam ingerir bebidas alcoólicas, sendo também os únicos que entravam nos bares. As mulheres ficavam montadas nos cavalos esperando os homens trazerem algum refresco.
E assim passaram pela venda do Sr. Henrique Jürgensem em Oxford, depois foram em direção da estrada Dona Francisca na casa do Sr. Max Wagner, que apresentava um local para bailes e teatros. Depois de alguns anos esta casa foi vendida para o Sr. França Neumann. Naquela época também havia o salão do Sr. Swarowsky que era mais para frente do salão do Sr. Max. E após alguns anos fizeram o salão da Sociedade dos Alemães Brasileiros, Sängerhalle.
Continuaram a cavalgada. Os convidados subiram e desceram os morros em direção a Fragosos, mas antes de chegar em casa passaram na venda do Sr. João Filgueiras de Camargo para tomar a última bebida. E assim cada qual seguiu para a sua casa. O casal, junto com alguns parentes mais próximos, chegaram na casa do noivo onde foram recepcionados pela filha de Virgínio, que apresentou a casa para sua madrasta. A janta já estava pronta e todos fizeram a refeição.



João Filgueiras de Camargo (in: AMMON, 1923)


Disponível para venda na BANDA GIBI ao lado do Correio no Centro de São Bento do Sul

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Macaco / Bugio-ruivo / Alouatta guariba em São Bento do Sul SC

ORDEM PRIMATES

A principal característica deste grupo é o polegar que oposto ao demais dedos, que proporciona uma facilidade em manusear objetos. A posição dos olhos é frontal, binocular, de profundidade, permitindo o foco de um ponto. A forma anatômica permite vários movimentos, favorecendo aos representantes arborícolas a locomoção na copada das árvores. O desenvolvimento do cérebro é fator do sucesso evolutivo tendo a capacidade de entendimento de causa e efeito.


 FAMÍLIA CEBIDAE
Bugio-ruivo, Bugio-preto, macaco-prego


Bugio-ruivo
Alouatta guariba

Características: num mesmo bando existem diversificações na coloração, mas predominantemente o macho é marrom forte e brilhante enquanto a fêmea é marrom mais escuro, opaco ao preto. Pesa em média 8kg e pode chegar a medir até 1,80m da ponta do focinho até a extremidade da cauda. A espeça barba que recobre o queiro é característico da espécie. A cauda preênsil é utilizada para o deslocamento por entre as copadas. Não faz grandes saltos.
Habitat: Áreas de florestas, nas copas das árvores.
Distribuição: No Brasil da Bahia até o Rio Grande do Sul, ocorrendo ainda na Bolívia e Argentina.

Curiosidades: Estudos sugerem que esta espécie pode sobreviver em área de até 10 hectares ou 100.000m² e com nucleação ainda menor conforme a estação do ano. Sua vocalização é inconfundível o som pode ser percebido a grandes distâncias e serve basicamente para marcar o território. Em campo observei um casal de bugios, que percebendo minha aproximação, não se afastaram, mas urinaram soltaram fezes, me encaravam e emitiam forte e contínuo som, chegando a cuspir em baba, inclusive a fêmea, mas esta com menor entonação. Após me afastar cerca de 60m avistei eles por cima da copa e quando assobiei pararam a vocalização e me olhavam em silêncio, em minha saída pela estrada. Enfim deixei seu território. Em muitos momento foi possível avista-los ou ovi-los. No vale do Rio Vermelho dois grupos se encontram e trocam fortes e repetidos “gritos”. Em um dos grupos apenas duas fêmeas e um macho. A voz forte ocorre devido o desenvolvimento do osso hióide localizado entre a laringe e a base da língua. Os grupos podem ser de 2 até 12 indivíduos, e o macho do grupo provoca o som mais estridente, podendo ser seguido ou acompanhado de outros com voz mais baixa e pouco expressiva. Sua alimentação é dividida entre sementes, frutas, brotos, folhas, insetos. Em relação a vegetação estudos demostram que esta espécies se alimenta de até 43 espécies diferentes, utilizando frutos ou folhas. Seu deslocamento é relativamente lento e não investe em saltos representativos mas em utilização da cauda e membros. Ainda no vale do Rio Vermelho em um bando passou lentamente, observando de forma curiosa minha presença, alguns paravam coçavam o pelo de forma frenética, uma das fêmeas ficou tempo observando, deitada no galho e bocejando, saindo em retirada para não ficar sem o grupo. As árvores são seu habitat, não gosta de ficar no chão onde é presa fácil, mas não raramente é visto cruzando estradas para alcançar outras árvores. Os filhotes ao nascerem ficam presos no corpo da mãe, geralmente nasce um filhote. Apresenta hábitos diurnos. Não se adaptam ao cativeiro, morrendo facilmente. 
O Bugio é o animal que inspirou a dança e música genuinamente sul brasileira, quando em São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, o gaúcho copiava o som do animal no teclado da gaita. A própria dança é uma imitação do sugestivo andar desengonçado do macaco, e registros antigos constam que em bailes de grupos fechados originalmente as pessoas abaixavam parte da vestimenta de baixo no momento da dança, num simbolismo ao animal. Uma autêntica cultura brasileira.

