sexta-feira, 18 de março de 2016

ATLAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAPOCU


ATLAS DO COMITÊ DO ITAPOCU
http://www.km26.com.br/


Após mais de um ano em construção, por várias mãos, e colaboração dos autores Anja Meder Steinbach; Carla Caroline Tomaselle; Cássio Rogério Eskelsen; Julio Cesar Refosco; Kaethlin Katiane Zeh; Karine Rosilene Holler e Marcelo Hübel, foi lançado no dia 17/03/2016 o Atlas da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu, no auditório da AMVALI (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu) em Jaraguá do Sul.

O Atlas é uma primeira edição construída em parceria e colaboração na forma de voluntariado, sendo muito bem ilustrado com figuras (111), mapas (16), tabelas (21), gráficos (19) e quadros (21), que ajudam na melhor interpretação e apresentação das informações. 
Errara Figura 56 - correto:
 Pica-pau-de barba-branca 
 Dryocopus lineatus 

Os textos são uma referência da Bacia do Itapocu sendo essencial como ferramenta de trabalho para a educação ambiental avançada com explicações que iniciam com “O que é bacia hidrográfica? ”, passando para uma evolução de conceitos e informações sobre a geografia, ocupação, desenvolvimento, biodiversidade, gestão de recursos, educação ambiental, sistemas de informação e sobre o próprio comitê, que envolvem a Bacia do Itapocu.

Karine Rosilene Holler e Marcelo Hübel

Dentre as fotos se destacam várias imagens de distintos atores como: Alexandre Schmitt dos Santos; Anja Meder Steinbach; Cassio Rogério Eskelsen; Arquivo Histórico de Jaraguá do Sul ; Caldis Tomaselli; Secretaria Municipal de Defesa Civil de Jaraguá do Sul, Carla C. Tomaselli;  AMVALI; Comitê do Itapocu; Marcelo Hübel,  e também de detentores de patrimônio como parte das imagens de mamíferos (Puma, Irara, Quati, Cachorro-do-mato e Jaguatirica) feitos com equipamentos da Usina Rio Vermelho de Energia Ltda, dentro de seu de “Programa de Monitoramento de Mastofauna de Médio e Grande Porte”, sendo um dos exemplos da importância das contribuições de textos e imagens que fazem do trabalho voluntariado a complementação de uma obra que é estendida para organizações públicas, para a sociedade civil organizada e principalmente para a comunidade e escolas que recebem um material riquíssimo de detalhes, com informações valiosas de sua bacia, de sua realidade, dentro do contexto social e ambiental que estão inseridas, considerando os municípios de São Bento do Sul; Campo Alegre; Corupá; Jaraguá do Sul; Massaranduba; São João do Itaperiú; Barra Velha; Balneário Barra do Sul; Araquari; Joinville  e Schroeder, mas correspondendo as sub-bacias do Rio Humboldt; Rio Novo; Rio Jaraguá; Rio Putanga; Rio Itaperiú, Interbacia Rio Itapocu; Canal do Linguado; Rio Piraí e Rio Itapocuzinho.


Figura 40: Usina Rio Vermelho de Energia Ltda - Marcelo Hübel, 2015


Foto Divulgação do Comitê do Itapocu/AMVALI: Julio Cesar Refosco; Carla Caroline Tomaselle;  Kaethlin Katiane Zeh; Marcelo Hübel; Anja Meder Steinbach; Karine Rosilene Holler 

ATLAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAPOCU 

Apoio: Fehidro, Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Secretaria de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul, Amvali e SC Rural.

A organização é de Anja Meder Steinbach, Carla Caroline Tomasellii e Julio Cesar Refosco.

A  edição dos mapas é de Julio Cesar Refosco.

A edição e revisão de texto de Anja Meder Steinbach e Carla Caroline Tomaselli.

A diagramação é de Beatriz Sasse e Márcio Schalinski.

A foto de capa é de Cássio Rogério Eskelsen.

Os direitos reservados são da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu – AMVALI localizado em Jaraguá do Sul.

O Comitê do Itapocu apresenta como Presidente: Sérgio Victor Santini (CREA – SC Jaraguá do Sul); Vice-presidente: Leocádio Neves e Silva (FUJAMA) e Secretária executiva: Karine Rosilene Holler (AMVALI).

ATLAS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO ITAPOCU

CERIMONIAL 

Por: Anja Meder Steinbach & Carla Caroline Tomaselle


É uma grande alegria este momento,

Em q. gostaria de chamar todos os autores do  Atlas e dizer q. ele foi escrito a muitas mãos!!!

Relembrando a história

De quando iniciamos os trabalhos em 2012, a atividade de consultoria, junto à equipe de georreferenciamento da AMVALI, foram elaborados os primeiros mapas georreferenciados delimitando a bacia hidrográfica, com Júlio, Cássio e Karine do SIG/AMVALI.

De quando em 2013 foi elaborada a proposta pedagógica e implementado o curso para formação de educadores ambientais multiplicadores, para a gestão da BH do Rio Itapocu, houve 62 participantes.

