domingo, 24 de novembro de 2013

Depoimento de Osni José Schroeder



DEPOIMENTO do Prefeito Osni José Schroeder

            Relembrar do Consórcio Quiriri no passado é recordar da minha trajetória política e administrativa. Remetendo ao tempo distante onde delegava funções junto na ACIRNE e mesmo na vida política quando tive a oportunidade de ser vereador por 8 anos, períodos estes que já conhecia o Consórcio sua filosofia e ações ambientais, nas quais também compactuava nos mesmos princípios.
            Assim sendo quando eleito Prefeito e sendo membro do Consórcio Intermunicipal Quiriri, não foi difícil interagir com o tema socioambiental, tendo ainda a oportunidade de interferir para evoluir as discussões para consolidar as ações de melhoria, seja na manutenção de projetos ou na construção de novos desafios.
            O consórcio apresenta um grande mérito de consideração em relação ao trabalho de conscientização ambiental atuante nos quatro municípios  atingindo todas as classes sociais, sendo também o pilar de estruturação de muitas empresas.
            A administração pública em Rio Negrinho vem desenvolvendo várias atividades, atuando dentro dos princípios do consórcio. Entre os programas são destaque o Monitoramento da água o “PIA” , a consolidação do Aterro Sanitário, a reestruturação do antigo lixão, a coleta seletiva, o saneamento, o aproveitamento das garrafas pet no “Natal Encantado” entre tantas ações desenvolvidas para melhorar a qualidade de vida seja de imediato, médio ou longo prazo. 

            Na temática de saneamento Rio Negrinho avança na distribuição do sistema de coleta de esgoto tendo já executado 60 % do município, devendo chegar em uma cobertura de 90% em 24 meses, tendo a inauguração do sistema de tratamento em 5 de junho.
            A criação das Unidades de Conservação também forma pontos fortes na época, sendo para Rio Negrinho a APA Rio dos Bugres uma estratégia para garantir a preservação de água que pode a ser o futuro manancial de abastecimento do Município. A APA Alto Rio Preto apresenta o potencial do turismo esportivo ou de lazer e ambas passaram por nova demarcação de território,ficando num modelo adequando respeitando a bacia sem impactar com outros setores, como o industrial no caso da APA Rio dos Bugres.
            O Consórcio apresenta uma trajetória próspera sendo importante ilustrar neste momento a visão de futuro com dois projetos importantes, sendo o Licenciamento Ambiental, que deve ser feito pelo Consorcio Quiriri, pelo menos para os de menor potencial poluidor e também o projeto “Lixo Zero” traz a verdadeira sustentabilidade do resíduo num modelo que permite a eliminação do lixo com aproveitamento de geração de energia e substrato orgânico como produto final.
            O Consórcio Intermunicipal Quiriri é o indicador norte das diretrizes de trabalho dos quatro municípios possibilitando ações que somente se complementam por ser um Consórcio, é um modelo que sempre deve ser fortalecido pela somatória dos quatro municípios para benefício social, ambiental e econômico.


Osni José Schroeder

Fonte: Livro"MAIS QUE UMA GOTA" Magno Bollmann
Colaboradores: Marcelo Hübel e Donald Malchinski 

sábado, 9 de novembro de 2013

József Bajcsik Bácsfalusi - História e Tradição em Borboletas em São Bento do Sul

HISTÓRIA
ENTOMOLOGIA

HISTÓRIA
BIBLIOGRAFIA

Josef Bácsfalusi
Orientador e fiscal autorizado pelo IBAMA através de convênio
Presidente da ABRAL – Associação Brasileira Pró-Lepidópteros


            József Bajcsik1 Bácsfalusi2 , filho de Béla (Adalberto) Bajcsik  Bácsfalusi, engenheiro  de construção  de  estradas, túneis e minas e Gisela Mede Bácsfalusi, nasceu na Hungria aos  10 de  novembro de  1926 na cidade de  Somosqöujfalu, norte  da  Hungria.

            Estudou de  1931 a 1935 na Escola Primária Municipal em  Kazár  Banya-Pelep,  ainda no  norte,  morando  desde  1  ano de idade com  os  pais de criação Istvan Lochs e Amalia Bajcsik, ela irmã da sua mãe, pois conforme costume da época, os casais parentes que não pudessem ter filhos, criavam o filho menor cedido por aqueles que o tivessem. 
De 1935 a 1938 estudou na Escola de Ensino Médio em Salgótarján,  recebendo instrução militar desde os 12 anos, concomitantemente com os estudos, como era  praxe na época. De 1938 a 1940 estudou na Escola Superior de Indústria e Comércio em Kassa (atualmente Kosicê, Checoseslováquia), e concluiu o Curso de Comunicação por Rádio, Telefonia e Telegrafia Nacional e Internacional em 1940 a 1941 em Budapest, e serviu ao exército Húngaro a partir dos 18 anos (1944) e durante a II Guerra Mundial como Oficial de Comunicações. Em  março de 1945 foi atingido por um tiro na perna direita disparado por um  Partizan russo, o que fez com que fosse transferido para o serviço civil como funcionário efetivo do Ministério de Assuntos Internos do Estado (Reino) da Hungria, na Divisão Administrativa das Comunicações.
Com o fim da II guerra, trabalhou com seu pai na reconstrução de estradas e pontes demolidas na Hungria e também na Áustria, em Salsburg, e foi Auxiliar Contratado da I.R.O. (Organização Internacional dos Refugiados) no Setor Norte-Americano da Comissão Aliada na Áustria, Área 1, em Salsburg.
Com o recadastramento dos militares Húngaros, feito na Áustria, perdeu o nome de família Bajcsik, devido aos campos de preenchimento dos documentos austriacos não serem suficientemente grandes.

Em novembro 1949 migrou para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro na Ilha das Flores. Trabalhou então em jornal como desenhista de montador de manchetes de primeira página, além de outros serviços, migrando para o ramo de quadros e artesanatos, inclusive os de borboletas, o que despertou o interesse pelos insetos, em particular pelos Lepidópteros.
Em 10 de outubro de 1959 casou-se com Maria Casemira Dantas Fernandes, Dona Myra (in memorian) com quem teve os filhos Pery Fernandes Bácsfalusi e Mauro Fernandes Bácsfalusi, adotando, ainda, os filhos do casamento anterior de Dona Myra, Silo Thuribius Fernandes Viana e Schuler Thales Fernandes Viana
Em 1972 foi convidado pela Indústria Artefama a organizar o setor de artesanatos de borboletas, que perdurou até 1989, e sendo responsável técnico pelo criador de borboletas da Artefama na localidade de Rio Vermelho, no Km 26.
Desde 1967 trabalhou para que o governo federal, através do seu órgão ambiental IBAMA (na época IBDF) liberasse a coleta de lagartas e ovos de borboletas para a criação em cativeiro e posterior comércio, haja visto que o comércio de borboletas, antes da proibição, era fonte complementar de renda para os campesinos. Após várias idas e vindas à Brasília, e tendo seu projeto recusado por técnicos do Ministério da Agricultura, que alegou simplesmente que “Borboletas são potencialmente prejudiciais à agricultura, mas não é praga”, conseguiu, finalmente seu intento, sendo regulamentado o primeiro Criatório Comercial de Borboletas, em 1989, na localidade de Rio Vermelho Estação, São Bento do Sul, Santa Cataria, sob os cuidados do Sr. Ivo Rank. Desde então é presidente da ABRAL – Associação Brasileira Pró-Lepidópteros, e preposto do IBAMA para assuntos relacionados às borboletas, por ele criada em 15 de fevereiro de 1978, com o intuito de fortalecer a classe dos criadores de lepidópteros e conveniada com o IBAMA.