Bugio em São Bento do Sul/SC - Foto: Marcelo Hübel

Bugio em São Bento do Sul/SC - Foto: Marcelo Hübel

Bugio em São Bento do Sul/SC - Foto: Marcelo Hübel

Bugio em São Bento do Sul/SC - Foto: Marcelo Hübel

BENDLIN - Monumento de São Bento do Sul


KARL WILHELM BENDLIN

Karl Wilhelm Bendlin partiu do porto de Hamburgo em 29 de dezembro de 1873, acompanhado da esposa, Wilhermine, e dos seus quatro filhos. Em 1874 os passageiros que estavam a bordo do navio desembarcaram na Colônia Dona Francisca e seguiram em direção a São Bento do Sul. Aqui, Bendlin adquiriu o lote colonial número 30, na Estrada Wunderwald. Naquele mesmo ano, o imigrante faleceu e, como não havia cemitério, foi enterrado no seu próprio terreno, perto de sua casa. Como foi um dos primeiros colonos a falecer na cidade, a sua esposa teve muita dificuldade em achar um caixão e realizar o sepultamento. Apenas alguns dias depois, com a ajuda dos trabalhadores que estavam sob as ordens do engenheiro Alberto Kröhne, a 20 quilômetros de distância, ela conseguiu fazer o funeral. Junto à sepultura, a viúva Bendlin plantou uma árvore, acoplada a tumba há mais de 100 anos. (A GAZETA, 29/10/2014 Layra Olsen).

Livro: São Bento no Passado Conforme diários reunidos por Josef Zipperer sem 1945. Pg 33;34;35.

Em 1874, teve lugar o primeiro sepultamento em São Bento, do qual resultou fosse eu, oficialmente, designado, pela Administração, para o cargo de fabricante de caixões funerários.

Vou contar este episódio.

No correr daquele ano, estávamos trabalhando na abertura da estrada Dona Francisca, quando, uma tarde, pelas duas horas, apareceram as senhoras Bendlin e Hackbarth, moradoras na estrada Wunderwald, e, debaixo de lágrimas e lamentos, comunicaram-nos a morte do marido da primeira.

Esta mostrava-se ainda mais aflita, pelo fato de não haver nenhum homem nos arredores, que a auxiliasse no enterro, empreendimento que, sozinha, não poderia realizar. Já não chorava mais pela perda do esposo, mas sim, porque ainda não lhe tivesse dado um sepultamento cristão, pois, falecera há mais de três dias e do morto, que ainda permanecia, intocado, em seu leito, já se desprendia um horrível mau cheiro. No primeiro dia tinha procurado os vizinhos para o lado da estrada Dona Francisca, onde esperava encontrar seus conterrâneos, da Pomerânia. Todos os homens, no entanto, estavam trabalhando uns trinta quilômetros adiante de Campo Alegre. No segundo dia correu toda a Estrada Wunderwald, sem achar um homem sequer , e, no terceiro dia, abriu, ela mesma, uma cova, a dez passos da sua palhoça, correu, com a referida sua vizinha a sede do núcleo, ao vendeiro Reusing, que indicou então as duas mulher a picada onde trabalhávamos, sob as ordens do engenheiro Alberto Kröhne.