Para este curso de formação elaboramos o que poderíamos chamar de semente ou croqui inicial do Atlas: a Cartilha que visou apresentar o comitê e o tema da Bacia Hidrográfica à comunidade. Sim ela foi o início do desenho deste sonho.

Em 2013 e 2014 foram implementados 7 cursos de EA em 5 municípios da bacia do Itapocu com 181 participantes. 

Aí já estava o sonho em Sistematizar o conteúdo programático aplicado no Ciclo de Cursos de EA para que mais pessoas, escolas e instituições que aqui vivem e atuam, tomassem conhecimento dos diversos aspectos, como físicos, biológicos, sociais, econômicos e institucionais, envolvidos na gestão da bacia hidrográfica do Rio Itapocu.

O sonho coletivo com a arquiteta Carla Tomaselli e o interesse em escrever um livro reunindo todo o conteúdo abordado na EA, sobre os vários aspectos que compõem a bacia hidrográfica.

A capacidade e potencial dos autores do Atlas que desenvolveram pesquisas e sistematizaram as informações para compor o Atlas.

Através de uma meta do Projeto FEHIDRO, implementado em 2014-2015, foi possível elaborar o Atlas da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu.

O apoio e confiança da Diretoria do Comitê e do Conselho Consultivo, e das entidades membro  que nos permitiram ter autonomia para confeccionarmos o Atlas.

Parabéns e muito obrigada a todos que participaram deste longo e árduo processo no qual se buscou com rigor científico, numa linguagem acessível, retratar a realidade da bacia e o resultado dos trabalhos e pesquisas que vem sendo desenvolvidos pelo Comitê Itapocu de 2012 até 2014, com apoio de muitas pessoas que estiveram envolvidas e das instituições AMVALI, SDS/SC, do Fundo FEHIDRO e EPAGRI, Programa SC Rural.

Temos aqui um material único na nossa bacia, mesmo tendo a consciência de que ainda nos faltam muitos dados, também sabemos que conseguimos reunir informações importantes para o entendimento de que a bacia hidrográfica não é apenas esse fato físico de uma área por onde a água escoa em direção ao oceano, mas ela é formada, influencia e é influenciada por muitas relações, seja de clima, topografia ou relações sociais, em fim, é uma rede complexa e já sabemos que com todo o conhecimento que possuímos, agora, sem a desculpa da ignorância dos tempos passados, é nosso dever zelar por ela, pela nossa Bacia Hidrográfica.

Para finalizar gostaria de dizer que esta foi uma semente que germinou e se desenvolveu!

Muito obrigada! 

Anja Meder Steinbach




Foto divulgação do Comitê do Itapocu/AMVALI
Marcelo Hübel e Jonas Fernando Engel (Secretaria de Meio Ambiente de São Bento do Sul)


domingo, 13 de março de 2016

DE LIBEREC REICHENBERG A SÃO BENTO DO SUL BRASIL: BOÊMIOS ALEMÃES NO ALTO DA SERRA EM SANTA CATARINA

DE LIBEREC/REICHENBERG A SÃO BENTO DO SUL: BOÊMIOS ALEMÃES NO ALTO DA SERRA EM SANTA CATARINA

Recomendo a leitura do trabalho desenvolvido por Antonio Alexandre Bispo: "De Liberec/Reichenberg a São Bento do Sul: boêmios alemães no alto da serra em Santa Catarina - situação há 120 anos segundo testemunho de visitante da região de Eifel".

O texto apresenta o contexto de resgate histórico e cultural do Professor Karl Ilg Referente aos colonos de língua alemã na América do Sul, citando como exemplo a colonização de São Bento em 1873.
Entre os tópicos apresentados está descrito como exemplo o roteiro de viagem do Reichebberg a São Bento com tradução do diário de Raymund Woehl (imigrante de 1882), filho de August Wöhl e Theresia Wöhl (nascida Hübel).
Curioso a definição dos similares núcleos de Joinville e São Bento, cidades irmãs, entretanto distintos em relação a origem e religião, que também ocorre em São Bento com formação de fixações dos moradores de forma diferenciada em distintas zonas da cidade, separadas pela origem. Mas a convivência harmoniosa provocou uma situação nova que influenciou a cultura, novos costumes, uma nova forma de se vestir. Existia em São Bento um maior número de famílias boêmias de imigrantes Austro-húngaros sendo um total de 480 famílias, das quais 396 eram da Boêmia, tendo ainda poloneses, pomeranos entre outros.
O texto é muito rico em detalhes e fontes, retratando o início de São Bento e a importância da formação da colônia acima do Planalto que avançava rapidamente quando comparado as áreas mais baixas de clima mais tropical. A formação do relevo e a temperatura baixa favorecia estes europeus que encontravam certa familiaridade com sua terra natal. O texto segue com fontes importantes, além do diário de Raymund Woehl, temos fontes do livro "Os Alemães na Floresta Brasílica", de Hugo Zöller, escrito no em 1882. Mas o texto de Antonio Alexandre Bispo é interessante trazendo um contexto, digamos semelhante de nossa história, mas também importante porque neste contém as mesclas de um “filho são-bentense”, com a percepção do autor, não traz somente o romantismo de um descendente de imigrantes, e ainda podemos observar a questão histórica cultural não apenas de São Bento, mas um reflexo de um povo em seu novo continente, pelos tópicos: 