Outra vitória de Josef foi conseguir salvar a coleção de insetos do famoso colecionador Fritz Plaumann, que, após sua morte, teria sua coleção queimada (literalmente) pelo IBAMA. A situação foi revertida através da intervenção de Josef junto a um deputado estadual da região para quer se transformasse sua casa e acervo no Museu Fritz Plaumann.

Josef Bácsfalusi faleceu em São Bento doSul, cidade que amava e escolheu para ser o seu lar e de sua família, em 01 de janeiro de 2010, aos 83 anos de idade.



1.                  Bajcsik – nome de família que representa a união das tribos do norte (os Bajcs) com as tribos do sul da Hungria. O “k” ao final do nome representa a união das tribos.

2.                  Bácsfalusi –nome de família que representa a região de domínio dos Bács, na região de Bács-Bodrog, atualmente Sérvia e Montenegro, acrescido de “falusi”, que significa “aldeão de”, portanto: Bácsfalusi = aldeão de Bács.

Fonte: Mauro F. Bácsfalusi.



 Josef Bácsfalusi
Orientador e fiscal autorizado pelo IBAMA através de convênio
Presidente da ABRAL – Associação Brasileira Pró-Lepidópteros




Introdução:

     Este trabalho visa fornecer informações sobre as borboletas e mariposas para uma melhor compreensão de seu ciclo de vida, importância ecológica e econômica. Procuraremos usar linguagem científica sempre que necessário, dando ênfase à linguagem popular para uma maior abrangência das informações aqui contidas. Neste trabalho trataremos somente das borboletas diurnas.

O que é o Lepidóptero?

    Os lepidópteros, de acordo com o Ministério da Agricultura (Quarto Catálogo dos insetos que Vivem nas Plantas do Brasil; Seus parasitos e Predadores, Parte II 1° Tomo. Edição ampliada do 3° Catálago dos insetos que vivem nas plantas do Brasil, Prof. A M da Costa Lima Ministério da Agricultura, RJ, 1968.) são animais da Classe Insectae, da Ordem Lepidóptera, com duas divisões: Heterocera, a borboleta noturna mais conhecida como mariposa, e a Rophalocera, a borboleta diurna.
    Já nascem adultas, a partir da metamorfose sofrida pela lagarta, e tem como pricipal objetivo a reprodução. Nascem muito mais machos do que fêmeas.

O que a borboleta come?
   
    A borboleta não tem boca para comer. Alimenta-se apenas de líquidos que suga por um fino tubo enrolado, como o néctar das flores, urina de animais, poças d'água ou a umidade da areia das margens de rios ou lagos.

Quanto tempo vivem?

Dependendo da família a que pertence, as borboletas de tamanho pequeno vivem cerca de 8 a 10 dias, as médias de 12 a 14 dias e as grandes, de vôo vagaroso podem viver até 24 a 30 dias (conforme nossa observação em criadouros).

Como acontece o acasalamento?

    Assim que nasce, a fêmea procura um local tranquilo, ventilado e escondido para secar suas asas. Neste período emite um odor imperceptível aos humanos, um ferormônio, que se espalha com o vento e é um atrativo sexual para os machos de sua espécie. Os machos, voando geralmente em bandos, brigam entre si, e o mais rápido e ágil aprisiona a fêmea com “grampos” existentes na extremidade do abdomem, e voa carregando-a para longe da aglomeração dos outros machos. Após ser aprisionada pelo macho, cessa a emissão de ferormônio pela fêmea.
    A cópula pode durar horas, ás vezes metade do dia, e ao término a fêmea imediatamente procura sua planta-alimento para alidepositar os ovos, de preferência nas folhas mais tenras, na parte de baixo das folhas. Algumas espécies procuram os brotos, propiciando assim alimentação farta para as lagartas que nascerão.
    Dependendo da espécie, uma fêmea põe de 120 a 280 ovos, que em algumas semanas eclodem liberando pequenas lagartas, que imediatamente se alimentam do conteúdo restante do ovo do qual nasceu, rico em gorduras. Assim começa a segunda fase de sua vida.  

Como se comportam as lagartas das borboletas?

    Fortalecidos com o conteúdo dos ovos, as lagartas procuram ficar juntas durante o dia, nas folhas onde o sol não as alcança, digerindo a comida, defecando e esquentando umas as outras, pois necessitam de temperatura entre 18°C a 21°C para fazerem a digestão. As lagartas somente se alimentam à noite, evitando assim se exporem aos seus predadores. A única lagarta conhecida que se alimenta tanto de dia como à noite é da Família DANIDAE, SUBFAMÍLIA DANINAE, cuja planta alimento é um vegetal com secreção leitosa venenosa para pássaros, aranhas, sapos, lagartixas, etc. Esta lagarta, que tem seu corpo coberto apenas por pele, sem pêlos, sinaliza o perigo para os incautos através de sua coloração listrada, que afugenta os predadores.

O que ocorre com as lagartas das borboletas durante a fase da metamorfose?

    O desenvolvimento das lagartas depende muito do clima da região, pois em tempo de seca as folhas ficam mais duras, o que dificulta a ingestão e a digestão, logo demora mais tempo para chegar à fase de encasulamento mas, quando há umidade suficiente, este tempo diminui. A lagarta come as folhas de sua planta alimento para transformá-la em gordura e outros nutrientes que ficam acumulados em seu corpo. Durante a vida, a lagarta muda de 3 a 4 vezes de pele devido ao crescimento e engorda para preparar-se para a próxima fase da metamorfose, o encasulamento.
    Esta é a única fase da metamorfoseem que a lagarta é prejudicial às plantas das quais se alimenta, podendo ser considerada como uma praga em potencial quando a planta-alimento faz parte da horticultura, fruticultura ou outras plantações. No habitat natural, o impacto das lagartas é inexpressivo.

Como acontece o encasulamento da lagarta da borboleta?

    Para terminar a terceira fase, a lagarta procura um galho ou ramo da planta-alimento para encasular, ou seja, formar uma “capa” em volta do seu corpo. Algumas lagartas saem de sua planta- alimento e encasulam-se em outros locais, geralmente secos, sombreados e altos.
   A lagarta se fixa firmemente nos galhos ou em paredes através de fios de seda. Em pouco tempo sua pele seca e enrola-se formando parte do casulo ou caindo ao solo, conforme a espécie a que pertença.

O que acontece dentro e fora do casulo?

    O casulo externamente procura mimetizar as cores do ambiente em que se encontra. É feito de um tipo de celulose fina e resistente, que dá forma e rigidez ao casulo, que ficará exposto aos rigores da natureza, sendo o primeiro material a ser produzido pela lagarta. O que resta, uma massa líquida envolta pelo casulo, com o tempo vai transformar-se em borboleta. Ao final da transformação, o casulo se rompe e dele sai a borboleta, ainda com as asas enroladas e sem sangue no seu interior de seus vasos. Nesta fase a borboleta pendura-se no próprio casulo de cabeça para baixo, com as patas em forma de guanchos, e começa a bombear sangue para os vasos sanguíneos das asas, que se estendem e secam até tomar a forma correta. A borboleta já nasce com o corpo de adulto, ou seja não cresce. Tem seis pernas, cabeça, tórax e abdomem. Uma das diferenças entre os sexos das borboletas já pode ser visto neste momento, pois o abdomem da fêmea tem forma de gota ao inverso, é mais gordo e maior do que o dos machos. Em algumas espécies a fêmea tem cores diferentes do macho. Oo machos são menores que as fêmeas, mas nasce em maior número. Seu corpo é mais longo e normalmente mais arredondado, e com ganchos visíveis na extremidade do abdomem.

O que podemos ver nas cores das borboletas?