Seja dito de passagem, aos que não conhecem a região nem as distâncias, que o percurso da morada da Sra. Bendlin até o local do nosso trabalho, era de uns vinte quilômetros, todo ele por picadas, que mal permitiam o trânsito de pedestres.

O Snr. Kröhne, prontamente, me incumbiu de acompanhar as mulheres a sede, de pedir a Direção as necessárias tábuas e de fazer o caixão, para enterrar o defunto tão logo quanto possível.

Voltei com elas até a casa de meu pai, onde morava e onde dispunha das indispensáveis ferramentas.
Ao anoitecer o caixão estava pronto, muito embora nunca tivesse feito um em minha vida; era de tábuas rachadas, da grossura de três centímetros e nada secas. Tábuas serradas ainda não se tinha. Saiu pesadíssimo e agora restava-nos, a mim e as duas mulheres, carregar este peso por mais de sete quilômetros, através do mato, pelo picadão das mulas de tropas. Creio, que descansamos umas cem vezes, e, assim, passava de meia-noite, quando chegamos ao nosso destino.

Um vizinho doentio, o velho Gatz e um filho de Bendlin, de seis anos, velavam o defunto, que tinha entrado em franca decomposição, pois falecera há quatro dias. Os dois alimentavam uma grande fogueira, cujo forte clarão emprestava a cena um aspecto espetacularmente lúgubre.

Ninguém quis, ou pode me ajudar, a pôr o cadáver dento da minha verdadeira obra prima de caixão, tão pavoroso era o cheiro, que aquele exalava; portanto, tinha que agir sozinho. Encostei o caixão aberto ao lado do morto e fiz rolar este para dentro dele não sem antes encher bem o meu cachimbo, para soltar baforadas enorme, afim de insensibilizar, o mais possível, o meu órgão olfativo.
Se já o caixão vazio era pesado, agora, que recebera o defunto, foi simplesmente impossível carrega-lo a sepultura.

Trancei, pois, uma corda de taquara, que nele amarrei, e, enquanto eu ia puxando, as mulheres empurravam, e, deste modo, conseguimos arrasta-lo até a cova já aberta, na qual, com outras tantas dificuldades, fizemo-lo, enfim, baixar. Fechamos a sepultura e depois de uma prece em conjunto, caminhei, inteiramente exausto, de volta para casa, onde cheguei ao clarear do dia.

A viúva Bendlin plantou, a cabeceira da sepultura, um pinheiro, que é hoje uma bela e alta árvore, de quase quarenta anos, e, toda vez que por lá passo, faz me lembrar aquele enterro noturno, cercado de tantas dificuldades.

Livro: Joinville Os Pioneiros II Documentos e História – 1867 a 1881 pg 298 e 299
Maria Thereza Böbel e Raquel S. Tiago
Editora Univille 2005

Navio Elwwod Cooper – 29/12/1873

Após a partida de Hamburgo, o Elwood Cooper foi assaltado pelo cólera. O navio ficou de quarentena em Cuxhaven. Infelizmente 10 passageiros faleceram ainda no Elba.

Neste navio estavam os imigrantes da família de Wilhelm Bendlin (44 anos Operário de Tempelburg – Pomerânia – Religião Protestante) com a esposa Wilhelmine (40 anos) e os filhos: Caroline (16 anos); Carl (15 anos); Louise (9 anos) e Albert (6 anos).
Ainda neste navio vieram outros da família Bendlin sendo Ferdinand (40 ANOS Alfaiate de Tempelburg – Pomerânia – Protestante – Res. No Caminho do Meio falecendo em 3/6/1917) viajou com a esposa Wilhelmine (35 anos – nascida em 15/3/1837, Lindow, Pomerânia. Res. No Caminho do Meio. Falecida em 22/4/1911.