Viagem de um imigrante de Reichenberg a São Bento do Sul (1882)” – “Um relato da situação em São Bento do Sul em 1882” – ” Implantação, crescimento rápido da Colônia e transformação do meio ambiente” – ” O alto da serra e sua influência na cultura” – ” Transplantação de animosidades europeias: bávaros x poloneses” – “Processo de adaptação e de surgimento de identidade colonial” -  “Tipos de colonos: "brancos" versus colonos abrasileirados” – “A ação dignificante do trabalho” -  ” Atrocidades de colonos: chacina de indígenas

Complemento para pesquisa, fonte: Revista Brasil-Europa: Correspondência Euro-Brasileira 133/3 (2011:5). http://www.revista.brasil-europa.eu/133/Reichenberg-Santa-Catarina.html. Ciclo de estudos Boêmia-Brasil da A.B.E. No ano da morte deOtto von Habsburg-Lothringen (1912-2011). Liberec/Reichenberg. Professor Karl Ilg, Heimat Südamerika: Brasilien und Peru: Leistung und Schicksal deutschsprachiger Siedler, 2a. ed. revista, Innsbruck, Viena: Tyrolia 1982, 75-77; 1a. ed. Pioniere in Brasilien, Innsbruck, Viena, Munique: Tyrolia 1972).


Cerveja em São Bento do Sul - Santa Catarina


Cultura da Cerveja em São Bento do Sul

Porque gostamos tanto de cerveja Pilsen?

A cidade “germânica” de São Bento do Sul é uma “referência” no consumo de cerveja, diga-se de passagem, atribuída a nossa descendência! Será? A cerveja na realidade data dos sumérios, babilônios e egípcios, mas estes produziam com uma qualidade horrível, terrível, longe de qualquer possível elogio. Nem mesmo loiras e morenas “usadas” em marketing poderiam fazer o sucesso desta cerveja. Na Idade Média a cerveja tomou corpo e prazer em degustar, pois entrou mais um componente na fabricação, a flor de lúpulo. Então a cerveja foi congratulada pela fama alemã. E se olharmos na atualidade, sem tirar o “mérito” de São Bento do Sul, os países com maiores consumidores de cerveja são: República Tcheca (148,6 Litros/ano per capita); Áustria (107,8 Litros/ano per capita) e Alemanha (106,1 Litros/ano per capita). Mas estes países da atualidade são o berço dos primeiros imigrantes de São Bento. Temos descendentes da Alemanha vindos em maior número da Baviera, mas atenção a maior proporção dos primeiros imigrantes é originária da Áustria-Hungria/Boêmia do Böhmerwald e Reichenberg, atualmente República Tcheca, embora seja verdade “todos” de origem germânica. Mas foi na Baviera de 1516 que foi intitulada a “Lei da Pureza” para a cerveja que levava lúpulo, malte, água e cevada, que em particular tinha em seu processo o grão com presença de calor e umidade passando para a fermentação. Mas não existia nada de brilhante nesta lei, que na verdade não passava de uma garantia para os moinhos deterem o trigo e assim não aumentar o preço do pão. Contudo ainda assim a cerveja alemã tornou-se referência para outros países e a “Lei da Pureza” ainda é marketing. Outra atribuição a Baviera é a cerveja tipo langer. A cerveja era fermentada em cavernas no frio subsolo nas baixas temperaturas que geravam uma seleção natural das leveduras, existiam fungos que predominavam com a temperatura mais baixas e fungos que foram perdidos pois predominam em temperaturas mais altas. Já a cerveja de trigo “weizenbier”, ou cerveja branca “weissbier”, depende de temperaturas mais altas e traz mais aroma. Mas nesta história da evolução da cerveja é preciso dar créditos para a Inglaterra que no século 17 fez a secagem indireta do malte com uso de um derivado do carvão mineral que em combustão fazia a cerveja mais clara. É claro que o sucesso desta nova cerveja atraiu a atenção dos alemães que “precisavam supera-la”, e então passaram a usar maltes mais claros e de quebra uma filtragem transparente, um verdadeiro estouro em 1842. Mas este mérito é dos alemães da Boêmia, da terra da maioria de nossos imigrantes. Esta cerveja nasceu na cidade de Pilsen na atual República Tcheca. A região também era conhecida pela fabricação de cristais, que valorizavam ainda mais a bebida, sendo um grande sucesso em seus copos transparentes. Aqui lembramos também que a primeira cooperativa de São Bento foi de fabricação de cristais, e das primeiras empresas também tínhamos as de cerveja, que somente foram se perdendo devido a invasão das grandes marcas de cerveja que não permitiam a concorrência. Hoje os apreciadores de cerveja já não procuram somente o preço, mas a variedade e a diversidade de sabores, aromas e origens. E assim também no Brasil a cerveja atualmente mais consumida é a pilsen “american standart lager” uma consequência da cerveja clara dos cristais da Boêmia.


Propaganda em São Bento com 50 anos de fundação

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