     Todas as borboletas basicamente são de cor cinza, e sobre esta base existe pigmentações em forma de escamas que refletem os diversos espectros da luz, originando as cores características de cada espécie. Quando se passa o dedo nas asas da borboleta, desarranjamos a ordem destas escamas pigmentadas, que não mais apresentará a cor original.
     As borboletas da família MORPHIDAE, como a Morpho aega reflete, conforme o ângulo de observação o azul ultramarino, ou azul esverdeado, ou o azul claro, ou o azul prateado. A Morpho anaxibia pode refletir o azul escuro, azul lilás, e o liláz; a morpho menelaus: azul ultramarino,azul claro, azul prateado, azul esverdeado. A Morpho portis: azul prata, prata clara, prata escura, prata brilhante. As pigmentações vistas ao microscópio parecem-se muito com as telhas de um telhado. Ao contrário do dito popular, esta pigmentação não representa nenhum perigo para a saúdde das pessoas, mas a pigmentação de algumas mariposas, que se soltam facilmente, pode causar cegueira por alguns minutos ou horas, se por ventura atingirem diretamente os olhos, mas não causam cegueira permanente.

As borboletas na natureza e nos criadouros.

    As borboletas que vivem na natureza sofrem as consequências por pertencerem à cadeia alimentar dos seus predadores. Se uma fêmea pôr 200 ovos no seu habitat natural, cerca de 30% destes serão consumidos por predadores, e ao chegarem na forma de lagarta 35% serão eliminados e na fase de borboleta 10%. Além dos predadores naturais, existe outro fator que contribui para pôr em risco a sobrevivência das borboletas: os parasitos que carregam consigo a cada fase de sua vida. No caso das borboletas que se reproduzem apenas uma vez por ano, em períodos de 4 ou 5 anos, sofrem enormes baixas na fase de casulo, enquanto as outras borboletas que se reproduzem várias vezes por ano sofrem naturalmente a cada 2 a 3 anos as mesmas baixas. A razão destas baixas pode ser explicada da seguinte maneira: gradativamente, a cada geração de borboletas, os parasitos vão se acumulando, e na fase de casulo, estes parasitos vencem a resistência do organismo das lagartas, matando-as dentro do casulo. Tal fenômeno acontece no habitat natural como nos criadouros. Os prejuízos em consequência do ataque destes parasitos pode comprometer até em 40% a reprodução das borboletas. Nos criadouros, a perda atingue apenas 5%, já que as lagartas e os casulos estão protegidos em caixas com telas, impedindo o acesso dos predadores.

Como é um criadouro de borboletas? (Portaria n° 2.314 de 26/11/1990)

Em primeiro lugar, o interessado deve possuir ou ter contrato de aluguel de um jardim, pasto, área cultivada de horticultura, fruticultura, etc., mas com documento comprovando a posse. Nesta área, deve fazer um jardim atratativo com flores com alto índice de néctar, verduras como o repolho, agrião, brócolis, couve, couve-flor, etc. A escolhada das plantas-alimento é de acordo com a espécie de borboleta que se quer criar, e que sejam da região. É proibido transferir borboletas de uma região para outra, portanto só se deve plantar as plantas-alimento condizentes com as borboletas originais da região (subentenda-se municípios). Se a sua área é pequena, pode-se aproveitar as áreas dos vizinhos que tenha plantas-alimento, através de contrato por escrito, para coleta de ovos e lagartas ou casulos para o criadouro. Na sua área e nas áreas sub-contratadas, é proibido o uso de qualquer tipo de agrotóxico, mesmo porque desta maneira estaríamos matando os ovos, as lagartas e mesmo os casulos. Estas áreas não podem estar dentro das matas onde é o habitat natural das borboletas, e nem podem ser terras de propriedade do município, parques nacionais e áreas declaradas reservas biológicas.
    Tendo a área definida, dentro desta constrói-se um berçário e cobre-se outra parte da área com tela fina ou sombrite, onde será plantada uma ou mais espécies de planta-alimento para cada tipo de borboleta a ser criada.
    O berçário pode ser de madeira ou alvenaria, com cobertura de telhas ou outra eficiente, e isolado em baixo com telas metálicas ou outro mecanismo que impeçam a entrada de ratos.
    Deve ter uma espécie de prateleiras onde serão acomodadas as caixas de madeira seca e não tratada com produtos químicos ou chapa de eucatex, de tamnhos iguai, medindo 50 cm de altura, 40 cm de largura e 50 cm de comprimento. A parte de trás das caixas deve ser telada, bem como a frente, mas esta deverá ter porta com dobradiças.
    A construção deverá ter em uma das paredes abertura com vidros, acrílico ou plástico transparente resistente ao vento e chuvas, que possibilita a entrada abundante de luz, de preferência que permita a entrada do sol da manhã. Defronte a esta janela será posta uma mesa ou bancada longa para manejo. O assoalho deve ser elevado em relação ao solo e a porta de entrada bem ajustada de forma a impedir a entrada de formigas ou outros predadores. De preferência a porta deverá ter abertura telada para propiciar ventilação.
   O berçário é o centro de produção das borboletas, e deve ser totalmente protegido contra o ataque de pragas ou formação de fungos. As borboletas encasuladas reagem bem aos raios infra-vermelhos da luz solar, que é necessário para sua eclosão, presentes mesmo que o tempo esteja nublado.
    Na parte contínua ao berçário poderá ser construído o herbário onde serão cultivadas as plantas-alimento das espécies de borboletas que se quer criar. Quando as borboletas nascem, nem sempre conseguem ficar penduradas nas caixas de cabeça para baixo, com o intuito de preencher as asas com sangue, podendo cair e machucar as asas. Por isso, logo após a eclosão, as borboletas devem ser colocadas no herbário, na sua planta alimento, para executar este processo com sucesso. Os machos, que sempre nascem em maior número, mesmo com as asas machucadas, podem ser aproveitados para o acasalamento, neste caso feito de forma “forçada”, ou seja, com o auxílio da pessoa responsável pelo criadouro, sempre com cuidado de não machucar as patas, que se “engancham” no corpo da fêmea durante o acasalamento. As fêmeas, após serem fertilizadas,põem os seus ovos na planta-alimento na planta específica. Uma vez colocados os ovos, recolhe-se as folhas os contém, e não apenas os ovos, colocando-os nas caixas do berçário juntamente com mais folhas da planta-alimento.
    No restante da área do terreno, nas proximidades do berçário, plantam-se flores, verduras e plantas-alimento para a reposição nas caixas. Deve haver água disponível, de preferência corrente, para a rega destas plantas em épocas de clima seco.
    Além destes cuidados, a instalação física do berçário deve ser circundada por uma valeta com água corrente para evitar o acesso de formigas e aranhas, eu terreno em volta deve ter cerca que impeça a invação de animais de grande porte.




Como requerer a permissão para iniciar a implatação do criadouro?

1- Decidir qual qualificação fiscal do empreendimento, conforme Portaria N° 2.314/90 art. 3° §2°      ( recomendamos a modalidade de micro-empresa);

2- Elaborar requerimento conforme art. 4°;
·         qualificação da pessoa física ou jurídica;
·         documentos de propriedade e mapas de localização do empreendimento;
·         croqui esquemático do criadouro, delimitação dentro da área total;
·          croqui esquemático do berçário, inclusive descrevendo os materiais usados na construção e capacidade das caixas;
·         relacionar as espécies de borboletas que serão criadas ( naturalmente, só poderão ser criadas as nativas da região);
·         relacionar os sub-contratos com área vizinhas ou não onde serão coletados os ovos, lagartas e/ou casulos;
·         Fluxograma de manejo( conforme portaria);
·         Responsável técnico, que será responsável apenas pela denominação correta em linguagem científica das espécies criadas, podendo ser médico veterinário, engenheiro florestal, biólogo, entomólogo, etc.;
·         Declaração de que o criador está ciente das legislações pertinentes: Lei N° 5.197/67, Lei N°7.653/88, Portaria N° 2.314/90, Portaria N° 117-N/97 e Lei N° 10.165/2000;

3- No caso de outra pessoa de confiança executar os serviços, registrar contrato em cartório para assegurar o fiel cumprimento das normas legais. Lembrar sempre que a caça ou comercialização de borboletas fora das normas estabelecidas em Lei é crime inafiançável.