Colônia Dona Francisca. No dia 16 de outubro foi expedido de Hamburgo o navio “Elwood Cooper”, capitão Höpken, trazendo a bordo imigrantes para Dona Francisca. Além destes, traz ainda 156 colonos para Blumenau e 17 par a Colônia Itajaí. Daqueles 133 destinados para cá, são: 89 alemães (85 da Prússia, 2 da Saxônia, 1 de Mecklenburg, 1 de Hamburgo), 35 dinamarqueses, 6 austríacos, 4 suecos; 70 são do sexo masculino, 63 do feminino; 9 são católicos, 124 protestantes; 65 são adultos, 68 menores de idade; 88 têm mais de 10 anos, 35 tem de 4 a 10 anos, 10 menores que 4 anos. O total divide-se em 22 famílias e 21 solteiros. Quanto as profissões há entre eles: 4 sapateiros, 2 marceneiros, 1 alfaiate, 1 comerciante, 2 ferreiros e 1 carpinteiro; os outros são lavradores. Infelizmente, uma carta de 22 de outubro, expedida logo após a partida do navio, noticia que a bordo dele se desencadeou o cólera, e o navio foi obrigado a ficar em quarentena em Cuxhaven (Kolonie Zeitung, 29/11/1873).

Colônia Dona Francisca. No dia 29 de dezembro aportou em São Francisco o navio “Elwood Cooper”. Entre os passageiros há cerca de 120 destinados à Colonia Dona Francisca. O estado de saúde geral é bom (Kolonie Zeitung, 3/1/1874).
Colônia Dona Francisca. O navio “Elwood Cooper”, aportado em 29 de dezembro em São Francisco, trouxe para cá 123 pessoas (outras 10 pessoas faleceram ainda no Elba, vitimadas pelo cólera). Destas somente 87 vieram para Joinville, visto que 32 irlandeses e uma família sueca de 4 pessoas seguiram de São Francisco imediatamente para a região de Curitiba. O navio tinha ainda a bordo 182 colonos para Blumenau e Itajaí. Houve algumas queixas contra o tratamento e alimentação durante a viagem (Kolonie Zeitung, 10/1/1874).

Colônia Dona Francisca. No dia 5 de abril deve ter sido expedido de Hamburgo o navio “Friedeburg”, capitão E. Koper, com imigrantes para Blumenau, Leopoldina e Dona Francisca. Até 5 de março havia 160 inscritos para Blumenau e 25 para Dona Francisca (Kolonie Zeitung, 2/5/1874)

Ainda sobre Wilhelm BENDLIN consta:
Anúncios: À venda: diversos objetos em bom estado, tais como: colchões, roupas femininas e masculinas, toalhas de mão e mesa, uma peça de linho, 2 relógios de pulso, ferramentas de marceneiro, plaina, formão, furadeira etc., por preços extremamente baratos. Tratar com o alfaiate Bendlin, perto do Cemitério Evangélico (Kolonie Zeitung, 17/4/1880).



OUTRAS INFORMAÇÕES

Sepultura/Monumento/Propriedade Pública: Coordenadas 26°13'57"S   49°20'14"W. Endereço R. Karl Wilhem, s/n.

1873 – Karl Wilhelm Bendlin emigrou de Tempelburg na Pomerânia no dia 10 de outubro aos 44 anos de idade, com a esposa Wilhelmine, chegando na Colônia Dona Francisca (Joinville) em 29/12/1873.

1873/74 – Falecimento de Karl Wilhelm Bendlin. Falecimento do 1º imigrante que se instalou em São Bento do Sul como morador?

1948 – Solenidade no monumento com celebração do pastor Adolf Prinz da Igreja Evangélica de Confissão Luterana.

1991 – Sepultura cadastrada como valor histórico do Município de São Bento do Sul.

2003 – Rotary Club restaura a sepultura no dia 28 de maio no ano em que São Bento do Sul comemorava 130 anos de fundação.

2014 – Pauta do dia 27/10/14 - 53ª Reunião Ordinária - 17ª Legislatura - 2º Ano Legislativo - 24. Indicação nº 858/14 – Claudiomar Wotroba - Ao Executivo, com cópia a Secretaria de Planejamento e Urbanismo e Secretaria de Obras solicitando a restauração e limpeza do monumento em homenagem ao Imigrante Karl Wilhelm Bendlin, localizada na Rua Augusto Hackbarth, no Bairro Brasília;
Fonte: http://www.cmsbs.sc.gov.br/sessoes

2014 - Na data de 03 de novembro de 2014 o Historiador Antônio Dias Mafra, faz importantes revelações no jornal A Gazeta na "Carta do Leitor":

