FAUNA DE SÃO BENTO DO SUL - SC
Onça pintada
Panthera onca
CLASSIFICAÇÃO
Reino: Animalia;
Filo: Chordata;
Classe: Mammalia;
Ordem: Carnivora;
Família: Felidae;
Gênero: Panthera;
Espécie: P. onca
PEGADA - RASTRO
Pata anterior: 10 a 12 cm de
comprimento total e 10 a 13 cm de largura.
Pata posterior: 9,5 a 11 cm de
comprimento total e 9 a 10,5 cm de largura.
Estado de Conservação
IUNC (União Internacional para Conservação da Natureza). Quase ameaçado
DISTRIBUIÇÃO: Todo Brasil e do México até Argentina, extinta no Uruguai e
Chile. No mapa, em vermelho a atual ocorrência em vermelho claro área onde foi
extinta.
CARACTERÍSTICAS: Comprimento aproximado de 1,54m a 2,70m, pesando de 31kg
até 158kg. Coloração da pelagem amarelada com manchas pretas e pretas, no
ventre é de pelagem branco amarelado. As manchas se estendem pela cauda que
termina em anéis. Gestação aproximada de
4 meses, tendo até 4 filhotes que mamam por 6 meses mas assim como no caso do
puma, os filhotes acompanham a mãe até 2 anos de idade.
ALIMENTAÇÃO: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos de diferente portes,
do rato até a anta.
Curiosidades: Exigente quanto ao território que precisa de 22km² até
142km², o tamanho da área está relacionada a disposição de alimento. No Museu
Natural Entomológico Ornith Bollmann existem duas onças, caçadas na década de
70 em Cerro Azul, Rio Negrinho pelo Sr. Rückl e Castilho, e outra caçada em São
Beto do Sul. Relatos de entrevista constam que na década de 90 uma onça foi
morta em Campo Alegre. Moradores e trabalhadores do Rio Natal afirma que ainda
existe a onça pintada e a preta (pantera).
Na imagem a onça caçada na década de 70 pelo Sr. Rückl e Sr. Castilho. A
onça capturou um cavalo que foi arrastado para a floreta em Cerro Azul em Rio
Negrinho. Sabendo que a onça retornaria para comer o resto de sua presa, os
caçadores armaram uma armadilha, colocando a espingarda para ser disparada
assim que o cavalo fosse mexido. Com a morte da onça a “fera” foi colocada no
capo de um veículo, sendo desfilada pelas ruas de Rio Negrinho/SC. Depois foi
exposta com cobrança de ingresso para vê-la. Atualmente está em exposição no
Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann, protegida em cuba de vidro, com
naftalina, controle de temperatura e luminosidade, tendo observação constante e
zelo de profissional habilitado para garantir a preservação da taxidermia.
Onça caçada em São Bento do Sul - SC - Década de 1970 |
Museu Natural Entomológico Ornith Bollmann |
PRESSÕES E AMEAÇAS SOBRE A FAUNA
1 – Caça
A caça já foi uma das práticas mais frequentes nas décadas de 70 e 80,
momento que a encosta de mata atlântica, na atual APA Rio Vermelho Humboldt,
ecoavam tiros de diferentes pontos do vale.
Existem várias estratégias de caça com cães ou armadilhas. Alguns
justificam que a caça é uma tradição trazida pelos imigrantes. Mas considerando
as primeiras 500 famílias que vieram para São Bento mais de 75% eram austríacas
da Boêmia, do Reichemberg ou Bömerwald, e moravam por gerações em propriedades
onde seus senhores não permitiam a caça, e por consequente culturalmente não
apresentavam a prática nem habilidade para a caça, restrita apenas ao
proprietário.
2 – Atropelamento
Muitos animais são mortos atropelados, seja pela imprudência do condutor,
falta de atenção ou ao acaso, e neste último caso geralmente ocorrido pela
falta de opção de passadores de subsolo ou aéreos. Os animais quando submetidos
a luz dos carros geralmente ficam estáticos e confusos, momento que são
atropelados.
3 - Tráfico de animais
O tráfico de animais é mais comum para aves, que são resgatadas ainda
filhotes e vendidas, mas espécies de mamíferos também são vítimas desta
prática. A retirada de um indivíduos da natureza representa a perda de dezenas
de indivíduos, pois este deixa de estar reproduzindo e gerando descendentes.
4 - Animais domésticos soltos
Quando o gado ou equinos são soltos sem restrições, entram na floresta e
estragam a vegetação de subbosque, comprometendo o habitat das espécies. Já
cães e gatos soltos, podem perseguir e matar diferentes representantes da fauna
adultos e filhotes.
5 – Incêndio
A queima da vegetação não é tão evidente nas formações florestais devido
a condição de umidade, mas ainda assim pode surtir problemas, em especial pela
eliminação do habitat.
6 - Corte de vegetação
A supressão de vegetação, diminui o habitat e elimina potenciais tocas,
refúgios, abrigo e reduz a disponibilidade de alimento, alterando o espaço de
território e consequentemente condição de reprodução e manutenção da população.
7 - Alteração de habitat
As diferentes formas de alteração do habitat, e não somente da floresta,
mas de banhados, campos naturais e outras formações, comprometem a estabilidade
das populações, prejudicando as mais especialistas, sensíveis as alterações do
ambiente.
8 – Poluição
A dispersão de resíduos sólidos e líquidos, contaminantes ou não, são
potenciais registros da perda da biodiversidade que direta ou indiretamente
ingerem estes produtos, comprometendo a saúde e condição de vida.
9 - Perturbação em período de reprodução
Atividades que interferem na reprodução impactam diretamente a população.
Uma espécie ou população apenas consegue se manter se tiver condições de
“abrigo, alimento e reprodução”. Qualquer ato que interfira no equilíbrio
reprodutivo, prejudica o equilíbrio da população.