    Antes de qualquer providência na área do futuro criadouro, deve-se entar em contato com o IBAMA, através do seu escritório estadual, para solicitar orientação sobre procedimentos atuais, solicitar o formulário “DOCUMENTO DE RECOLHIMENTO DE RECEITAS”, cujo valor é estipulado pelo IBAMA e que deve ser anexado em xerox ao requerimento inicial.
    Caso o IBAMA em Brasília der o parecer favorável, o empreendimento estará autorizado e poderá ser iniciado, assumindo-se assim as responsabilidades perante o IBAMA.


    Fonte: Josef Bácsfalusi. Orientador e fiscal autorizado pelo IBAMA através de convênio
Presidente da ABRAL – Associação Brasileira Pró-Lepidópteros

Usina Rio Vermelho de Energia LTDA - URVE

          
            A URVE (Usina Rio Vermelho de Energia Ltda) está localizada no Planalto Norte de Santa Catarina, no município de São Bento do Sul na área rural de Rio Natal.
Atualmente existe uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) de 2,4MW de potência e uma CGH (Central Geradora de Energia) de 0,4MW localizadas no Rio Vermelho, rio que nasce em Campo Alegre. Nos novos projetos também sera instalada uma PCH no Rio Natal, rio que nasce em São Bento do Sul. O Rio Vermelho juntamente com o Rio Natal e Rio Novo, formam o Rio Itapocu cujo exutório encontra-se no Oceano Atlântico, entre os municípios de Araquari e Barra Velha, possui área de drenagem total de 2972 Km². Sua bacia hidrográfica está inserida na bacia Atlântico Sudeste, bacia 8 sub Bacia – 82. O rio Vermelho tem forma irregular com extenção de 39,442 Km da foz a nascente e uma área de drenagem de 133,65 Km². A área de drenagem da bacia contribuinte da PCH Rio Vermelho é de 62,00 km², correspondendo a cerca de 2,1 % da área de drenagem da bacia do rio Itapocu. O comprimento do rio principal entre o primeiro barramento, da PCH Rio Vermelho, e a nascente é de 27495m.
A razão do empreendedorismo e o investimento em PCH’s pode ser facilmente justificado e entendido, quando são analisados os ganhos ambientais, sociais e econômicos. A demanda crescente do consumo de energia, é provocado pelo crescimento econômico e consequente  expansão de novos empreendimentos. O crescimento populacional acompanhado do avanço tecnológico e as opções de eletrodomésticos e outras fontes consumidoras exigem um consumo maior de energia.
 Contudo a energia gerada por força hidráulica é a mais significativa em termos de rendimento potencial frente ao aproveitamento adequado dos recursos naturais. As CGH’s ou PCH’s, agregam valores importantes na manutenção do consumo crescente de energia. Estas unidades geram baixos impactos ambientais, que ainda são minimizados com a implantação de ações imediatas em sua construção e por programas socioambientais, e pela implantação de projetos contínuos.
Barragem PCH Rio Vermelho - URVE

A geração de energia por hidrelétrica, torna-se de fundamental importância, sendo o início real do desenvolvimento sustentável atendendo as residências, o comércio e as indústrias, fornecendo energia limpa.
A URVE ainda vai muito além de sua responsabilidade socioambiental e apresenta um histórico de cultura e respeito ao meio ambiente e a sociedade mesmo antes da implantação e existências do empreendimento, e investe continuamente em projetos que melhoram visam a preservação e o bem estar social.
Atualmente a URVE está em processo de implantação de mais 7 PCH’s/CGH's; CCH Rio Vermelho I - 3,00 MW; CCH Rio Vermelho II - 2,15 MW; CCH Rio Vermelho III - 2,40 MW; PCH Rabo do Macaco - 5,70 MW; CCH Rio das Pacas - 2,10 MW; PCH Escola Rio Natal - 3,10 MW; PCH Rio Natal I – 8,25 MW. Para estes novos projetos, já foram realizados: a avaliação expedita da viabilidade das usinas; os levantamentos de campos: topográficos, geológicos, hidrológicos e ambientais. Também foram concluídos o inventário simplificado, e o encaminhamento de registro na ANEEL. O órgão ambiental estadual, definiu os termos de referência, sendo desenvolvidos o EIA/RIMA e a Avaliação Integrada de Bacia. Seguindo o cronograma, no dia 17 de setembro será realizada a audiência pública, quando após cerca de 90 dias o órgão ambiental emitiu a LP (Licença Prévia) e em alguns meses entregou a LI (Licença de Instalação), momento que são iniciadas as obras de construção da usina.

O Complexo Hidrelétrico URVE – 7 PCHs apresenta a potência instalada total de 26,70 MW,  Considerando o consumo médio de uma residência (fonte ANEEL) de 153 kWh / mês, o novo empreendimento vai atender aproximadamente 69.000 residências.
Casa de Máquinas - Casa de Força - PCH Rio Vermelho - URVE

A URVE terá os três modelos de Turbinas existentes, sendo os modelos: Francis, Kaplan e Pelton. As turbinas hidráulicas independente do modelo, são movidas pela força da água que atinge um conjunto de lâminas curvas denominadas de palhetas, transformando a energia mecânica provocada pelo fluxo da pressão da água para um rotor em altíssima velocidade de rotação e consequente geração de energia. O rotor apresenta palhetas ajustáveis, comandadas da sala de controle ou até mesmo de um computador interligado, que pode ser operado a distância da casa de máquinas. Os rotores apresentam mancais de escora e contra-escora e mancais de guia, com fluxo contínuo de água, que sai um pouco acima do fluxo de água da turbina. A água após passar pela turbina, chega em um duto de sucção dentro no canal do leito do rio, tendo a extremidade do tubo com diâmetro maior que o inicial, para reduzir a velocidade da água, provocando amortecimento e fluxo normal da água na calha do rio.
A potência da turbina é a relação da proporção do volume, vazão e queda disponível. A eficiência da turbina depende da densidade da água, velocidade provocada pela gravidade e funcionalidade estrutural da turbina com aproveitamento total da energia cinética que é convertida em energia mecânica. As perdas de eficiência nas turbinas pela saída da água da turbina e perdas mecânicas de atrito são muito baixas, tendo um eficiência de até 95%.
Os modelos de turbinas são diferenciados, por que cada qual é projetado para atender as particularidades e características do relevo e queda líquida.
A turbina Francis, modelo já existente na PCH Rio Vermelho de 2,4MW, apresenta um formato em espiral cilíndrico e com palhetas curvas movimentadas pela força da água. No final do rotor a água sai em força reduzida. O conjunto é dividido em pré-distribuidor, formado por pás fixas, que formam o ângulo de entrada da água com aproveitamento total do rendimento, já o distribuidor é formado por pás móveis que controla a passagem da quantidade de água, como um regulador de potência. Estas turbinas são ideais para quedas que variam entre 40m e 400m, ideais para as usinas: CGH Rio Vermelho I – II – III, PCH Rabo do Macaco, CGH Rio das Pacas, PCH Escola Rio Natal.
A Turbina Pelton, modelo que será utilizado na PCH Rio Natal, é formada por bocais ou injetores que funcionam em conjunto com uma agulha móvel, semelhante a uma válvula controladora de vazão. A água é lançada em estruturas semelhantes a conchas encaixadas em torno do rotor. A força da água proporciona uma energia cinética que após atingir uma aceleração ideal passa a gerar energia. Estas turbinas são ideais para quedas que variam de 350 até 1100m.
A Turbina Kaplan, já existente na CGH Rio Vermelho, é diferenciada dos demais modelos, pelo rotor que apresenta as pás ligadas por pistões hidráulicos. O motor é acionado e após uma rotação de 900 rpm e passa a gerar energia. Estas turbinas são adequadas para quedas abaixo de 60m
As PCH’s que serão implantadas na URVE apresentam barragens Ambursem, modelo que apresenta vantagens em relação a velocidade de construção sendo 3 vezes superior ao processo tradicional, baixo consumo de concreto sendo de até 5 vezes menor do que as barragens comuns e eficiência ecológica com desvio do rio realizado no seu próprio leito entre os contrafortes. Todas as barragens construídas terão pouco efeito de alagamento. O menor represamento é de 0,07ha ou 700m² e o maior alagamento é de 4,02ha ou 40.200m², sendo que em atendimento aos requisitos legais e normativos, poderíamos ter uma área de até 300ha ou 3.000.000m² por PCH instalada. Mas o modelo adotado pela URVE é de baixo impacto, sendo aproveitado na maioria dos casos, a própria canaleta do rio como área de represamento. As barragens são projetadas para manterem um reservatório de água elevado para garantir uma energia maior. Na base da barragem a água entra por um duto que apresenta inicialmente um diâmetro maior e sofre variações deste diâmetro potencializando sua energia de passagem. Em alguns casos são utilizadas estruturas de equilíbrio e dissipação de energia, chamado de “chaminé”, seguindo de uma tubulação menor em relação a sua entrada. A chaminé apresenta serventia como armazenador de água pela amortização da ação da água. Próximo da casa de máquinas a tubulação sofre derivações de diâmetro menor, quando finalmente cada qual atinge a turbina.