Lápide de Wilhelm Bendlin
Sou professor Antônio Dias Mafra, do curso de História da UnC e fiz um levantamento rápido para o vereador Wotroba - me deram o recado as 11 horas e às 14 horas precisei entregar. Mas uma coisa me chamou a atenção depois que entreguei o resumo, o nome não confere. Fiz pesquisa no arquivo histórico de Joinville, no Livro sobre os pioneiros publicado pela Univille e verificou-se que o nome do registro do imigrantes era Wilhelm Bendlin, sem o prenome Karl.
Como ele só se tornou conhecido em 1935, quando o Josef Zipperer publicou o seu livro São Bento no Passado, narrando o enterro de Bendlin, é que o povo de São Bento resolveu homenagear o primeiro imigrante a morrer em terras de São Bento do Sul, mas isto somente ocorreu em 1948, 75 anos após a fundação da Colônia.
Na época, o único documento que descreveu o passamento era o livro de Zipperer e foi com base nele que a comunidade evangélica se mobilizou para fazer um monumento lembrando do fato.
Quanto aos falecidos em São Bento, relacionados por Pfeiffer, no livro sobre a comunidade evangélica de São Bento, constam: Johann V. Wilke, com 65 anos, falecido em 17 de fevereiro de 1874, Franz Zipperer, falecido com 16 anos e meio, em fevereiro de 1874, Michael Witt, falecido com 50 anos, em 11 de março de 1874 e Joseph Baierl, falecido com 19 anos, em 14 de março de 1874.
Portanto ele também pode não ser o primeiro imigrante enterrado em São Bento. Pfeiffer não consegui encontrar a data do falecimento de Bendlin, e talvez ninguém consiga pelas circunstâncias em que ocorreu.
Sobre o fato da divergência do nome, devido ao longo tempo que passou da sua morte para a homenagem, e como o terreno em 1984 pertencia ao seu filho Carl, pode ter havido confusão e utilizado o nome do filho, na frente do nome do pai. Está aberta uma boa discussão, ainda mais com a proximidade do dia dos mortos. (Por: Antônio Dias Mafra)


INFORMAÇÕES ADICIONAIS DE KARL WILHELM BENDLIN

ZIPPERER, Josef. “São Bento no Passado” Reminiscências da Época da Fundação e Povoação do Município. Tipografia João Haupt & Cia Ltda. Curitiba, 1954.

http://br.geoview.info/lapide_do_karl_wilhelm_bendlin,30068012p

https://saobentonopassado.wordpress.com/tag/imigrantes-pioneiros-de-sao-bento-do-sul/

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN (Sino no Telhado) em São Bento do Sul



CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN (Sino no Telhado) em São Bento do Sul

Os campanários (dach-glocken) de madeira apresentam um formato padrão, mudando os adornos, e servem basicamente para abrigar um sino. Mas um campanário também pode ter uma arquitetura mais refinada especialmente para torres de igrejas. Os modelos mais artísticos, e tradicionais, revelam uma arquitetura toda trabalhada em madeira, sendo verdadeiros artefatos. Sua estrutura constitui um telhado cônico feito com placas, tabuinhas, de madeira. Na base do telhado circular (podendo ter 1m de diâmetro) pode ser decorada com madeira “rendada”. A estrutura do telhado é sustentado por 3 ou 4 suportes curvados e trabalhados em diferentes ângulos. Toda a estrutura é presa em uma única base, de 15cm x 15cm. Na ponta do telhado pode ser colocado o galo e a rosa dos ventos, alguns preferem fixar uma bandeira, ou ainda uma esfera. Logo abaixo da estrutura do telhado, entre os suportes curvados, é fixado o sino que pode ser de alumínio ou bronze. Toda estrutura pode chegar a ter 3m de altura. Importante é a fixação da estrutura em uma lata de metal reforçada envolvendo o caibro do telhado da casa.