A administração de execução das novas unidades é inerente a URVE. Entretanto a empresa Km 26 é responsável pela construção das PCH’s. Seu conhecimento adquirido na fabricação da PCH Rio Vermelho e CGH além de vasto Know-how no beneficiamento de aço, faz de seu currículo o sucesso na implantação dos novos projetos. A Km 26 fará a fabricação e montagem das adutoras metálicas de baixa e alta pressão. A tubulação será fabricada no entorno do empreendimento. O método de trabalho é pelo processo de calandragem em espiral com solda contínua. No local um galpão específico fará o teste hidrostático normatizado em 100% das barras. Também serão feitas pré-montagens pelo sistema ponta e bolsa, mais um processo inovador no setor de PCH´s. As adutoras serão produzidas num curto espaço de tempo, e com elevado nível de segurança, favorecendo em rendimento no cronograma de montagem e de construção civil.

As PCH’s terão condução de água por tubos metálicos e por intermédio de túneis. Os túneis são construídos com tecnologia alemã pela empresa Herrenknecht, fornecedora do TBM (Tunnel Boring Machine). O uso do TBM minimiza os impactos ambientais, e apresenta um ganho energético devido ao acabamento da superfície escavada tendo o melhor aproveitamento dos recurso hídricos. O uso do TBM garante vantagens econômicas na construção. Com o uso do TBM os materiais provenientes da escavação não necessitam de rebritagem, a estrutura apresenta filtros para retenção de poeira, as escavações são realizadas a frio e dispensam a utilização de explosivos, não são gerados gases tóxicos, e existe ganho na minimização da poluição sonora. A escavação não causa vibrações ou perturbações aos moradores. Este sistema de trabalho é inovador para o Brasil, em relação a execução de PCH’s.  O TBM é eficiente proporcionando um corte circular, com integridade das rochas, e acabamento perfeito das paredes.
  
As PCH’s e CGH’s, da URVE apresentam elevado aproveitamento do rio, com aproveitamento das quedas em até 100% no caso do Rio Vermelho e de 84% em relação ao Rio Natal. Estas PCH’s também apresentam vantagens na implantação, pois geram baixa impacto local, com áreas alagadas de pequena magnitude.

Uma PCH pode ter área de alagamento de até 300 hectares. Contudo a URVE em seus novos projetos, apresenta a maior área alagada com  4,2 hectares. A maioria das usinas aproveita o canal do rio com aproveitamento máximo do potencial de geração de energia.
As PCH’s ganham espaço por serem fontes renováveis de energia e com retorno superior as outras fontes como a eólica e solar. Mas é quando comparado as fontes poluidoras e não renováveis, as termoelétricas, as PCH’s demonstram seu maior potencial competidor. Quando existem picos de energia o sistema busca o equilíbrio. As fontes não renováveis são inibidas em sua produção.
 O fornecimento de energia no Estado de Santa Catarina, foi interrompido em 2001. O blecaute causou a queda do PIB, situação evidenciada em guerra ou crise econômica, mas não em decorrência do fornecimento de energia.  O investimento em energia traz subsídios importantes na manutenção e crescimento da economia do Brasil.

  

1.      HISTÓRICO, AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE E IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES
A URVE – Usina Rio Vermelho de Energia está localizada em uma fazenda florestal que marcou época com a Serraria Artefama. Empresa do ramo moveleiro, fundada em 20 de fevereiro de 1945 por: Victor Keil, Affonso Keil, Ewaldo Jungton e Francisco Kobs, e operou no local entre a década de 40 a 90 atendendo as demandas da Indústria Artefama, produtora de móveis e artefatos de madeiras, decorados com borboletas.
O desdobramento de madeira para fabricação de móveis, não impactou de forma significativa a floresta no entorno da serraria, que atualmente apresenta sua biodiversidade preservada e árvores de imponência singular. Contudo a preocupação com a renovação das florestas fez surgir a floresta de Pinus taeda implantadas no Planalto Norte na década de 60.
Parte da fazenda, pelo menos 104 hectares, foram destinados para o plantio e manejo das florestas plantadas de Pinus sp. Na mesma propriedade, e próximo da serraria foi instalado na década de 70, o primeiro borboletário do Brasil, com acompanhamento e responsabilidade técnica do Engenheiro Agrônomo Magno Bollmann. O borboletário iniciou com Otto Hübner e passou a ser mantido pelo Sr. József Bajcsik Bácsfalusi.  
Contudo no ano de 1990, a serraria, florestas e áreas preservadas foram adquiridas pelo Grupo TUPER, como uma forma de investimento, muito diferenciado de sua linha de produção, tendo como objetivo maior, a preservação dos recursos naturais. A TUPER atuante no ramo metalúrgico, foi fundada em 1971 e consta atualmente com 4 plantas somando 116.500 m2 de área industrial, 2.500 funcionários, que processam mais de 274.000 t de aço. A empresa é a 5ª maior processadora de aço no Brasil (1º semestre 2012 - INDA). A maior fabricante de Tubos de Aço com solda longitudinal até 7 polegadas do Brasil (ABITAM). Uma das líderes em Sistemas para Coberturas Metálicas do País (ABCEM), contribuindo com 38% de participação de mercado - Escapamentos e Acessórios de Reposição (SINDIPEÇAS).  Uma das maiores produtoras de Sistemas de Exaustão para OEM de veículos comerciais no Brasil (MAN, Iveco, Scania, Mercedes-Benz, John Deere, MWM, Ford) e 7,2% de participação em veículos de passeio no ano de 2011. (Renault e GM).
No ano de 1993 o empresário Presidente & CEO da Tuper S/A Frank Bollmann comprou a fazenda com intuito de preservar e desfrutar de um refúgio de laser. Entretanto a serraria denominada Km 26 continuou suas atividades serrando Pinus taeda e Pinus elliotti, fornecendo atualmente matéria prima para a indústria moveleira além de caixas e suportes para os produtos do Grupo TUPER.
Em 2004 o empresário deslumbrou o potencial das águas correntes do Rio Vermelho, observando os desníveis e quedas que proporcionam a força hidráulica própria para geração de energia. Um empreendimento sustentável para as características da região.
As primeiras saídas de campo foram realizadas em outubro de 2004 por Frank Bollmann, seus filhos Gustavo Bollmann, Alexandre Bollmann e por Demitry A. Weber, atual Gerente Geral da URVE.
Nas saídas de campo foram realizadas as primeiras medições de vazão e potencial de geração de energia, com metodologia no formato “artesanal” mas que premeditou o avanço do empreendimento.
Outras áreas de vegetação nativa foram compradas e atualmente compreendem 741,6 ha ou o equivalente a 7.416.000 m² de metros quadrados, sendo 88.1% destinados para preservação.
            Vários estudos geológicos, hidrológicos e da fauna e flora foram realizados. Após os registros na ANEEL, obtenção do licenciamento ambiental da FATMA, foi desenvolvido o projeto executivo de construção da usina, acompanhado de programas ambientais. Quando no dia 20 de fevereiro de 2009 é inaugurada a PCH Rio Vermelho com potencial de 2,4 MW, com a presença de Sergio Rodrigues Alves - Presidente da CELESC Distribuidora, Luiz Henrique da Silveira- Governador do Estado de Santa Catarina e Magno Bollmann - Prefeito de São Bento do Sul e dezenas de convidados.  
 Atualmente a URVE está prestes a implantar mais 7 usinas e seu potencial deve chegar próximo de 27 MW, estando no vale do Rio Vermelho as PCH’s: CGH Rio Vermelho I, CGH Rio Vermelho II, CGH Rio Vermelho III, PCH Rabo do Macaco, CH das Pacas e PCH Escola Rio Natal e ainda no vale do Rio Natal a PCH Rio Natal.

Vista panorâmica da URVE 741 hectares de preservação

2.      RESPONSABILIDAE SOCIOAMBIENTAL
O desempenho social e ambiental da URVE vai além dos requisitos legais e normativos aplicáveis. Seu histórico de atuação demonstra a valoração e princípios, com uma conduta de ética e responsabilidade. A preocupação com seus colaboradores diretos, terceirizados, prestadores de serviço, comunidade de entorno, moradores da cidade e meio ambiente, visam o crescimento econômico, mas numa sociedade de êxito. A URVE atua de forma Socialmente Justa, Ambientalmente Correta e Economicamente Viável. Nestas premissas muitas ações já foram consolidadas, e destacamos, os resultados de maior conotação.   
As ações de responsabilidade social não são requisitos que surgiram com a construção da primeira PCH, mas são decorrentes de muitos anos de dedicação. Proporcionar o desenvolvimento econômico alicerçado em uma sociedade de êxito e com o meio ambiente preservado são atribuições inseridas culturalmente. As ações são desenvolvidas conforme surgem as demandas de maior representatividade. Na listagem constam apoios financeiros e criação de projetos e programas, que excedem até mesmo as obrigações de licenciamento, e seu histórico demonstra de forma clara a preocupação pelo tema. Nesta apresentação são demostradas as atividades focadas no empreendimento e seu entorno, mesmo que muitas outras ações de maior área de influência, já tenham sido praticados.

2.1.            Consórcio Quiriri
O primeiro Consórcio ambiental de Santa Catarina teve origem na Administração do Prefeito Frank Bollmann (1993/1996) que teve entre suas atribuições a atenção e preocupação em relação as Bacias Hidrográficas.  Ainda antes de findar o ano de 1995 criava-se o primeiro Curso de Planejamento Ambiental Participativo em Bacias Hidrográficas, ministrado pelo professor Pedro Hidalgo, envolvendo São Bento do Sul, Rio Negrinho e Campo Alegre ação precursora da criação do Consórcio Quiriri. Os participantes eram cidadãos vocacionados e sensíveis à questão ambiental, além de serem formadores de opinião no meio em que atuavam. Eram 30 monitores preparados para disseminar e irradiar a ideia do Consorciamento Intermunicipal. “O 1º Curso de Capacitação Metodológica de Planejamento Ambiental Participativo em Bacias Hidrográficas, organizado pelo Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de São Bento do Sul Sr. Magno Bollmann, com apoio do Engenheiro-Agrônomo Sr. Marcus Vinícius Carrasqueira, foi ministrado pelo Professor e ex-ministro da Agricultura do Chile, Sr. Pedro Hidalgo. O referido curso foi realizado durante os dias 11 a 15 de dezembro de 1995, e contou com a presença de representantes das instituições públicas municipais e estaduais, da sociedade civil organizada e do setor empresarial dos municípios de Campo Alegre, Rio Negrinho e São Bento do Sul. Vale lembrar a importante participação do Prefeito Municipal de São Bento do Sul na época, Sr. Frank Bollmann, decisiva no sucesso do evento.” (Informativo nº 1 Consórcio Quiriri 12/2007).

2.2.            CEPA Rugendas
Conforme descrito no livro “Mais que uma Gota”. Ainda no ano de 2000 é construído o CEPA – Centro de Estudos e Pesquisas Ambientais na APA Rio Vermelho/Humbold, em área doada pelo empresário Frank Bollmann. O local ficou definido como prioritário para a pesquisa e desenvolvimento de práticas ambientais, sendo um “laboratório” para pesquisas para estudantes das universidades nacionais, estrangeiras e para a preservação e desenvolvimento sustentável regional. “A obra conta com a parceria da UNIVILLE, Instituto Rugendas da Bavária e o Consórcio Quiriri, e está sendo edificada pela construtora Mayer & Miers Construções e Engenharia Ltda.” (Informativo Consórcio Quiriri nº 08 – 07/2000). A definição de nome do CEPA é originária de Johann Moritz Rugendas, alemão que esteve no Brasil entre 1821 e 1825 retratando as paisagens encontradas em pinturas que foram adquiridas pelo governo alemão. A criação do Instituto Rugendas ocorreu pela Sociedade Brasil – Alemanha de Ecologia, Cultura e Ciência, que provoca o intercâmbio entre os países em atividades de planejamento e desenvolvimento de projetos com efeito multiplicador.
O apoio a pesquisa e preservação foram méritos reconhecidos e posicionados na forma de agradecimento a Frank Bollmann na comemoração de 30 anos da Univille. Momento que registrou a Declaração de Frank Bollmann Presidente & CEO da Tuper S/A  e Proprietário da Usina Rio Vermelho de Energia.

“O incentivo à educação e à pesquisa sempre esteve em nossa filosofia de trabalho. Ao contribuir com a doação de área em nossa bela Mata Atlântica, estávamos viabilizando a implantação de um moderno centro de estudos e pesquisas ambientais. E é com satisfação que vemos a Univille utilizando aquele ambiente para realizar os avanços necessários para o desenvolvimento sustentável da sociedade, bem como para colaborar no auxílio da fiscalização e monitoramento dos recursos naturais, contribuindo contra as agressões ao meio ambiente por parte de caçadores, pescadores, degradadores, dentre outros. Destacamos também a importância da conscientização dos estudantes através da informação e da formação, despertando o interesse nos jovens a fim de promover o contato com a fauna e a flora, para que venham a auxiliar na proteção do meio ambiente, deixando essa responsabilidade também para as futuras gerações.” (Frank Bollmann, 2013).


2.3.            Caça proibida
No ano de 2007 foram encontrados dois veados mortos com tiros provocados por caçadores. Também foi encontrado um veado mateiro (fêmea) com sinais de tiro, caído no rio, tendo perdido a cria, mas foi resgatado, recuperado e libertado. Após poucos meses o veado foi encontrado com filhote.
A caça foi proibida, e coibida com cercas, placas, vigilância e maior aproximação com a Polícia Militar Ambiental, para ajudar no controle das investidas de caçadores. Após 6 anos o cenário atual demostra uma região rica de espécies, como do puma, também chamado de onça-parda (Puma concolor) espécie que está na lista de espécies ameaçadas. Também já foi observada a anta, espécie rara e protegida no refúgio.