Finalidade do Campanário

O campanário, típica representação da Áustria e sul da Alemanha, ocupava os telhados das casas rurais do passado. Porém ainda é visto nas cidades da Alemanha e Áustria. Atualmente são adornos que completam a arquitetura e a memória do passado histórico. O uso dos sinos tinham diferentes finalidades, as batidas incessantes indicavam ocorrência de doença, incêndio, início de trovoadas, acidente entre outros. Mas o sino também é a forma de anunciar momento importantes como o casamento ou até mesmo o falecimento. Mas também podem ser utilizados para comunicar os trabalhadores da fazenda, ou até mesmo da família, que a refeição esta servida. Os sinos também recebiam atribuições de poderes “mágicos”, nos tempos antigos, com força de impedir os maus espíritos, doenças, bruxarias e tempestades.

Estruturas do Campanário

O galo indica a direção do vento, sobre a rosa dos ventos. Mas também é simbolismo do amanhecer, do despertar para um novo dia.  Algumas igrejas Evangélicas também utilizam o galo na torre da igreja, e em alguns casos substitui a cruz.

O sino é um mecanismo de comunicação e o ritmo das batidas sinalizam as mensagens.

Origem e distribuição

O campanário é típica dos vales Leukental,, Brixental, Zillertal , Alpbachtal, e ocorrendo ainda nas partes adjacentes de Salzburg (Pinzgau) . Ainda na Áustria também é observado em Wildschönau (foto), Inntal.
Mas também existem campanários na Alemanha como o “Sino de Fogo”  Watchtower (originalmente watchtower) em Bad Kissingen (foto), uma cidade-spa alemã, localizada na região bávara, ao sul do maciço montanhoso de Rhön, no rio Saale Francônio, Turmgasse. Cidade que apresenta da Baviera que apresenta atualmente a torre como monumento. Esta é do século 15 e o cone de telhado é datado de 1854. A torre denominada “Torre Fogo” apresenta o campanário como comunicação do vigia.Também são observados campanário nas cidades Alemãs, principalmente na Bavaria como Schleching; Badkissigen; Rückstetten Kreuth; Unterwössen; Kiefersfelden; Berchtesgaden; Chiemgau; Rickenbach, entre outras.
“Der Glockenstuhl ist typisch für das Tiroler Land (Brixental mit Seitentälern, Leukental, Alpbachtal, Zillertal) und kommt auch in den benachbarten Teilen Salzburgs (Pinzgau) vor.” http://www.zimmerei-joechl.at/der-glockenstuhl.php
Segundo Josef Tritscher mestre carpinteiro de 3ª geração da Ástria: “Hoje os campanários são, naturalmente, apenas um embelezamento da casa e um personagem tradicional de nossa área. É possível encontra-los no Tirol ou Salzburg. Quando a origem é, no entanto, exatamente, eu ainda não descobri.”

Campanário em São Bento do Sul


Em São Bento do Sul/SC existem atualmente 6 campanários, e dentre estes temos os fabricados na cidade pelo Sr. Roesler ou ainda os trazidos de Treze Tílias/SC diretamente dos artesões André Moser e Mauro Moser (49) 3537 0152.

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN  em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN  em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN  em São Bento do Sul
CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN em São Bento do Sul
CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN (Sino no Telhado) em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN  em São Bento do Sul


CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN  em São Bento do Sul

CAMPANÁRIO – DACHGLOCKEN em São Bento do Sul


Alemanha Bavaria Schleching foto Jurek

Alemão Ehem. Sino de fogo no primeiro. Watchtower (originalmente watchtower) em Bad Kissingen, uma cidade-spa alemã, localizada na região bávara. Turmgasse - campanário Bad_Kissingen_-_Feuerturm Bad K -

Campanário - Foto de  Josef Wildburger - Tyrol Widschönau

Campanário foto de Johann Hartl-  Rückstetten - Kreuth - Alemanha Bavaria

Campanário foto Király Ernõ em Widschönau

Foto de Brickl - Germany - Bavaria - Unterwössen

Foto Contessa - Alemanha - Bavaria - Kiefersfelden

Foto de Baygl - Alemanha - Bavaria - Schleching

Foto  de Hänschenklein - Alemanha - Bavaria - Aschau im Chiemgau

Foto Tiroler Adler Áustria Tyrol Walchsee

Galo - foto de Hubsi W - Alemanha - Bavaria - Oberaudorf

Áustria - Tyrol -  Mayrhofen - Foto de Norbert Perda