2.4.            Combate a incêndio florestal
A URVE já realizou combate e controle de Incêndio em vegetação nativa em 15/09/2006 e em 04/10/2006, localizado próximo de estradas públicas e ferrovia. A vegetação seca e o calor são fatores propícios para um princípio de incêndio, bastando apenas a ignição. A URVE está sempre atenta para fazer o combate do fogo.

2.5.            Apiário
Para efetivação do represamento da usina foi necessário a autorização de supressão de vegetação nativa, emitido pelo órgão ambiental. Algumas espécies de árvores apresentavam em seus ocos, colmeias de Apis mellifera e de Meliponídeos, as abelhas nativas. A região já registrava em anos anteriores cursos de capacitação para os moradores locais produzirem mel de abelhas nativas. O curso foi desenvolvido no “Parque Natural das Aves”. Na intenção da preservação das espécies, como potenciais matrizes multiplicadoras de outras colmeias e garantir a produção de mel, foram estabelecidos três apiários. A Associação APINECTAR-SUL, produtora de mel, retirou os enxames, das árvores suprimidas, e condicionou estes em caixas apropriadas.


2.6.            Resgate de flora
Em consequência da área alagada, muitas espécies da flora seriam atingidas. Contudo com a supressão da vegetação, foram coletadas várias epífitas de diferentes espécies, de bromélias e orquídeas, também foram retirados os xaxins da espécie Dicksonia sellowiana, ameaçado de extinção, pela lista do IBAMA. Todas as espécies foram acomodadas em um jardim, localizado as margens do Rio Vermelho em condições de solo, temperatura e ambiente que estas espécies ocupavam anteriormente. Tendo condições ideais de crescimento, reprodução e dispersão de novos indivíduos, garantindo a manutenção da espécie.


2.7.            Adensamento de palmito
O Palmito, palmeira característica de Mata Pluvial Atlântica, muitas vezes dominante e no segundo extrato, está presente nas áreas de floresta nativa da URVE, distribuídos nos 741,6ha da fazenda. O Euterpe edulis (palmito Jussara), foi maciçamente introduzido por diferentes técnicas, seja por semeadura a lanço ou o plantio direto. Atualmente muitas destas árvores, frutificam e os jacus, pacas, cotias, veados, antas, periquitos, morcegos e tucanos colaboram na dispersão de sementes. No total foram semeados mais de 2.000.000 de sementes. Já em relação ao plantio direto pode-se dividir em distintos períodos sendo de 500.000 mudas com projeto protocolado no IBAMA sob o nº 02026 1991/1996. Mas também ocorreu plantio de 21.000 mudas nos anos de 2007/2008. Considerando até agosto de 2013 foram semeados manualmente e plantados o equivale a 3.021.500 unidades de palmito

2.8.            Plantio de espécies nativas
Com a autorização de supressão de vegetação AUC nº 009-P/2006 emitido pelo órgão ambiental do estado FATMA, também foi cobrado na forma de condicionante o plantio de cerca de 18.334 mudas. Mas até julho de 2013 foram plantadas mais de 49.795 mudas de diversas espécies nativas sendo: Aleluia,      Angico, Araçá, Araucária, Aroeira, Canela-guaicá, Carova, Cedro-rosa, Erva-mate, Jaboticaba, Tarumã, Pitanga, Pessegueiro, Guaramirim, Ingá, Ariticum, Congonha, Jarandá, Laranja macaco, Cuvatã, Capororoca, Marmeleiro, Pinho bravo, Estopeiro entre outras doadas pelo Lions Club e ONG Geoambiente.
Muitas espécies nativas frutíferas, foram plantadas no entorno do lago sendo atração da fauna, mastofauna e avifauna, que são potenciais dispersores de sementes, levando e trazendo sementes de distintos locais, aproveitando assim o enriquecimento de material genético do próprio local, favorecendo em muito as áreas de recuperação.
      

2.9.            Aquisições de áreas
Ao passo que surgem oportunidades de compra de novas áreas, estas são feitas para agregarem a valoração ambiental na URVE. Até julho de 2013 a área total da propriedade é de 741,6 ha (7.416.000 m²) sendo 84 hectares com floresta plantada de Pinus taeda, fonte renovável para abastecimento na serraria. Mas 88,13% da área de 741,6 ha é destinada para a preservação da fauna, flora e recursos renováveis, sendo também destinados para estudos ambientais.

2.10.        Aves aquáticas
A formação do lago e a condição de proteção, criou um refúgio para as aves de ambiente aquático, sendo destaque: garças, maria-faceira, marrequinhos, frango d’água entre outros que procuram alimento e condições de nidificação.

2.11.        Fauna
Em 2008 foi instalada a primeira “armadilha fotográfica” com sensor de presença para capturar imagens da fauna, no formato de vídeos ou fotos. Atualmente existem centenas de imagens com registros importantes da fauna local como: puma, jaguatirica, cachorro-do-mato, mão-pelada, cotia, macaco-prego, irara, gambá, quati, tatu entre outros. No ano de 2013 foi feita a aquisição de outras 3 câmeras para serem utilizadas em estudos de caracterização da fauna, por ambiente, trabalho desenvolvido por biólogo contratado pela URVE.
                                                      
    
2.12.        CEPHARV

Centro de Estudos e Pesquisas Hidrológicos e Ambientais Rio Vermelho Ltda – CEPHARV, foi construído especialmente para ser uma entidade de utilidade pública, instituída com o objetivo de promover ações de planejamento  e gestão de recursos hídricos e monitorar a qualidade da água e clima, junto ao SAMAE - Serviço Autônomo Municipal de Água  e Esgoto de São Bento do Sul. Bem como, ações que visem a preservação da Fauna e Flora e Educação Ambiental para estudantes do ensino fundamental, que são recebidos semanalmente, e monitorados pelo Biólogo da URVE. As visitas são exploradas em diferentes núcleos de ensino aprendizagem, por técnicas pedagógicas de interação de corpo e mente, com palestras, dinâmicas, trilha ecológica e visita nas estruturas da usina. A funcionalidade do CEPHARV está vinculado ao Decreto Municipal n° 1243 06/12/05 que Declara o Rio Vermelho de utilidade pública, e sobre tudo ao Decreto Municipal n° 1341 12/12/12, que declara o CEPAHRV de utilidade pública. Com os decretos definidos foi elaborado o Termo de Parceria, assinado pelo município na data de 23/04/2013, com a Prefeitura Municipal de São Bento do Sul e o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – SAMAE.

2.13.        Combate a poluição
Na data de 19/07/2012 o Planalto Norte Catarinense, presenciou o maior acidente da ALL (América Latina Logística) de toda a história da ferrovia, e que poderia ter consequências desastrosas com relação a proporção de impacto e dano ambiental.  O acidente que ocorreu próximo a usina teve o descarrilamento de 27 vagões e 8 locomotivas, que contaminou o Rio Vermelho com óleo. O vazamento foi retido pela barragem da URVE e caso não fosse contido e removido, comprometeria o abastecimento público de Jaraguá do Sul, que capta sua água do Rio Itapocu, a jusante do Rio Vermelho. A URVE não mediu esforços e colaborou com apoio logístico. No total foram retirados 6 caminhões com óleo, além de material contaminado, como galhos de árvores. Também foram envolvidos a Prefeitura de São Bento do Sul pelo Departamento de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Polícia Militar Ambiental, que realizavam visitas sucessivas na área para inspeção dos danos direcionamento e acompanhamento de ações mitigadoras, desenvolvidas pelas equipes especializas de atendimento a emergências.        
                       
2.14.        Limpeza do rio

A URVE está localizada após a concentração de moradores dos Bairros Rio Vermelho Estação e Rio Vermelho Povoado. Os resíduos sólidos jogados, ocasionalmente no rio ou ainda jogados no solo e levados pela água da chuva, que drena para o Rio Vermelho, são retirados periodicamente nas represas da PCH e CGH. Entre os matérias retirados são encontrados produtos e embalagens de: margarina, óleo, desinfetante, álcool, detergente, desodorante, isqueiro, manicure, garrafas pet, lâmpadas, lanterna, chinelos, parte de carro, tubos entre outros.
 Também foram feitos apoios financeiros no “Programa S.O.S Rio Limpo” promovido pela Prefeitura de São Bento do Sul no período de 2009 a 2012, que também recolhia os matérias sólidos de diferentes sub-bacias.

2.15.        Pagamento mensal
Mesmo tendo o direito de utilizar o rio como bem público, e poder implantar as PCH’s com a construção de obras necessárias para o fornecimento de energia, a URVE entende que a interferência nas propriedades, por qualquer ação ou obra civil, deve ser retribuída com valores mensais e perpétuos para os proprietários como forma de aluguel do espaço. O pagamento já é realizado a dois anos, mesmo sem existirem as PCH’s. Os valores são pagos mensalmente e vinculados por contrato. Atualmente o apoio financeiro atende 16 famílias e ainda outras 6 famílias devem ser contempladas. Os valores pagos, serão dobrados após o início da geração de energia.

2.16.        Cicloturismo

Apoio financeiro na implantação e  desenvolvimento do turismo rural e ecológico nos municípios de São Bento do Sul, Corupá, Rio Negrinho e Campo Alegre, que integram o Consórcio Intermunicipal Quiriri.

SÃO BENTO DO SUL – HISTÓRIA, CULTURA E TRADIÇÃO EM BORBOLETAS - FAMÍLIA RANK


SÃO BENTO DO SUL – HISTÓRIA, CULTURA E TRADIÇÃO EM BORBOLETAS

FAMÍLIA

RANK

FRANCISCO RANK

HISTÓRIA

            A família Rank é reconhecidamente tradicional na atividade e relacionamento com borboletas.

            Francisco Rank trabalhou na Usina Hidrelétrica Rio Vermelho construída em 1926. Trabalhando na Usina Rio Vermelho observou as mariposas atraídas pela luz. No ano de 1932 iniciou as atividades com as borboletas após seu colega de trabalho, Malewschik, fomentar a idéia de comercializar as mariposas na europa.
            Francisco começou a improvisar pequenos viveiros para criar borboletas e mariposas, colocando ramos e lagartas. O primeiro lote de borboletas foi vendido para o Sr. Anton Maller, residente de Corupá, que comercializava as borboletas com compradores da Alemanha, França e Estados Unidos. Aproximadamente no ano de 1914 vendiam para o Sr. Ricardo F. Direns Hofen de São Paulo, Capital. Este visitava a família Rank mensalmente, momento que também orientava a adoção de técnicas de coleta de insetos na Floresta, mandava cortar pequenas árvores e fazer estaleiros onde depositavam as madeiras que com o tempo iniciavam o apodrecimento atraindo besouros.
            Os filhos de Francisco sempre acompanhavam as atividades que envolviam as capturas e zelos pelas borboletas.      

IVO RANK

HISTÓRIA

            Ivo Rank, morador de Rio Vermelho em São Bento do Sul, apreciava as borboletas aos 4 anos e iniciou a coleta com 7 anos onde entrava na Floresta e bordas de mata para capturar borboletas e besouros, aos 10 anos de idade já apresentava domínio no tema e a vontade de criar as diferentes famílias de borboletas e mariposas, muitas que nascem a noite ou antes do amanhecer e admirava o nascimento das fêmeas. Observando o acasalamento de borboletas, como quando visualizou 30 machos voando sobre o viveiro, aumentavam a curiosidade, dedicação e paixão pelas borboletas.  

            Acompanhava seu pai na captura de mariposas. Em Rio Vermelho, aproximadamente em 1950 seu pai construiu uma “meia água” instalou duas lâmpadas para atrair mariposas. Em muitas situações passavam a noite acordados capturando e observando. Quando fechava a serração vinham muitas mariposas que não venciam pegar. Utilizam uma rede entomológica  e enchiam caixas com mariposas. No amanhecer do dia colocavam os insetos em envelopes, deitavam em prateleiras,  secando próximo do fogão de lenha.
            A família também fazia artesanatos com as borboletas e suas asas. Também forneciam borboletas para a Artefama que utilizava para os artefatos decorativos.
            A história de Ivo Rank a a referência de seu trabalho também foi acompanhado da divulgação e valorização da imprensa. No jornal A Gazeta de 21 de sembro de 1996 demostra a visita da Rede Globo e anuncia a reportagem que vinculará no final de semana no Globo Rural. No jornal.

            A Notícia datado de 4 de janeiro de 1996 apresenta a matéria “ O Plantador de Borboletas” matéria de Elenita Lanznaster que relata: “ Ali pode-se encontrar a “azulona” de nome científico Prepuna delfille, um casal de borboletas que, em 50 anos de trabalho só foi vista uma vez. Famosa pela raridade,diversos visitantes da Europa, Japão vem à casa de Rank especialmente para tentar comprá-las por preços acima de mil dólares. De acordo com o proprietário, elas não têm preço com as demais de sua coleção particular.”
           
ATUALIDADE        

            Em 2013 o Sr. Ivo Rank com 76 anos continua na observação e dedicação com as borboletas. Apresenta o primeiro borboletário licenciado pelo IBAMA de Santa Catarina, onde cada borboleta é registra e apresentada para a Associação. Comercializa as borboletas, mas também libera fêmeas e alguns casais. Defende a prática de criação dos Lepidópteros e argumenta o desmatamento e uso de agrotóxicos como maiores impactos para  favorecer o declínio da população de borboletas. Complementa que a criação de determinada espécie de borboleta pode gerar 100 ovos que irão gerar 100 indivíduos adultos, enquanto no habitat natural sobrariam menos que 10%.  A criação em cativeiro oportuniza proteção e a preservação de muitas espécies que hoje estão ameaçadas de extinção, pelo desequilíbrio ambiental. 

            O Sr. Ivo Rank domina a biologia dos lepidópteros, com os anos de estudo como auto didata e de observador do habita e ciclo de vida das borboletas, a forma de reprodução, o alimento associado com a vegetação correspondente a taxonomia entre outros. Também atribui o conhecimento adquirido e compartilhado reciprocamente com outros pesquisadores principalmente com o Dr. Luiz Soledade Otero (in memória) do Museu Nacional da UFRJ que lhe visitou periodicamente e entregava livros de Lepidópteras. Também trocou informações e experiências com outros pesquisadores como o Dr. Olaf Hermann Hendrik Mielke do Setor de Zoologia da UFPR  (Universidade Federal do Paraná) de Curitiba.
            A família Rank prossegue na criação de borboletas. Ivo Rank e sua esposa Olinda dedicaram  a vida na criação, preservação e comercialização das borboletas. Mas este legado é passado para seus descendente e seus filhos Ildo; Osni; Osiel; Otoniel; Marlene; Glaci; Noeli; Ruth; Claudinisse; Carim; Carmem também dedicam a atenção com as borboletas, já seus filhos Daniel; Arildo e Rosimeri apreciam as borboletas mas não desenvolvem a atividade diretamente. O conhecimento adquirido é transmitido para as gerações fomentando a cultura, preservação e a tradição deste grande legado.